segunda-feira, 30 de novembro de 2015

FHC e Aécio conspiram e, como a Justiça, consideram o brasileiro idiota

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Passaram-se mais de 13 meses das eleições presidenciais vencidas pelo PT de Dilma Rousseff, que não consegue governar o País, conforme decidiu, por intermédio da soberania das urnas, a maioria do povo brasileiro. São muitos meses de uma crise que se tornou meramente policial, mas de conotação política, de tal forma que o Governo Trabalhista não consegue aprovar quase nada no Congresso, e, quando aprova, somente por meio de duras negociações, a ter ainda o oba-oba da imprensa venal e de tradição golpista, que distorce os fatos, manipula os acontecimentos e mente descaradamente para que seus aliados do PSDB e DEM possam ter uma agenda, que permita aos demotucanos atacar, sistematicamente, o Governo do PT.

Agora, Aécio Neves, o pior político deste País, pois incrivelmente incendiário, além de ser um péssimo perdedor por ser antidemocrático e autoritário, anuncia pelas redes sociais seu encontro, no domingo, com seu "mestre" Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, aquele ex-presidente tucano exacerbadamente "competente", que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, a pedir esmolas para a gringada neocolonial, porque quebrou o Brasil três vezes.

Aécio não se fez de rogado e publicou foto do jantar, em seu facebook, com o grão-tucano de 84 anos, no qual, "inspirados" e irresponsavelmente golpistas, conspiraram, recorrentemente, contra o mandato da presidente trabalhista, Dilma Rousseff, eleita legalmente, constitucionalmente e que, como política e cidadã, não incorreu em malfeitos, não foi autora de crime de corrupção, ou seja, não meteu a mão no dinheiro público, bem como não cometeu crime de responsabilidade, porque se submete à Constituição e ao Código Penal deste País.

Aécio Neves, o playboy machão de Ipanema, que, absurdamente, ofendeu  uma senhora de "leviana" em um dos debates presidenciais, sabe disso. Bem como também sabe o playboy veterano e sociólogo, que não entende nada de povo, porque com o povo nunca andou e jamais o compreendeu. A verdade é que a crise não é econômica, como já demonstram a recuperação dos números e índices da economia. A crise é política e direcionada, estritamente, pela direita para a efetivação de um impeachment presidencial contra Dilma Rousseff.

Esses tucanos querem porque querem dar um golpe, e não esperar pelas eleições de 2018. Impedem, de todas as formas e maneiras, que o Governo Trabalhista governe e efetive suas ações por meio de seus programas e projetos, tanto no âmbito da infraestrutura e logística quanto no que diz respeito às dezenas de programas de inclusão social e de igualdade de oportunidades, realidades que, definitivamente, os tucanos não efetivaram e muito menos concretizaram nos oito anos de seus governos neoliberais e privatistas, dispostos a governar para poucos, ou seja, para as castas sociais historicamente privilegiadas.

Contudo, a irresponsabilidade institucional e constitucional dessa gente é de chamar a atenção. O vale tudo na política brasileira é algo que impressiona até os analistas e críticos conservadores da Europa e dos Estados Unidos, que são referências dos coxinhas de classe média brazucas e da casa grande eternamente nostálgica da escravidão ou das empregadas domésticas sem carteiras de trabalho assinadas.

Todavia, os tucanos mais parecidos entre todos os emplumados do PSDB foram à comezaina em um restaurante qualquer de luxo como se estivessem a decidir os destinos do Brasil, com a intenção de melhorar a vida do povo brasileiro. Mas, como, se tucanos e a direita em geral não pensam o Brasil e muito menos se importam com isto? Não. A verdade é que eles, de acordo com as declarações do menino mimado que ficou sem o presente de Natal de 2014, ou seja, a Presidência da República estão a gerar factoides para que a imprensa de mercado os repercuta e dê continuidade ao processo de desconstrução do Governo Trabalhista e da imagem da presidente Dilma e do ex-presidente Lula.  

"Para que pensar o Brasil?" — se indagam os tucanos, que complementam sua falta de discernimento quanto aos interesses e destino da Nação: "Somos párias das cortes europeias e estadunidenses, além de antidemocráticos, porque somos parte de uma elite que não consegue viver no regime democrático. Somos golpistas. Trata-se do nosso DNA". Por isto e por causa disto aconteceu um encontro em que FHC — o Príncipe da Privataria I — e o Aécio Neves, ao invés de discutirem os rumos para desenvolver o Brasil, e, por seu turno, apresentarem propostas ao povo brasileiro, discutem apenas como dar um golpe, com consequências imprevisíveis para a Nação, a América do Sul e o mundo.

O Brasil não é qualquer País. É um País poderoso, de imensa extensão, populoso, com uma economia gigante e um mercado interno que poucos países no mundo tem ou podem ter. Trata-se da sétima maior economia do mundo, a despeito de suas dificuldades econômicas e problemas sociais graves. O Brasil é uma liderança regional, que está a ser influente no mundo, cuja liderança, de forma conjunta, expressa-se no G-20, nos Brics, no Mercosul, na Unasul e em outros fóruns internacionais, a lutar, inclusive, para integrar o Conselho de Segurança da ONU, que, propositalmente, continua a se comportar como se vivenciasse o fim da II Guerra, ou pior, como estivesse no tempo da Guerra Fria.

Nossas elites ainda não saíram desse tempo, e continuam irresponsavelmente a conspirar para dar golpes. Como a casa grande deve estar a sofrer por não poder ser mais vivandeira de quartel. Como deve estar inconformada a burguesia tupiniquim por perceber que os generais não querem mais participar de presepadas, traições e cafajestadas contra o povo brasileiro, porque uma elite de índole escravocrata, mas que se recusa, afirmo novamente, a pensar o Brasil para desenvolvê-lo, como o fizeram as elites da França, da Alemanha, do Japão, dos Estados Unidos, da Inglaterra, além de outros países, a despeito de serem democráticas ou não.

Aécio Neves e seu "guru", Fernando Henrique, são mais parecidos com dois capiaus de província do que propriamente como se fossem cidadãos cosmopolitas, mesmo a terem por toda vida acesso às classes dominantes, até porque são membros delas. É inacreditável que dois dos mais importantes políticos do maior partido de oposição do Brasil se resumirem politicamente a arquitetar golpes contra o povo brasileiro, que, em sua maioria, não compactua com tal atitude e conduta, porque não votou em uma candidata para ser derrubada ao bel-prazer de tucanos inconformados e amargos com a quarta derrota eleitoral para o PT.

A verdade é que se notabiliza cada vez mais que os tucanos vão trilhar por qualquer caminho que, porventura, leve ao golpe. Esqueça ética, Estado de Direito, responsabilidade, Constituição, estabilidade política e institucional. Esqueça. O que importa é o poder pelo poder, mesmo se os tucanos não puderem assumir agora, contanto que o PT seja destituído do poder. Acontece que os escândalos vão chegar aos tucanos, porque, indubitavelmente, os mesmos agentes financiadores de campanhas, as mesmas empresas e os mesmos presos — corruptos e corruptores — agiram e atuaram dos dois lados.

O que se quer, na verdade, é isonomia jurídica e judicial por parte dos juízes do STF, do STJ, do TSE e da Justiça Federal, mesmo a de primeira instância do senhor juiz condestável, Sérgio Moro. O que se quer é isonomia e igualdade de tratamento por parte da PGR e dos ministérios públicos nos estados. O que se quer é isonomia e o fim dos vazamentos dos autos de processos por parte de juízes, procuradores, promotores e delegados federais. Que todos eles se submetam à Lei e parem de fazer política e que guardem suas ideologias e partidarismos para as urnas. Ou se candidatem, ora bolas...

