terça-feira, 29 de outubro de 2013

A protestomania coxinha, o desespero da direita e a máscara black bloc da Globo



Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre



Ligo a televisão e me deparo com o Mau Dia Brasil. Os apresentadores do jornal matutino e conservador da Globo e de oposição ao Governo trabalhista, Chico Pinheiro e Ana Paula Araújo, bem como a apresentadora de Brasília, Giuliana Morrone, mostram-se inconformados ao tempo que irritados com os protestos de ontem em São Paulo, quando centenas de pessoas mascaradas quebraram dezenas de lojas de pequenos empresários, além de incendiarem caminhões e ônibus na importante Rodovia Raposo Tavares, o que prejudicou enormemente um dos trânsitos mais caóticos do mundo que é o da cidade de São Paulo.

Os jornalistas do Mau Dia Brasil também se mostraram irritados com a “passeata” de apenas 15 pessoas que protestavam por causa de moradia em uma das avenidas mais importantes da capital bandeirante, o que gerou um enorme engarrafamento, a prejudicar milhares de pessoas, que de manhã se dirigem para seus trabalhos. A resumir: 15 pessoas (o número é este mesmo!) no meio de uma enorme via, a parar o trânsito e a impedir que as pessoas cheguem a seus empregos com menos tensão ou estresse.

Contudo, a imprensa de negócios privados, à frente o jornalismo da Globo, assopra e morde e essa conduta é perceptível desde as primeiras manifestações acontecidas em junho, quando parcela da classe média coxinha e reacionária percebeu que tinha uma grande oportunidade, juntamente com os Anonymous e os Black Blocs, de protestar na carona do Movimento Passe Livre (MPL), grupo organizado em um tempo de dez anos, que apresenta pautas sociais, de esquerda, como, por exemplo, o passe livre para os estudantes, melhor mobilidade, meios de transportes limpos e confortáveis, além de horários pontuais e transparência das contas dos empresários desse segmento tão importante para a sociedade.

Nunca, jamais os Black Blocs e os Anonymous apresentaram, de fato e pontualmente, quaisquer pautas de reivindicações. Sempre se conduziram de maneira aleatória, ridiculamente alienada e perigosamente violenta. Aliás, a violência contra as polícias Civil e Militar foi a tônica, porque essas corporações ficaram e ainda estão de mãos atadas. Os agentes de segurança não podem responder à altura à violência perpetrada pelos mascarados, que, em cada “protesto”, inclusive os de conotação trabalhista e de categoria profissional, a exemplo dos professores e bancários, aproveitam para destruir o patrimônio público e privado de uma forma, irrefutavelmente, criminosa.

Não há sentido para as últimas quebradeiras, a não ser para os meios de comunicação privados, que fomentam e apoiam as passeatas e os protestos, para logo depois falar mal deles, em um círculo vicioso, que atinge, inclusive, os que depredam e cometem todo tipo de violência. De fato, trata-se de uma estratégia muito bem elaborada pela direita midiática e pelos seus aliados do PSDB. Essas perspectivas não se concretizam à toa, pois a luta pelo poder é dura e renhida, pois a direita brasileira jamais vai ceder espaço ou se conformar em não ter em seu poder a cadeira da Presidência da República. A instituição-chave para a classe social e econômica que controla os meios de produção e luta, intermitentemente, para evitar a distribuição de renda, de riqueza, de empregos e de terras.

Os homens e as mulheres chamados de “especialistas” do establishment, e, comprometidos com sua suposta hegemonia de classe, perceberam que a direita brasileira, da qual eles fazem parte, está a experimentar uma decadência política e eleitoral como nunca antes aconteceu neste País, apesar da força do dinheiro e do patrimônio adquirido no decorrer de séculos de todas as formas legais e ilegais por esses grupos sociais dominantes.


A crise é evidente nesse campo político, e, consciente disso, a direita se recoloca e se apruma em entidades conservadoríssimas e exemplificadas no Instituto Millenium, dentre outras, que ideologicamente fazem o papel dos partidos conservadores, a exemplo do DEM, e, principalmente, do PSDB. Tais partidos fracassaram como matrizes e porta-vozes da ideologia conservadora, tanto nos aspectos políticos quanto nos econômicos. O castigo veio a galope. Há quase doze anos não vencem as eleições presidenciais. Sendo que, de acordo com os institutos de pesquisas, alguns deles propriedades de barões magnatas bilionários de imprensa, o candidato favorito é a socialista e trabalhista do PT, a atual presidenta Dilma Roussef.

