terça-feira, 30 de abril de 2013

OLHOS E OLHAR



ESPAÇO BICO DE PENA — Blog Palavra Livre
                                                               
                     


Os olhos noctâmbulos olham
Mas não têm paragens...
Perambulam e não repousam
São olhos de tempestades

Os olhos olham noctâmbulos
Infelizes e narcotizados
São sonâmbulos, sonâmbulos...
Olhos pesarosos, cansados

E assim, os olhos torturados
Adoecem, das retinas saem pus
São solitários e molhados
De lágrimas, olhos sem luz

Davis Sena Filho — 02/01/1983

Quem é Gilmar Mendes?

Blog Palavra Livre

A controversa carreira de Gilmar Mendes

30/04/2013
Gilmar_Mendes48_FHC_Ayres_Merval
Gilmar Mendes, um problema nacional.

Para ajudar os leitores, preparamos perguntas e respostas sobre o complicado ministro do Supremo.

Via Diário do Centro do Mundo

E eis que o ministro Gilmar Mendes está metido em mais uma controvérsia. Para ajudar os leitores do Diário a se situar, montamos um grupo de perguntas e respostas sobre Gilmar.

Quem indicou Gilmar Mendes para o STF?

Fernando Henrique Cardoso.

Como a indicação de Gilmar Mendes para o STF foi recebida por juristas ilibados?

Em 8 de maio de 2002, a Folha de S.Paulo publicou um artigo do professor Dalmo Dallari, a propósito da indicação de Gilmar Mendes para o Supremo Tribunal Federal, sob o título de “Degradação do Judiciário”.

Qual era o ponto de Dallari?

“Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado”, afirmou Dallari, “não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional.”

Por quê?

Gilmar, segundo Dallari, especializou-se em “inventar” soluções jurídicas no interesse do governo. “Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito”, escreveu Dallari. “No governo Fernando Henrique, o mesmo Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, “inventaram” uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.”

Como Gilmar, no cargo de advogado geral da União, definiu o Judiciário brasileiro depois de suas derrotas judiciais?

Ele fez uma afirmação textual segundo a qual o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio judiciário”.

Como os juízes responderam a isso?

Em artigo publicado no Informe, veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, um juiz observou que “não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo”.

Havia alguma questão ética contra Gilmar quando FHC o indicou?

Sim. Em abril de 2002, a revista Época informou que a chefia da Advocacia Geral da União, isto é, Gilmar, pagara R$32.400,00 ao Instituto Brasiliense de Direito Público – do qual o mesmo Gilmar é um dos proprietários – para que seus subordinados lá fizessem cursos.

O que Dallari disse desse caso?

“Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na ‘reputação ilibada’, exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo”, afirmou Dallari.

Em outros países a indicação de juízes para o STF é mais rigorosa?

Sim. Nos Estados Unidos, por exemplo, um grande jurista conservador, Robert Bork, indicado por Reagan, em 1987, foi rejeitado (58 votos a 42), depois de ampla discussão pública.

Como o Senado norte-americano tratou Bork?

Defensor declarado dos trustes, Bork foi arrasado pelo senador Edward Kennedy. “A América de Bork” – disse Kennedy – “será aquela em que a polícia arrombará as portas dos cidadãos à meia-noite, os escritores e artistas serão censurados, os negros atendidos em balcões separados e a teoria da evolução proscrita das escolas”. O caso foi tão emblemático que to bork passou a ser verbo. Mais tarde, em outubro de 1991, o juiz Clarence Thomas por pouco não foi rejeitado, por sua conduta pessoal. Aos 43 anos, ele foi acusado de assédio sexual, mas os senadores, embora com pequena margem a favor (52 votos a 48), o aprovaram, sob o argumento de que seu comportamento não o impedia de julgar com equidade. Na forte campanha contra sua indicação, as associações femininas se destacaram. E o verbo “borquear” foi usado por Florynce Kennedy, com a sua palavra de ordem “We’re going to bork him”.

Já no Supremo, Gilmar continuou a agir contra os interesses dos índios, como fizera antes?

Sim. Em 2009, o governo cedeu aos guaranis caiowás a terra que eles ocupavam então. Em 2010, o STF, então presidido por Gilmar Mendes, suspendeu o ato do governo, em favor de quatro fazendas que reivindicam a terra.

A mídia tem cumprido seu papel de investigar Gilmar?

Não, com exceção da CartaCapital. Na edição de 8 de outubro de 2008, a revista revelou a ligação societária entre o então presidente do Supremo Tribunal Federal e o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

O que é o IDP?

É uma escola de cursinhos de Direito cujo prédio foi construído com dinheiro do Banco do Brasil sobre um terreno, localizado em área nobre de Brasília, praticamente doado (80% de desconto) a Mendes pelo ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz.

O que a CartaCapital revelou sobre o IDP?

O autor da reportagem, Leandro Fortes, revelou que o IDP, à época da matéria, fechara R$2,4 milhões em contratos sem licitação com órgãos federais, tribunais e entidades da magistratura, “volume de dinheiro que havia sido sensivelmente turbinado depois da ida de Mendes para o STF, por indicação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.

Quem dava aulas no IDP, segundo a CartaCapital?

O corpo docente do IDP era formado, basicamente, por ministros de Estado e de tribunais superiores, desembargadores e advogados com interesses diretos em processos no Supremo. “Isso, por si só, já era passível de uma investigação jornalística decente”, escreveu em seu blog o autor da reportagem. “O que, aliás, foi feito pela CartaCapital quando toda a imprensa restante, ou se calava, ou fazia as vontades do ministro em questão.”