Que os tucanos parem de fazer proselitismos e deixem de ser deletérios quando se trata de apoiar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mesmo sabendo das acusações sobre crimes de autoria do deputado fluminense e do PMDB, que virou um cadáver político e esqueceram de avisá-lo.

A prisão de Delcídio Amaral volta a mobilizar o PSDB quanto a dar um golpe, como se fosse igual a comer pipoca e beber refrigerante. Durma-se com um barulho desses. Aécio e FHC estão cheios de esperanças, juntamente com seus colegas de bancada. Rompem com o Cunha e depois voltam às boas se ele abrir o processo de impeachment. Hipocrisia na veia e irresponsabilidade à toda prova. Como assim, camarada? O PT, independente de qualquer coisa, tem de obrigatoriamente ser favorável à cassação de Eduardo Cunha. Que se dane o resto. Cunha que dê início ao processo de impeachment e vamos ver até que ponto ele chega e como essa miscelânea política e bagunça acabam.

Que Dilma Rousseff e o PT enfrentem a realidade e vamos ver até onde o PSDB, o DEM, o PPS e seus aliados esticam a fita métrica do golpe, sem se preocuparem com o retorno, que são as consequências advindas de tal irresponsabilidade, que já causam imensos prejuízos ao Brasil e, principalmente, a uma empresa do porte da Petrobras, que está à mercê da agenda da imprensa familiar e historicamente golpista e de políticos de direita que lutam para atender aos interesses dos grandes trustes econômicos e de governos internacionais.  

Vamos ver se os tucanos vão impedir de o Governo Dilma aprovar projeto que o permite fechar as contas com déficit. Se não aprovar, o Governo terá suas contas reprovadas e, com efeito, a oposição de caráter predatório vai, mais uma vez, apostar no impeachment. Pedaladas aconteceram em todos os governos, inclusive os do PSDB e de estrangeiros de países desenvolvidos, que os coxinhas consideram maravilhosos. Somente para Dilma Rousseff é proibido, porque os tucanos e a imprensa alienígena querem dar um golpe.

Contudo, mesmo com a crise política superdimensionada pela imprensa de negócios privados, derrubar uma presidente constitucional não é fácil, ainda mais quando se trata de um País poderoso como o Brasil. Os tucanos estão a ser acusados e possuem inúmeros processos na Justiça que ora estão engavetados. Delcídio Amaral, por exemplo, demonstra grande preocupação sobre revelações relativas a negócios com a Alstom, um escândalo emplumado e bicudo de bilhões, lá em São Paulo.

O senador preso, juntamente com o banqueiro André Esteves, homem ligado ao PSDB e padrinho de Aécio Neves, foi diretor da Petrobras no Governo FHC, além de ser muito próximo aos tucanos durante toda sua carreira. São fatos e não apenas conjecturas. Delcídio cansou de votar com o PSDB, além de servir de ponte entre os partidos. Ele sempre foi considerado mais tucano do que muitos tucanos, bem como muito questionado no PT, principalmente por seus grupos de esquerda.

O escândalo na Petrobras é tudo o que a direita queria. Os grupos empresariais e políticos conservadores nunca preservaram a Petrobras. Pelo contrário, desde antes de sua fundação combatem a poderosa estatal, porque sabem que a empresa, assim como o foi a Vale do Rio Doce e a Telebras, é muito importante para o desenvolvimento do Brasil e seu projeto nacional de independência.

A casa grande sabe disso. A imprensa burguesa, o grande empresariado e, principalmente, o PSDB de FHC — o Neoliberal I  — e Aécio Neves sabem disso. Tanto é verdade que entregaram mais de 125 estatais, fatiaram a Petrobras, colocaram suas ações na Bolsa de Nova Iorque, afundaram a maior plataforma do mundo, a P-36, pararam com os investimentos para que a estatal fosse sucateada e vendida, enfim, a sabotaram, como sempre o fez a direita brasileira subalterna e subserviente aos interesses estrangeiros. Agora, neste momento, o trabalho é de desqualificação e desconstrução da empresa pública, pois está em jogo o destino do Pré-Sal. A verdade é que FHC e Aécio conspiram e, como a PF, o MP e a Justiça, consideram o brasileiro idiota. É isso aí.
  


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

CHEIRO

ESPAÇO BICO DE PENA — DAVIS SENA FILHO

A idade estava avançada. 88 anos. Pensava com seus botões: “a vida foi pródiga para comigo, apesar de ter de desatar o nó de muitos problemas”. Lembrava-se de muitas coisas de sua fase madura e de sua juventude; esta, para ele, tão curta quanto à vida das borboletas. Sua memória, no entanto, não conseguia captar sua infância e início da adolescência. Sentia um grande pesar por isso, pois queria, antes de morrer, resgatar sua voz infantil, as vozes de seus pais, irmãos e tios, os ruídos quase inaudíveis do sobrado onde nasceu, o ranger do assoalho, os cantos dos passarinhos no vasto quintal e principalmente os cheiros de sua infância emanados da cozinha, das flores do jardim, dos perfumes de sua mãe e dos braços sempre suados e gordurosos de Antônia, dublê de babá, cozinheira e contadora de histórias.

João Florêncio quando tentava trazer á tona sua memória olfativa, sentia o cheiro da morte, pois, quanto mais o homem procura lembrar seu passado, quanto mais busca as reminiscências de sua tenra idade, mais ele tem consciência que a vida está se esvaindo como areia fluindo na ampulheta. “Ah” – dizia – “os cheiros da minha infância são indefectíveis!”. À tardinha se dirigia à varanda que dava para os fundos do sobrado para melhor pensar no seu passado, e, ao mesmo tempo, julgar a si próprio perante a vida que levou, tendo como base suas relações pessoais.

Mas o que mais incomodava João Florêncio era realmente resgatar os cheiros da infância. O cheiro de café novo, de manga madura, de carne assada. Os cheiros de terra molhada, de maresia, de doces cozinhados em panela de barro sobre o fogão à lenha. Os cheiros de fronhas e de lençóis depois de lavados e engomados. João Florêncio, obviamente, convivia ainda com esses odores, que deixam de ser tão prazerosos na vida adulta. Adulto, ele bem sabia, os sentidos ficam em segundo plano, principalmente o olfato, que, para o equilíbrio biológico do homem, é tão essencial quanto à visão.


 João Florêncio percebia que depois de adulto os objetivos de almejar bens materiais, a dedicação à profissão e os problemas, importantes ou não, a serem resolvidos no dia a dia, faz do homem um animal mutilado quanto à sua própria natureza, retratada na capacidade ou não de utilizar seus sentidos. Para João Florêncio, se o homem usasse mais seus sentidos como os outros animais, talvez a sociedade humana não enfrentasse tantas crises, refletidas na falta de tolerância, que leva rapidamente ao egoísmo, responsável direto por ganância, guerras, doenças e mortes.

O resgate dos cheiros da infância para João Florêncio estava intrinsecamente ligado à própria continuação de sua vida, à sua condição humana. João Florêncio se preocupava, antes de morrer, em saber ao menos quem era ele. Queria e buscava esse conforto de saber se a vida valeu a pena, mesmo se a decepção, no final das contas, for imperativa.

Passavam-se os dias...

