Republicação do artigo que afastou o jornalista Davis Sena Filho do Jornal do Brasil, a pedido de sua Diretoria.
Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
O burgueses da imprensa não entendem que o povo é Lula. |
Realmente,
a imprensa comercial e privada odeia o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. Por causa desse ódio latente e incontrolável, a imprensa
corporativa, mercantilista e porta-voz da burguesia e dos trustes
nacionais e internacionais não o esquece jamais. Não importa nem mesmo
se o político estadista passe por uma situação grave em sua vida, que é
ficar enfermo por causa do câncer que aflige sua laringe.
A
revista Época, nº 714, de 21/01, cujo título é Cadê a Ala dos
Mensaleiros, pertencente às Organizações(?) Globo, tal qual a Veja, a
revista porcaria, pegou pesado mais uma vez em sua “prodigiosa”
existência e escalou a repórter Mariana Sanches para fazer o jogo sujo e
sem ética contra Lula, que será homenageado pela escola de samba
paulistana Gaviões da Fiel, que escolheu o líder trabalhista como seu
enredo para o carnaval de 2012.
Para
a elite branca, racista e escravocrata brasileira, homenagear um
político trabalhista, de origem operária e que colocou o Brasil em um
patamar de importância jamais visto em sua história em termos mundiais é
o fim da picada. E por esse motivo, os barões da imprensa privada e
seus jornalistas “mauricinhos” e “patricinhas” e completamente
divorciados dos interesses dos brasileiros ficam com ódio, porque o
preconceito e o rancor são, indubitavelmente, do tamanho da senzala em
que eles gostariam de ver, eternamente, o povo brasileiro.
A
reporcagem (com ‘C’ mesmo), de Mariana Sanches, é uma ode ao mau
jornalismo, à trapaça e à má intenção, porque, segundo protesto
divulgado pela Gaviões da Fiel, tal profissional de imprensa, a mando de
seus tenebrosos editores, traiu a confiança da diretoria da escola, que
abriu as portas para ela, que lhes assegurou que pretendia fazer uma
matéria a respeito do Carnaval 2012, o que na verdade era um subterfúgio
para agredir e desqualificar o presidente Lula.
A
escola de samba permitiu, em novembro passado, que a jornalista
entrasse no barracão e na quadra para que fossem feitas imagens para a
pretensa reportagem, que já foi, por conveniência, retirada do site da
revista Época, de forma a impossibilitar que seus assinantes tenham
acesso à matéria jornalística, se pode tal texto ser chamado assim. Até
por volta das 17h30 de domingo (22/01), a matéria continuava
indisponível no site, além de acusar o seguinte erro: 404 Not Found.
Os
mandões da Época devem ter mandado retirar a reporcagem porque a
diretoria da Gaviões falou alto e divulgou nota oficial em que repudia a
conduta da jornalista e questiona, veementemente, a matéria que agride o
ex-presidente Lula, que está doente e que há mais de um ano deixou o
poder. Tamanha perseguição ao ex-mandatário acontece em plena
democracia, que está a enfrentar a ditadura da imprensa, que quer pautar
o governo e dessa forma governar o Brasil no lugar dos poderes
constituídos e dos homens e mulheres eleitos pelo povo brasileiro.
Época
e outros jornalões e revistas há muito tempo elaboram o autêntico
jornalismo de esgoto; o verdadeiro detrito de maré baixa.
Contudo,
nunca é salutar para os negócios e suas imagens entrar em conflito com
uma escola de samba popular como o é a Gaviões da Fiel. Por esse motivo,
os sequazes que comandam a revista da família Marinho retiraram a
reporcagem, que tem ou tinha a finalidade apenas de agredir mais uma vez
o presidente mais popular da história do Brasil, que ensinou como se
governa um país de forma republicana a incompetentes metidos a
intelectuais como os neoliberais Fernando Henrique Cardoso e José Serra —
aqueles traidores da Pátria que venderam o Brasil e ainda tiveram a
desfaçatez de pedir dinheiro por três vezes ao FMI de joelhos e com o
pires na mão. E eles estão soltos.