O jornalista deu algum exemplo?

Sim. Na época da Operação Satiagraha, dois habeas corpus foram concedidos por Mendes ao banqueiro Daniel Dantas, em menos de 48 horas. Em seguida, conforme Leandro Fortes, “a mídia encampou a farsa do grampo sem áudio, publicado pela revista Veja, que serviu para afastar da Agência Brasileira de Inteligência o delegado Paulo Lacerda, com o auxílio do ministro da Defesa, Nelson Jobim, autor de uma falsa denúncia sobre existência de equipamentos secretos de escuta telefônica que teriam sido adquiridos pela Abin”.

Como Gilmar reagiu às denúncias?

A CartaCapital e o repórter, por revelarem as atividades comerciais paralelas de Gilmar Mendes, acabaram processados pelo ministro. Mendes acusou a reportagem de lhe “denegrir a imagem” e “macular sua credibilidade”. Alegou, ainda, que a leitura da reportagem atacava não somente a ele, mas serviria, ainda, para “desestimular alunos e entidades que buscam seu ensino”.
Como a justiça se manifestou sobre o processo?

Em 26 de novembro de 2010, a juíza Adriana Sachsida Garcia, do Tribunal de Justiça de São Paulo, julgou improcedente a ação de Gilmar Mendes e extinguiu o processo.

O que ela disse?

“As informações divulgadas são verídicas, de notório interesse público e escritas com estrito animus narrandi. A matéria publicada apenas suscita o debate sob o enfoque da ética, em relação à situação narrada pelo jornalista. [...] A população tem o direito de ser informada de forma completa e correta. [...] A documentação trazida com a defesa revela que a situação exposta é verídica; o que, aliás, não foi negado pelo autor.”

É verdade que Ayres Brito, que prefaciou o livro de Merval Pereira sobre o “mensalão”, proferiu aula magna no IDP?

Sim.

Procede a informação de que, em pleno “mensalão”, Gilmar foi ao lançamento de um livro de Reinaldo Azevedo em que os réus eram tratados como “petralhas”?
Sim.
E agora, como entender a crise entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso?

Nas palavras do colunista Janio de Freitas, esta crise “não está longe de um espetáculo de circo, daqueles movidos pelos tombos patéticos e tapas barulhentos encenados por Piolim e Carequinha. É nesse reino que está a “crise”, na qual quase nada é verdadeiro, embora tudo produza um efeito enorme na grande arquibancada chamada País”.

É verdade que o Congresso aprovou um projeto que submete decisões do Supremo ao Legislativo?

Não. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, como explicou Janio de Freitas, nem sequer discutiu o teor do projeto que propõe a apreciação de determinadas decisões do STF pelo Congresso. “A CCJ apenas examinou, como é de sua função, a chamada admissibilidade do projeto, ou seja, se é admissível que seja discutido em comissões e eventualmente levado a plenário”, explicou Jânio. “A CCJ considerou que sim. E nenhum outro passo o projeto deu.”

E qual foi a atitude de Gilmar neste caso?

Ele afirmou que os parlamentares “rasgaram a Constituição”. Isso só é equiparável, segundo Janio, à afirmação de Gilmar de que “o Brasil estava sob ‘estado policial’, quando, no governo Lula, o mesmo ministro denunciou a existência de gravação de seu telefone, jamais exibida ou comprovada pelo próprio ou pela investigação policial”.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Veja é ópera-bufa — A Copa é nossa!


Por Davis Sena — Blog Palavra Livre

Para a Veja, o Brasil terminaria de construir os estádios da Copa de 2014 no mínimo em 2017, sendo que um dos estádios seria entregue ao povo brasileiro somente em 2038. Veja é bufona e por isto ridícula por si mesma. 

