sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

'Joaquinzação' de Fachin reitera o golpe de Cunha em nome do rito do impeachment

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

A LEGALIDADE DEU UM CARTÃO VERMELHO AO FACHIN.
Fui à Cinelândia participar da manifestação contra o golpe, que visa derrubar a presidente Dilma Rousseff, eleita legalmente e democraticamente pelo povo brasileiro. Apoiei também a destituição de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. A decepção foi o juiz Edson Fachin, relator do processo do PCdoB sobre as ações de Cunha.

Fachin surpreendeu, mas agradou a direita golpista que o criticava duramente há dias, antes de proferir seu relatório, que autorizou os desmandos de Cunha. Só que os golpistas ficaram surpresos tanto quanto à esquerda por motivos obviamente diferentes. No fundo e em termos práticos, Fachin apoia o golpe.

O Supremo Tribunal Federal (STF) é conservador e o juiz Fachin já virou herói instantaneamente da direita, conforme os elogios dos principais colunistas da imprensa de mercado e familiar, como aconteceu com Joaquim Barbosa. Há dois dias, os bate-paus dos oligopólios midiáticos desencavam o magistrado. Conveniências e oportunismos, como provas de que essa gente não tem compromisso com o Brasil e seu povo.

O Lula e a Dilma falharam muito ao escolherem os ministros do Supremo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a escolha dos juízes da suprema corte, além de ser uma prerrogativa do presidente da República, como o é também no Brasil, o mandatário escolhe magistrados que pensam similarmente com o presidente que os nomeou, bem como com seu partido, a se submeterem, evidentemente, aos ditames da Constituição.

Franklin Roosevelt só conseguiu aprovar o New Deal, que tirou os Estados Unidos do buraco, na década de 1930, com a retirada de juízes conservadores (republicanos) da Corte daquele País, para, posteriormente, nomear magistrados que aprovassem as profundas mudanças na sociedade, de acordo com o programa de recuperação econômica apresentado por Roosevelt ao Congresso, mas muitas vezes bloqueado na Justiça por causa da maioria de juízes republicanos.

Presidentes, seja do País que for, não vacilam quanto a esse importante processo de escolha de juízes de altas cortes. E deu no que deu, em um STF extremamente conservador, com magistrados distantes da sociedade e íntimos dos interesses da burguesia brasileira. Com Lula e Dilma, os juízes passaram a ser escolhidos em listas tríplices por seus colegas ao invés de serem escolhidos diretamente pelo presidente da República, que tem esta prerrogativa constitucional. Ponto.

Agora temos juízes que atuam como o juiz e político de direita, Gilmar Mendes, um notório tucano, a fazer política contra o Governo Trabalhista e a se alinhar, nitidamente, com a oposição liderada pelo PSDB e DEM. Realmente, Gilmar e muitos de seus colegas da ativa e já aposentados fizeram, no decorrer de anos, o contraponto político contra os governos de Lula e de Dilma, até porque tivemos períodos em que os democutanos, como oposição, estavam quase mortos, porque derrotados, além de os dois presidentes eleitos pelo PT terem altos índices de aprovação.

Para refrescar a memória, Lula saiu do poder com mais de 80% de aprovação popular, e Dilma, em seu primeiro governo chegou a superar Lula, sendo que apenas há um ano ela tinha mais de 70% de aprovação. Derrotando-se o golpe de direita, o Brasil volta a ficar em paz e, aí sim, vai ser possível retomar o crescimento econômico até agora prejudicado pela crise política fomentada pela oposição do PSDB e seus apoiadores. A derrota do golpe significa que a mandatária petista, enfim, vai assumir seu segundo mandato com mais de um ano de atraso.

Lula e Dilma cometeram graves erros quanto às nomeações de juízes e procuradores-gerais da República. Até sexta tem votação no STF sobre o rito do impeachment, que é golpe, sim. Dilma não cometeu crimes de responsabilidade e muito menos crimes comuns. Uma mandatária honesta e republicana não poderia jamais sofrer um golpe eminentemente político, o que é um absurdo.

Um golpe liderado por um homem com a moral de Eduardo Cunha, que cometeu inúmeros crimes comprovados. É o fim da picada, mas é a realidade de um País que por causa da crise política está com sua economia paralisada à espera de solução. Um golpe gerado também no ninho do PSDB, a chocar seus ovos o político derrotado nas eleições presidenciais de 2014, senador Aécio Neves.

A acompanhar o tucano inconformado e rancoroso, o vice-presidente Michel Temer, que se transformou em um dos piores traidores da história do Brasil, porque é um absurdo um vice, mesmo se estiver insatisfeito, fazer um papelão desse sem ter esse direito, porque acima de tudo seu cargo e função requerem uma conduta ilibada, acima de suas paixões e interesses pessoais, políticos e partidários.

Todo vice tem a obrigação de ser recatado. Isto mesmo. Recatado e fiel como uma virgem da Idade Média. E por quê? Porque suas ambições se colocadas ao público, mesmo se sinceras e leais, sempre podem ser questionadas e, com efeito, tornarem-se alvos de dúvidas, fofocas, maledicências e desconfianças. Ser vice é como ser um monge, como procederam os vices do presidente FHC, Marco Maciel, e o do Lula, José Alencar.

O triunvirato do golpe, exemplificados em Eduardo Cunha, Aécio Neves e Michel Temer, com o apoio irrestrito de Gilmar Mendes, o juiz tucano do Mato Grosso, vai ser derrotado, apesar do relatório do juiz Edson Fachin que favoreceu a continuidade do golpe, conforme às ações de Cunha, que ao perceber que a oposição golpista não teria maioria, criou uma nova comissão, agora com maioria oposicionista, que foi nomeada pelo voto secreto.

O juiz Fachin reiterou e carimbou a obra golpista do presidente da Câmara, mesmo a saber que ele vai cair por causa de seus atos de corrupção e desmandos regimentais, no que concerne às normas e regras da Câmara dos Deputados. De qualquer forma, não vai ter golpe, pois não há condições políticas e jurídicas realmente consistentes.

Vai ter, sim, muito barulho das manchetes da imprensa dos magnatas bilionários, criação de chicanas jurídicas e oba-oba de coxinhas de classe média paneleiros e despolitizados, com a finalidade de levar esse processo injusto e golpista até fevereiro ou março de 2016, e, consequentemente, dar fôlego à continuidade da crise e assim inviabilizar o Governo.

