quinta-feira, 28 de maio de 2015

Direita aprova contrarreforma política cujo objetivo é derrotar Lula em 2018

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre



O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, apesar de ainda ter cabelos, está careca de saber que o financiamento privado é o maior responsável, dentre os inúmeros responsáveis, pela corrupção comum e institucionalizada, a ter os empresários e suas empresas como os agentes principais dessa promiscuidade, que acarreta escândalos, serve de holofotes e manchetes para a velha imprensa vender seus produtos, bem como põe para baixo a autoestima do povo brasileiro.

Os deputados do “baixo clero” são a maioria. Conservadores, patrimonialistas, aliados de Eduardo Cunha e contrários a mudanças, como a de se estabelecer o financiamento público como única prática de financiamento para as eleições. Eles querem o financiamento privado, o desejo de as eleições serem também bancadas pelo empresariado e não somente pelo setor público, ou seja, por todos os brasileiros que pagam impostos. Eleições fiscalizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além dos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE).

O Brasil, o seu povo e principalmente os deputados perderam uma rara oportunidade de se livrar dos cabrestos e currais eleitorais que vicejam no interior e também nas capitais do País, principalmente nos bairros das periferias, nas comunidades pobres e nos morros de favelas. Uma oportunidade ímpar de limpar a política brasileira, em uma assepsia que, se não fosse total, cooperaria muito para que grande parte da corrupção que causa prejuízos morais, financeiros e econômicos ao País fosse realmente combatida e debelada.

Contudo, a vida é como ele é..., já dizia Nelson Rodrigues, bem como a maioria dos políticos que aprovou o financiamento privado de campanhas eleitorais não bate prego em estopa. Eles não tem compromisso com o País, mas, sim, com as corporações privadas donas do establishment. São políticos medíocres, que se recusam a pensar o Brasil, porque o que importa a esses parlamentares é defender e preservar seus projetos pessoais, seus grupos políticos e econômicos, pois que se dane o resto, ou seja, a sociedade.

Inacreditável, a Câmara dos Deputados estar nas mãos de um político do calibre de Eduardo Cunha, homem reconhecidamente vinculado aos interesses das grandes corporações midiáticas privadas e de setores empresariais que não querem, de forma alguma, que aconteçam mudanças no País. Amarraram o Brasil, como se ele fosse gado a ser derrubado e manietado, como ocorre nos rodeios, e deixaram o povo brasileiro a ver navios.

Combateram qualquer possibilidade de plebiscito ou referendo para que a Nação decidisse sobre a reforma política. Porta-vozes da oposição na imprensa de mercado, setores atrasados do Judiciário e membros de partidos conservadores desde o início se mostraram contrários à possibilidade de o povo decidir seu destino e futuro. Disseminaram afirmativas ridículas, matreiras e mentirosas para escamotear a verdade e dizer que plebiscito ou referendo seria a “venezuelização” do sistema político, que faria o Brasil se tornar bolivariano.

Uma trapaça de gente mequetrefe, desajuizada e que deseja manter as coisas como estão, ou seja, o status quo — a ferro e fogo. Fizeram uma reforma política com a cara da direita golpista, racista, sectária e violenta. A reforma dos bem-nascidos e nutridos, dos que podem e sempre puderam mais. 

A reforma é intencionalmente contra a reeleição de Lula e a oficialização, pura e simples, de que os empresários podem e devem comprar os partidos e os políticos. Direito de compra reconhecido em firma, aos moldes cartoriais, por intermédio do Congresso, a Casa das Leis, que ora se torna uma casa de negócios privados, porque simplesmente comercial. O Legislativo é a ex-casa do povo, pois se transformou, definitivamente, na casa do empresariado e dos trustes nacionais e internacionais.

Deram fim à reeleição, porque sabem que 2018 haverá eleição presidencial, e ficar mais quatro anos sem controlar o Governo Federal seria para a direita como se estivesse no purgatório, prestes a entrar no inferno. Se Lula vencer, o PT vai completar 20 anos no poder. Com a reeleição, seriam 24 anos. E o PT ainda tem força para isso, apesar do céu cinzento, principalmente após os protestos, a partir de junho de 2013, nitidamente desprovidos de pautas de reivindicações, mas, sobretudo, a norteá-los a sabotagem à Copa de 2014 e a queda de Dilma Rousseff. Quem não se lembra do bordão dos coxinhas paneleiros, nas ruas e redes sociais? “Não vai ter Copa!”