Capa de Veja: essa gente é péssima "Mãe" Diná ou "Pai" Vivi.
  Se o capitão Nascimento, principal personagem do filme Tropa de Elite, fosse, hipoteticamente, falar com o opositor político Roberto Civita e com seus jornalistas fantoches e repetidores de seu pensamento tortuoso e, sobretudo, contra o Brasil e o povo brasileiro, o policial militar diria a ele a famosa frase: “Pede pra sair!”, com o dedo em riste, os dentes cerrados, o olhar a destilar sua ira contra um empresário que apresenta à sociedade um produto editorial de péssima qualidade, como o é a Veja — a Última Flor do Fáscio —, a Revista Porcaria.
Veja é o que é, ou seja, um escorpião, que envenenaria até a quem poderia salvá-la, tal qual à fábula. Sua natureza é traiçoeira e golpista.  É o que se pode dizer de uma publicação tão perniciosa, de caráter perverso e integralmente dedicada à manipulação e à mentira, para atender a seus interesses e os de quem a revista representa, exemplificados nas grandes corporações nacionais e internacionais, bem como aliada da extrema direita norte-americana, brasileira e europeia.
Contudo, o que mais me chama atenção neste pasquim de extrema direita são suas capas, até porque suas reportagens levianas são ridículas e elas mesmas se encarregam de se desmentir no próprio texto lido pelo leitor. É uma contradição só, porque os títulos de suas matérias são useiros e vezeiros em contradizer a informação escrita. Por sua vez, as capas são o retrato de uma ópera-bufa, de uma falácia sem par, pois exageradas e totalmente direcionadas a tentar desmoralizar a quem esse pasquim de quinta categoria considera como seus inimigos.
Um exemplo é a capa da Última Flor do Fáscio, que ilustra este artigo e publicada há dois anos. Nela, os “gênios” da Revista Porcaria, verdadeiros malfeitores intelectuais, apostam no pessimismo, e, consequentemente, na incompetência dos governantes, dos administradores, dos engenheiros e dos operários brasileiros para construir os estádios de futebol e entregá-los antes de acontecer os jogos das competições. Logo o Brasil, País construtor da Petrobras, da Vale do Rio Doce, da Telebrás, da Embratel, das hidrelétricas gigantescas, da Ponte Rio-Niterói, das siderúrgicas, de navios, das rodovias e dos espigões das grandes cidades.
O Brasil que, no já longínquo ano de 1950, construiu o maior estádio do mundo — o Maracanã — e realizou a Copa em inúmeras capitais. Pois, não é que essa revista golpista, cujos principais escribas são portadores de um extraordinário, incomensurável e, portanto, um inenarrável complexo de vira-lata, apostou na derrota, na insuficiência, na incapacidade e, por fim, na iniqüidade? Apostou e publicou em sua vexaminosa, incompetente, pérfida e mentirosa capa o “fracasso” do Brasil e dos brasileiros, porque essa gente acredita, piamente, na sua cabeça colonizada, subserviente e de baixíssima estima, e por isto não consegue ver o Brasil com bons olhos e muito menos considerar que os brasileiros merecem o melhor e não o pior, como desejam os subnutridos da palavra, ferozes capitães-do-mato da Casa Grande e herdeiros legítimos da escravidão.
 

Mais uma vez a Revista Porcaria fracassou em sua leviana capa, repleta de insensatez e vazia em seu comprometimento com qualquer coisa que orgulhe o País e melhore as condições de vida do povo brasileiro. Veja é o marco da patifaria, a má-intenção em toda sua plenitude, a desfaçatez em essência, a perversidade como ideologia e a mentira como força bruta. Sua sordidez, principalmente nos últimos 11 anos supera, e muito, o pasquim de Rupert Murdoch. Roberto Civita é mais do que o Murdoch. Muito mais. E sabem por quê? Por que o Murdoch teve de fechar o News of the World, seus jornalistas foram processados e alguns presos, além de o bilionário ter de depor no Parlamento e dar satisfações à sociedade inglesa.
Além do mais, o episódio de escutas clandestinas efetivadas pelos diretores e editores de tal pasquim acelerou a regulamentação das mídias na Inglaterra, e por aqui os Murdoch(s) tupiniquins se calaram, não criticam a ação do governo inglês, porque, na verdade, a intenção é censurar tal acontecimento, porque não dar publicidade a esse assunto é estratégia para que não ocorra no Brasil o que ocorreu na Inglaterra, na Argentina e na maioria dos paises europeus e nos EUA. 
Somente no Brasil que efetivar um marco regulatório para as mídias é a mesma coisa que censurar e ou se posicionar contra a liberdade de imprensa e de expressão. Mentira! Regular e democratizar os meios de comunicação e dar acesso à informação a todos os brasileiros. Ponto! Regular significa permitir que haja competição no mercado e, por conseguinte, dar mais opções à sociedade no que diz respeito a ter mais canais de televisão, com preços mais baratos quando se trata de TV paga, por exemplo.
Entretanto, os barões da mídia e da imprensa de negócios privados não querem que aconteça esse processo. Logo eles tão “defensores” e “pregadores” do livre mercado, da auto-regulação e do estado mínimo. O mesmo livre mercado, auto-regulação e estado mínimo que derreteu as economias europeias e que puniu severamente os EUA, a partir da crise de 2008. E a Veja e seus escribas fingem que nada disso aconteceu. Talvez eles achem que são histórias da Carochinha. 
E não é que o Brasil vai entregar os estádios, como o fez em 1950, quando ainda tínhamos a maioria de nossa população a viver no meio rural. Os estádios vão, indelevelmente, ficar lindos, modernos e tecnológicos. A Copa no Brasil vai ser uma das melhores da história, porque, simplesmente, o povo é competente. Incompetente é essa “elite” entreguista e colonizada que nunca construiu nada. Pelo contrário... Quando esteve no poder nunca deu nada ao povo. Tirou. Afinal, a oposição vendeu o patrimônio público. A Copa é nossa! Os nossos Maracas também. Apesar da ópera-bufa de Veja e de toda imprensa de mercado. É isso aí.

Confira a realidade dos estádios do Brasil e compare com as previsões furadas e mal-intencionadas de Veja — A Última Flor do Fáscio:
 
Estádio
Entrega
Previsão de Veja
Mineirão - Belo Horizonte
 21/12/2012         
2020
Estádio Nacional de Brasília
Maio de 2013         
2021
Arena Pantanal – Cuiabá
62% concluída       
2017
Arena da Baixada - Curitiba
56% concluída          
Nunca
Castelão – Fortaleza
16/12/2012          
2013
Maracanã - Rio de Janeiro
27/04/2013     
2038
Arena da Amazônia – Manaus
 56% concluída        
2024
Arena das Dunas – Natal
61% concluída       
Nunca




sexta-feira, 26 de abril de 2013

STF, Gilmar Mendes, o legado dos trabalhistas e a direita

Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre

Prefiro o barulho do Congresso ao silêncio sorrateiro do STF”.  
Carlos Frank (leitor)