Uma estratégia perversa da direita para infernizar e desgastar a presidente Dilma e seu Governo democrático e trabalhista. Do contrário, o povo vai para as ruas, como aconteceu ontem, só que a partir de agora, paulatinamente, com muito mais gente. Impeachment nessas condições é golpe! A verdade é que a "joaquinzação" de Fachin reitera o golpe de Cunha em nome do rito do impeachment. O golpe não passará! É isso aí.


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PMDB é a bola da vez, PF visita o Cunha e o PSDB continua inimputável...

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Existe uma frase que corre pelas ruas do Brasil: "Os tucanos são inimputáveis". Contudo, o PMDB e o PT não o são. Pelo contrário, os dois maiores partidos da base do Governo Dilma Rousseff são investigados e denunciados; e quem cometeu ações de corrupção, os chamados malfeitos, dentre outros crimes passíveis de prisões e julgamentos, está a ser preso e, posteriormente, deverá ser julgado.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), é um cadáver político e moral há muitos meses, quando seu nome foi vinculado à Lava Jato, bem como documentos comprovam a existência de contas na Suíça não declaradas ao Fisco. Ele se virava como podia para protelar sua queda do poder, que ora acontece hoje com a "visita" da Polícia Federal às suas casas do Rio de Janeiro e de Brasília. A casa caiu.

Além disso, somente para se perceber a perda de moral por parte desse político de características lacerdistas, ousado e politicamente agressivo, que sempre desejou derrubar a presidente Dilma do poder com o apoio de sua tropa de choque repleta também de tucanos, a PF confiscou seus dois telefones para poder ter acesso a informações ainda restritas ao político fluminense.

Entretanto, a questão fundamental é saber quando os tucanos, os demistas (demotucanos) e sua costela de Adão, o PPS, vão ter seus escândalos, às dezenas, investigados pela Polícia Federal, que se mostrou aecista no Estado do Paraná. E o Ministério Público vai desengavetar os processos sobre as administrações tucanas, tanto nas esferas federal quanto nas municipais e estaduais? Somente a Lista de Furnas, o Banestado, o Trensalão, o Metrozão, o HSBC, a Zelotes e a Sabesp envolvem bilhões, além de muita gente emplumada, de grandes e viçosos galardões.

Lembro que até hoje as privatizações, a maior roubalheira da história do Brasil, ainda não foram devidamente investigadas, bem como os vendedores perdulários do Brasil não foram punidos por suas traições ao País, que quase teve o Estado nacional completamente desconstruído — em um desmonte tão nocivo aos interesses brasileiros que até hoje não se entende como os tucanos, à frente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) — o Neoliberal I — e seus áulicos da desesperança ainda não foram processados e presos.

Por sua vez, não se compreende como as autoridades judiciais (Justiça, PGR e PF) ainda não leram os livros "A Privataria Tucana" e "O Príncipe da Privataria", duas publicações que não deixam dúvidas, porque repletas de provas, sobre a dilapidação do patrimônio público que, em hipótese alguma, foi construído pela direita brasileira, porque, simplesmente, em 515 anos de história do Brasil, a casa grande sempre se recusou a pensá-lo.

Todavia, a casa de Eduardo Cunha caiu. A PF, a mando do STF, que atendeu ao pedido do procurador-geral, Rodrigo Janot, adentrou em campo e está agora a recolher provas para poder dar sequência às acusações contra o presidente da Câmara, que está a se aproveitar de seu cargo para bloquear as investigações sobre sua pessoa, no que concerne à Lava Jato, às contas na Suíça, dentre outros assuntos, que virão à tona com o passar do tempo.

Agora só faltam os coxinhas de direita e paneleiros se vestirem com camisas de Seleção Brasileira e levantarem novamente aquela faixa cínica e desprovida de noção, que demonstra com exatidão quem eles são, com os dizeres: "Somos todos Cunha!", bem como poderiam acrescentar outra faixa às suas infames coleções, a exclamar: "E também golpistas!"

A verdade é que agora é a vez do PMDB. E quanto a isso, não há como se voltar atrás, "Doa a quem doer, porque não ficará pedra sobre pedra", como anunciou certa vez a presidenta Dilma, em programa eleitoral no ano de 2014. E não está a ficar nada em pé, a não ser a visualização do pó das pedras derrubadas como resquícios de parte de paredes edificadas em corrupções, que estão a ser, agora, demolidas com vigor pelo Governo do PT e de Dilma Roussef.

Contudo, alguns segmentos conservadores da sociedade brasileira, a exemplo de políticos, empresários, jornalistas e coxinhas de classe média, ainda não "perceberam" que o rompimento de alguns políticos do PMDB com o Governo Trabalhista, bem como a maioria dos golpistas do PSDB, DEM, PPS, SD, PTB e, evidentemente, do PMDB, movimenta-se ferozmente em prol de um impeachment.

Compreenderam que as investigações sobre corrupção e tráfico de influência vão chegar aos nomes deles. Por isto a ferocidade, o escárnio, o ódio e as tentativas de derrubar a mandatária petista do poder, no decorrer de um tempo superior há um ano,  desde o primeiro dia após a derrota de Aécio Neves, que, inconformado com o revés e obcecado pela Presidência da República, tornou-se o pior perdedor da história do Brasil e o líder dos movimentos conspiratórios e golpistas.

O PSDB e seus aliados sabem que, mais cedo ou tarde, mesmo a ter a proteção e a blindagem da imprensa corporativa de DNA golpista e de setores do sistema judiciário, os processos engavetados, as denúncias e acusações sobre corrupção nos ninhos tucanos vão ter de chegar um dia às barras dos tribunais. É aquela coisa: processo iniciado, processo terminado. Isto é fato, até porque a Constituição e o Código Penal valem para todos os brasileiros, apesar de os coxinhas de classe média e seus ídolos, os ricos, considerarem, por má-fé e hipocrisia, que a corrupção no Brasil começou em 2003, com o PT.

Durma-se como um barulho desses. A casa grande governou o Brasil por 500 anos, com alguns interregnos, mas a corrupção, convenientemente, é culpa do PT, o partido que mudou o Brasil e incluiu milhões de pessoas na classe média e no consumo, bem como abriu um leque de oportunidades para milhões de brasileiros ascenderem socialmente, tanto nos âmbito da educação quanto no do emprego, sendo que eu vou refrescar a memória de quem se faz de esquecido por questões ideológicas e políticas.