A intenção da direita empresarial é se reorganizar, pois perceberam que o PSDB fracassou com sua política neoliberal, de entrega dos bens públicos e voltada para os interesses dos ricos, subserviente e subordinada aos ditames de uma ordem mundial que sugava, e muito, as riquezas dos povos dos países pobres e emergentes, que levou o Brasil a ser quebrado três vezes e, por conseguinte, ficar vergonhosamente sob a tutela do FMI e do Bird, ou seja, dos Estados Unidos e de meia dúzia de países hegemônicos da Europa. A direita está desesperada, ao ponto de pensar, inclusive, em criar um partido militar e até mesmo refundar a Arena, agremiação extinta e que durante muitos anos deu sustentação à ditadura militar.

Ano após ano, os direitistas por ideologia e a parcela conservadora da sociedade, que está estratificada em todas as camadas sociais, inclusive nas pobres e principalmente na classe média e rica, observam que estão a perder influência sobre o povo brasileiro, pois ele sabe que, apesar de faltar ainda muita coisa para o Brasil ser um País igualitário e justo, as conquistas sociais e econômicas são, inquestionavelmente, realidades que não podem ser bloqueadas como as águas de um rio frente às barragens.

Aconteceram, na última década, conquistas sociais e econômicas tão profundas, que o povo brasileiro vai pensar inúmeras vezes para se aventurar em votar em um candidato de direita. Se um conservador assumir o poder, certamente vai dar início a uma política de privatização, de diminuição do estado e de bloqueio de investimentos estruturais, além de efetivar, sem sombra de dúvida, o fim de programas e projetos de distribuição de renda e de riqueza, que são considerados sucessos reconhecidos e consagrados internacionalmente, porque se tornaram, indelevelmente, o calcanhar de Aquiles da direita brasileira colonizada, violenta, de passado golpista e escravocrata.

Com a ascensão do PT ao poder, a direita começou a perder, paulatinamente, o controle sobre as instituições republicanas, bem como seu poder de influência e barganha. Primeiro, perdeu a maioria na Câmara dos Deputados a partir de 2003. Com o tempo e após o fim da Era Lula e início do Governo Dilma, o Senado, que era tratado pela imprensa de mercado como o Olimpo da moral, da honestidade e dos bons costumes, passou a ser, recorrentemente, alvo do sistema midiático privado.

O Governo de Dilma Rousseff, igualmente com que acontece na Câmara, passou a ter maioria no Senado, instituição que se tornou um entrave político para a direita midiática e partidária, que, incessantemente, transformou o Senado em uma Casa de malfeitores ao tempo que, concomitantemente, começou tratar o Supremo Tribunal Federal como o templo sagrado das virtudes humanas e, quiçá, divinas.

Certamente, ora veja, coisa que o STF não o é, como comprovam as inúmeras decisões e ações de juízes de direita. Gilmar Mendes, Luiz Fux, Marco Aurélio de Mello, Celso de Mello e Joaquim Barbosa transformaram a Corte mais importante do Brasil em um partido conservador e determinado a fazer política de combate ao Governo trabalhista, além de apoiar nitidamente o PSDB, o DEM e o PPS. Esses mandatários do Judiciário são bajulados pela imprensa cartelizada e monopolizada por meia dúzia de famílias, que pensam, pois presunçosas e arrogantes, que o Brasil de mais de 200 milhões de habitantes e a sexta economia do mundo é o quintal das casas delas.

Nos últimos 11 anos, a direita sentiu o golpe. Conforme o tempo passa, o número de governadores, prefeitos e parlamentares diminui. Quem duvida sobre o que eu afirmo que tenha a disposição de pesquisar no portal do TSE. Com a distribuição de renda e a efetivação dos programas sociais, as velhas oligarquias regionais estão a perder influência e poder. É visível. Por causa desse enfraquecimento se verifica um menor número de políticos eleitos por esses grupos oligarcas e que a ferro e fogo dominaram durante séculos as prefeituras do interior brasileiro e, consequentemente, controlavam o dinheiro público, pois são oligarquias, sobretudo, patrimonialistas, que, em forma piramidal, aglutinavam-se em âmbito estadual, depois interestadual até conquistar o controle do Governo Federal.

E assim foi feito durante séculos, até o PT chegar ao poder. O partido rompe com as oligarquias, que combateram ferozmente os trabalhistas Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola, ao tempo que mantém certos grupos oligarcas como aliados, a ter o PMDB, partido que ainda funciona como uma grande frente de diferentes grupos políticos e regionais, como o principal aliado da base de sustentação da presidenta trabalhista Dilma Rousseff. 

O que mais importa ao PT é efetivar uma estratégia de governar em forma de coalizão. Por seu turno, o que interessa também é manter o programa de Governo e projeto de País do PT, que são propostas generosas, reformistas, mas não revolucionárias e que mesmo assim são combatidas tenazmente e digo até perversamente pela oligarquia brasileira, uma das mais cruéis do mundo e que escravizou seres humanos por quase 400 anos.