GILMAR MENDES QUER GOVERNAR O BRASIL COM UMA CANETADA.
Todo mundo sabe e percebe, até os recém-nascidos e os mortos, os ingênuos e os malandros, os simples e os ostentosos, os humildes e os arrogantes, que os barões controladores do sistema de comunicação de direita e de negócios privados deste País e seus asseclas, porta-vozes da ditadura do pensamento único de seus patrões, apostam e sempre apostarão no golpe, desta vez não por intermédio da sublevação tradicional, com tanques, metralhadoras e fuzis, mas, sim, através de golpes à moda paraguaia ou hondurenha, alicerçados que foram pelos tribunais superiores dos respectivos países.

 A direita brasileira, uma das mais poderosas e cruéis do mundo, foi derrotada nas últimas três eleições presidenciais. O afastamento dos conservadores do Palácio do Planalto completará, em janeiro de 2015, doze anos, o que tem, sobretudo, causado urticárias e taquicardias nos que se consideram proprietários do estado brasileiro, porque dos meios de produção a casa grande já é dona há cinco séculos.
 
 Esse sentimento arraigado de posse a leva a pensar que de forma alguma aceitará que políticos e partidos que não compartilham de suas doutrinas, conceitos e ideologias, mesmo eleitos pela sociedade, continuem a administrar o estado e efetivar o programa de governo e o projeto de País apresentados e propostos pelos trabalhistas e aprovados pela população, que resolveu elegê-los democraticamente pela força das urnas.
 
 Apesar da campanha insidiosa e sistemática da imprensa e da inegável politização do STF e da PGR, Lula e Dilma ainda têm muito prestígio perante a população, e por isso os tiros desses oposicionistas saíram pela culatra. No decorrer dos dois governos trabalhistas, o Brasil cresceu exponencialmente, no que tange à economia, ao acesso das classes pobres ao emprego, ao consumo e à sua inclusão nas universidades e escolas técnicas. O Brasil é a sexta maior economia do mundo, um dos fundadores do Brics, do Mercosul, da Unasul e do G-20, bem como reivindica ser um dos membros do Conselho de Segurança da ONU.

 A dívida externa foi zerada, o BNDES empresta mais do que o Banco Mundial, o empreendedorismo foi fomentado pela facilidade de o cidadão conseguir empréstimos junto aos bancos públicos, além de o comércio exterior brasileiro ter como principal parceiro comercial a China e não mais os EUA, porque nem tudo o que é bom para os ianques é bom para o Brasil, como acreditam os nossos colonizados portadores de um extraordinário e incomensurável complexo de vira-lata.
 
 Os juros caíram para patamares mais decentes, as folhas de pagamentos foram desoneradas e o governo trabalhista concedeu isenção de impostos, taxas e tarifas de produtos perecíveis e imperecíveis. As relações comerciais do Brasil com os países africanos, asiáticos e árabes se fortaleceram e o Mercosul se tornou um bloco poderoso, tanto no aspecto econômico quanto no político, principalmente a partir da adesão da Venezuela, um dos maiores produtores de petróleo e de gás do mundo, com reservas gigantescas, além de ser país membro da Opep.
 
Por sua vez, foram retomadas as grandes obras de infraestrutura, a exemplo da hidrelétrica de Belo Monte, da transposição do Rio São Francisco, da Transnordestina, da Ferrovia Norte-Sul, da recuperação das rodovias federais, da indústria naval, que praticamente estava falida, bem como foi realizada a duplicação de milhares de quilômetros de rodovias. O Programa Minha Casa, Minha Vida entregou 1,2 milhão de casas, gerou milhares de empregos e dignificou o cidadão que morava em más condições, além de se livrar do aluguel. Os trabalhistas criaram ainda os programas de inclusão social, como o Bolsa-Família, o ProUni, o Brasil Sorridente, o Farmácia Popular e o Luz Para Todos, entre muitos outros, que beneficiaram os pobres e contribuíram, indubitavelmente, para melhorar a distribuição de renda e de riqueza do povo brasileiro.

Lula anulou a portaria do governo de FHC — o Neoliberal — que proibia a construção de escolas técnicas federais e iniciou a construção de dezenas de novas unidades e que foram transformadas em Institutos Superiores de Educação Tecnológica. Ao todo são 214 novas escolas técnicas federais construídas entre os anos de 2003 e 2010. Os trabalhistas em apenas oito anos construíram mais escolas técnicas do que todos o presidentes juntos.
 
FHC é professor e tentou sucatear a Petrobras e afundou a maior plataforma marítima do mundo, a P-36, além de vender a Telebras e a Vale do Rio Doce a preço de banana. Esse tucano incompetente assinou uma portaria draconiana e que, sobretudo, colocou em risco o aprendizado de futuros trabalhadores brasileiros, porque escolas técnicas são instituições estratégicas para o desenvolvimento do País. Se há dúvida quanto a esta questão, leia sobre o estadista Getúlio Vargas que, ao industrializar o País, elaborou e proclamou as leis trabalhistas, sem, no entanto, esquecer de criar o Senai e o Senac, instituições que treinam e capacitam os trabalhadores.
 