O ancião se desprendia, aos poucos, de tudo o que o rodeava. Estava fazendo um balanço de sua vida: amores, empregos, enfermidades, sua finada companheira, filhos, pais, amigos, satisfações e aborrecimentos, tristezas e alegrias. A vida fluía freneticamente em seu coração. Suas veias pulsavam como as de um recém-nascido. Bebia água sofregamente, pois seus lábios secavam e sua garganta ardia, como se ele tivesse ingerido pimenta. Era a vida se oferecendo com força, tal qual a terra quando entra em parto através das lavas e das labaredas dos vulcões.

“Os cheiros...” – pensava.

“As crianças são os únicos seres humanos que, por não estarem corrompidas, dominam plenamente seus sentidos” – acreditava.

“Como estão na fase das descobertas, amam, sem saber, seus sentidos, tirando deles prazer e experiência de vida” – ponderava.

Sabendo disso, João Florêncio começou a mapear em sua memória os lugares os quais freqüentava em sua infância. Estava resoluto em procurar e por fim achar os cheiros perdidos no tempo e no espaço que tanto o apeteceram. Precisava se encontrar com sua própria consciência e não mais sentir o vazio das vidas estéreis e sem sentido. O ancião percebeu que as pessoas vivem representando, até mesmo para se proteger, com a finalidade de conseguir sobreviver. É a fragilidade dos homens – o fracasso humano.
Para poder viver bem consigo mesmo, o velho procurava, no fim de sua vida, redimir-se perante a existência e seus semelhantes, mesmo que estes não saibam de sua procura.

“A consciência é íntima de quem a tem” – conjecturava.

“E os cheiros da minha infância trarão consciência à minha realidade, à minha verve, à minha história” – ressaltava

Para João Florêncio, o vetusto é somente o corpo deteriorado pelo tempo, o que não implica na sabedoria de quem se fez sábio e de quem, através da compreensão, sente compaixão pela pusilanimidade humana.

“Sabedoria é compreensão” – observava.

“Experiência é sentir para entender e reconhecer os outros, os cheiros” – murmurava, com convicção.

João Florêncio não queria chegar ao fim de sua vida sem reencontrar a paz e a pureza dos sentimentos e sentidos de sua infância. Queria morrer em paz. Apesar de ter levado uma vida decente em sociedade, achava que todo homem, de uma forma ou de outra, corrompe-se. Não é necessário matar, roubar ou cometer maledicências para não se corromper. A maioria dos homens se corrompe, até mesmo pela força da sobrevivência. E todos, bem intencionados ou não, já experimentaram, pelo menos uma vez, este amargo gostinho.

Levantou-se de sua poltrona, dirigiu-se ao quintal, perambulou por toda a extensão do vasto terreno pontilhado por plantas. Abriu a braguilha e ficou olhando sem muita convicção, quase desconcentrado, para a espuma que se formava no chão, por causa da urina. Urinou no pé de um limoeiro e sentiu o forte cheiro que exalava dos frutos e das folhas da árvore. Começou a rir baixinho e, paulatinamente, o riso foi aumentando de tom, até que João Florêncio, emocionado, chegou às lágrimas. O velho enxergou sua infância e cheirou sua vida.

PALAVRA LIVRE

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Globo mente, porque a mentira é seu DNA

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

ANDRÉ ESTEVES, SEGUNDO O GLOBO, É AMIGO DO PT E NÃO DO PSDB DE AÉCIO NEVES.
Não é à toa que o jornal dos Marinho foi empastelado pelo povo carioca, em 1954, logo após o estadista gaúcho e presidente trabalhista, Getúlio Dornelles Vargas, ter se matado, e, com efeito, adiado o golpe de estado da direita brasileira, dentre ela a famiglia Marinho, que até nos tempos atuais continua em sua luta insana, desleal e violenta contra a independência do Brasil e a emancipação social e econômica do povo brasileiro.

As Organizações(?) Globo são assim: até seus aliados quando são presos passam a ser tratados como "amigos" ou "cúmplices" ou "apoiadores" de seus adversários e inimigos. Surreal! Patético! Mas não tem jeito... E por quê? Porque a família Marinho é empresária, e, como tal, defende apenas seus interesses econômicos, sendo que, por ser muito poderosa, tornou-se há muito tempo a principal porta-voz da plutocracia nacional e internacional neste País.

De índole golpista e sem limites éticos para concretizar seus interesses, que jamais coadunam com os interesses e as necessidades do povo brasileiro, a famiglia Marinho, liderada por três irmãos bilionários, continua a fazer perversidades, a construir armadilhas e a moer reputações de partidos, empresas e cidadãos. Não importa se depois nada fique comprovado, como ocorreu incontáveis vezes, até porque tal famiglia midiática é também, como os tucanos, inimputável.

A verdade o que importa aos plutocratas e proprietários de um dos maiores e mais poderosos oligopólios do mundo se resume a implementar suas agendas e pautas doa a quem doer, porque para esta famiglia, que inferniza a vida brasileira desde 1925, ou seja, há quase cem anos e a despeito de quaisquer questões, é realizar seus meganegócios e defender os interesses das oligarquias e aristocracias internacionais, que controlam o dinheiro e a máquina de guerra, que serve como polícia do mundo e dos interesses da plutocracia.

Não há movimento político brasileiro de apelo e essência popular que não foi combatido pela famiglia Marinho em quase um século. Desde 1930. Ponto. Agora, os irmãos se mobilizam para descartar o banqueiro de seus quadrados, bem como de seus aliados, a exemplo de Aécio Neves. De repente, não mais do que de repente, o banqueiro, André Esteves, dono do BTG Pactual e preso na Operação Lava Jato virou "amigo" do Partido dos Trabalhadores.

É isto mesmo, minha gente! O banqueiro financiador de campanhas tucanas, amigo e padrinho de casamento do senador tucano, Aécio Neves, além de ter sido feroz opositor ao PT, ao Lula e à Dilma na campanha presidencial de 2014, conforme comprovam inúmeras matérias da imprensa de negócios privados deste País, hoje está no limbo, a beber o cálice de fel ofertado pelos Marinho, com notícias e manchetes no jornal fundado por Irineu Marinho, pai do Roberto e avô dos irmãos plutocratas.

Coisas de O Globo, o jornal destruído (empastelado) pelo povo em 1954 por considerá-lo golpista, insidioso e mentiroso, além de ser um dos culpados pela morte do grande estadista Getúlio Vargas, o político que honrou o trabalhador brasileiro e civilizou o empresariado selvagem deste País, de índole escravocrata, por meio da criação do Ministério do Trabalho, das leis trabalhistas — CLT, do salário mínimo, além das férias, do repouso remunerado e do 13º salário, conquistas estas que se transformaram nas principais razões, até os dias de hoje, do ódio brutal da casa grande contra os governantes trabalhistas do Brasil e de qualquer país do mundo, principalmente da América Latina.

Contudo, voltemos ao assunto. O Globo, na maior desfaçatez e cara de pau possíveis, quer desvincular o garoto "prodígio" do mercado, o banqueiro aliado do PSDB, André Esteves, de Aécio Neves, porque não é de bom alvitre o playboy mineiro ser visto como amigo de uma pessoa presa e acusada de se beneficiar com a corrupção na Petrobras. O tucano das Minas Gerais e morador do Rio de Janeiro, que há 13 meses, por ser um péssimo perdedor, demonstra ódio, intolerância e inconformismo com a derrota para a petista Dilma Rousseff.