E é esse processo que a direita e sua caixa de ressonância, a imprensa corporativa, não entendem ou fingem não entender para que os coxinhas reacionários de classe média sejam cooptados e apoiem seus interesses inconfessáveis e, obviamente, não deixem, entre muitas outras coisas, de se manifestarem em passeatas que no fundo têm o propósito de realizar ações políticas, muitas delas violentíssimas, que a imprensa de negócios privados tem a insensatez e a maledicência de chamar de “justas e pacíficas” quando a verdade é que elas são violentas, despolitizadas, pois grande parte dessas pessoas se diz “apolítica” e “apartidária”, o que, sobremaneira, não condiz com a verdade dos fatos. Ponto.

A direita perdeu. Os coxinhas até então enrustidos, reaças de classe média e as “elites” em geral perceberam que as manifestações iniciadas pelo MPL, uma entidade de esquerda que luta pelo passe livre, seria uma grande oportunidade para elas irem às ruas e botar suas diatribes para fora. Porque se tem gente recalcada, rancorosa e inconformada com a ascensão econômica e social dos mais pobres, essa gente se chama classe média e classe alta. Vejo, ouço e sinto isso todo dia nas ruas, nos restaurantes e bares, no trabalho, nos táxis e no metrô e nas reuniões sociais, a classe média a reclamar de forma açodada da vida e a desejar que o PT perca as eleições.

Os coxinhas são de amargar o que já é amargo. Eles são o egoísmo em toda sua plenitude, a ausência de compaixão em toda sua essência e a impiedade em toda sua ferocidade. Depois eles e elas retornam para suas casas; beijam seus filhos, muitos deles rezam antes de dormir e vão descansar sob o sono dos que, equivocadamente, consideram-se justos. Durma com um barulho desse e acorde com o silêncio da hipocrisia.

Desde junho acontecem manifestações. Devem ser aos milhares a contabilização desses eventos que a mídia comercial cinicamente chama de “pacíficos e justos” até que os mascarados cheguem novamente, como já aconteceu, às portas da Editora Abril — a Última Flor do Fáscio —, da Rede Globo e de O Globo — aqueles que fizeram um “mea culpa” mequetrefe e nada sincero no Jornal Nacional e em editorial impresso sobre o enriquecimento e a cumplicidade da família Marinho com a ditadura militar — e mais uma vez joguem cocô em suas portarias e paredes.

Além disso, quem não sabe que os repórteres da Globo (e de outras emissoras) não foram alvos de cantorias e palavras de ordem contra suas empresas, incluindo-se a CBN. Receberam ordem da direção para parar de cobrir pessoalmente os protestos, retiraram dos microfones o logotipo da empresa, bem como passaram a fazer as coberturas jornalísticas a voar em helicópteros, porque sabe como é, né? “O povo não é bobo; abaixo a Rede Globo!”

Então, vamos à pergunta teimosa que se recusa a se calar: “Se as manifestações são pacíficas, porque os repórteres da Globo cobriram e ainda cobrem os protestos de longe?” Respondo: Porque há décadas os trabalhadores, os manifestantes de todas as épocas, inclusive os de agora, e o povo em geral sabem que o jornal O Globo e a TV Globo, em particular, e a imprensa de mercado em geral nunca e jamais vão ser a favor dos interesses dos trabalhadores, porque essas empresas de passados golpistas pertencem ao outro lado, o campo da direita, a mesma que no decorrer dos séculos luta contra a independência e autonomia do Brasil e a emancipação do povo brasileiro.

O que está a acontecer no Brasil é o que as pessoas, as que têm a compreensão do que é ser de esquerda, bem como entendem o processo político e econômico em andamento e colocado em prática pelo PT, chamam de esquerdismo infantil praticado por partidos de esquerda, a exemplo do PSOL, do PSTU e do PCO. Essas agremiações, apesar de serem antagônicas aos partidos direitistas, unem-se a eles em um frenesi político, que lembra a ferocidade dos tubarões ou dos leões na hora de se alimentar. É surreal ao tempo que real.

Para quem não sabe ou não conhece esse processo de se equivocar ou se deixar manipular pela imprensa burguesa, fatos como esses já aconteceram em outros episódios da história política do Brasil, principalmente nos tempos de Getúlio Vargas e de João Goulart. Posteriormente, muitos esquerdistas “infantis”, depois de perseguidos quando a direita conquistou o poder por meio de golpes, arrependeram-se e fizeram também um mea-culpa, o que aconteceu com mais frequência após a Anistia de 1979.

Não concordo quando dizem que essas pessoas são inocentes úteis, como também considero a mesma coisa em relação aos Black Blocs, grupos que descambaram simplesmente para o crime e a violência gratuita. Ações mostradas quase todos os dias nas televisões e consideradas, equivocadamente e cinicamente, como manifestações justas e pacíficas, quando a verdade é que grande número dos protestos não foi pacífico, bem como nem sempre toda manifestação é justa. Até porque a maioria também erra, como já foi comprovado inúmeras vezes na história da humanidade. Ponto.