Como se percebe, escolas técnicas são obras de políticos trabalhistas, porque os políticos representantes e filhos das classes abastadas não criam nada, não concedem, não constroem e não se preocupam com os trabalhadores, porque simplesmente se recusam a pensar o Brasil. É o caso atual dos tucanos do PSDB e seus agregados, DEM e PPS. A falta dessas escolas prejudicam o desenvolvimento social e econômico de qualquer país. Getúlio sabia disso. Lula sabe. E FHC — o Neoliberal —, que quebrou o Brasil três vezes, porque foi três vezes ao FMI de joelhos e com o pires nas mãos, é sociólogo, professor e se considera intelectual não criou uma única escola técnica. Incrível(!), mas é a mais pura verdade.

Porém, ainda tem mais. A criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previa investimentos de R$ 646 bilhões, no período de 2007 a 2010. Contudo, até 2013 os investimentos previstos chegam a R$ 1,14 Trilhão. Foram ainda criados 15 milhões de empregos, um recorde da história do Brasil, bem como foi estabelecido também o Reuni, que iniciou um novo processo de expansão das universidades públicas, ao aumentar consideravelmente o número de universidades, de campus e de vagas nas mesmas. E o professor é o Fernando Henrique — o Neoliberal —, aquele que não conhece o Brasil e que vai a Paris como se vai comprar pão na esquina.
 
 Eis que, sabedora desses fatos e realidades, a direita brasileira proprietária da casa grande e herdeira da escravidão e da ditadura bota suas garras para fora para unir todas suas vertentes. Os principais partidos conservadores (PSDB, DEM e PPS), grande parte de juízes do STF, à frente Gilmar Mendes, Marco Aurélio de Mello, Luiz Fux e Joaquim Barbosa, e o procurador-geral mais partidário e de direita da história da PGR, Roberto Gurgel, unem-se aos interesses do sistema midiático de negócios privados, controlado por apenas seis famílias, que tratam o Brasil de 200 milhões de habitantes, além de ser a sexta maior economia do mundo, como o quintal de suas casas.

Gilmar Mendes, juiz de histórico e histórias contundentes, aposta e sempre apostou em crises institucionais, como forma de disseminar confusões na República, e, consequentemente, enfraquecer o Congresso Nacional cuja maioria da base parlamentar compõe com o governo de coalizão, de perfil trabalhista, que do Palácio do Planalto luta contra a oposição conservadora para efetivar seu programa de governo e projeto de País apresentado ao povo brasileiro e aprovado nas urnas.

Com índices de 76% de aprovação, Dilma Rousseff é uma forte candidata à reeleição. Por seu turno, o ex-presidente Lula mantém intacto seu prestígio junto aos trabalhadores e às camadas mais pobres da população, que experimentou uma ascendência social e financeira como nunca se viu neste País. Ponto. A verdade é que a inclusão de mais de 30 milhões de pessoas no mercado de consumo fortaleceu a economia e fez com que o Brasil não sentisse muito a crise internacional que levou ao colapso inúmeras economias europeias, além de prejudicar severamente as economias dos EUA e do Japão.

A imprensa porta-voz do establishment, corporativa, alienígena e por isto apátrida e os trustes nacionais e internacionais que ela representa pautaram os juízes do STF, com poucas exceções, e cooptaram o senhor Roberto Gurgel, aquele que por quase três anos sentou nos processos que investigam o bicheiro Carlinhos Cachoeira, principal pauteiro e editor da revista Veja — a Última Flor do Fáscio — cujo subordinado, o jornalista Policarpo Jr. escapou de ser preso, porque a CPI do Cachoeira cedeu às pressões e fechou seus trabalhos sem praticamente denunciar ninguém, pois, se depender desse Ministério Público de oposição política do PGR Gurgel, tudo vai ficar como dantes no quartel d’Abrantes.

O procurador-geral e os juízes do STF foram picados pela mosca azul e fazem política partidária sem, no entanto, terem votos, porque não foram candidatos a cargo público eleitoral e por isto é uma desfaçatez e uma vergonha esse homens e mulheres togados tentarem fazer a vez de quem foi eleito, como acontece no caso da liminar concedida pelo juiz Gilmar Mendes ao senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), que suspende a tramitação do projeto que impede a criação de novos partidos. A mídia de mercado sempre esbravejou contra a criação de partidos e sempre condenou os partidos nanicos, pois acusados de serem de aluguel.

Eis que de repente, não mais do que de repente, a imprensa corrupta de tradição golpista passa a defender a atitude intrometida do juiz Gilmar Mendes ao tempo que o senador Rollemberg, político sortudo, mas medíocre faz o jogo de seu chefe, o governador Eduardo Campos — o maior quinta coluna que se tem notícia nos últimos tempos —, que foi cooptado pelo establishment, que o questionou e o criticou por mais de dez anos e que hoje passa a ser o queridinho dos colunistas, comentaristas e blogueiros da imprensa hegemônica, que luta, ferrenhamente, para o que o Brasil e seu povo não sejam independentes, autônomos e emancipados.

É a casa grande a querer manter a sociedade brasileira na senzala e com isso lucrar ao seu bel-prazer. A crise está aberta e o nome dela é Gilmar Mendes, o condestável, que atua como coronel do interior, frequenta os saraus da burguesia, as salas do PSDB e se comporta como político, sem voto e sem autoridade para rasgar a Constituição no que diz respeito a legislar no lugar dos deputados e senadores, que foram eleitos e por isso representam o princípio da soberania popular.
 