Como o candidato petista pode ser o Lula, certamente que haverá chance de o ex-presidente vencer, apesar do processo desditoso e terrível de desqualificação, criminalização e desconstrução do PT, dos governos Lula e Dilma e dos avanços sociais e econômicos efetivados pelos governos trabalhistas, a ter como mote principal da direita brasileira o não reconhecimento sistemático dessas conquistas por parte do povo brasileiro.  

Esse processo dantesco de desconstrução e criminalização de partidos trabalhistas e de seus líderes é sintomático quando a direita não se conforma de ficar sem controlar o poder por algum tempo, como ocorreu no período Getúlio Vargas, bem como não permitiu que seu herdeiro político, João Goulart, não governasse ao perceber que seu projeto de governo era nacionalista, desenvolvimentista e distributivista, ou seja, visava a independência e a autonomia do Brasil, além de prever a emancipação do povo brasileiro. E emancipação se faz com educação, moradia, emprego, renda e acesso ao mercado de consumo. Do contrário, os grilhões das correntes mantém o povo no cativeiro, a lembrar, recorrentemente, a escravidão.

A reforma política do senhor Eduardo Cunha é uma reforma às avessas, o retrocesso político em toda sua essência e o atraso social em toda sua plenitude. De caráter centralizador e cartorial, tal reforma não é reforma, porque se trata de uma contrarreforma aos avanços defendidos por setores progressistas da sociedade brasileira, bem como apoiada por órgãos e entidades, instituições públicas e privadas, que consideraram a proibição ao financiamento privado das campanhas eleitorais um avanço, no que concerne ao combate à corrupção, que é epidêmica no Brasil e em muitos países, inclusive muitos deles desenvolvidos.

Vale ressaltar ainda a parceria entre Eduardo Cunha e o condestável juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes —, a herança maldita do ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I. O magistrado, partidário da oposição e ideologicamente de direita, segurou a votação sobre itens da reforma política ao pedir vista do processo, que ficou engavetado há mais de um ano por vontade de tal juiz, que há muito tempo faz oposição política aos governos trabalhistas de Lula e de Dilma, bem como, sem sombra de dúvida, tornou-se a âncora da oposição e das mídias privadas quando elas precisam de aliados de seus interesses no Judiciário.

O placar da votação era de 6 a 1. Gilmar ao perceber a derrota, congelou o processo e esperou Eduardo Cunha assumir a Presidência da Câmara, porque, além de aliado, estava a defender causas como o fim da reeleição, a efetivação do distritão e da permissão de empresários continuarem a financiar as campanhas eleitorais.

São estes os três pontos principais, de vários que foram votados. Este juiz é realmente a herança maldita que o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — deixou para o Brasil, além das tentativas frustradas e ridículas de aprovar um impeachment contra uma mandatária que venceu as eleições de forma limpa e democrática, sem incorrer em crimes de responsabilidade.

Nunca vi os senhores Eduardo Cunha e Gilmar Mendes agirem ou procederem a favor dos interesses republicanos, da independência do Brasil e da emancipação de seu povo. Realmente, nunca os vi nos papéis de porta-vozes de causas justas. Deve ser a vocação, nata, para pensar como fazer o mal, e, consequentemente, pavimentar a estrada do atraso e do retrocesso. Tem gente que nasce assim, e que, no decorrer do tempo, aumenta o tamanho de seu baú de malvadezas, bem como se torna mestre em manusear as ferramentas políticas e jurídicas que assegurem, indefinidamente, o status quo à Casa Grande.

Então, vejamos: quais são os motivos de os empregados jornalistas dos magnatas bilionários de imprensa defender o financiamento privado de campanhas eleitorais, se eles mesmos veiculam, irradiam e publicam matérias jornalísticas, que comprovam ser o financiamento empresarial e, portanto, privado, o maior responsável pela corrupção nos setores públicos?

E por que um juiz, com a experiência de Gilmar Mendes, resolve fazer um ato de desrespeito aos interesses da sociedade organizada, que deixou claro e evidente que é contra o financiamento privado de campanhas eleitorais? Afinal, o magistrado pediu vistas do processo e nunca mais o devolveu, pois, sobretudo, seu comportamento foi uma ação política.

Quanto ao deputado Eduardo Cunha, compreende-se seus atos, apesar de não se aprovar sua conduta perante a reforma política. Cunha sempre foi parceiro dos interesses de empreiteiros e dos barões de imprensa, porque, antes de tudo, sempre foi ligado ao grande empresariado, desde quando entrou na política, na década de 1990.