O brasileiro tem essa característica. Passa anos a fio sem gritar, marchar, incendiar, protestar e quebrar o patrimônio público e privado. Sinceramente, fico feliz quando o cidadão toma consciência e passa a ter discernimento sobre as coisas da vida, da sociedade e do Brasil. Contudo, nítida e visível se tornou a realidade quando existe a percepção de que um grande número das atuais manifestações perdeu o sentido político. E por quê? Porque quando as pessoas protestam sem objetivo sabemos que tais eventos não são ações e atos reivindicantes e se perdem em um vazio de despropósitos.  Todavia, os seres humanos são animais políticos, inclusive aqueles que dizem odiar a política, bem como o analfabeto político tão decantado no texto do poeta e dramaturgo alemão, Bertolt Brecht.

O povo foi às ruas. É verdade. Mas os coxinhas da classe média tradicional e os filhos dos ricos se retiraram, porque são conservadores e reacionários iguais aos barões magnatas bilionários da imprensa de mercado e sobraram a protestar nas ruas os grevistas das categorias profissionais, grupos oportunistas de marginais e os Black Blocs, sem ideologia, “apartidários”, “apolíticos” e com uma pauta de reivindicações inexistente, porque aleatória e, consequentemente, sem sentido.

Os mascarados se dizem anarquistas, mas ser anarquista é outra coisa bem diferente. A violência das manifestações tem a máscara dúbia da Globo e seu bordão de única palavra: “pacíficas”. Os jornais da Rede Globo que falam mal dos eventos ao tempo que os apoiam, pois no ano que vem o Brasil vai ter eleições presidenciais. É tempo de protestomania! É isso aí.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Reinaldo Azevedo não representa nada com coisa nenhuma



Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre

REINALDO: DESEJO DE SER ARISTOCRATA E AVERSÃO A TUDO O QUE É DO POVO.


O Brasil 247 alardeou recentemente em forma de manchete a contratação pela Folha do blogueiro de extrema direita da Veja — a Última Flor do Fáscio e associada à quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira —, o jornalista Reinaldo Azevedo, que não representa nada com coisa nenhuma. Apenas sua figura é superdimensionada por quem quer vendê-lo.

Entretanto, a verdade é que considero o que o Azevedo fala e pensa ou deixa de falar ou pensar é irrelevante ao Brasil, à grande maioria dos cidadãos brasileiros e até mesmo ao jornalismo, como fonte de informação quando de fato as notícias ou opiniões são fidedignas e intelectualmente honestas.

Reinaldo Azevedo é o ventríloquo de si mesmo. Ele ressoa seus preconceitos, intolerâncias e sandices em um círculo vicioso freqüentado por pessoas que acreditam ou compactuam com suas formulações esquizofrênicas, que têm por finalidade combater “tudo o que está aí”, ou seja, os movimentos sociais, as conquistas do povo brasileiro nos últimos 11 anos, o PT e os governos trabalhistas dos presidentes Lula e Dilma Rousseff.

Para o direitista, o mundo ideal teria de se adequar às ideias segundo os preceitos conservadores e os devaneios ideológicos dos “especialistas” de prateleiras do Instituto Millenium e da Globo News, os capitães-do-mato que defendem os interesses da Casa Grande, cujos moradores, por intermédio de seus DNA, têm saudade imensa dos tempos de escravidão de seres humanos.

É dessa forma que funciona a cabeça de direita de Reinaldo Azevedo. E a imprensa de negócios privados enche sua bola quando, na verdade, tal pessoa não passa de um ser medíocre, intelectualmente sofrível, que despreza segmentos importantes da sociedade, pois seguramente pensa que é superior à “plebe”, conforme demonstram, indelevelmente, suas palavras e preconceitos políticos e de classe.

Acho que é isso: o blogueiro da Veja (a revista do bicheiro), contratado pela Folha de S. Paulo, aquele jornal que nos tempos da ditadura emprestava seus carros para os torturadores, considera-se superior à grande maioria das pessoas que compõem a humanidade.

Por isso, ele se junta aos seus patrões magnatas e bilionários para repercutir o pensamento insano daqueles que desejam e lutam por uma sociedade injusta, sectária, privada e voltada para atender os privilégios das classes ricas e abastadas e que odeiam ver pobre em restaurante, shopping, aeroporto e a dirigir automóveis. Afinal, na cabeça doentia dos direitistas o mundo foi feito para os coxinhas. Não existe nem uma lei a respeito disso, mas é dessa maneira que os “doentes” pensam.