O mesmo ódio niilista, ao tempo que vingativo das burguesias, que não abrem mão de fazer do Estado uma ferramenta para servi-las e manter intactos seus benefícios e privilégios por tempo indeterminado. O Estado ideal para a burguesia é o Estado patrimonialista, bem como dotado de forças de repressão para defender seus interesses perante os trabalhadores por intermédio da força bruta e de demissões. A mesma burguesia do golpe do impeachment contra a presidenta eleita pela vontade das urnas e pela maioria do povo.

O Globo é arrivista, inclusive com seus aliados, sejam eles antigos ou novos por causa de interesses comuns e circunstanciais. É exatamente o caso de André Esteves, que acabou de levar um chute bem forte na bunda por parte da famiglia Marinho. Agora e sempre foi assim: O Globo mente descaradamente sem se importar com a mentira, a credibilidade e a verdade. O diário não precisa dessas coisinhas "irrelevantes", porque a maioria de seus leitores é igual.

Como afirmou certa vez Malcolm X: "A imprensa é tão poderosa no seu papel de construção de imagem, que pode fazer um criminoso parecer que ele é a vítima e fazer a vítima parecer que ela é o criminoso. Esta é a imprensa, uma imprensa irresponsável. Se você não for cuidadoso, os jornais terão você odiando as pessoas que estão sendo oprimidas e amando as pessoas que estão fazendo a opressão".

E completo com as palavras de Millôr Fernandes: "A imprensa brasileira sempre foi canalha. Uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é a nossa imprensa. Nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu covarde!"

Exatamente isto que O Globo e suas Organizações(?) fazem. Há muitos anos eu combato e critico a imprensa meramente de mercado, de péssima qualidade editorial e completamente divorciada dos interesses do País. A conheci profundamente no Correio Braziliense, no Jornal de Brasília e no TJ Brasil do SBT, comandado por Boris Casoy, no fim dos anos 1980 até meados dos anos 1990. Uma sujeira só. Putrefação pura em forma de jornalismo.

Manipulações, distorções e mentiras diretamente aplicadas nas veias dos leitores, principalmente aqueles incautos, geralmente pessoas de classe média, incrivelmente de origem universitária, que se deixam envenenar pelo sibilar da serpente até se tornarem drones bípedes, ideologicamente e politicamente radicalizados à direita, prestes a explodirem como se fossem bombas, como acontece nas redes sociais e nos lugares públicos, como restaurantes e até mesmo hospitais.

Coxinhas pit bulls que acampam armados em frente ao Congresso Nacional em defesa de golpe de estado contra uma mandatária eleita legalmente e constitucionalmente. Coxinhas que se aproveitam da democracia e da liberdade de expressão para pregarem, de forma surreal e irresponsável, a volta da ditadura, que tanto prejudicou e entristeceu a sociedade brasileira, que tem vocação democrática.

Trata-se dos coxinhas e da casa grande com a cara e a alma da imprensa golpista e que inferniza, literalmente, o Brasil porque é antidemocrática e casuística, além de ter uma enorme dificuldade para tolerar o contraditório, o contraponto e tudo o que é antagônico às suas causas e crenças elitistas e sectárias. É assim que atua e age O Globo e todos seus congêneres com outros nomes e nomenclaturas, que tem como paradigma o jornalismo de engodo repercutido pelos empregados dos irmãos Marinho.

Agora é a vez de o banqueiro André Esteves ser, ridiculamente, "acusado" de ser amigo do PT, quando, na verdade, ele é inimigo, pois aliado do PSDB, como demonstrou, sem sombra de dúvida, por intermédio de suas ações, de seus atos e de seus pronunciamentos, a participar e financiar reuniões, almoços, jantares e viagens ao candidato a presidente pelo PSDB, o tucano Aécio Neves. Notícias, fotos e filmagens estão aí para comprovar o envolvimento do banqueiro abandonado às traças pelo O Globo. Basta o cidadão ir à internet e verificar. Só isto. Simples assim...

André Esteves contratou Persio Arida, economista tucano famoso e um dos ícones das privatizações piratas efetivadas pelo governo do tucano Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — para presidir o Banco BTG Pactual. Esteves ainda controla parte do Banco Panamericano, que era de Silvio Santos e quebrou, em 2010. O apresentador de televisão afirmou, na época, à Justiça: "Diziam {diretoria} que o banco era uma maravilha!" Quanta ingenuidade. Todavia, o dono do SBT e do Baú da Felicidade, que se saiba, também nunca foi amigo do PT.

Persio Arida, o economista privatista é tucano. Ele não é petista. Além disso, o preso André Esteves realizou seminário em Nova York quando "descascou" o PT, o Governo e sua candidata, Dilma Rousseff. Aécio Neves foi ao seminário, além de ser "premiado" pelo banqueiro com o pagamento de sua lula de mel em um dos hotéis mais caros do mundo — o Waldorf Astoria. Ninguém faz isto de graça, e muito menos para um desconhecido, o que não é o caso de Aécio em relação ao Esteves.

Pois é, cara pálida, e O Globo diz que o banqueiro preso é amigo do PT. A verdade é a seguinte: O Globo mente, porque a mentira é seu DNA. É isso aí.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Prisão de Delcídio é abertura para prender políticos do PSDB até agora inimputáveis

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Considero realista a prisão do tucano que militava no PT, Delcídio Amaral, o senador petista com a alma privatista e entreguista do PSDB, que jamais defendeu os governos Lula e Dilma, além de apoiar, inacreditavelmente, as privatizações de rapinagem que aconteceram no Brasil do neoliberal FHC, bem como defende que o Pré-Sal seja entregue à iniciativa privada (privada nos dois sentidos, tá?!).

A prisão do senador do PT de alma tucana é a abertura para se prender políticos do PSDB até agora inimputáveis. Também o é um bom sinal de que nem todos os brasileiros são idiotas, no sentido de acreditarem que a corrupção no Brasil começou com o PT, quando todo mundo sabe, até os recém-nascidos, os mortos, os ingênuos e os que foram abduzidos por extraterrestres, que foi exatamente nos governos petistas que políticos, grandes empresários e funcionários públicos em cargos de poder e mando começaram a ser presos.

Tais realidades nunca aconteceram antes no Brasil. E todo mundo sabe disso, inclusive os "espertos" e os "inteligentes" da oposição demotucana, da imprensa de mercado dos magnatas bilionários e dos inúmeros segmentos conservadores que ora estão encastelados na Justiça, na Polícia Federal, no Ministério Público e no mundo empresarial, notadamente os reacionários da Fiesp e da Firjan, além de suas congêneres em praticamente em todos os estados da Federação.

Entretanto, o que importa é que o senador tucano e que, como um vírus, se hospedava no PT, pode ser muito útil para a consciência coletiva da cidadania brasileira, que está cansada de ser tratada como idiota por certos juízes, delegados e procuradores que acham que todo mundo é burro e não percebe que os governos do PSDB e do DEM, tanto em âmbito federal, na Era FHC, quanto nas esferas estaduais e municipais estão envolvidos em dezenas de escândalos tão graves como os que hoje estão a ocupar as manchetes seletivas das mídias familiares direitistas e de tradições historicamente golpistas.

Vamos ver se a Justiça brasileira vai deixar de ser absurdamente seletiva e fazer a PF bater nas portas, por intermédio do STF, em gabinetes de demotucanos de alta plumagem, que concorreram, inclusive, à Presidência da República, sendo que quase todos, sem exceção, ocuparam ou ocupam cargos executivos, de governadores, de secretários, de prefeitos e de ministros. Evidentemente que  tais políticos receberam dinheiro da iniciativa privada para financiar suas eleições, inclusive de megaempresários que agora estão presos, principalmente os donos de construtoras.