Os governos petistas de Lula e Dilma, durante 12 anos, ou seja, três mandatos, criaram quase 20,4 milhões de empregos, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Esses índices representam um avanço de 71% do número de postos de trabalho em comparação com dezembro de 2002, o último ano do sombrio governo tucano de FHC — o Neoliberal I —, que nem emprego criou para o povo brasileiro, além de proibir por decreto lei a construção de escolas técnicas no Brasil. E olhe que esse senhor tucano de bico longo e voo curto é professor, hein...

Lula e Dilma fizeram muito mais na área de empregos do que o PSDB, como em qualquer outro segmento social e econômico. A verdade é que FHC — o Príncipe da Privataria — em oito anos criou apenas cinco milhões de empregos, o que significa 1/3 do total de empregos criados por Lula em oito anos. Por sua vez, se compararmos o primeiro Governo Dilma com os governos sombrios e cinzentos de FHC — o gestor-mor da Privataria Tucana, a mandatária petista o supera. Dilma em apenas quatro anos criou 5.052.710 empregos formais, enquanto FHC em oito anos gerou 5.016.672 empregos.

Se formos comparar as operações da PF realizadas pelos governos do PT em relação aos do PSDB, aí é covardia, porque simplesmente FHC praticamente não combateu a corrupção, além de ter nomeado um procurador-geral que tinha o sugestivo apelido de engavetador-geral. Geraldo Brindeiro era o nome dele. Alguém se lembra? Para resumir, em 12 anos de Lula e Dilma no Palácio do Planalto foram realizadas 2.226 operações, enquanto a PF sob o comando de Fernando Henrique realizou apenas 48 operações. Um absurdo, e sinal concreto de que os tucanos nunca quiseram prender ninguém. E como seria possível, se eles venderam o Brasil? Aí os emplumados teriam de prender a eles mesmos, ou seja, sumariamente engaiolados.

Mesmo assim, a classe média paneleira e as "elites" de índoles escravocratas, pautadas pela imprensa alienígena e conspiradora, querem acreditar, a dar vazão às suas conveniências e crenças, que a corrupção é obra do PT e de suas lideranças, quando a verdade é que os governos republicanos de Lula e Dilma foram os que mais prenderam corruptos e corruptores. Pela primeira vez neste País os cidadãos brasileiros viram ricos, influentes e poderosos no xilindró. Esta é a verdade, porque é fato real. Ponto.

A casa de Cunha caiu. E ainda vão cair as casas dos cunhas demotucanos e de seus aliados de outras legendas, como o Paulinho da Força (SD) e cia. Não tem jeito e nem volta. Vamos ver com quantos paus se faz uma canoa ou quantas prisões vão ser necessárias para dar jeito neste País e, com efeito, torná-lo civilizado, democrático e justo. O PT e seus governos, em apenas 13 anos, revolucionaram o País sem alardes e rupturas graves no tecido social, mas os corruptos e os corruptores não gostaram e por causa disso reagem, inclusive com a cooperação dos magnatas bilionários de imprensa, que sabotam o Governo Trabalhista e blindam seus aliados emplumados.


A estadia da PF nas casas de Eduardo Cunha representa, mais do que qualquer imbróglio político e ideológico, desejos de grupos e pessoais, a derrota do golpe contra Dilma Rousseff, mandatária que não cometeu crimes de responsabilidade e que, conforme ela prometeu, não está a deixar pedra sobre pedra. Não vai ter golpe! A hora do PSDB vai chegar. Claro que os tucanos não são inimputáveis. É somente uma questão de tempo, apesar dos delegados aecistas, dos gurgeis, dos moros, dos joaquins e dos gilmares. É isso aí. 

Fracasso de coxinhas brancos e golpistas vira para a imprensa “esquenta”

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

Os coxinhas e o pato da Fiesp não aprendem com a história.
Só se via brancos... e coxinhas. Um mar de pessoas caucasianas vestidas com camisas da Seleção Brasileira, que os coxinhas analfabetos políticos e mal intencionados detestam, além de ser um mote para se autoproclamarem brasileiros nacionalistas. Foram manifestações ridículas, perniciosas e cabotinas, pois sem quaisquer causas nobres em defesa dos direitos e das conquistas dos trabalhadores, por exemplo, ou do respeito aos votos do povo que elegeu Dilma Rousseff presidente do Brasil.

Manifestações de uma classe média e média alta branca, com o apoio dos ricos da Fiesp e Firjan, bem como do partido golpista, o PSDB, do playboy Aécio Neves, do senador José Serra, que, ao invés de ser atingido por bolinha de papel na careca, agora leva vinho na cara de mulher (senadora Kátia Abreu), que ele ofendeu. O PSDB do ex-presidente mais vaidoso do que um pavão, que atende pela sigla FHC — o Neoliberal I.

Realmente, a classe média coxinha bem nutrida fracassou de mãos dadas com o pato da Fiesp. O pato esperto e sorrateiro que não quer a volta da CPMF, porque sabe que este imposto rastreava as movimentações financeiras e dificultava as sonegações de dinheiro dos ricos empresários, que tem DNA golpista, como comprovaram no golpe de 1964, quando fomentaram as Marchas da Família com Deus pela Liberdade, e deu no deu: perseguição, demissões, repressão, prisões, exílios, torturas e mortes, além de 21 anos de ditadura, a mais longa da história do Brasil.

Fracassaram os coxinhas brancos em um retumbante fiasco. Os coxinhas leitores de Veja, IstoÉ, Época, O Globo, Folha e Estadão — os propagadores da reação. Os coxinhas adoradores do Jornal Nacional e dos especialistas de prateleiras da Globo News, tipo Marco Antonio Villa e Olavo de Carvalho, sendo inquiridos pela apresentadora Leilane Neubarth. Ave Maria... Só de pensar nesses caras chega a dar dor de dente ou de ouvido, pois a desfaçatez, a insensatez, bem como a vocação para distorcer a verdade e manipular as realidades e os fatos se tornam algo que remonta ao maquiavelismo ou à simples cara dura.

Os pequenos filhotes de Mussolini ou Pinochet, sendo que muitos não sabem, verdadeiramente, o que estão a fazer nas ruas e a se vestir com camisas de Seleção Brasileira, acompanhados de gente fantasiada de Batman e mulheres com os peitos de fora, como se estivessem em um show de strippers, um exibicionismo só comparável ao do Alexandre Frota, que afirmou, dentro dos limites de sua ignorância política, ser um representante dos "artistas do bem". Do mal devem ser Beth Carvalho, Chico Buarque e Gilberto Gil, somente para ficar nesses, porque centenas de intelectuais, acadêmicos e artistas já se posicionaram contra o golpe de direita contra a presidente trabalhista Dilma Rousseff.