Mesmo a demonstrar força, Cunha perdeu votações da reforma, a exemplo do distritão, da transformação de eleições para deputados e vereadores em majoritárias, das listas fechadas e pré-ordenadas, além de o voto distrital misto ficar somente na intenção. Apesar do apoio da maioria, o mandatário do Legislativo sabe que os políticos, mesmos os seus aliados, não se prejudicariam, porque colocariam em risco as próprias sobrevivências políticas.

O político pode fazer composições, apoiar causas e governos, fazer oposição, abandonar e trair acordos ou mudar de ideologia. Pode até mudar de lado e de partido. Contudo, jamais o político vai se suicidar politicamente, ou seja, concordar com casuísmos e sectarismos dentro dos partidos, que tem por finalidade privilegiar os “donos” das legendas, das agremiações partidárias, com poder de mando para determinar quem vai ser escolhido e apoiado para receber votos e ser eleito.

Esse processo antidemocrático aconteceria, independente se, por exemplo, o “escolhido” tenha menos votos do que o seu concorrente de legenda, a transformar assim o partido em um clube do Bolinha. Ninguém aceita, até porque o eleitor não vai ter seu voto validado, porque os partidos e seus donos resolveram escolher quem vai ser eleito, de preferência se tiver o apoio e a aquiescência do grupo empresarial que o financia. Seria quase como uma eleição de cartas marcadas.

Obviamente que essa regra não foi aceita pela maioria dos parlamentares, muitos deles de oposição ao Governo de Dilma Rousseff e ao PT. Ser enforcado é uma coisa. Se enforcar é outra. A autofagia não consta nos propósitos da luta política. Há uma grande diferença. E os políticos não estão dispostos a se enforcar, ou seja, enfraquecer-se politicamente em prol de outros, que podem tomar os seus lugares. Eis a questão primordial.

Contudo, os parlamentares que aprovaram a continuação do financiamento privado (causa maior da corrupção), o fim da reeleição, sistema aprovado nos tempos do tucano FHC, que é acusado até hoje de ter comprado os votos de parlamentares, tem realmente o objetivo de derrotar eleitoralmente o PT, e, principalmente, o ex-presidente trabalhista Luiz Inácio Lula da Silva. Só em pensar na volta de Lula, a direita brasileira, uma das mais perversas do mundo, fica assombrada.

Não ter o controle das políticas públicas, do orçamento federal e da diplomacia a cargo do Itamaraty, realmente mexe com os sentimentos mais infames da Casa Grande. O tempo passa, e 2018 vem aí — a galope. Vamos ver se a contrarreforma da direita partidária apoiada pelos magnatas bilionários de imprensa e seus empregados vai ajudá-la a derrotar o PT e seu hipotético candidato — o Lula. É isso aí.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Contra-reforma de Cunha, Gilmar, centrão e magnatas bilionários é derrotada. É isso aí



Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

 
DERROTADOS
A Câmara dos Deputados tem um centrão, que não é ideologicamente de centro, mas, sim, de direita. Uma direita de “baixo clero”, pouco intelectualizada e antenada com as questões e os interesses do Brasil. Por sua vez, os parlamentares do centrão o são essencialmente patrimonialistas e preocupados com seus futuros políticos, bem como em defender os interesses da burguesia, que alimenta a ambição e a ganância dessa turma disposta a botar pra quebrar, porque não se importa com o País e não quer atender aos interesses e às reivindicações da sociedade brasileira.

Eduardo Cunha, deputado do PMDB do Rio de Janeiro, é o presidente do Legislativo, da chamada Câmara Baixa. Recém-eleito, deixou claro que iria combater qualquer tentativa de um plebiscito sobre a reforma política, bem como teve o apoio do juiz Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que segurou a votação sobre itens da reforma política ao pedir vista do processo, que há mais de um ano está engavetado por este magistrado de direita, que há muito tempo faz oposição política aos governos trabalhistas de Lula e de Dilma, bem como, sem sombra de dúvida, tornou-se a âncora da oposição e das mídias privadas quando elas precisam de aliados de seus interesses no Judiciário.

O placar da votação era de 6 a 1. Gilmar ao perceber a derrota, congelou o processo e esperou Eduardo Cunha assumir a Presidência da Câmara, porque, além de aliado, estava a defender causas como a efetivação do distritão e da permissão de empresários continuarem a financiar as campanhas eleitorais. São estes os dois pontos principais, do vários que foram votados. Este juiz é realmente a herança maldita que o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — deixou para o Brasil, além das tentativas frustradas e ridículas de aprovar um impeachment contra uma mandatária que venceu as eleições de forma limpa e democrática, sem incorrer em crimes de responsabilidade.