A verdade é que  o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, considerou que Delcídio Amaral tem atuado de forma "concreta e intensa" para evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, conforme também considera a Procuradoria Geral da República, de Rodrigo Janot, que certamente, um dia, terá  também de voltar seus olhos para os crimes de corrupção perpetrados pelos tucanos, mas que nunca chegam às barras dos tribunais.

A sensação é de impunidade e de descrédito na Justiça. Pode acreditar. Quando me reporto ao porteiro, ao motorista de táxi, ao balconista de bar, ao garçom, à faxineira, à maioria dos taxistas, além de muitos outros profissionais, sendo que a maioria deles não teve a oportunidade de frequentar os bancos de uma universidade, todos, com algumas exceções, estranham a conduta da Justiça e de certos juízes, delegados e promotores.

E explico por quê. Porque as pessoas não são idiotas, apesar de a classe média coxinha e conservadora, a imprensa de negócios privados, além da oposição partidária tratarem, equivocadamente, o povo brasileiro desta forma tão desrespeitosa e desdenhosa. Engana-se aquele que considera o povo idiota. Quem sofre, no decorrer da existência, as intempéries da vida sabe onde o calo dói, além de compreender, completamente, aqueles que estão ao seu lado e atendem seus interesses de melhorar de vida.

Quase todas as pessoas, principalmente as que, de uma maneira ou outra suas vidas melhoraram por causa dos programas e projetos dos governos Lula e Dilma, sabem que os tucanos e seus principais aliados, como o DEM e o PPS, não são presos no Brasil. É como se eles fossem inimputáveis e vivessem à margem da Lei, da Constituição, apesar dos inúmeros escândalos, muitos deles bilionários, mas que são vergonhosamente engavetados por servidores públicos, que se vestem de preto e usam togas, capas e servem a inúmeros chapéus, quando o único chapéu a ser servido é o chapéu do contribuinte — do povo brasileiro.

Chapéus de todas as formas e tamanhos, por sinal, sendo que a maioria da oposição e do empresariado inquilino da plutocracia, principalmente os coronéis midiáticos e sonegadores de impostos, que pautam a vida brasileira e, com efeito, impõem suas agendas políticas e econômicas, que, obviamente, não atendem aos interesses do Brasil e de seu povo. Cartéis e oligopólios de mídias mercantilistas que abafam, inescrupulosamente, os crimes de corrupção e de tráfico de influência dos políticos do PSDB e do DEM. Aliás, como sempre aconteceu e acontecerá.

A verdade é que o senador petista de alma tucana, Delcídio Amaral, transformou-se na abertura para que políticos de poder e mando, que tem influência e governam este País, em âmbitos federais, estaduais e municipais, sejam presos, mesmo a exercer mandatos. Espera-se que os juízes, independente de suas instâncias, não sejam seletivos e partidários. Que esqueçam suas ideologias, partidarismos e seus desejos individuais. Que se atenham aos autos dos processos, em silêncio, como se fossem monges a observar, pensar, ler, avaliar, comparar e ponderar para que a justiça seja feita em nome do povo, que paga-lhe seus salários, status, poder e carreira.


Se o senador Delcídio Amaral deve, que responda aos tribunais. O Brasil está agora à espera dos tucanos, que até agora, inacreditavelmente, são considerados inimputáveis. Que não fique pedra sobre pedra. A casa grande, seus aliados e porta-vozes estão totalmente equivocados. O povo brasileiro não é idiota. Idiota é aquele que pensa que o povo não vê e observa. Como não pensar que a Justiça não é seletiva se o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, depois de tudo o que fez ainda está solto? As palavras "inimputável" e "seletivo(a)" tem de ser extintas do dicionário. É isso aí. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Lula no garrote vil, Brasil independente e política externa

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Luiz Inácio Lula da Silva representa as urgências da sociedade, a se contrapor à restauração do poder político conservador, ferramenta de supremacia dos interesses econômicos de uma minoria que controla os meios de produção, as terras, os meios de comunicação privados e o poder financeiro, por intermédio da banca nacional e internacional.

Interessa à direita brasileira, subordinada à plutocracia mundial, estancar o ciclo desenvolvimentista no Brasil e também na América do Sul, que se deu início no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, quando políticos progressistas começaram a conquistar a Presidência da República em vários países das Américas Central e do Sul.

Os quinze anos de avanços sociais e estruturais em países como o Brasil, Uruguai, Argentina, Venezuela, Chile, Bolívia, Paraguai, Equador, Nicarágua, Honduras, El Salvador e Guatemala, com interregnos conservadores em alguns países, mobilizou o establishment dessas regiões de tal forma, que defender os interesses do mercado e reefetivar a agenda neoliberal se tornou uma obsessão por parte de grupos direitistas mais radicais.

Setores influentes que não estão dispostos a negociar com a sociedade, ou seja, com a maioria das populações desses países, no que diz respeito a permitir que se continue a distribuir riqueza e renda, mesmo de forma moderada, como tem acontecido, bem como se contrapõem ao estado como principal agente indutor do desenvolvimento, como sempre fizeram no decorrer da história, inclusive a promover golpes de estado contra presidentes socialistas, trabalhistas e desenvolvimentistas.

Trata-se de segmentos ligados umbilicalmente à plutocracia internacional fomentadora de invasões, guerras e golpes, em suas diferentes formas. As casas grandes detentoras do dinheiro e, consequentemente, do poder político controlador do Estado e dispostas a não aceitar o jogo democrático, como, por exemplo, o que ocorreu no Paraguai, um golpe "suave" contra o presidente constitucional, Fernando Lugo, ao contrário do que se sucedeu em Honduras, quando o presidente Manuel Zelaya foi brutalmente destituído do poder por meio de um golpe militar, em pleno século XXI e após a redemocratização da América Latina.

A imprensa hegemônica e porta-voz das oligarquias apoiou a quartelada à moda latino-americana, assim como os políticos de direita de toda a região se acumpliciaram com o crime praticado pelos militares e empresários, que sempre se beneficiam financeiramente com a quebra da ordem institucional e constitucional. Evidencia-se dessa forma draconiana o poder estatal burguês, atrelado aos interesses das elites dominantes, que sempre controlaram os estados nacionais.

O estado que sempre serviu ao patrimonialismo da casa grande e aos interesses da plutocracia internacional, a verdadeira patroa dos multimilionários da América Latina. O Estado que possui em seus quadros os juízes, os promotores e procuradores e os policiais, que farão o trabalho de conspirar e atacar os políticos que não foram cooptados pelo status quo, ao tempo que efetivam programas e projetos de apelos populares, pois são ações de inclusão social, que promovem a igualdade de oportunidades.

Evidentemente quando se inclui e se dá oportunidades aos mais pobres, aos que são hereditariamente e historicamente excluídos, aos que podem menos, porque não tem acesso à boa escolaridade, além de não ter influência política e econômica, os avanços sociais são visíveis. Dentre o conjunto de principais avanços constam a instrução, o conhecimento e o saber.

Quando uma sociedade, por intermédio de seus governos e governantes, permite, e mais do que isto, exige que a população se instrumentalize para se tornar emancipada, tal sociedade se torna livre, porque ser livre é ter consciência do que é justo e injusto, legal e ilegal, democrático e antidemocrático e verdadeiro ou falso. 

