segunda-feira, 30 de julho de 2012

Leonel Brizola: ele não tinha complexo de vira-lata


Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre

(Última entrevista do líder trabalhista)



Leonel Brizola: herdeiro de Getúlio Vargas, nacionalista e trabalhista, que sofreu 15 anos de exílio e lutou pela independência do Brasil.

      O ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio e Janeiro por duas vezes que nacionalizou empresas estrangeiras, organizou a resistência contra o golpe militar por intermédio da Campanha da Legalidade e construiu cerca de cinco mil escolas de primeiro e segundo graus, além de amargar 15 anos de exílio, mostra-se, em sua última entrevista em 2004 (ano que faleceu), como sempre, preocupado com o Brasil e os brasileiros.

        Em uma parte da entrevista, o político republicano e trabalhista fala sobre a questão energética e explica como os estrangeiros, que ele chama de imperialistas, procedem para impedir o desenvolvimento do povo brasileiro, com a cumplicidade e o apoio imprescindíveis das oligarquias, das elites brasileiras, que sempre se associaram aos interesses do que eles, com imenso complexo de vira-lata, consideram, de forma subserviente, ser a sua Corte.

Brizola: a Campanha da Legalidade evitou o golpe em 1961 e garantiu a posse de Jango

        Contudo, essa realidade não convence a uma parcela de brasileiros, estratificada em grupos econômicos, como a mídia monopolizada, golpista por tradição, o sistema de mercados de capitais e setores conservadores empresariais do campo, da indústria, da Igreja e da classe média, que acha que um dia vai ser rica, lê a revista Veja, o O Globo, a Folha de S. Paulo e considera que os programas de TV fechada "Saia Justa" e "Manhattan Connection" são cool e fashion e adoram falar as palavras cool e fashion. É chique e lembra Miami — a Corte deles.

            Por sua vez, essa gente, além da imprensa privada colonialista, considera o governo neoliberal de FHC ótimo. Foi tão “ótimo” que os tucanos (PSDB) nunca mais ganharam as eleições para a Presidência da República. A verdade é que essas pessoas desprezam o Brasil e o povo brasileiro, afinal a nossa sociedade escravizou seres humanos por 350 anos — um recorde — e esta realidade e verdade está enraizada profundamente no subconsciente e na consciência desses segmentos sociais, que se consideram “superiores” apesar de, indubitavelmente, não sê-los, porque superior é o povo trabalhador do Brasil. Chique, cool e fashion é o povo. E sabe por quê? Porque não tem complexo de vira-lata. O grande brasileiro gaúcho Leonel de Moura Brizola sempre soube disso

Brizola funda o PDT depois de ter perdido o PTB para Ivete Vargas, que fez o jogo dos generais.

       Em tempo: Brizola, infelizmente, não teve a oportunidade de ver a crescimento social e econômico do povo brasileiro no decorrer do Governo Lula e agora no governo de Dilma Rousseff, bem como não teve a satisfação de ver o Brasil ser muito respeitado pela comunidade internacional. O líder trabalhista também não viu a presidenta do FMI, Christine Lagarde, chegar, em 2011, ao Brasil de joelhos e com o pires na mão pedir dinheiro e receber um altissonante não, tal qual ao que acontecia no governo do vendilhão da Pátria e neoliberal FHC, que, como hoje procede o FMI, ficou de joelhos e de pires na mão por TRÊS VEZES, a humilhar o Brasil e seu povo.

Um comentário:

Antônio Dias disse...

Brizola foi um grande brasileiro e ficará na memória daqueles que compreenderam a sua luta contra os inimigos do Brasil.