Contudo, a verdade é a seguinte: Eduardo Cunha, Gilmar Mendes, o centrão de “baixo clero” — patrimonialista, os magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas e seus sequazes deram com os burros n’água. Por causa disto, vão ter de criar e inventar novas trampolinices, picaretagens, golpes e situações artificiais, que visem desgastar, desqualificar e desconstruir o Governo Trabalhista e prejudicar a autonomia do povo brasileiro de votar no candidato e partido que quiser e jamais apenas referendar o que os políticos financiados por grandes empresários, que controlam os partidos decidam e escolham no lugar dos eleitores.

Nunca vi os senhores Eduardo Cunha e Gilmar Mendes agirem ou procederem a favor dos interesses republicanos, da independência do Brasil e da emancipação de seu povo. Realmente, nunca os vi nos papéis de porta-vozes de causas justas. Deve ser a vocação, nata, para se pensar e fazer o mal, e, consequentemente, pavimentar a estrada do atraso e do retrocesso. Tem gente que nasce assim, e que, no decorrer do tempo, aumenta o tamanho de seu baú de malvadezas, bem como se torna mestre em manusear as ferramentas políticas e jurídicas que assegurem o status quo da Casa Grande.

Então, vejamos: quais são os motivos de os empregados jornalistas dos magnatas bilionários de imprensa defender o financiamento privado de campanhas eleitorais, se eles mesmos veiculam, irradiam e publicam matérias jornalísticas, que comprovam ser o financiamento empresarial e, portanto, privado, o maior responsável pela corrupção nos setores públicos?

E por que um juiz, com a experiência de Gilmar Mendes, resolve fazer um ato de desrespeito aos interesses da sociedade organizada, que deixou claro e evidente que é contra o financiamento público de campanhas eleitorais? Afinal, o magistrado pediu vistas do processo e nunca mais o devolveu, pois, sobretudo, seu comportamento foi uma ação política.

Quanto a Eduardo Cunha, compreende-se, apesar de não se aprovar sua conduta perante a reforma política. Cunha sempre foi parceiro dos interesses de empreiteiros e dos barões de imprensa, porque, antes de tudo, sempre foi ligado ao grande empresariado, desde quando entrou na política.

O presidente da Câmara foi derrotado, fato este que atinge seus aliados de oposição, bem como a Gilmar Mendes, cuja ação de pedir vistas do processo para impedir o plebiscito de reforma política e favorecer a aprovação de pontos que a sociedade não deseja, na Câmara dos Deputados. É o fim da picada seu casuísmo e arrogância.

O mandatário do Legislativo pensou que fosse passar o trator por cima da base do Governo Trabalhista, da sociedade organizada e de muitos de seus aliados, que, evidentemente, perceberam que alguns pontos da reforma proposta por Cunha, a exemplo do distritão, da transformação de eleições para deputados e vereadores em majoritárias, das listas fechadas e pré-ordenadas, além da aprovação do financiamento privado de campanhas eleitorais, os prejudicariam, porque colocariam em risco suas próprias sobrevivências políticas.

O político pode compor, apoiar, fazer oposição, abandonar ou mudar de ideologias. Pode até mudar de lado e trair. Contudo, jamais o político vai se suicidar politicamente, e era isto que Eduardo Cunha propunha: uma reforma antidemocrática, autoritária, elitista e sectária dentro dos partidos, que iria privilegiar os “donos” das legendas, das agremiações partidárias, ou seja, os políticos com poder e mando, além de apoiados pelo grande empresariado. Ponto.

Este processo draconiano, obviamente, não foi aceito pela maioria dos parlamentares, muitos deles de oposição ao Governo de Dilma Rousseff e ao PT. Ser enforcado é uma coisa. Se enforcar é outra. A autofagia não consta nos propósitos da luta política. Há uma grande diferença. E os políticos não estão dispostos a se enforcar, ou seja, enfraquecer-se politicamente em prol de outros, que podem tomar os seus lugares. Eis a questão primordial.

O resto é conversa para boi dormir. Demências ou picardias de especialistas de prateleiras, como os da Globo News; e de colunistas de impressos, a exemplo de Veja, Época, Folha, Estado e Globo, que no fundo não queriam a reforma política, mas, sim, a continuidade de tudo o que já está aí, especialmente o financiamento privado de campanhas eleitorais. Políticos tem um instinto de sobrevivência apurado, muito desenvolvido, e, seguramente, não se deixariam cair nas armadilhas de Eduardo Cunha, Gilmar Mendes e seus apoiadores, dentre eles os magnatas bilionários de imprensa.