A conscientização e a emancipação dos povos são conquistas que a plutocracia não quer, ao tempo que sempre irá combatê-los, inclusive com suas máquinas de guerras, como ocorre, agora, na Síria e em todo o Oriente Médio, Norte da África e no leste europeu, com destaque para a Ucrânia, que hoje está nas mãos de políticos golpistas, de ideologia nazista e apoiados pelos Estados Unidos.

E é exatamente o que acontece, em termos políticos, partidários e eleitorais com o ex-presidente e político trabalhista, Luiz Inácio Lula da Silva, que está a ser colocado à força, em um garrote vil, pela máquina judiciária estatal e pela mídia dos magnatas bilionários de imprensa, moedora de reputações alheias, cuja intenção é sufocá-lo até matá-lo politicamente, por meio da desqualificação e desconstrução de sua imagem como cidadão e político.

Trata-se da imolação e do linchamento público de um político notável, de esquerda e carismático, que saiu das raízes do povo brasileiro para assumir por oito anos o maior poder da República, bem como elegeu também por mais oito anos sua sucessora, Dilma Rousseff, a primeira mulher presidente do Brasil, além de ter vindo das fileiras da esquerda revolucionária, que optou por combater a ditadura militar pela força das armas.

Essas realidades juntas, além de Lula ser um competente formulador político, estrategicamente quase perfeito, assim como dono de um discurso simples ao tempo que complexo, porque compreensível para o povo, por ser direto e baseado em figuras de linguagem, que levam o povo a pensar, a conjecturar, a ponderar e a fazer comparações sobre o que sua vida é no presente, como foi no passado e o que pode ser no futuro.

Ademais, o discurso de Lula, um dos melhores e maiores oradores produzidos pelo Brasil em todos os tempos, faz os inquilinos da casa grande perceberem que a retomada da agenda neoliberal terá de enfrentar uma barreira poderosa se o estadista trabalhista for eleito, em 2018, presidente da República pela terceira vez.

É tudo que o sistema de capitais, que vive de renda, aplicações e jogatinas em bolsas de valores e bancos não deseja, bem com tudo fará para criminalizar o presidente mais popular da história do Brasil, juntamente com Getúlio Vargas, o civilizador das hordas empresariais e comerciais selvagens deste País, que escravizaram seres humanos por 400 anos.

O propósito é impor novamente o neoliberalismo, que de maneira incipiente teve o caçador de marajás e hoje senador, Fernando Collor, como seu patrono, mas que tomou força e se tornou amplo no governo de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, aquele que desmantelou o Estado nacional e entregou o Brasil e seu povo às aves de rapinas da América do Norte e da Europa.

Estados belicosos que financiam grupos terroristas como o Estado Islâmico, criaturas que depois se voltam contra os países colonialistas, seus criadores, que insistem em resolver suas demandas geoestratégicas e econômicas a invadir, bombardear e matar populações inteiras, em massa, ainda mais quando se trata de países e nações historicamente não alinhadas com as potências do ocidente, a exemplo da Síria, da Líbia e do Iraque.

Aliás, todas essas guerras e tragédias tem origens no Iraque, que está a ser roubado pelos trustes dos Estados Unidos, Inglaterra e França, além de outros países menos importantes, que estão a tremer por temer virar alvos de terroristas, que se explodem, em uma fúria desumana, pois fanática, que chega às raias do satânico.

Contudo, a realidade é esta; e o maior culpado desse banho de sangue e violência são, sem sombra de dúvida, os Estados Unidos — o cowboy da diplomacia do porrete. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Quem planta vento colhe tempestade. Você colherá o que plantar. É a lei do retorno. A lei infalível. A Lei de Deus.

O mesmo Deus cujo nome é usado em vão por homens e mulheres que se tornam insofismavelmente diabólicos por defenderem causas políticas e religiosas, bem como por mandatários ocidentais de estados imperiais e colonialistas, que insistem em matar e roubar àqueles que discordam de seus valores e interesses, ou seja, não leem por suas cartilhas. Ponto.

Lula está a atravessar uma ponte que está a balançar, porque terá de enfrentar, sem estar no poder, os diferentes grupos que hoje lhe combatem, sem trégua e sem lhe dar água. Sua luta não se resume a apenas mobilizar as forças populares organizadas na sociedade civil, que sempre apoiaram-lhe e deram-lhe sustentação política e garantiram-lhe votos, inclusive em setores importantes e emblemáticos da classe média, que hoje, em sua maioria, faz-lhe oposição feroz, intolerante e até mesmo sem discernimento das realidades.

A verdade é que o político do PT está em uma encruzilhada e necessita reverter esse quadro de desconstrução que tem por finalidade destruí-lo como ser moral e político. Para isto, a mobilização tem de ser grande, consistente e sistemática. Do contrário, os conservadores voltarão a conquistar o poder e impor, mais uma vez, suas agendas e seus projetos neoliberais, que no passado levou a América Latina e o Brasil à bancarrota, mas que privilegiou os ricos, os bilionários, os países desenvolvidos e os trustes internacionais e nacionais.

Esses grupos de dominação e rapinagem estão desesperados. A ascensão ao poder de mandatários progressistas na América Latina  diminuiu as remessas de lucros para o exterior, dívidas externas foram saldadas e, com efeito, a qualidade de vida dos povos ricos caiu, como comprovam as crises que abateram suas economias, a partir de 2008.

Impedir que um político de esquerda, trabalhista e compromissado com as camadas populares de uma Nação poderosa como o Brasil é uma questão imperiosa para a direita plutocrata e de alma sectária como a brasileira, que, subalterna e submissa, trabalha para as estrangeiras, a fim de receber migalhas em forma de favores nunca explicitados por seus jornais, rádios e televisões. Jamais expostos ao público sobre seus reais interesses e desejos.

Levar Lula ao garrote vil da política é a mesma coisa que impedir o Brasil de avançar, principalmente no que concerne à independência do País em todos os setores e segmentos, inclusive o militar. Destruir o Lula é subordinar o Brasil aos ditames neocolonialistas. E por quê? Porque não emancipar a Nação representa manter privilégios e benefícios de uma casta que deixou há muito tempo de ser brasileira, porque se estrangeirou e se colonizou de tal forma que hoje demonstra, inquestionavelmente, que odeia o Brasil e seu povo.

Colonizar-se para submeter-se requer distanciamento emocional do Brasil e da brasilidade. Requer ainda se afastar para não compreender as necessidades, os desejos e os sonhos dos brasileiros — do povo. Colonizar-se e se tornar escravo da vontade de outros países ou de uma casta rica é permitir, e mais do que isto, apoiar o atraso e o retrocesso, na forma de eliminar da vida da Nação brasileira a legislação trabalhista, não regulamentar a Constituição, bem como emendá-la para atender anseios antinacionais e antipopulares.

Deixar ser dominado é acabar com a valorização do salário mínimo, vender a Petrobras ou entregar o Pré-sal, assim como prejudicar a aposentadoria dos trabalhadores para que as classes dominantes e os credores possam receber dinheiro sem se preocupar se vai recebê-lo. Ser dominado é extinguir o Bolsa Família, o maior e mais competente programa de inclusão social do mundo, além de dar fim a projetos de igualdade de oportunidades, como o Ciência sem Fronteiras, o Fies, o ProUni, o Enem, o Pronatec e o Sisu, todos ligados è educação e ao ensino, que permitem que milhares de pessoas pobres e negras se integrassem à sociedade, porque só a educação integra e liberta.