Reinaldo Azevedo apenas se comporta como o reflexo da imagem no espelho dos que controlam os meios de produção, no caso dele os megaempresários do sistema midiático corporativo e de passado e presente golpistas — a rememorar 1964. O jornalista é um dos áulicos do comportamento desleal e perverso da imprensa de mercado em relação às mudanças sociais e econômicas acontecidas no Brasil e à luta pela emancipação do povo brasileiro.

É para isso e por causa disso que ele é pago. Porque é exatamente dessa forma que se conduz, sistematicamente e ferozmente, o senhor jornalista de extrema direita da Veja e agora da Folha. Só que ele não representa nada em âmbito universal quando pensamos na sociedade brasileira em conjunto.

Realmente, ele não representa nada, e por isso deveria se recolher à sua insignificância como agente social, pois seu ambiente, mesmo agora na Folha, não muda e se modifica, porque seu público é cativo, extremado à direita, conforme comprovam as milhares de mensagens que o blogueiro conservador recebe.

O público do Reinaldo Azevedo vai migrar para a Folha, porque quem consome jornalismo de péssima qualidade editorial é a parcela mais à direita das classes médias — a tradicional e a alta. Além do mais, quem lê a Veja, a revista porcaria, lê também a Folha, o jornal dos coxinhas pseudos intelectuais, leitores de Elio Gaspari e Clóvis Rossi e que acreditam em Papai Noel e Mula Sem Cabeça, se assim for necessário para enganar a si próprios e não reconhecer os avanços sociais verificados, inapelavelmente, pelo IBGE.

Não existe dúvida sobre essa realidade. O barão de imprensa, Otávio Frias Filho, vai perceber esse fato, se já não o percebeu e não se importa, pois o que está em jogo é entoar ao máximo a voz de gente com o perfil político e ideológico de Reinaldo Azevedo. O blogueiro que se acha maior do que realmente ele o é, pois muito vaidoso, e, consequentemente, não o suficiente sábio para saber de suas ridicularidades, porque suas diatribes o impedem de ser sensato para ser justo.

Faço essas assertivas porque sei que Reinaldo Azevedo tem um público restrito, apesar de individualmente ser um blogueiro bastante lido. Contudo, seus leitores são os mesmos e passarão a lê-lo na Folha impressa, online e na UOL. Se seus patrões magnatas e bilionários pensam que Reinaldo Azevedo vai ter influência política no que é relativo às eleições de 2014, podem tirar o cavalinho da chuva, porque essa “estratégia” não vai ser concretizada.

E sabe por quê? Porque a direita não tem nada para oferecer ao povo e nem para os coxinhas de classe média que leem seus péssimos pasquins ou vota nela. O motivo desse fato e realidade é que a direita não distribui renda e riqueza; não se preocupa com o ser humano e, sim, com os números e índices; e, a resumir a grosso modo, não tem preocupação social. Por isso e por causa disso é que a direita não ganha eleição, mesmo a ter um canhão em forma de mídia.

Então, vamos à pergunta que teima em não se calar: “Como a direita faz para vencer pleitos eleitorais ou atrair pessoas para apoiá-la?” Respondo: “Dissimula, tergiversa, manipula, confunde e mente, por intermédio da imprensa de negócios privados. E para concretizar seus sonhos políticos, que, evidentemente, vão lhes trazer muitos lucros e dividendos, os magnatas bilionários de direita contratam pessoas do nível de Reinaldo Azevedo e companhia. Mas põe companhia nisso. Reinaldo não é neocon, pois velhocon. É isso aí.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Mau Dia Brasil e o ódio pelo Enem



Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
 


Nos próximos sábado e domingo, dias 26 e 27 de outubro, vai ser realizada a quinta edição do novo Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O exame é o segundo maior do mundo, com 7.105.903 candidatos inscritos, e já incluiu mais de um milhão de jovens pobres, negros, indígenas nas universidades públicas, até então reduto das classes média tradicional e alta, ou seja, da burguesia. No mundo, somente a China tem um exame de inclusão social ao ensino público maior do que o do Brasil.

Aos que ficam a ouvir e ler as notícias negativas sobre o Enem repercutidas pela imprensa de negócios privados, salutar se torna também informar que o Enem tem apenas a finalidade da avaliar o ensino médio. Já o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) serve como processo seletivo, que tem como base as notas dos candidatos do Enem. O processo é tão democrático que possibilita aos aprovados consultar as vagas disponíveis das faculdades e universidades, bem como saber dos inúmeros cursos que são oferecidos.

Contudo, ligo a televisão e me deparo com o Mau Dia Brasil, da Rede Globo. Vejo e ouço dois dos porta-vozes da Casa Grande, os apresentadores Chico Pinheiro e Ana Paula Araújo, a noticiar sobre o Enem. Eles tem um ar de deboche e acionam os apresentadores de São Paulo e Brasília para também participar da matéria sobre o exame que incluiu centenas de milhares de brasileiros na universidade pública e, consequentemente, elevou a autoestima de milhares de brasileiros, sendo que muitos dos filhos de famílias pobres são os primeiros de tantas gerações a ingressar em um sistema educacional que privilegiava aqueles que no decorrer de suas vidas estudantis frequentaram escolas particulares, caras e tradicionais.