Nessas ocasiões, eles rompem, momentaneamente, até mesmo com o establishment. Não ouvir a população, ainda mais quando ela apresenta suas reivindicações por intermédio de suas instituições, órgãos, organizações, associações, sindicatos e entidades variadas é como dar um tiro no pé ou se atirar de um precipício.

Por sua vez, parcela importante dos políticos de oposição não atendeu a Eduardo Cunha, porque compreende muito bem que fogo “amigo” não dói, até porque os inimigos são o Governo Dilma, o PT, e, principalmente, o ex-presidente trabalhista Luiz Inácio Lula da Silva, que poderá ser candidato a presidente da República em 2018. O político ao votar a reforma na Câmara, ponderou: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. É isso aí.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

O SUS dos Huck, vaias a Padilha e Mantega — Lições de vida

Davis Sena Filho — Palavra Livre


foto G1
Apesar do grande susto, a família Huck passa bem, de acordo com as notícias veiculadas e publicadas pela imprensa familiar e empresarial, pois teve acesso aos profissionais de saúde, que socorreram as celebridades globais, bem como o piloto e as testemunhas que viram o acidente eletromecânico do avião, que sobrevoava os arredores da cidade de Miranda, no interior do Mato Grosso do Sul.

Luciano e Angélica se tornaram ícones do capitalismo brasileiro, porque contumazes garotos propaganda de empresas poderosas do mercado, como as de telefonia, bancos, automóveis, produtos de beleza e alimentícios, dentre uma infinidade de ofertas que estão à venda, além de serem empresários de grande porte, até porque o casal tem como principais produtos suas imagens, que lhes dão retorno em forma de publicidade, em associação com a TV Globo, da poderosa família Marinho — magnata bilionária de todas as mídias cruzadas.

Contudo, o que me chamou a atenção sobre o acidente aéreo dos Huck foi exatamente o poder público, que socorreu tais figuras famosas e ricas, que te remetem, sobretudo, ao privatismo, à iniciativa privada, ao mundo dos grandes negócios e ao glamour do high society. É de surpreender, realmente, a competência, a disposição e a dedicação de servidores públicos para salvar e atender os Huck, que não foram levados para hospitais particulares, a apresentar seus cartões de saúde privada.

Não. Não ocorreu este fato. Quem os atendeu foi a Santa Casa de Campo Grande, financiada, em grande parte de sua logística e pronto atendimento pelo dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, do Estado, do povo brasileiro. A tradicional unidade de saúde é referência no atendimento e socorro de politraumatizados no Mato Grosso do Sul, terra de brasileiros trabalhadores, notadamente nas áreas de pecuária, agricultura e turismo, por causa do Pantanal.

Importante Estado da Federação, um dos celeiros do Brasil, País que ruma para sua independência e emancipação, apesar dos percalços, dificuldades e daqueles que não acreditam no poderoso País de língua portuguesa. É inoxerável o destino do Brasil, escolhido por seu povo, rumo ao desenvolvimento e ao bem-estar social.

Entretanto, não foram apenas os profissionais de Saúde da Santa Casa financiada pelo SUS que socorreram a família Huck. Anteriormente, ainda nos campos de uma fazenda onde o piloto do avião realizou um pouso forçado e perigoso, militares da Aeronáutica, por intermédio de um helicóptero, regataram as celebridades milionárias, que sempre emprestaram suas imagens para defender ou valorizar o capitalismo selvagem que se pratica no Brasil, principalmente após as privatizações dos governos do ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I.

Ao chegar em Campo Grande de helicóptero, Luciano e Angélica Huck, além de seus filhos, foram transportados por ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que lhes fizeram os primeiros socorros e os levaram, prontamente, para a Santa Casa, que os atendeu com seus serviços médicos e de enfermagem.

Todavia, nem tudo reflete o profissionalismo e a competência demonstrados pelos profissionais de atendimento e socorro, a exemplo dos militares da FAB, do pessoal do Samu e dos médicos e enfermeiros. Após os ricos e famosos apresentadores da Globo serem atendidos, com ferimentos leves, mas agora portadores para sempre de um baita susto, porque o voo apresentou ao casal a possibilidade da morte, único destino real da frágil condição humana, o coordenador do Samu, em Campo Grande, acusou a Santa Casa de esconder leitos de UTI.