São esses os coxinhas brancos de barrigas cheias e que vão às janelas e varandas de seus apartamentos e casas confortáveis bater panelas. Esses cidadãos despolitizados, mas que são filhos e netos de pessoas que fizeram faculdade e tiveram ou tem bons empregos como eles próprios, procedem dessa forma irresponsável, por desconhecerem a história do Brasil ou, efetivamente, concordam com golpes contra uma mandatária que não cometeu crimes de responsabilidade por questões ideológicas, inconformismo e rancor por testemunhar, no decorrer de menos de dez anos, o povo brasileiro melhorar de vida e ter o direito básico e humanitário de fazer três refeições por dia. Tanto é verdade que o Brasil saiu do mapa da fome da FAO.

Coxinhas são coxinhas, e nada mais. São do contra e odeiam aqueles que não compactuam com suas ideias de hegemonia de classe, em um mundo VIP, com poucos a consumir e ter acesso a bons empregos, escolas e universidades. Os coxinhas brancos e bem alimentados, se pudessem, teriam aeroportos só para eles. Então sugiro que falem com o Aécio Neves, que, seguramente, ele vai mandar construir aeroportos somente para os coxinhas despolitizados e vestidos com camisas de Seleção Brasileira e bonés amarelos do Banco do Brasil.

Sim senhor, do velho e bom BB, banco onde essa gente brasileira com complexo de vira-lata, que odeia o Brasil, teve acesso pela primeira vez, no decorrer do Governo Lula, a pegar empréstimos diretamente no caixa eletrônico, conforme o salário. Sem passar pelo crivo do gerente, sem chorar ou se humilhar para ter acesso a empréstimos. A classe média coxinha reacionária e branca foi beneficiada em muitas outras coisas, que um dia relatarei em artigo.

Porém, vale lembrar que até para comprar passagens de avião era um sufoco. Eram muito caras e difíceis de conseguir. Hoje os aviões e aeroportos estão lotados e pela primeira vez o número de passageiros em aeroportos no Brasil superou o público das rodoviárias. É fato e realidade. O Brasil mudou, e apesar das dificuldades de um País em desenvolvimento, mudou, sim, e foi para melhor.

Os coxinhas brancos de classe média podem ser analfabetos políticos, mas completamente estúpidos acho que eles não são, como também não são cegos, mudos e surdos. A verdade é que eles são de direita e querem um governo de direita no poder. Ponto. Entretanto, suas passeatas que mais parecem com um circo (nada contra os circos, mas tudo a favor) não tem uma coisa primordial na vida de qualquer sociedade: o povo! Até na Bahia, em Salvador, cuja população é 80% negra, viu-se apenas brancos. Um multidão de brancos, a desfilar como foliões atrás do trio elétrico em pleno carnaval.


A farra está boa, mas golpe, não. Não vai ter golpe. O povo brasileiro não vai permitir aventuras irresponsáveis de gente que não sabe ou se esqueceu da nossa história. Para finalizar, a imprensa golpista e meramente de mercado é tão cínica e hipócrita que para amenizar o fracasso e distorcer o fiasco das manifestações golpistas preferiu dizer em suas manchetes mequetrefes e rastaqueras que as marchas dos coxinhas branquelos serviu apenas como um "esquenta". Talvez seja o "Esquenta" da Regina Casé. Aí, sim, o oba oba vai virar uma parada. O golpe não passa. É isso aí.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Imprensa de negócios privados é a desgraça do Brasil

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre 



A imprensa dos magnatas bilionários é sórdida e covarde? Com certeza. E por quê? Porque ela combate, impiedosamente, o desenvolvimento do Brasil e a emancipação socioeconômica de seu povo. Contudo, o pior nela é a mentira, a trapaça, a manipulação, que se transformam em golpismo. Uma imprensa alienígena de coronéis midiáticos donos de oligopólios que não aceitam a democracia, a inclusão social, a igualdade de oportunidades e, consequentemente, a ascensão social dos pobres, a independência e a autonomia do Brasil.

Coronéis que representam o atraso, o retrocesso e o reacionarismo mais do que quaisquer empresários de setores e segmentos diferentes da diversificada e poderosa economia brasileira — a sétima maior do mundo. A economia que essa gente quer destruir para que entre em uma crise sem precedentes, igual ou similar à escalada inflacionária dos anos 1980 e 1990, ou parecida com o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, que deixou o poder com 12,5% de inflação, foi ao FMI três vezes, porque quebrou o Brasil três vezes, além de ter vendido o patrimônio brasileiro que ele e seus pares jamais teriam competência para construí-lo.

Estatais estratégicas para o País como a Vale do Rio Doce e a Telebras foram vendidas a preços de bananas, de tal forma que o dinheiro das vendas foi gasto para pagar os juros da dívida pública, enquanto o setor privado deitava e rolava com o acesso e o controle sobre as estatais que foram construídas e criadas por intermédio de gerações e gerações de brasileiros. Brasileiros que, diferentes dessa burguesia tacanha, provinciana, preconceituosa e que jamais teve a dignidade de pensar o Brasil, dedicou-se a pensá-lo e o edificou, ao ponto de no decorrer da década de 1990 os sombrios governos dos demotucanos terem realizado a segunda maior privatização da história da humanidade.

Portanto, o País não é esta merda toda que as elites apregoam para, propositalmente, baixar ao nível do chão a autoestima do brasileiro, no sentido de fazê-lo desgostar do Brasil, criticá-lo açodadamente, mas sem analisar e avaliar os fatos e as realidades com precisão, ponderação e sabedoria, a ter sempre como mentor e tutor de seu pensamento distorcido e, irremediavelmente, preconcebido, a imprensa de mercado e corrupta dos magnatas bilionários e de seus empregados, que para agradarem seus patrões se tornam piores do que eles.

Nem os índices, os números, os gráficos oficiais do Estado brasileiro, a exemplo de IBGE e da Fundação Getúlio Vargas, e de órgãos internacionais, como a ONU, a OMC, o PNUd, a Unicef, a OMS, a FAO, dentre outros organismos, não convencem as pessoas de mentalidade conservadora e que votam em candidatos e partidos de direita de que o Brasil avançou, e muito, em inúmeras questões difíceis e complexas, como o combate à miséria absoluta, à fome e a redução da pobreza.