Além disso, tem ainda as questões relativas à diplomacia internacional, que levou o Brasil a outros patamares e o tirou da condição de país de segunda linha em termos mundiais. A direita por não pensar o Brasil, o quer na posição de vagão e não de locomotiva. Sendo assim, a casa grande continua com sua vidinha de privilégios e sectarismo, a fazer do Brasil um clube para atendê-la e deleitá-la. É isto mesmo. Não se engane. E Lula é a continuidade da diplomacia independente e não alinhada, bem como voltada a cooperar com os países de outros continentes e regiões.

Não se pode esquecer que foi nos governos petistas e trabalhistas que os pobres e a classe média passaram a ser consumidores de forma plena. Por sua vez, as obras de urbanização e de infraestrutura que aconteceram e acontecem aos milhares em todos o Brasil geraram mais de 20 milhões de empregos, porque fez a roda da economia girar. O Brasil ainda se tornou anfitrião de mais de dez megaeventos internacionais e, por seu turno, referência turística e geográfica no mundo.

O envolvimento do Brasil em grupos econômicos e políticos, além do fortalecimento dos já existentes, faz do poderoso País da América Latina, dono de um mercado interno gigantesco, alvo do establishment mundial, que deseja impor seus interesses por meio de seus blocos econômicos, como a Alca e a UE.

A criação do Brics e de seu bilionário banco, a efetivação do G-20, que hoje é mais importante do que o G-7 ou G-8, o fortalecimento do Mercosul, da Unasul e as relações Sul-Sul, em termos hemisféricos, entre o Brasil e os países africanos e asiáticos deram uma percepção positiva e de respeito por parte da comunidade internacional, no que se refere à potência sul-americana de língua portuguesa.

O "País tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza", conforme a música de Jorge Benjor, transformou-se na sétima maior economia do mundo, mas que continua a ser visto pela sua colonizada, provinciana e subalterna classe dominante como um País menor. Lula nunca pensou assim, e mostrou como se faz um País crescer, porém, sem esquecer de que o sol nasce para todos e não apenas para alguns apaniguados da sorte e beneficiados na vida, que pensam que governar é para a minoria se divertir, deleitar e refestelar.

Por tudo isto que foi dito é que Lula está agora no garrote vil. E a bronca é grande e violenta. Essa gente pequena está a se esmerar em suas perversidades, maledicências e golpes. Vão se conduzir como bárbaros fora do poder até o fim, que são as eleições de 2018. O sistema de capitais e a oposição partidária querem destruir o presidente mais popular da história do Brasil e o mais respeitado e conhecido no exterior. Apesar dessa realidade, a casa grande quer tratar o Lula como seu empregado e matá-lo por intermédio do garrote vil. É isso aí.   


terça-feira, 17 de novembro de 2015

PF do Moro investiga latifúndio do Lula — O fascismo se veste de preto

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


O juiz de primeira instância, Sérgio Moro, um dos líderes da "República (Conservadora) do Paraná", também conhecido como o servidor que "Faz Diferença" para as Organizações(?) Globo, quer porque quer que o ex-presidente Lula seja preso o mais rápido possível, quiçá na véspera ou no dia do Natal, como forma de se auto-presentear, bem como fazer com que a prisão do político brasileiro mais importante da história do Brasil, juntamente com o presidente Getúlio Vargas, seja um acontecimento retumbante e grandiloquente, de forma que o grupo político de Moro e a direita brasileira de índole e alma escravocrata experimente a sensação de uma catarse coletiva só comparáveis às emoções de uma tragédia grega.

Porém, Moro, com suas roupas pretas e olhar fixo, como se fosse uma ave de rapina a caçar ou um felino à espera de dar o bote contra sua presa, não desiste e se volta contra o ex-presidente Lula, que é o alvo da direita brasileira, da qual o juiz do Paraná se tornou um de seus principais representantes, a se tornar, por intermédio das manchetes das mídias dos magnatas bilionários sonegadores de impostos, uma "estrela" ascendente, que talvez, quem sabe, um dia se torne candidato e, certamente, que será por um partido conservador, como bem exemplifica o pensamento ideológico e a mentalidade politicamente tacanha de tal juiz.

Sérgio Moro é um despropósito judiciário, como o fora o juiz do STF, Joaquim Barbosa, que também perseguiu apenas o PT, a esquecer o PSDB, exatamente como o faz o Moro. O PSDB de incontáveis escândalos, que governou o País por oito anos e vendeu 125 empresas públicas. O PSDB do Trensalão, do Metrozão, da Lista de Furnas, do Banestado, da Pasta Rosa, da compra dos votos de parlamentares para a reeleição de FHC, do Mensalão Tucano, que é anterior ao do PT, que juridicamente não foi comprovado até hoje, mas mesmo assim foram presas importantes lideranças petistas.

Além disso, não se deve jamais esquecer que os escândalos Zelotes e HSBC vem aí, bem como parte empresarial do PIB nacional, além de personalidades famosas e coronéis midiáticos estão seriamente envolvidos. Porém, são realidades irrelevantes, não é juiz Moro? Só não é irrelevante sua seletividade antidemocrática e antirrepublicana, o que, sem sombra de dúvida, justificaria por parte do CNJ a efetivação de uma séria investigação sobre a conduta desse magistrado, que deveria retirar urgentemente a venda da Justiça para que ela possa enxergar com maior precisão as realidades que se apresentam.

O PSDB dos aeroportos construídos em terras de parentes e amigos de Aécio Neves, do não cumprimento do orçamento em Minas Gerais, da seca em São Paulo e da sabotagem à Sabesp, dos doleiros, com destaque para Alberto Youssef, velho conhecido dos tucanos, como o era também o hoje presidiário, o publicitário Marcos Valério, que é cria do PSDB, dentre tantos outros escândalos e envolvimentos com malfeitos, que, para Sérgio Moro e os delegados aecistas, são irrelevantes. 

E todo mundo é idiota ou burro, porque talvez, creio eu, o Moro e os delegados que xingaram em seus facebooks, em plena atividade profissional, os presidentes Lula e Dilma, no decorrer das eleições de 2014, pensem que todos os brasileiros são idiotizados e, com efeito, não percebem que juízes, delegados e promotores tem lado, fato este que, indubitavelmente, não é verídico — não condiz com a verdade, porque a sociedade compreende muito bem que os políticos do PSDB, no Brasil, tornaram-se inimputáveis. É visível e real a aliança entre certos setores do sistema judiciário com os tucanos.

Moro não tem interesse por nada, porque para ele nada mais importa do que sua questão política, que é a de caçar (com cedilha mesmo) o presidente Lula, já que suas más ações, que coadunavam com as do PSDB para que Dilma Rousseff sofresse impeachment, caíram por terra. O impeachment, ou seja, o golpe criminoso, que andava a galope neste poderoso e importante País ao tempo que detestado pela burguesia e pelos coxinhas de classe média, realmente não vai ser possível. O golpe foi praticamente derrotado.

Contudo, a direita não desiste. Ela é incansável em busca pelo poder. E uma das engrenagens da máquina de moer reputações e vidas da direita está hospedada, como se fosse um vírus a adoecer o jovem corpo da democracia brasileira, a infectá-lo por intermédio de pessoas que atuam e agem politicamente e ideologicamente no Judiciário, no MP, na PF e no Congresso, a ter a imprensa de mercado como caixa de ressonância desse aparato político da oposição conservadora deste País.