Concomitantemente a esse lamentável episódio, o juiz Marco Aurélio de Mello considerou uma retaliação ao Supremo a PEC 33, de autoria do deputado Nazareno Fonteles (PT/PI), aprovada na CCJ da Câmara dos Deputados. O projeto de emenda constitucional trata da criação de uma maioria qualificada de quatro quintos para que o STF aprove a inconstitucionalidade de leis – como existe no próprio Parlamento, no caso de mudança constitucional. De acordo com a nova PEC, passam a ser necessários 9 dos 11 ministros para aprovar uma inconstitucionalidade. A PEC prevê ainda que o Congresso Nacional referende as súmulas vinculantes, as ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) e as ações declaratórias de constitucionalidade (ADC) emitidas pelo Supremo. Caso o Congresso vote contra a decisão do STF, a questão deverá ir a consulta popular.

É tudo o que STF e seus juízes de direita não querem, porque são favoráveis a supremacia dessa Corte conservadora sobre os Poderes Legislativo e Executivo e que efetivam há anos uma política de oposição ao governo federal administrado por políticos eleitos pelo PT e seus aliados. O juiz Marco Aurélio se irritou e considera retaliação o que é natural para a Câmara e o Senado, que é o papel de legislar, garantido pela Constituição de 1988. O deputado Nazareno Fonteles, em entrevista para o sítio Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, afirmou que a suspensão pelo STF da legislação aprovada na Câmara sobre a inviabilidade de se criar novos partidos “mostra que o Supremo virou uma espécie de braço político da oposição minoritária para derrubar a maioria e, portanto, a soberania popular”.

O parlamentar disse ainda que “eles {a oposição} foram derrotados no voto das urnas e no voto aqui no Congresso, judicializam a questão para que, no tapetão do Judiciário, isso seja mudado. Muitas vezes até combinado com os vazamentos da grande mídia, para poder dar uma “legitimidade” – entre aspas – popular. Então, eu acho que é uma medida (liminar) que deve ser sustada. O presidente da Câmara, o presidente do Congresso, mais legitimamente, deveria sustar ela,  como um ato da Mesa. Sustar qualquer decisão liminar sobre matéria Legislativa. E, se um deputado recorrer ao plenário, anularia essa decisão, fundamentado no artigo 49, inciso 11, combinado com o artigo 1º e o artigo 2º da Constituição, que trata da soberania do povo”.

O que o deputado Nazareno Fonteles afirmou é o que eu afirmo há anos, muitos anos. O leitor que acompanha minhas colunas sabe o que eu estou a falar. A verdade é que a política brasileira foi judicializada e políticos do campo da esquerda foram criminalizados, tanto no STF, que se tornou um partido conservador quanto na imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?), que dá uma conotação legal à atuação politica do STF e da PGR, no que diz respeito a essas instituições invadirem a competência dos outros poderes, bem como causarem crises para que a normalidade democrática seja abalada, e, consequentemente, aproveitarem para favorecer os políticos e os candidatos do campo da direita, que há quase 11 anos estão fora do poder central.

Quero dizer que com o legado de Lula e de Dilma, conforme relatei neste artigo, não há como os membros da casa grande vencerem as eleições presidenciais de 2014. Por isso, a aliança com o Judiciário, poder ocupado e controlado por funcionários públicos de alto escalão e que defendem os interesses do establishment e da burguesia provinciana, entreguista e golpista deste País. Gilmar, Marco Aurélio e Joaquim podem fazer política e participar de eventos dos tucanos, mas vão ter que dialogar com o Congresso Nacional, poder legítimo, pois legitimado pelo voto, que é a soberania do povo brasileiro. É isso aí.


terça-feira, 23 de abril de 2013

Deu Lula no The New York Times

Por Davis Sena FilhoBlog Palavra Livre


LULA USA O BONÉ DO JORNAL — MUITA GENTE DEVE TER CORTADO OS PULSOS.


A dor e a ira da Casa Grande são imensas. A inveja e o rancor também. Para amenizar tão vis e arraigados sentimentos e preconceitos de classe, origem e raça, os membros de tal Casa herdeira da escravidão e seus agregados ideológicos de classe média vociferam contra o ex-presidente trabalhista, tanto nas colunas e blogs da imprensa hegemônica e alienígena, bem como seus leitores mostram para o que vieram, e proferem as piores e as mais desrespeitosas e degradantes palavras, que demonstram como esses pequenos fascistas pensam contra aqueles que pertencem a outro campo político e ideológico, além de professarem sua fé na intolerância, na violência, na mentira, e, sobretudo, no miserável e hediondo conceito de considerar que pertencem a um grupo social superior aos outros segmentos da sociedade, no que diz respeito à sua condição de cidadão. 
                                
Trata-se de uma aliança espúria, não oficial, mas que toda pessoa com um mínimo de senso crítico percebe que os donos do sistema midiático comercial e privado, os políticos do PSDB, do DEM e do PPS e grande parte dos procuradores da PGR e dos juízes do STF atuam e agem de forma alinhada, inquestionavelmente política, partidária e vocacionada a fazer oposição sistemática aos governos trabalhistas, que ocupam democraticamente a cadeira da Presidência da República há mais de dez anos. Enquanto isso a classe média de essência lacerdista mantém sua crença no que já deu errado, a começar pelo golpe de 1964, e continua a dar suporte àqueles que sempre desprezaram a população, bem como sempre lutaram contra a conquista da plena cidadania do povo brasileiro.