São fatos irreversíveis, porque aconteceram, mas que não tem destaque na imprensa familiar e corporativa, que sabota toda e qualquer boa notícia em seus veículos de comunicação, que se transformaram, equivocadamente, em partidos políticos de natureza conservadora, ou seja, de direita. O Brasil reduziu a pobreza e, com efeito, a fome em 82,1% no que diz respeito às pessoas subalimentadas, no período compreendido entre 2002 e 2014, exatamente nos governos trabalhistas de Lula e Dilma.

A queda dos índices da fome é exemplar. Como o é também superior a média da América Latina, que é de 43,1%. Além disso, vale destacar que a diminuição vertical nos índices da fome no Brasil é a maior registrada entre os seis países mais populosos do mundo, bem como a menor no que é relativo às nações que compõem o bloco dos Brics. Nada disso é repercutido como deveria ser pela imprensa de negócios privados, que cuida apenas de seus interesses e que se danem as pessoas e a Nação.

A mesma coisa também acontece quanto ao Brasil ter dado uma lição de responsabilidade e de comprometimento no que tange a preservar as florestas, combater o desmatamento e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37%, no período entre 2005 e 2025, sendo que a meta até 2030 é de 43%. Segundo Carlos Ritti, secretário-executivo do Observatório do Clima, o Brasil tem uma das metas mais ambiciosas do mundo, além de ser a primeira grande economia a tratar a redução de emissões para toda a economia como meta absoluta.

Todavia, não são apenas essas duas questões importantes que fazem do Brasil um País importante. Os avanços conquistados pelo povo brasileiro são inúmeros e basta elencá-los para refrescar a memória de brasileiros que detestaram ver a ascensão dos pobres e, por sua vez, testemunhar o acesso deles no mercado de consumo, nos aeroportos, restaurantes, shoppings, escolas técnicas e universidades públicas e privadas.

Os inúmeros programas de inclusão social somados às milhares de obras de infraestrutura e logística em todo o País, fez com que o Brasil crescesse exponencialmente economicamente e experimentasse pela primeira vez sua valorização como Nação em termos mundiais. O Brasil luta pela sua autonomia e independência, mas enfrenta situações adversas criadas por brasileiros, que não aceitam a emancipação do Brasil em relação aos países desenvolvidos, porque a direita brasileira enclausurada na casa grande não tem pensamento próprio e vive na carona, a cinco séculos, dos interesses dos países dominantes e seus governos imperialistas e colonialistas.

A "elite" brasileira é uma desgraça. É vero. Porém, a desgraça da desgraça são os empresários dos meios de comunicação privados, que se tornaram bilionários sob as asas do Estado nacional, e hoje lutam, diuturnamente, para que suas agendas sejam impostas e obedecidas até pelo presidente da República. Se não fosse a imprensa empresarial, acredito que o Brasil estaria muito mais avançado. Sem sombra de dúvida.

Agora, neste momento, tais magnatas bilionários conspiram contra o Brasil e seu governo eleito pela maioria do povo, de forma democrática e republicana. Para essa gente, derrubar uma mandatária legitimamente eleita e que não cometeu crimes comuns e de responsabilidade é a coisa mais normal do mundo. Os coronéis de todas as mídias cruzadas e monopolizadas se aliaram com setores reacionários da Justiça, do MP e da PF para derrubar uma presidente constitucional como o é Dilma Rousseff.

A verdade é que se trata de setores do País que não se adaptaram ao regime democrático, apesar de fingirem que estão inseridos no contexto da democracia representativa. Eles não querem a distribuição de renda e riqueza e, por seu turno, insurgem-se e se contrapõem por meio de um golpe institucional originado no parlamento, apesar de terem tentado antes darem um golpe jurídico, mas não colou. Dar uma de João sem braço quase nunca dá certo, mesmo a termos no Brasil uma oposição golpista, sem projetos e programas, além de um imprensa mercantil e que deseja, freneticamente, que o circo pegue povo — o quanto pior melhor.

A imprensa de negócios privados é a desgraça do Brasil. Seus donos e empregados são tão inimputáveis quanto os demotucanos, que, a despeito dos incontáveis escândalos, com denúncias, provas e processos que correm na Justiça, que deveria urgentemente deixar de ser cega e arregalar bem seus olhos para perceber que os demotucanos, os políticos do PSDB e do DEM se tornaram inimputáveis e protegidos pelas mídias dos magnatas bilionários, que historicamente odeiam presidentes trabalhistas, que não seguem suas agendas e discordam de suas pautas.


Enfrentá-los requer coragem e disposição. Até delegados, juízes, promotores e políticos influentes temem a imprensa de direita, que alisa autoridades quando tem interesses, mas, sem quaisquer escrúpulos, trai seus aliados e os achincalha em público, em um linchamento moral capaz de destruir a pessoa para sempre ao ponto de ela não se recuperar. A imprensa dos magnatas bilionários, a de negócios privados, realmente é a desgraça do Brasil. É isso aí.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Frente contra o golpe e defesa da legalidade tem de defender Dilma e a democracia

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Discordo plenamente e amplamente de Breno Altman, jornalista que tem todo meu respeito e consideração. Contudo, quando o articulista afirma que o movimento contra o golpe não poderia ser somente em defesa do Governo Dilma, Altman incorre em um erro de cálculo grave, porque a presidente petista foi reeleita legalmente, seu governo é o governo que mais combateu a corrupção, bem como se a mandatária atualmente está em baixa nas pesquisas de opinião, não seria por causa disso que ela seria merecedora de ser derrubada do poder.

Evidentemente que Breno Altman não fez as assertivas do fim deste primeiro parágrafo. Porém, já me adianto, porque as pessoas não podem se deixar levar pelo fato, por exemplo, de uma mandatária ser impopular ou que o "oficialismo" seja, em um primeiro momento, não prioritário, quando ele o é. E por quê? Porque Dilma é a presidente oficial do Brasil. Simples assim.

Remediar o "Fica Dilma", em prol de apenas ficar atento à preservação da legalidade democrática, seria por demais perigoso — uma temeridade. Seria, com efeito, uma imperdoável omissão e negligência das forças que combatem o golpe demotucano à moda paraguaia desde o primeiro dia após o resultado das eleições de outubro de 2014. Até hoje a direita não desceu do palanque. Surreal.

Na verdade, são duas as questões que devem ser observadas. A primeira é que o Governo Dilma tem de ser defendido pelas forças progressistas e legalistas. A segunda, e eu concordo com o Altman, é que os movimentos que apoiam a presidente, porque é a política do PT que poderá sofrer um golpe por parte da direita deste País, defendam, além do Governo Dilma (Fica Dilma), também a legalidade democrática.