Trata-se da Vara do doutor Moro, que não tem nenhuma disposição em ser republicana, no sentido de investigar e, se puder, indignar-se com os malfeitos, as corrupções e os crimes cometidos pelas administrações tucanas, inclusive nas unidades da Federação, como os estados de São Paulo e do Paraná, onde trabalha e mora o juiz midiático e que se comporta como funcionário padrão das Organizações(?) Globo, que já não mais se lembra, por causa de suas conveniências, do nome do juiz Joaquim Barbosa — o Sérgio Moro de ontem. Barbosa quando se olha no espelho deve balbuciar: "Moro, você é o Joaquim de amanhã..."

No Brasil, viceja um Justiça seletiva, de conveniências político-partidárias. Moro e "seus" delegados aecistas, que mandam mais do que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, agora estão imbuídos em perseguir o ex-presidente Lula, porque, para eles, quem rouba é o líder trabalhista e o Lulinha, seu filho, a despeito de não haver, nem de longe, quaisquer provas e evidências. Lula e Luís Fábio estão a processar a Época, o Globo e quem mais tiver de processar, porque a leviandade, a perversidade e a falta de comprometimento com a verdade dos fatos e dos acontecimentos são de uma grandeza inenarrável, por parte dessa imprensa familiar seletiva e irresponsável, porque efetiva ações dignas de gangsters.

Depois de maldosamente e levianamente tornarem uma simples compra de apartamento por parte da esposa de Lula, dona Mariza, em um assunto escandaloso; depois de considerarem as palestras de Lula como ações ilegais; depois de tratarem o Lulinha como aproveitador da posição importante do pai para beneficiar a si e a seus sócios; depois de fazerem ilações calhordas e covardes de que Lula teria feito lobby por meio de medidas provisórias para que o setor automobilístico fosse beneficiado e o beneficiasse, a atingir, inclusive, seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho; depois de absurdamente culparem Lula, no passado, até pela queda do avião da TAM, nada mais falta: Lula é culpado!

O líder petista tem culpa no cartório por não ter fracassado como presidente, como desejavam a casa grande escravocrata e certa classe média coxinha rancorosa e inconformada com a ascensão social dos pobres. Lula é o culpado por ter sido republicano e defendido os interesses brasileiros no exterior, além de ter pago a dívida externa. Lula é realmente culpado de tudo porque não faliu o Brasil, como ocorreu com o (des)governo entreguista, elitista e sectário do tucano Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I.

FHC é aquele sociólogo que não entende nada de Brasil e de povo, além de ter sido um mandatário do PSDB, portador de um gigantesco complexo de vira-lata, que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque, incompetente e vendilhão da Pátria, quebrou o Brasil três vezes, bem como nomeou um ministro de Relações Exteriores, Celso Lafer, que se notabilizou, sem sentir um pingo de vergonha, ao tirar os sapatos em aeroporto dos Estados Unidos, a retratar, crivelmente, o quanto a nossa burguesia (casa grande) é de segunda categoria, subalterna e subserviente, porque até hoje vive no Brasil Colônia. Ponto. Ou quer mais?

Nada importa, portanto, ao condestável e trepidante, juiz Sérgio Moro, mais um dos heróis artificiais dos coronéis midiáticos e de seus empregados sabujos, que choram copiosamente pela França, mas não soltam uma lágrima pelos povos sírios, palestinos e iraquianos, bem como não se comovem verdadeiramente com o grandioso e terrível desastre natural que está a acontecer em Minas Gerais, além de estar a atingir o Espírito Santo. Eu fico a pensar e a imaginar se a Vale privatizada, que matou o Rio Doce, pertencesse ainda ao Governo Federal. Coitados da Dilma, do Lula e do PT na boca da imprensa privada golpista e corrupta. Seria um Deus nos acuda...

Mas, o juiz de primeira instância continua a considerar tudo irrelevante, a não ser se o PT ou seus mandatários estiverem envolvidos ou se tiver quaisquer oportunidades de incluí-los em assuntos dedicados à corrupção. Aí, sim, é com o Sérgio Moro, os procuradores iluminados pelas luzes de ribalta da imprensa alienígena, como, por exemplo, o procurador Deltan Dallagnol, dentre outros, que, apesar de serem servidores públicos, tem lado, cor ideológica, preferência partidária e sentimento profundo de classe social a qual pertencem. Trata-se do antirrepublicanismo em toda sua plenitude a agir no Ministério Público.

A verdade é que esses funcionários só denunciam, investigam e julgam um lado da moeda. Esta conduta é que faz com que grande parcela da população desconfie desses "servidores do povo", que se aliaram, inadvertidamente, aos interesses do status quo. O juiz Moro não bate seu martelo na cabeça dos tucanos. Jamais! Talvez por considerar as denúncias e os processos contra o PSDB irrelevantes, como ele sempre diz quando se trata de casos e escândalos que não estejam envolvidas pessoas ligadas ao PT.

Agora a novidade é o sítio do Lula, ou o latifúndio onde o Lula vai com sua família e amigos, a fim de descanso e lazer. O sítio do Lula, para a PF aecista de delegados xingadores de candidatos do PT, tem de ser investigado. O Moro mandou, e, se não mandou, outro magistrado determinou que se procedesse assim. E por quê? Porque Lula não fracassou, é de origem pobre, migrante nordestino, trabalhou como operário, fundou a CUT e o PT (o partido mais importante e a maior central de trabalhadores) e se tornou o político mais respeitado e conhecido da América Latina em termos mundiais.

Além disso, e isto não é pouco, venceu quatro eleições consecutivas contra uma das direitas mais ricas e perversas do mundo, a eleger duas vezes sua companheira de lutas, Dilma Rousseff. Trata-se também de um político que não foi cooptado pela plutocracia, a exemplo de FHC e seus demotucanos, bem como não leva desaforo para casa, porque não é ladrão, não é corrupto e exatamente por isto não tem nada a temer.

Quem tem a temer são os oposicionistas e coronéis de mídias que poderão ter seus rabos presos em casos de corrupção, como a Zelotes, o Carf do Ministério da Fazenda, os desvios e sumiços de processos na Receita, além do HSBC, somente para ficar apenas nesses escândalos de corrupção, que para o juiz Sérgio Moro devem ser irrelevantes, como o são para tal juiz os desmandos do senador Álvaro Dias e do governador Beto Richa, os dois do Paraná — a exemplo do Moro.

A Justiça brasileira é uma caixa preta. Só falta os magistrados usarem punhos de renda, porque capas já cobrem seus ombros nobiliárquicos. O poder mais imperial, o mais fechado, o mais distante do povo e, insofismavelmente, o mais elitista. O poder que erroneamente faz política e onde atuam juízes que "Fazem Diferença", na opinião de O Globo, empresa do monopólio de comunicação dos Marinho, que combatem o direito de resposta, mesmo após ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff. Na maior cara de pau, como o fez Miriam Leitão...

Juízes que tratam de  processos em segredo de justiça, que são sistematicamente vazados para se transformarem em manchetes da imprensa burguesa e antidemocrática. Magistrados que, inacreditavelmente, falam fora dos autos, como se fossem fofoqueiros, que apagam incêndios com gasolina. Juízes que julgam pessoas, que estão com a vida em jogo, porque podem ser presas. Sérgio Moro e mais do que ele, Gilmar Mendes, são exemplos de como o Judiciário, equivocadamente, tornou-se uma tribuna política, e de direita.


Esse estado de coisas é contrário aos ditames do Estado de Direito e da Constituição. Durma-se com um barulho desses. E o Friboi do Lulinha, hein? E o sítio do Lula, hein? Agora, a fazenda e os boizinhos do Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — ninguém quer investigar. Para o Sérgio Moro é irrelevante. O fascismo se veste de preto. É isso aí.