Eduardo Cury disse à imprensa de negócios privados, que, por sua vez não deu destaque às suas declarações, que desde quando os apresentadores de televisão chegaram à Santa Casa o hospital passou a negar atendimento ao alegar falta de vagas. O coordenador do Samu afirmou ainda que a unidade de saúde negou leitos a seis pacientes, além de fechar a UTI cardíaca, porque a intenção era receber Luciano e Angélica Huck, mesmo a ter enfermos entubados e ventilados pelas mãos de servidores por mais de 12 horas, à espera de atendimento.

Se é verdade, e for comprovada tamanha irresponsabilidade, vai se tornar imperativo punir a quem afrontou os enfermos em prol de atender pessoas que não estavam a correr risco de vida e que tem condições financeiras para serem atendidas em hospitais privados, tão prezados pela classe média coxinha, bem como pelos ricos deste País desigual, injusto, violento e que ainda comporta gente que combate, diuturnamente, a distribuição de renda e de riqueza ao povo brasileiro.

Enquanto isso, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega é vaiado pela segunda vez este ano em público por coxinhas fascistas, que teimam em reagir contra a inclusão social da forma mais covarde e infame possível. A mesma coisa aconteceu com o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que administrou sua Pasta de forma republicana e foi vítima de um advogado babaca, que se levantou da cadeira, bateu em seu copo com o talher e desrespeitou o cidadão, que foi autoridade, por não concordar com os governos petistas. O energúmeno falou um monte de asneiras, típicas de uma coxinha mequetrefe e analfabeto político, apesar de ter diploma universitário. Aliás, analfabeto político com diploma é nos tempos de hoje o mais usual e corriqueiro.

Por sua vez, Guido Mantega, em visita a um amigo, já tinha sido ofendido em lanchonete de hospital por médicos coxinhas, que tratam a medicina mercantilmente, meramente como um negócio e se sentem inconformados e revoltados com a presença de médicos cubanos, que exercem a medicina nos bairros e nas cidades onde tais médicos brasileiros e elitistas se recusam a ir para trabalhar.

Agora Mantega, um político e economista republicano, reconhecido pela comunidade internacional como um dos principais responsáveis pelos avanços do Brasil e pelas conquistas do povo brasileiro nos últimos 12 anos, é vaiado em restaurante por um bando de seres alienígenas de classe média, de perfil fascista, que não conhece as realidades brasileiras e reage a qualquer coisa que o faça se sentir ameaçado. A classe média não quer mudanças, desenvolvimento e se comporta como o abutre da mitologia que todo dia bicava o fígado de Prometeu, neste caso, o Brasil.

Em contraponto à Fazenda, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que cooperou efetivamente para aperfeiçoar o SUS, também é alvo de patifarias e falta de educação. O sistema público de saúde deste País é reconhecido pelo Banco Mundial (Bird). Muitos países desenvolvidos não tem um igual, a exemplo dos Estados Unidos, ao ponto de o presidente Barack Obama enfrentar todo o tipo de boicote, sabotagem e críticas dos setores conservadores dos EUA, que lutam contra a efetivação de um sistema público de saúde para atender a maioria do povo estadunidense. Até hoje, Obama ainda não conseguiu transformar em universal o sistema de saúde daquele poderoso País.

O Bird reconheceu no livro “20 anos de Construção do SUS no Brasil”: O Sistema Único de Saúde do Brasil – conhecido como SUS – lançou os alicerces de um sistema de saúde melhor para o país, contribuindo para o bem-estar social e a melhoria da qualidade de vida da população. (...) Com base nessa experiência e apesar de todas as dificuldades inerentes a um País em desenvolvimento, o Brasil é hoje referência internacional na área de saúde pública e exemplo para outros países, que buscam sistemas mais igualitários de saúde.

A verdade é que o SUS fez do Brasil um dos primeiros e poucos países a definir como direito, em sua legislação, o acesso universal à saúde por parte da população. Certamente, o caminho para que o SUS transforme todas as suas áreas em atividades de excelência é longo, cheio de obstáculos e requer muito dinheiro, trabalho e dedicação. Por seu turno, tal sistema é referência em inúmeros setores de atendimento médico-hospitalar e, com efeito, financia também grande parte da rede de saúde privada. É fato. Ponto.