Fora disso, considero uma estratégia de defesa meia boca, porque as duas coisas devem ser observadas e, consequentemente, defendidas. Os dois assuntos não se separam, pois são inerentes e ligados umbilicalmente. Além disso, se alguém acha o governo indefensável, o problema é do tal "alguém", até porque tivemos presidentes da República eleitos, políticos como Jânio Quadros, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, que deixaram o poder com baixíssima popularidade, cujos governos foram acusados de todos tipos de falcatruas e corrupções e nem por isso foram alvos de um golpe.

Dois renunciaram, em circunstâncias históricas muito diferentes e mais graves que as de Dilma; e FHC, além de desmantelar o Estado brasileiro, pois realizou a segunda maior privatização da história do planeta, entregou o País a Lula com 12,5% de inflação, com suas reservas internacionais na rapa do tacho, bem como foi ao FMI três vezes, porque quebrou o Brasil três vezes, ao tempo que foi acusado de ter comprado a reeleição, que não constava na Constituição Federal.

Quero lembrar ainda aos que não se lembram, que Dilma Rousseff, em seu primeiro mandato, obteve índices de aprovação e popularidade que certa vez ultrapassaram os do ex-presidente Lula, que alcançaram os 80%. Por sua vez, e convenhamos, todos nós, inclusive o Breno Altman, sabemos que a campanha negativa, que visa desqualificar o Governo Trabalhista, desconstruir as imagens, tanto a de Dilma quanto a de Lula, é talvez uma das mais ferozes e violentas da história do Brasil. Talvez mais do que as campanhas golpistas e antinacionalistas contra os presidentes trabalhistas, Getúlio Vargas e João Goulart.

As forças legalistas deste País, que não aceitam, de forma alguma, que ocorram golpes contra uma mandatária que não cometeu crimes de responsabilidade, tem que, na minha opinião e na de muitos brasileiros, de preservar a integridade de um Governo eleito pela via democrática e constitucional, bem como, conforme o Altman, defender a legalidade democrática, a estabilidade institucional e fazer valer as leis que estão em vigor no Brasil.

A verdade é que defender um governo em que a presidente se tornou alvo da direita golpista é a mesma coisa que defender a legalidade democrática. O "Fica Dilma!" significa dizer "Não ao golpe!" E se é não ao golpe, evidentemente, que está a se preservar uma presidente que conquistou o poder por intermédio do jogo democrático, da soberania do povo, que depositou a maioria dos votos à candidata do PT, Dilma Rousseff.


O "Fica Dilma" não é um bordão estreito. Como também não o é a luta pela obediência às regras e às normas de um País democrático como o Brasil. O Estado de Direito, a permanência de Dilma Rousseff no poder e a estabilidade democrática são irmãos siameses. Todos são importantes e devem ser protegidos pelas forças progressistas, legalistas e democráticas. Os que destoam são os golpistas de direita. Não ao golpe! É isso aí. 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O golpe morreu! Fachin acabou com a farra dos ratos

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


O impeachment morreu! O ministro do STF, Luiz Edson Fachin, suspendeu a criação da Comissão "Especial" do Golpe Parlamentar, à frente do golpismo o cadáver político, deputado Eduardo Cunha, com o apoio, irrestrito, do senador playboy, Aécio Neves e Cia, a ter seu guru, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, a tagarelar na imprensa alienígena e a apagar a fogueira da crise política com gasolina. Para resumir, o juiz Fachin acabou com a farra dos ratos.

Somente esqueceram de avisar aos golpistas de direita, que vão entrar na história como moleques irresponsáveis, independente do cargo que ocupam e a função que exercem, tanto no sistema Judiciário quanto no Legislativo, bem como na imprensa mediocremente de mercado dos magnatas bilionários, que odeiam o Brasil e desejam ver o povo brasileiro cativo para sempre, porque longe de sua emancipação econômica e social.

O golpe morreu! Porém, principalmente, esqueceram de avisar ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, que, mesmo a se transformar em um cadáver político e moral, insiste na ousadia de dar continuidade ao golpe, intenção esta que ele já anunciava ainda quando era apenas um deputado da bancada do PMDB, mas que há anos se aliava à oposição liderada pelo PSDB e o DEM, que vem a ser o pior partido do mundo, como já disse anteriormente.

O pior do planeta por se tratar de uma agremiação política que ainda se encontra nas fazendas de escravos dos senhores de gado e engenho do século XIX. A resumir: violência, atraso e retrocesso. Este é o DEM, o aliado do igualmente predador do Brasil, o PSDB, que, maus perdedores de veias golpistas, lutam, incessantemente, há mais de um ano para que a presidente Dilma Rousseff, eleita em outubro de 2014 pelo voto do povo, seja derrubada por um golpe paraguaio ou seja lá o que for ou valha.

Somente no Brasil, e com a aquiescência de uma classe média coxinha e de uma casa grande de caráteres predominantemente e historicamente golpistas, que um político da estirpe do Cunha, envolvido com inúmeras falcatruas, crimes e corrupções tem a liberdade de aceitar e dar celeridade a um processo de impeachment contra uma mandatária que, não me canso de repetir, não cometeu crimes comuns e de responsabilidade. Este é o cerne da questão. Ponto.

A derrubada de uma presidente constitucional e eleita legalmente por motivos torpes e sórdidos é um fato gravíssimo e pode terminar com muita violência nas ruas e com rupturas institucionais e constitucionais por se tratar de perfídia, que já teve precedentes ainda mais trágicos para o povo brasileiro, como o golpe civil-militar de 1964, que se transformou na ditadura mais longa e violenta da história do Brasil, que durou 21 anos. E ainda, cinicamente e hipocritamente, foi apelidada por seus apoiadores de "A Redentora".

A militância da mentira e do ódio não vai vicejar no Brasil, porque as forças legalistas e progressistas não vão permitir que tal militância ou milícia, totalmente descomprometida com a Nação, a transforme, mais uma vez, em uma republiqueta das bananas, tal qual as almas e os espíritos de golpistas do passado e do presente, que nunca respeitaram o povo e sempre acondicionaram o Brasil em uma situação de País subdesenvolvido, dependente, dominado e à mercê de roubalheiras e de piratarias praticadas por países ricos e imperialistas.