Esta é a verdade. E ela é inalienável.
Eu
fico a imaginar a reunião de pauta de alguns editores de Época a
maquinar o jogo baixo e sujo contra um presidente responsável pelo
Brasil crescer exponencialmente em todos os setores de atividades
econômicas e sociais, o que levou o poderoso país sul-americano de
língua portuguesa a ser a sexta maior economia do mundo, a superar
potências européias como a Inglaterra e a Itália, a ressaltar ainda que o
País, segundo algumas agências, deverá ser a quinta economia em pouco
tempo se continuar a crescer, o que tem ocorrido nos últimos nove anos, a
partir das eleições de líderes trabalhistas como Lula e Dilma, que,
seguindo a tradição do trabalhismo brasileiro com origem em Getúlio
Vargas, sempre se preocuparam em distribuir renda e riqueza, além de
valorizar o trabalho e o trabalhador, palavras que os tucanos, os demos e
a elite branca racista brasileira detestam.
Gaviões
protestou e a Época, aparentemente, recuou. Mas não se deve confiar em
cobra venenosa ou achar que ela desistiu de ferir a quem considera
inimigo de seus interesses econômicos, de classe social e também
ideológicos. A velha imprensa corporativa é ideológica e de direita,
apesar de pregar, de forma cínica, que as ideologias acabaram e quem
manda agora é o “deus” mercado.
Grande parte da população brasileira
sabe disso. Tanto sabe e compreende que, mesmo quando a imprensa e seus
asseclas atacam os governos trabalhistas de Lula e de Dilma, continua a
votar neles, pois percebe que os jornalistas compromissados com os
empresários de mídias cartelizadas não põem comida na mesa e muito menos
compreendem as dores e as necessidades dos brasileiros das classes
pobres e por causa disso desprivilegiadas, que tiveram, de geração a
geração, seus direitos negados e o acesso ao consumo e à educação
barrados pelas elites brancas e racistas deste País, que escravizaram
seres humanos por quase quatrocentos anos — um recorde histórico.
Quando
os jornalistas, empregados da família Marinho souberam que Lula seria
homenageado pelas Gaviões, pronto, começaram imediatamente a orquestrar
uma pauta cretina onde a má fé seria a tônica. E foi. Eles sempre se
perguntam: “Como pode um homem de origem humilde ser mais respeitado e
admirado no exterior e no Brasil do que o nosso FHC?” O sociólogo
carioca adotado pela elite branca paulista, chamada de quatrocentona e
racista. Quando Getúlio chegou ao poder por meio de uma verdadeira
revolução, a de 1930, quem caiu foi outro FHC, conhecido como Washington
Luís, também do Rio de Janeiro e adotado pelas elites paulistas. A
história, às vezes, repete-se.
A
repórter da Época enganou os diretores da Gaviões da Fiel para assim
poder agredir, gratuitamente, um ex-presidente que saiu do poder com
cerca de 90 por cento de aprovação. A que ponto pode chegar uma
profissional de imprensa. Não é fácil conviver com a ditadura da
imprensa em plena democracia. É por isso que os patrões, os barões das
mídias não querem a regulamentação do setor, bem como combatem a
democratização das mídias que começa com a proibição de um mesmo grupo
econômico controlar diversos tipos de mídias, o que é também chamado de
mídias cruzadas, além de, para impedir a democratização do setor,
confundir as pessoas por meio de editoriais e de opiniões de
“especialistas de prateleiras” dos empresários midiáticos que afirmam,
de forma mentirosa, que regulamentar o setor midiático é ação que visa à
censura e o controle dos meios de comunicação por parte do estado, além
de ser um “atentado” à liberdade de expressão e de imprensa. Pura
mentira.
Tudo isso é uma falácia. A deturpação da realidade. E tem gente, principalmente de classe média, que crê nisso ou finge acreditar, porque no fundo é conservadora e compactua com esse estado de coisas nos meios de comunicação. A verdade é que a Constituição de 1988 em seu capítulo para as comunicações tem de ser regulamentada, e isto até hoje não foi feito. Um absurdo. O lobby dos empresários midiáticos no Congresso impede que esse processo se concretize.