Os governos trabalhistas de Lula e Dilma efetivaram uma rede de proteção social no que diz respeito à educação. E é isto o que mais incomoda a Casa Grande de tradição escravocrata. “Como pode — ela se pergunta — pobres, negros, índios e portadores de necessidades especiais frequentarem a mesma escola que eu frequento há mais de cem anos?” E eu respondo: “Pode!” O que não se deve aturar é preconceito de coxinha metido a besta e que pensa que o País é um lugar VIP para os “bem nascidos”.

Por isso, temos matérias cretinas como a apresentada pelo Mau Dia Brasil, que se esforça ao máximo para desqualificar e desconstruir o Enem, que é um exame democrático, justo e de inclusão social, a exemplo do Bolsa Família, do Luz para Todos, do Previdência Social, do Saúde da Família, do Rede Cegonha, do Brasil Alfabetizado, do Mais Educação, do Brasil Sorridente, do Minha Casa Minha Vida, do Mais Médicos, dentre outros programas, que visam combater a miséria, a pobreza e incluir, definitivamente, grande parte da população brasileira no mercado de emprego e de consumo.

Contudo, com o propósito de concretizar esse processo, urge fazer com que o brasileiro estude para que possamos, em futuro próximo, transformar o Brasil em uma nação de classe média, porque para o socialismo ser implementado em um país capitalista, grande e diversificado como o Brasil, torna-se imperioso enfrentarmos um processo lento, que demanda tempo e convencimento, por se tratar de uma doutrina econômica e política que requer rompimento com o establishment, e, por conseguinte, iniciar-se uma nova ordem política, econômica e social.

O objetivo é transformar a sociedade. Entretanto, torna-se necessário distribuir riquezas e propriedades, de forma equilibrada, pois que o desejo é diminuir a distância entre pobres e ricos e, por sua vez, realmente edificar um estado de bem-estar social. Porém, as classes sociais abastadas e proprietárias dos meios de produção e serviços reagem aos avanços conquistados pela maioria da população. A reação é levada a efeito pelos partidos políticos de direita e de suas caixas de ressonância materializadas em diversas mídias, principalmente na imprensa de mercado, que por muito tempo teve em suas mãos o monopólio da informação.

A imprensa que sataniza os partidos, os políticos, os grupos sociais e as instituições que, porventura, não rezam por sua cartilha reacionária, conservadora e de caráter hegemônico. A imprensa do pensamento único e que se nega a dar direito de resposta a quem é difamado e caluniado. A mesma imprensa do jornalismo meramente declaratório e que se recusa a ouvir o outro lado, procedimento que qualquer jornalista iniciante sabe que tem de ser feito para que o leitor, espectador ou ouvinte possa formular seu juízo de valor para comparar as diferentes versões e, por seu turno, discernir sobre os fatos e as realidades acontecidos e repercutidos.

Informação e educação caminham juntas. São irmãs siamesas. E é por saber disso que os grupos econômicos privados tentam controlar os meios de comunicação e sabotar programas de governo e projetos de país que visem, sobretudo, emancipar os povos e em especial o povo brasileiro vítima de uma burguesia perversa, egoísta, provinciana, preconceituosa e de passado escravocrata. A burguesia entreguista e colonizada, bem como arrogante e prepotente com os mais fracos, ao tempo que vergonhosamente subserviente e aduladora daqueles que ela considera ser suas cortes. A burguesia brasileira tem a alma prostituída, além de um incomensurável e inenarrável complexo de vira-lata.

Por isso, ela tem de ser duramente combatida para que o Brasil avance e se torne realmente um País para todos os brasileiros. E a revolução começa pela educação pública, de boa qualidade e aberta para todos que nascem neste colosso tropical que é o Brasil. Se não há espaço e nem meios no momento para a efetivação de uma revolução socialista, que se faça as reformas necessárias para que o povo seja inserido no contexto do consumo e do estudo, pois se as pessoas estudam e consomem elas, por si sós, darão conta de providenciar a melhoria na qualidade de suas vidas, bem como vão ter discernimento do País que elas querem para seus filhos e as gerações vindouras.

A educação é a revolução. E sem justiça social não há paz. As reformas estão a acontecer desde 2003 quando o presidente Lula sentou na cadeira da Presidência da República, bem como a presidenta Dilma Rousseff continua a caminhar na mesma trilha do desenvolvimentismo e do trabalhismo. Somente por intermédio da educação faremos com que a ignorância e o egoísmo dos que reagem contra a inclusão social sejam derrotadas.