As vaias aos ex-ministros o são de conotações fascistas e tentam intimidar políticos que cooperaram, sem sombra de dúvida, para o Brasil deixar de ser a 15ª economia do mundo e passar a ser a sétima, o que não é pouco, porque essa realidade foi conquistada em menos de dez anos. Por sua vez, enquanto a burguesia esteve no poder, estagnou economicamente o País e vendeu, irresponsavelmente, mais de cem estatais, sendo que algumas, a exemplo da Vale do Rio Doce e da Telebras, o são de enorme interesse estratégico para o Brasil. Até hoje...

Luciano Huck e Angélica não sabem disso. Não conhecem a história de luta para se ter o SUS e mantê-lo, mesmo com seus defeitos, falhas e negligências de alguns profissionais de saúde e principalmente de administradores. Depois desse grande susto, eles deveriam agradecer a Deus, ao piloto, que foi de uma competência e de um estado de espírito incomuns, ao povo brasileiro que financia o SUS e a políticos que se dedicaram, de forma honrada, para que o Brasil avance em seus desejos e esperanças de dias melhores.

Existem políticos honrados e fora da política não há solução, a não ser a opção pelas ditaduras, fato este que seria uma lástima, burrice extrema e falta de compreensão da história do Brasil e da América Latina. Temos uma Casa Grande da pior qualidade moral e completamente antissolidária. Parte dela se doeu com a quase tragédia da família Huck e percebeu que os ricos e famosos também são frágeis mortais perante a morte. A realidade não é o quadro “Lata Velha” e muito menos o programa “Estrelas”. O SUS deu uma lição. Os Huck, involuntariamente, também. É isso aí.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

PSDB é uma gralha de mau agouro, não pensa o Brasil, que supera barreiras e faz acordos bilionários

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

http://www.brasil247.com/get_img?ImageId=435592
ELE É TUCANO, MAS AGORA É TAMBÉM GRALHA. EIS O NOVO PSDB.
O programa político-eleitoral do PSDB não passou de uma tragicomédia cheia de penas de aves de mau agouro. Trágico, porque políticos do PSDB acusados de cometerem irregularidades e malfeitos quando ocuparam cargos executivos e legislativos acusaram o Governo Trabalhista, o que mais combateu a corrupção na história do Brasil de conviver e até mesmo ser parte da corrupção.

E cômico, porque quem acusou o Governo Popular de ser corrupto foram exatamente os tucanos, que nunca investigaram coisa nenhuma, a terem, inclusive, um procurador-geral da República, que atuou nos sombrios e sofridos governos de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, conhecido como engavetador-geral. Porém, de uma coisa eu não tenho dúvida, se existem pessoas com amnésia no Brasil, essas pessoas são os tucanos do PSDB.

Acontece que tal “amnésia”, que toma o corpo, a alma e o cérebro dessa gente, tem fundamentalmente o propósito de causar confusão junto à população, porque os tucanos não são do povo e nunca recorrem às ruas para defender seus projetos, geralmente dedicados às causas da burguesia dona de corporações empresariais e bancos. A verdade é que tais aves de bico longo e voo curto são politicamente sorrateiras, dissimuladas, manipuladoras e contam, insofismavelmente, com a cumplicidade dos coxinhas-tucanoides-paneleiros.

Já estes seres, politicamente alienígenas e irremediavelmente deprimidos por verem os pobres melhorarem de vida, dão a impressão de terem vivido todo o tempo em que respiram muito além da estratosfera, porque desprovidos de qualquer conhecimento sobre as causas do atraso de nossa sociedade. Os coxinhas-tucanoides-paneleiros são assim, porque rejeitam e, com efeito, sentem temor por tudo aquilo que ultrapasse os limites fronteiriços de seus umbigos. Os combustíveis que os movem são a ignorância e o preconceito.

Enquanto os tucanos se transformam em gralhas de maus agouros, ficam também a fazer bravatas, hipocrisias e demagogias em televisão. Ou simplesmente apelam para a mentira, pura e simples, como se comportou, sem disfarçar, o senador Aécio Neves, que até agora, tal qual a um menino birrento que foi impedido de brincar de presidente da República, não conseguiu digerir a derrota para a presidenta trabalhista, Dilma Rousseff. Por causa disso, Aécio e seus sequazes se mostram, indelevelmente, arrivistas, pois hedonistas, caracteres em cujos principais objetivos são concretizar seus prazeres, desejos e contentamentos.

Os tucanos e seus primos do DEM são, antes de tudo, hedonistas, a terem o arrivismo como forma de fazer política. E o arrivista é invejoso, vingativo e destrutivo, o que o impede, indubitavelmente, de pensar no desenvolvimento do Brasil e na emancipação do povo brasileiro. Tucano não pensa o Brasil. Trata-se de uma ave descompromissada, fútil e leviana. Tucano vende o Brasil e o despreza. Quem me contou sobre o comportamento e a conduta dessas gralhas agressivas foi uma senhora chamada História. Ponto.