Países e seus governos colonialistas, que tem como aliada, fiel e inconteste, a burguesia e a pequena burguesia brasileiras, subalternas, subservientes, portadoras de inenarráveis e incomensuráveis complexos de vira-latas, pois, indelevelmente, inimigas históricas do Brasil. Combater o golpe significa impedir que forças "ocultas", digo as que estão ainda invisíveis, mas a apoiar os golpistas de linha de frente, a exemplo do juiz e político de direita, Gilmar Mendes, do deputado Eduardo Cunha, do senador Aécio Neves, do juiz e político também de direita, Sérgio Moro, bem como em geral os aliados do PSDB, como os magnatas bilionários de imprensa, além dos grandes capitães da indústria e do mercado financeiro nacional e internacional.

Enfrentar essas forças reacionárias não é brincadeira; não é fácil. Tem de ter disposição, porque as tentativas de se concretizar o golpe são intermitentes. O golpista não cansa e não pára, porque derrubar do poder uma mandatária que não incorreu em crimes de responsabilidade se tornou uma obsessão, de forma que o PSDB e seus cúmplices e conspiradores não apresentam soluções, programas de governo e projeto de País, porque simplesmente a demotucanada não tem e nunca teve. Essa gente se recusa a pensar o Brasil há 515 anos.

Contudo e apesar de tudo, a farra dos ratos acabou pelas mãos e sensatez do magistrado Fachin, bem como não adianta mais o vice-traidor-chorão, Michel Temer, afirmar que a comissão "especial" do golpe parlamentar é legítima e foi efetivada em pleno processo democrático, quando a verdade é que Temer, como constitucionalista que é, sabe muito bem que Eduardo Cunha e seus adjuntos burlaram o regimento interno da Câmara, golpearam as regras e normas para que a bancada governista não tivesse maioria nesse colegiado.

Acabou a patuscada, a pândega, a bagunça e a molecagem da oposição demotucana e de seus aliados de partidos menores. O País é sério. Quem não quer ser séria é a oposição. Quem não são e nunca foram sérias são as casas grandes deste País. Seus inquilinos de poses e modos "aristocráticos" nunca se sujeitaram ao jogo democrático, porque são politicamente antidemocráticos, apesar do discurso a favor da democracia, que, todavia, contrapõe-se às rotinas de suas ações e realidades históricas.

O STF, apesar de ter ministros com a estatura menor de Gilmar Mendes, percebeu rapidamente que o impeachment estava a vir a galope, a despeito de Eduardo Cunha ser brevemente denunciado pela Procuradoria Geral da República, Rodrigo Janot, bem como a Comissão de Ética prometeu analisar ainda hoje o relatório que pede a cassação do presidente da Câmara.

Eduardo Cunha, Aécio Neves, Gilmar Mendes, dentre muitos outros, mostram-se perigosos para a estabilidade politico-institucional do País. Essas pessoas são perigosas, porque não são políticos e servidores públicos compromissados com os interesses do Brasil. Já deixaram isto claro a vida toda, pois é desta forma que a direita age, porque é uma questão ideológica, de valores e princípios. A direita é entreguista, olha para o povo de forma imperialista, como os países imperialistas olham para as nossas "elites" subalternas e colonizadas em termos sociais, políticos e econômicos. É o que acontece. É fato e realidade. Pode acreditar.

Considero inacreditável que o Brasil, depois de quase 30 anos da redemocratização, além dos 33 anos das primeiras eleições livres para governadores, em 1982, tenha de se submeter aos ditames e caprichos de uma direita irresponsável que luta, de todas as formas e maneiras, para conquistar o poder, mesmo ao preço de um golpe contra uma presidente constitucional, eleita pelo povo, sem se preocupar, inclusive, com a economia do País e com os empregos dos trabalhadores brasileiros. Os golpistas são realmente irresponsáveis.


A verdade é que o PT, os movimentos sociais e de trabalhadores e o sistema legalista, nos âmbitos privado e público, tem de ir para cima dos golpistas. O Brasil não pode retroceder ao ponto de voltar aos anos terríveis e sombrios de 1954 e 1964, quando o estadista gaúcho, Getúlio Vargas, matou-se e adiou o golpe por dez anos, quando o grande presidente e igualmente gaúcho, João Goulart, foi derrubado por uma quartelada apoiada por grandes empresários, com o apoio logístico e financeiro dos Estados Unidos — a terra do Tio Sam, aquele que bombardeia países para invadi-los e depois roubar suas riquezas. O ministro Fachin acabou com a farra dos ratos. O golpe morreu! É isso aí.


NADA É MAIS PARECIDO COM O CARLOS LACERDA.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Temer é o Amigo da Onça de Dilma e do Brasil

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Quando eu olho ou penso no vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, vem às minhas retinas e memória o personagem do talentoso cartunista Péricles, o autor do incomparável Amigo da Onça, um sujeito sorrateiro e oportunista, nada confiável e que, se tiver oportunidade, deixa o pé no meio do caminho para que sua vítima tropece e se esborrache no chão, ou seja, tenha sua vida prejudicada.

O vice-presidente poderia pelo menos poupar os cidadãos de sua vilania política e partidária e ter escrito uma carta mais curta para reclamar da vida como se fosse uma simples dona de casa ou um trabalhador que estão a reclamar de suas rotinas, muitas vezes cansativas, pois sistemáticas. Contudo, Temer é o vice-presidente do Brasil e age como uma diva que foi abandonada no palco pelo diretor e o produtor, a ficar sem a luz da ribalta, que o político paulista sente tanta falta.

Além de escrever uma carta lamentável e que não dignifica o cargo de vice de um País tão importante como o Brasil, Michel Temer optou também por ratificar sua condição de político anão e muito aquém do que suas responsabilidades institucionais e constitucionais exigem. Afinal, ele aderiu ao golpe, e por escrito, sem a menor cerimônia, o que se torna uma ação emblemática, na qual o vice-presidente da República pula a cerca e cai nos braços de uma oposição feroz, irresponsável, que tenta de todas as maneiras efetivar um golpe contra a presidente Dilma Rousseff.

Temer adere ao golpe dos demotucanos e dos magnatas bilionários de imprensa, a chorar lágrimas de crocodilo ou a sorrir cinicamente como o Amigo da Onça das ilustrações e quadrinhos de Péricles. Por sinal, o vice-presidente é fisicamente bem parecido com o famoso personagem, que durante décadas fez os leitores brasileiros rirem de suas diatribes e ações ardilosas, que sempre visavam causar danos àqueles que, porventura, o Amigo da Onça queria prejudicar, trair e destruir.