Mais do que isto. Apresentam um Brasil derrotado, sem esperança e futuro, bem como vazio de conquistas sociais e econômicas, principalmente nesses últimos dez anos, ao contrário do que vêem e afirmam os líderes políticos mundiais, a imprensa estrangeira e os números e índices do IBGE, do Banco Central, do Ministério da Fazenda, da Receita Federal e até mesmo das instituições financeiras de espoliação, rapinagem e pirataria, a exemplo do Bird e do FMI, instituição esta que o ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal — pediu esmolas por três vezes, de joelhos e com o pires nas mãos.

E o que tudo isso tem a ver com o Lula?  Respondo: tem, e muito. Tanto quanto o estadista Getúlio Vargas em sua época. O principal e mais importante político do Brasil, ao contrário do que prega a nossa “elite” carcomida pelo tempo, provinciana, reacionária e retrógada, no que é relativo ao desenvolvimento social e à emancipação do povo brasileiro, é cosmopolita e por isso compreendido pelos brasileiros mais humildes ao tempo que pelos doutores das principais universidades do planeta, que o receberam para homenageá-lo inúmeras vezes após o político petista ter saído da Presidência, como comprovam a própria  imprensa burguesa em suas matérias direcionadas a tratar o político trabalhista com desdém, desrespeito e deboche.

São a Casa Grande brasileira e seus agregados que confundem, propositalmente, a educação formal com a formação autoditada e a inteligência e a cultura natas a um homem que fundou o maior partido trabalhista da América Latina e um dos maiores do mundo, bem como um dos fundadores da maior confederação de trabalhadores deste País, como é o caso da CUT, além de ser eleito presidente duas vezes e eleger a sua sucessora Dilma Rousseff. O operário que elegeu uma mulher pela primeira vez no Brasil.

E tem gente, desnorteada e que ignora a nossa história,  que acha esses fatos e realidades irrelevantes, como o são irrelevantes a desfaçatez e a incongruência do pensamento dos colunistas e especialistas de prateleiras do campo da direita midiática, que reescrevem a história a seus bel-prazeres, ao ponto de uma pessoa desavisada pensar que o Brasil está a vivenciar a mesma crise moral e econômica dos europeus e dos estadunidenses, que estão a enfrentar uma crise muito mais grave do que a de 1929, por, evidentemente, vivermos em um mundo globalizado, muito mais complexo e com uma economia internacional de dimensão exponencialmente maior.  

Lula não é um político comum, porque se trata de uma liderança organicamente inserida na sociedade e densamente e profundamente enraizada na memória e no imaginário popular. O petista é um intelectual orgânico e por isso sabedor das necessidades e demandas populares, porque conhece o povo e o povo o conhece. Essa química é o que a burguesia não compreende, e, consequentemente, teme. Tal medo é derivado do desconhecimento do Brasil profundo e de seu povo de maioria negra ou mestiça, por parte das classes sociais abastadas, dos políticos de direita, da academia conservadora, da imprensa de negócios privados, de juízes e procuradores reacionários, e, obviamente, de grande parte da classe média tradicional.

O problema dessa gente é que o Lula não foi cooptado pelo establishment. O líder trabalhista não é o Eduardo Campos, a Marina Silva, a Heloísa Helena, o Cristóvam Buarque, o Fernando Gabeira, o Jarbas Vasconcelos e o Roberto Freire, somente para citar esses, porque tem muito mais políticos de passado esquerdista que se tornaram subservientes aos interesses dos querem preservar o status quo. Lula dialoga com o establishment, mas não se associa a ele. Ponto.

Lula recebeu, no Palácio do Planalto, segmentos sociais oprimidos, como os sem-terras, os catadores de latas, os pequenos agricultores, os ambulantes, os gays, os portadores de deficiência física, dentre muitos outros setores sem visibilidade e poder de reivindicação. Esses episódios aconteceram. São visíveis e verdadeiros, e a história, que é narrada, relatada e escrita por historiadores e não por historialistas da imprensa e das academias, vai mostrar, inapelavelmente, essa realidade. São os casos de Getúlio Vargas e João Goulart, vitimas de uma imprensa de mercado e corporativa violentíssima, que desde sempre apoiou os golpistas deste País e deu cinicamente ares de legalidade à quebra da normalidade democrática, pois conspirou e cooperou para rasgar criminosamente a Constituição.

A direita, a classe dominante, proprietária dos meios de comunicação de opressão, conta sua história manipulada e mentirosa até a terceira página, porque depois os pesquisadores, os historiadores, os cientistas sociais e a própria memória do povo brasileiro tratam de colocar, através do tempo, os pontos nos “is” para resgatar a história. Esse processo acontece não apenas no Brasil, mas em todos os países. Somente os ingênuos ou os de má-fé intelectual não percebem essas questões ou não têm capacidade para discernir sobre o assunto. Questões, evidentemente, essenciais para a compreensão de um protagonista tão importante da história do Brasil, País muito maltratado por uma burguesia e mídia possuidoras de um incomensurável complexo de vira-lata e ávidas em retomar o poder central.