Concomitantemente à prosopopeia de Aécio Neves e companhia na tevê, a vida segue seu rumo, as pessoas continuam a respirar e o governo democrático do PT, eleito pela maioria dos brasileiros, está a aprovar seus projetos e resoluções no Congresso, no que diz respeito aos reajustes na economia propostos pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, além de Dilma Rousseff ter vencido a oposição de direita, no que é relativo à aprovação do nome do jurista Luiz Edson Fachin para ocupar uma das 11 cadeiras do Supremo Tribunal Federal — STF.

A vida continua, insisto. Enquanto os tucanos vociferam na televisão a cobrar, com a maior cara de pau, o que eles nunca fizeram quando governaram o País como caixeiros viajantes, o Brasil, administrado por uma mandatária petista, continua sua trajetória em busca da independência ao assinar com a China um mega-acordo que dispõe sobre capacidade produtiva e investimento, em áreas e setores de infraestrutura, manufaturas, mineração e energia elétrica.

Além disso, os brasileiros e os chineses anunciaram 35 acordos comerciais, bem como está prevista a criação de um fundo de US$ 50 bilhões para investimentos no País, com o apoio da Caixa Econômica Federal e do Banco de Desenvolvimento da China. Os países, dois dos cinco sócios do Brics, ainda vão construir uma ferrovia que cujo trajeto vai começar no litoral do Pará e vai terminar no Pacífico, em litoral peruano. Uma resposta direta aos Estados Unidos, no que concerne ao controle administrativo e financeiro do Canal do Panamá pelo país yankee.

Um país diplomaticamente oportunista, porque sempre foi adepto da diplomacia do porrete. Preocupado com o avanço das relações do Brasil com a China e Cuba, os estadunidenses resolveram apressadamente reatar as relações comerciais com a pequena nação caribenha, que há mais de meio século sofre uma violência inominável, que é o embargo econômico imposto pelos gringos do norte, um verdadeiro crime de lesa-humanidade, que depõe contra o mito de que os Estados Unidos são os guardiões da democracia e dos direitos civis da humanidade. Uma farsa e lástima, porque a verdade é que este poderoso país está em guerra desde sua independência, porque de sangue vive, pois necessita se sustentar economicamente.

Por sua vez, deparo-me com a figura de *Fernando Henrique Cardoso na televisão. Apesar de seus quase 84 anos, o vaidoso príncipe da pirataria continua a tentar salvar sua péssima biografia presidencial, porque compreende o fracasso de seus sombrios governos, que se recusaram a criar empregos para a maioria da população, que, por causa disso, tinha dificuldade até para comer.

Porém, suas tentativas de se redimir não vão surtir efeito, porque o povo não é idiota e se lembra muito bem de seus governos entreguistas e subservientes de céus acinzentados, sujeitos a raios e trovoadas. FHC fez eu rir, pois sua figura parecia como a de um fantasma Neoliberal I dos idos da década de 1990. Como pode — esta é a pergunta — um homem que governou o País como um caixeiro viajante, cujos governos são acusados de vários crimes de corrupção, sendo que muitos deles cansei de citar em meus artigos, acusar o Lula e o PT de serem os responsáveis pela corrupção na Petrobras?

Respondo: Não pode. Como não pode falar de mensalão, sendo que o do PSDB é o primeiro e que até hoje não foi julgado. Enquanto o do PT não foi comprovado, porque se o recurso do “domínio do fato” é a ferramenta de comprovação, aí é melhor rasgar a Constituição, o Código Penal e mandar para o inferno o Estado Democrático de Direito.

Contudo, não vou citar novamente os mais de 45 casos de corrupção de grande envergadura, porque realmente escandalosos, nos governos elitistas e sombrios de FHC — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado e com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes.


Os tucanos que se transformaram em gralhas de mau alvitre e de agouro perderam o fio da meada, porque enquanto o Brasil supera barreiras, assina acordos bilionários para consolidar o desenvolvimento da Nação, os tucanos vão para a televisão mentir, a pensar que todo mundo é idiota e acredita em tucanagem. Essa gente foi à tevê e não apresentou um único programa de governo quanto mais um projeto de País. É porque o PSDB-UDN não pensa o Brasil. O choro é livre e o canto de gralha tucana é sonoramente horrível.  É isso aí.