Seria mais cômodo e simples a Michel Temer se, ao invés de escrever uma carta "confidencial" razoavelmente longa e repleta de hipocrisias e veleidades, ele apenas se resumisse a uma frase com três palavras, que seria esta: "Aderi ao golpe!", pronto e fim de papo. O problema é que o vice deste País pertence à direita paulista, representa a mais alta burguesia do Estado Bandeirante, além de ser politicamente conservador.

Michel Temer é o tipo de político que jamais deveria errar com tamanha gravidade. Ele não tem esse direito, até porque é um jurista constitucionalista, que, por ocupar cargo tão importante, teria de ser ético mesmo contra seus próprios interesses, porque, ao se tornar mais um de tanto golpistas, coopera para fomentar o golpe e, com efeito, enfraquece a estabilidade democrática e institucional. Esse processo draconiano recrudesce a crise política e econômica, da qual se aproveitam a oposição demotucana e a imprensa de direita, que ora está a tratar de vender seu mais novo peixe para os brasileiros: o impeachment.

O que Michel Temer — o Amigo da Onça — está a fazer não tem perdão. Existem homens e homens, políticos e políticos, e, definitivamente, o Temer não é o vice de Lula, o empresário nacionalista José Alencar, que sempre se conduziu de forma republicana, a respeitar seu cargo e função e, mais do que isto, a jamais conspirar para derrubar um presidente da República com o qual formalizou uma aliança político-eleitoral.

Michel Temer é o que é, porque ele é o que é: um político de direita, que por circunstâncias e por ser do PMDB, partido da base dos governos petistas desde o primeiro mandato de Lula, subordinou-se à decisão da maioria de participar de um governo de coalizão. Com as sucessivas conspirações por parte do PSDB e de seus aliados, além dos ataques diuturnos da imprensa empresarial contra os governos do PT e suas lideranças, a alma traidora e contraditória do PMDB não suportou tamanha conspiração e, como um escorpião, grande parte dos políticos deste partido aderiu ao golpe — a traição.

Os golpistas ainda contam com a participação de setores ideologizados e partidarizados da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal, além da associação do PMDB de Temer, a liderá-lo na Câmara o presidente Eduardo Cunha, o principal agente do golpe, que levou o PMDB a desequilibrar a bancada governista, retirando-lhe a maioria, porque metade do PMDB, sem sombra de dúvidas, juntou-se, inescrupulosamente, aos golpistas liderados pelo PSDB contra a presidente legalmente eleita, Dilma Rousseff.   

No Brasil de hoje a agenda se resume à pauta dos trustes midiáticos dos coronéis da imprensa meramente mercantil, de forma que os assuntos impostos ao povo brasileiro se restringem ao impeachment e à operação Lava Jato, que no momento deve estar no episódio 1.244.436, porque, se depender do juiz de primeira instância, Sérgio Moro, ele vai ajudar a oposição demotucana a sangrar o Governo e maculá-lo para desconstruir as imagens de Lula e Dilma. Afinal, em 2018 tem outra eleição presidencial, e desta vez a direita tem de vencer, a despeito de prejudicar o Brasil ou não.

Moro, como muitos outros juízes, promotores e delegados aecistas, somente prende petistas e jamais os tucanos, em hipótese alguma, até porque eles são inimputáveis no Brasil, mas não na Suíça. Creio ainda que o juiz da República do Paraná é mais um dos que consideram os brasileiros idiotas, que não percebem nada, porque são ingênuos e alienados ao ponto de não notarem que juízes tem lado, partido e cor ideológica. Não é mesmo, Gilmar Mendes?   

Temer enviou uma carta, à moda Marina Silva, em um monte de lamúrias e vaidades que chegam a ser novelescas. O vice, a choramingar, reclamou de sua falta de protagonismo e de influência, na verdade, abriu a caixa de Pandora, de forma articulada, astuta e maliciosa, juntamente com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que, apesar de ser um cadáver político, ainda faz composições contra o Governo Dilma, mesmo a ser acusado de inúmeras irregularidades e ilegalidades em sua vida política e pessoal.

A verdade é que se trata de golpe na veia, e Temer se tornou um dos seus principais agentes. Surreal. Um vice-presidente constitucional se voltar contra a presidente eleita. Qualquer pessoa ou político pode se voltar contra a mandatária, sendo que de forma legal e democrática. Menos o Temer. Ele foi eleito em uma chapa, o que já basta, independente de suas vontades e desejos, para que ele se submeta à sua condição institucional e constitucional.

O Amigo da Onça sabe que um golpe nunca acaba bem para qualquer lado. Golpes contra mandatários eleitos legalmente retiram a paz social e a violência pode surgir em todos os cantos deste País, que não é mais o mesmo de 1964, pois industrializado, com um povo urbano e alfabetizado, além de informado sobre os acontecimentos políticos.

Golpes trazem inconformismos e paixões desenfreadas, sendo que, seguramente, o golpista que, hipoteticamente, assumisse o poder não teria as mínimas condições políticas de governar, porque o Brasil, aí sim, entraria em uma verdadeira crise, muito maior do que a evidenciada e apregoada pelas mídias de direita, que desejam a tomada da Presidência por um político conservador, que, obviamente, vai novamente implementar os ditames do neoliberalismo, a ter o Pré-Sal como o primeiro alvo a ficar nas mãos das multinacionais do petróleo.

A verdade é que Dilma Rousseff é a referência para tirar o PT do poder. A direita não está apenas a enfrentar personalidades políticas, como os presidentes Lula e Dilma, mas, sobretudo, preocupa-se em destruir os programas de Governo e o projeto de País efetivados pelos dois presidentes trabalhistas. O que está em jogo é muito maior. O que corre perigo é o projeto nacionalista do PT e do PCdoB, que prevê a independência do Brasil e a emancipação do povo brasileiro, que nos últimos 13 anos teve acesso a inúmeros benefícios e direitos.


Evidentemente, nos tornamos um povo mais exigente e que, seguramente, não vai concordar em ter perdas e prejuízos, a partir da hora que a direita conquistar o poder por intermédio de golpes ou do voto, em 2018. Os golpistas não passarão! O vice-presidente agora tem de enviar uma carta chorosa e sorrateira para o Papai Noel. Talvez o Bom Velhinho o atenda. Michel Temer é o Amigo da Onça de Dilma e do Brasil. Que o diga o Péricles. É isso aí.