Quando os áulicos da Casa Grande de forma sistemática criticam açodadamente o Enem e tudo que gravita em torno dele, a exemplo do Sisu, do Fies e do Prouni é sinal que tais programas estão em um caminho certo, sem volta ao passado e que desagrada, sobremaneira, as “elites” brasileiras associadas aos grandes capitalistas, aqueles que defendem a diminuição do estado, a venda do patrimônio público e que quando metem as mãos pelos pés correm como cachorrinhos esfomeados a pedir comida para salvar o que restou de seus patrimônios, sem, contudo, esquecer de enviar para os paraísos fiscais os milhões que ainda lhes sobraram, pois conquistados por meio de sonegações.

Vinte e dois milhões de pessoas estão a ser atendidas pelo Governo trabalhista. Os programas reduziram em 13% as desigualdades sociais. Além disso, 13,8 milhões de pessoas são atendidas pelo Bolsa Família, o que ajudou, e muito, para que o Brasil diminuísse em mais de 55% a pobreza e a extrema pobreza em apenas uma década, segundo o relatório “A Década Inclusiva (2001/2011): Desigualdade, Pobreza e Políticas de Renda”, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e produzido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011 (Pnad).

O Brasil cumpriu a meta do milênio no que concerne à diminuição da pobreza em apenas dez anos, o que era previsto para ser realizado em um tempo de 25 anos. E aí vem a direita e os que se associaram aos inquilinos desse campo político e ideológico reacionário e violento para afirmar, sem qualquer responsabilidade do que falam, que vão fazer mais e melhor, sendo que quando estiveram no poder não fizeram nada, pois nem acesso ao emprego o povo brasileiro teve nos tempos do vendilhão da pátria, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três vezes, humilhado, pois de joelhos e pires nas mãos a mendigar esmolas, porque quebrou o Brasil três vezes.

Todos esses fatores, além de muitos outros não citados neste artigo, favorecem o que os economistas estruturalistas, desenvolvimentistas e o próprio presidente Lula chamam de ciclo virtuoso, que fomentou e ainda fortalece a economia interna, que por sua vez ajudou o Brasil a não sentir muito a crise internacional de 2008. A crise que derreteu as economias de países europeus e prejudicou enormemente os Estados Unidos e o Japão, bem como mostrou, inapelavelmente, que o neoliberalismo é uma doutrina que colocada em prática tem por finalidade concentrar renda e riqueza, apostar na jogatina dos mercados de capitais, favorecer os rentistas e prejudicar quem produz para beneficiar os banqueiros e os governos dos países ricos, que determinam como o sistema mundial hegemônico deve proceder, a fim de sugar as riquezas dos países periféricos e emergentes, além de explorar a mão de obra barata dos povos pobres, em forma de rapinagem e pirataria.

Voltemos ao Mau Dia Brasil. Chico Pinheiro e Ana Paulo Araújo, além de os “âncoras” de Brasília e de São Paulo falavam sobre o Enem de mais de 7 milhões de inscritos em tom de pilhéria e desdém. A reportagem anunciada por Chico Pinheiro e veiculada na tela das Organizações(?) Globo iniciou assim: “No próximo final de semana, sete milhões de estudantes vão fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio. Desta vez, o Ministério da Educação promete um exame sem sobressaltos”.

A partir da chamada, a matéria passou a falar dos “sobressaltos”, evidentemente com o propósito de superdimensionar os erros e equívocos acontecidos em anos anteriores, e, consequentemente, desqualificar para diminuir a importância do Enem e, por seu turno, fazer com que milhões de pessoas, ainda jovens e em formação, passem a ter a sensação de insegurança, além da calar em suas mentes e corações a desconfiança de um processo escolar excepcional, que deveria ser valorizado e admirado, pois se trata de um exame complexo, com um número de inscritos que supera a população de vários países, a exemplo do Uruguai, e que por sua grandiosidade os erros que aconteceram são infinitamente inferiores em relação às suas virtudes.

E o narrador da matéria global sabotadora dizia: “Em 2009, a prova foi furtada em uma gráfica (...)”. Mas o senhor Chico Pinheiro, editor-chefe do Mau Dia Brasil “esqueceu” de lembrar que a prova foi roubada na gráfica da “Folha de S. Paulo” por um contratado dela. Tal pasquim de direita é aquele diário que emprestava, na ditadura militar, seus carros para os torturadores na década de 1970, e que, na maior cara de pau e cinismo, publicou o ocorrido do furto da gráfica como manchete de capa do jornal. Depois a pseuda reportagem relembrou as “falhas” do Enem em 2010. Neste ano, alguns inscritos foram vítimas de vazamentos sobre seus dados pessoais. Uma professora de Remanso (BA) teve acesso às provas e repassou para seu filho. O fato foi relato por um professor de cursinho de Petrolina, que denunciou o ocorrido. Porém o Mau Dia Brasil mais uma vez não mostrou essa ocorrência.