Os empresários não querem a democratização dos meios de comunicação, como não querem governos trabalhistas no poder desde os tempos de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola. E assim sempre vai ser. A presidenta Dilma Rousseff tem um projeto que democratiza as comunicações no Brasil. Desconfio que a própria mandatária está a segurar o projeto elaborado pelo ex-ministro Franklin Martins, que visitou países desenvolvidos e, juntamente com sua equipe, estudou as legislações que regulamentaram os setores midiáticos de cada país. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ao que parece, engavetou o projeto.
Sempre afirmo e reitero que governos trabalhistas não podem tergiversar com os barões da mídia, porque esses empresários são golpistas, conforme aponta a história. O Brasil é maior do que as Organizações(?) Globo. Presidentes são eleitos para melhorar a vida do povo e defender os interesses do Brasil, e, seguramente, defender tais interesses é o que a velha imprensa corporativa não o faz e nunca o fará. A imprensa burguesa é dos ricos e dos que pensam que um dia serão ricos, como algumas pessoas de classe média e conservadoras.
No Brasil, falar de regulamentação para as mídias é pecado. Os patrões e seus empregados de confiança ficam realmente irritados com tal assunto e para defender seus interesse privados utilizam suas televisões, rádios, jornais impressos e a internet para difundir confusão, por meio de manipulação da informação sem, no entanto, dar voz àqueles que lutam pela democratização dos meios de comunicação, das mídias, que não podem ser cruzadas, o que beneficia a constituição de cartéis, que, de tão poderosos, derrubam até governos legitimamente eleitos.
A população brasileira não pode ficar à mercê de interesses empresariais. A imprensa brasileira não tem compromisso com a Nação e sim com seus interesses de mercado, além de ser porta-voz histórica das elites econômicas nacionais e internacionais. A mocinha da Época deveria rever suas atitudes e conceitos e procurar saber como se faz jornalismo em prol da sociedade e não de seus chefes e patrões. Que o diga a Gaviões da Fiel. Leia abaixo parte da nota de repúdio à revista Época.
Nota Oficial da Gaviões da Fiel
(…)
“No entanto, ao ter acesso ao conteúdo final da matéria, constatamos
tratar-se, mais uma vez, de uma agressão gratuita e infundada ao nosso
homenageado e, conseqüentemente, ao processo de construção do carnaval
da nossa entidade, que escolheu o enredo sem levantar nenhuma bandeira
política ou partidária. O maior objetivo da escolha do tema é a
homenagem ao povo brasileiro e aos corintianos, através da figura
emblemática do ex-presidente Lula, assim como consta na explicação do
nosso enredo. Mas não no surpreende que tal veículo insista em tentar
descontextualizar os fatos e criticar o Lula”.
“A nós, tal episódio só fortalece para que levemos à avenida em destaque estes e outros motivos que fazem com que nosso homenageado tenha sido escolhido como o retrato da nossa NAÇÃO e isso independe da vontade de qualquer veículo de comunicação que queira descontextualizar a homenagem que levaremos à avenida neste carnaval” (…)
Como se percebe, mais uma vez a imprensa burguesa tenta se intrometer no que não lhe é devido. Para agredir Lula, veículos de comunicação e jornalistas se travestem de delinqüentes e cometem atos indignos e que envergonham a profissão de jornalista e leva descrédito ao jornalismo. Há anos, as atividades jornalísticas levadas a cabo por editores sem escrúpulos e que rasgaram a Constituição e os Códigos Civil e Penal se tornou um processo de oposição partidária, ideológica e até mesmo de luta de classe.
É difícil aturar um jornalismo sem princípio e que para
ter seus interesses realizados se torna necessário desqualificar as
instituições republicanas e boicotar programas de governo apresentados
ao povo quando das eleições. A imprensa comercial e privada se recusa a
se democratizar e, conseqüentemente, integrar-se à sociedade no que
concerne a defender os interesses da Nação. É isso aí.
Um comentário:
A imprensa brasileira realmente é das piores do mundo.
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