Acontece que, para a irritação, o rancor e a intolerância dessa gente medíocre, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros afazeres de âmbitos nacionais e internacionais é o novo colunista do The New York Times, considerado o mais importante diário do mundo. O político trabalhista brasileiro vai ser pago. Aliás, bem pago, para a infelicidade e ira  dos burgueses e pequenos burgueses de índoles invejosas e perversas. Já vejo os membros da Casa Grande e seus agregados, herdeiros da escravidão, a cortar os pulsos e a lacrimejar lágrimas de crocodilos. É isso aí.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

THATCHER EM PRETO E BRANCO

Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre 

A avó do neoliberalismo, Margaret Thatcher, foi vaiada em seu funeral. Centenas de pessoas lhe viraram as costas quando seu féretro passou, e lembraram das guerras, das mortes, do desemprego, da repressão policial, da greve de fome por parte de sindicalistas que morreram, porque a condestável se negou a ouvir, a dialogar e a poupar a morte daqueles que representavam os trabalhadores das minas de carvão.


Thatcher efetivou a política da intolerância, fez guerra e seu governo neoliberal bateu nos trabalhadores.
A bruxa neoliberal, que vendeu as estatais inglesas, preconizou a ideia do estado mínimo e que extinguiu  grande parte dos direitos trabalhistas e sociais do povo de seu país. A musa da discórdia, da prepotência, do conflito e dos privilégios, que governou para os ricos, os bem nascidos e os poderosos. 

Não é à toa que a baronesa é adorada pelos meios de comunicação hegemônicos e de negócios privados, pois porta-vozes que são dos banqueiros, dos trustes internacionais e do imperialismo colonizador, que fomentam guerras nos quatro cantos do planeta, a fim de pilhar, a exemplo dos piratas, as riquezas dos países pobres e emergentes.

A premiê Margaret Thatcher da Guerra das Malvinas, de ocupação de território alheio, um conflito armado absurdo e de caráter imperial e político, pois a Dama de Ferro era impopular, com baixos índices de aprovação e que precisava de um trunfo e de um triunfo para reverter sua iminente derrota política. E conseguiu, com  sangue nas mãos.

A Maggie, iniciadora, juntamente com o ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan, da implementação, em âmbito mundial, do sistema neoliberal, que tirou ainda mais dos pobres para dar aos ricos. A primeira ministra que desregulamentou a economia, que apostou no individualismo das pessoas em detrimento da coletividade, que sempre foi a essência dos entes humanos em luta pela sobrevivência.

A mulher inflexível, que fazia política com o fígado de pura bílis e amargor, ao invés de tratar a política como um ato e ação de generosidade, meio civilizado e educado para mediar conflitos, efetivar espaços para o diálogo e atender os interesses dos desiguais, dos diferentes e dos que, possivelmente, renunciariam a violência, a exemplo do IRA da época, se Thatcher não tivesse um caráter e temperamento próximos dos ditadores — que a Inglaterra e os EUA apoiaram e financiaram em todas as épocas e eras de suas histórias, inclusive nestes tempos atuais.

A política conservadora, ídolo da direita internacional, que se aliou ao general chileno sanguinário, Augusto Pinochet, para logo depois reclamar, de forma altissonante, a plenos pulmões, de sua prisão na Inglaterra, inclusive a visitá-lo e a lamentar que a Justiça de seu país colonizador o tivesse detido. Realmente, é a Maggie dos ditadores, tão cônscia de sua ideologia de exploração de nações menos poderosas e expostas a todo tipo de violência bélica e da perda sistemática de suas riquezas.




A inglesa radical de direita que apoiou a segregação racial na África do Sul — o apartheid —, enquanto seu filho fazia negócios com a ditadura racista, um dos mais cruéis e vergonhosos regimes políticos e econômicos que se tem notícia neste mundo onde os poderosos se locupletam à margem do que é justo e do que é correto. 


Por isto e por causa disto, Margaret Thatcher foi vaiada em seu último desfile, porque realmente ela marcou uma era que terminou de forma trágica com a crise do neoliberalismo em 2008, que perdura até hoje e não tem tempo marcado para terminar.


O neoliberalismo que derreteu como gelo em asfalto quente as economias de dezenas de países europeus, a atingir fortemente o Japão e os Estados Unidos, onde nasceu o outro pilar desse sistema draconiano de exploração e miséria, o também condestável Ronald Reagan, um dos senhores da guerra no século XX.

Margaret Thatcher não deixou saudade nos corações e nas mentes dos trabalhadores, dos humildes e dos que podem menos. Sua morte é a prova cabal de que a política britânica não era amada pelo povo, apesar de ser exageradamente admirada pelos ricos, e, como  não poderia deixar de ser, pelos barões da imprensa de direita e pelos seus incontáveis capatazes que vivem a servi-los. 

A Dama de Ferro sabia tanto que sua pessoa era detestada por grande parte da população mundial e britânica, que pediu à sua família que seu velório e funeral fossem restritos. Neste aspecto, Margaret Thatcher conseguiu, enfim, ser sensata e realista, pois conhecedora de seu legado. É isso aí.       

   


terça-feira, 16 de abril de 2013

O verdadeiro ´`Boa Noite`` do Jornal Nacional

Blog Palavra Livre



Os tomates inflacionados de Ana Maria Braga

Por Davis Sena Filho - Blog Palavra Livre

Tola como sempre, uma das personagens do Movimento Cansei, pantomima política da burguesia paulista e de algumas celebridades, insiste em dar continuidade à sua desinformação e alienação intrínsecas à sua pessoa. 

Trata-se de Ana Maria Braga, que, certamente, quis agradar aos seus patrões, donos da TV Globo, para fomentar artificialmente e politicamente a inflação.