Além disso, ainda em 2010, um dos cadernos da prova continha erros. A gráfica RR Donnelley, a maior do mundo, assumiu as falhas e declarou ao governo e ao público que houve erros de impressão em 0,3% das dez milhões de provas. É isto mesmo: dez milhões de provas e 0,3% de erros. A empresa considerou que o índice de erro é pequeno e que está dentro de uma margem esperada para um processo industrial de larga escala. Contudo, a imprensa superdimensionou novamente, porque os barões magnatas que controlam as mídias no Brasil fazem política, tem lado e escolhem candidatos, sempre os de e da direita.

A falha virou um “escândalo” de gigantescas proporções e quase tais magnatas fecham as portas do Ministério da Educação e terminam de vez com o Enem com a finalidade de impedir o acesso dos pobres à universidade pública. Seria cômico se não fosse trágico e ridículo, porque o “escândalo” não colou. E sabe por quê? Porque os milhões de alunos candidatos sabem que o Enem inclui, é justo, público e democrático, bem como compreendem que a imprensa burguesa, corporativa e sectária defende os interesses empresariais, dos ricos e que luta contra a distribuição de renda, de riqueza, além de ser contrária à independência do Brasil e à autonomia do povo brasileiro.

Em 2011, o Enem foi novamente alvo de irregularidades e patifarias, ou seja, o boicote e a sabotagem continuavam. A finalidade era mais uma vez esvaziar e desqualificar o exame, com o apoio e a cumplicidade, evidentemente, da imprensa comercial de caráter golpista. Alunos do Colégio Christus, de Fortaleza, tiveram acesso a quatorze questões. A Polícia Federal investigou e constatou que o vazamento poderia ter acontecido em um teste formulado pelo Inep realizado em 2010. Apenas 639 provas foram invalidadas em um contexto de milhões de provas aplicadas pelo Enem em todo o Brasil. Pronto! Mais uma vez os porta-vozes da Casa Grande e os mensageiros da dor e da agonia transformaram o vazamento em outro “escândalo” de proporções planetárias.

Contudo, o Chico Pinheiro e a Ana Paula Araújo e seus colegas de Mau Dia Brasil não tocaram neste assunto. Óbvio. Eles fazem um jornalismo mequetrefe, porque aproveitaram uma concessão pública para fazerem suas assertivas ao tempo que não dão o direito de alguém do Ministério da Educação rebater tais vilanias, manipulações e mentiras. Creio que essas pessoas pelo menos não devem pensar, lá com seus botões, que elaboram e efetivam um jornalismo de verdade e isento e imparcial para falar dos fatos e das realidades. Será?

Bem, já em 2012 e apesar de toda a propaganda contra o Enem, as inscrições superaram todos os números, pois um verdadeiro recorde até então. Quase 6,5 milhões de candidatos se inscreveram e com isso o Governo trabalhista percebeu que o Enem é como massa: quanto mais apanha, mais a massa cresce. Neste ano, as fraudes, as trapaças e as sabotagens foram evitadas. Entretanto, em 2013, as falsas polêmicas retornaram, e os motivos eram concernentes aos métodos de correções das redações, considerados demasiadamente permissivos ou tolerantes. Um aluno escreveu como redação uma receita de miojo, o que gerou descontentamento a quem não passou. O Governo trabalhista reconheceu o erro e tratou rapidamente de não permitir que aconteça tais fatos novamente. Quem o fizer, não passará na prova. Ponto.

As provas a serem realizadas neste fim de semana vão ter um enorme e sofisticado esquema de segurança. Todavia, a humanidade é a humanidade e sempre alguém vai tentar burlar a segurança e, consequentemente, fraudar as provas e assim prejudicar a imensa maioria que presta exames de forma legal e honesta, além de sonhar com dias melhores, principalmente aquele que nasceu em berço da classe pobre e que espera, geração após geração, formar-se em uma faculdade, apesar do ódio elitista pelo Enem.

Contudo, o Mau Dia Brasil e o restante da imprensa de negócios privados estão à espera de falhas, fraudes e até mesmo que algum criminoso, a serviço de “sujeitos ocultos”, consigam criar um novo “escândalo”, e, por seu turno, dar oportunidade de a imprensa burguesa repercuti-lo com estardalhaço, com o propósito de mais uma vez dizer ao povo brasileiro que o Enem não presta. Afinal, o que presta para tal imprensa de desejos inconfessáveis são os cursinhos e os colégios, as faculdades e as universidades particulares sem qualidade comprovada e pagos a peso de ouro com o suor dos trabalhadores e dos pais de milhões de jovens que não tiveram acesso ao ensino público superior. Mas não vai adiantar, pois o número é este: 7.105.903 candidatos. Sorry periferia. É isso aí.