terça-feira, 31 de março de 2015

Globo, predadora do Brasil, quer falir e privatizar a Petrobras

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Por que as Organizações Globo(?) querem ver a Petrobras falida? Resposta fácil: porque o processo político brasileiro passa e sempre passou pela Petrobras, antes mesmo de ela ser criada pelo presidente estadista, Getúlio Vargas, em 1953. A verdade é que a Petrobras, além de ser a estatal que simboliza a luta pela independência do Brasil, representa ainda a competência dos trabalhadores, administradores, técnicos, engenheiros, cientistas e pesquisadores brasileiros, que em 62 anos transformaram a Petrobras em uma das maiores empresas petrolíferas do mundo, autossuficiente em petróleo e portadora de tecnologias e conhecimentos sobre prospecção de petróleo em águas profundas que nenhum país tem.

As Organizações(?) Globo sabem disso, mas não se importam com a verdade e atacam a Petrobras sem quaisquer escrúpulos, pois a intenção é causar confusão a segmentos inteiros da sociedade, porque propositalmente manipula as notícias sobre a corrupção na estatal, a dar uma conotação mentirosa e perversa sobre a incompetência do Estado nacional para gerenciar tamanha empresa, que se confunde com a própria brasilidade e a capacidade de superação do povo brasileiro quando se trata de sobreviver.

As Organizações(?) Globo são levianas e sorrateiras, porque suas matérias jornalísticas são seletivas e não traduzem a verdade, porque, do contrário, não haveria como tal empresa privada e “proprietária” de um monopólio gigantesco de comunicação manter no ar por tanto tempo casos de corrupção na Petrobras, como se fossem capítulos de novelas da pior qualidade, nos quais servidores públicos concursados nos idos das décadas de 1970 e 1980 são os protagonistas, a fazerem os “papéis” de criminosos, ladrões do dinheiro público, que estão a ser devidamente investigados pela Polícia Federal, denunciados pelo Ministério Público e punidos pelo Judiciário.

Tudo isto em pleno Governo do PT, a ter à frente a presidenta Dilma Rousseff, mandatária que demonstra enorme coragem, e que avisou na campanha presidencial, sem deixar dúvidas, que “não vai ficar pedra sobre pedra”, no que diz respeito ao combate à corrupção. E assim foi feito. E assim está a ser feito. Contudo, quanto mais se prende e se descobre falcatruas e roubalheiras por parte daqueles que deveriam zelar pelo patrimônio público, mais as Organizações(?) Globo e suas congêneres batem no Governo Trabalhista, como se o poder público não estivesse a realizar suas obrigações e competências, que se resumem em apurar os fatos e encaminhá-los à Justiça.

A verdade que está por detrás da campanha insidiosa e entreguista contra a Petrobras não é, seguramente, o zelo da Globo pela poderosa estatal. De forma alguma. O Jornal O Globo, de Irineu e Roberto Marinho, combateu furiosamente e sistematicamente a criação da Petrobras pelo trabalhista Getúlio Vargas, líder da Revolução de 1930, que a família Marinho sempre odiou. Tal oligarquia midiática simpatiza muito com as lideranças dos golpistas de 1932, de 1945, de 1954 e de 1964.

Sobre isto ninguém tem dúvidas. Atualmente, aliam-se aos herdeiros da UDN lacerdista, o PSDB dos tucanos e o DEM — o pior partido do mundo, onde viceja um extremista de direita, que sonha em ser presidente da República, cujo nome é Ronaldo Caiado (DEM), fazendeiro poderoso de Goiás, ex-líder da UDR, que se comporta, na Câmara dos Deputados e hoje no Senado, como um brucutu movido a ódios, portador de um vocabulário agressivo, áspero e violento contra o PT, o ex-presidente Lula, a presidenta Dilma Rousseff e as esquerdas em geral. Caiado é o Bolsonaro do agronegócio. O direitista votou contra a PEC do Trabalho Escravo, até porque a família Caiado está na “lista suja” do Ministério do Trabalho, por submeter o trabalhador a condições indignas, ou seja, degradantes ao ser humano.

Entretanto, a verdade é que a direita está a conseguir no momento colocar o Governo Trabalhista nos corners do ringue. A movimentação oposicionista dos partidos conservadores, à frente o PSDB, e a repercussão dos casos de corrupção conforme a ótica, a vontade e as decisões de profissionais que trabalham para os magnatas bilionários de imprensa estão a causar ao Governo de Dilma e ao PT a deterioração de suas imagens e a desqualificação de suas competências para administrarem o País.

Apesar do crescimento econômico e do desenvolvimento social gigantesco verificado no período de governança petista, a ordem na imprensa de mercado e nos setores reacionários da sociedade brasileira é não reconhecer os avanços, que aconteceram no Brasil, e muito menos dar voz a quem está a ser diuturnamente atacado, no caso o Partido dos Trabalhadores e suas lideranças, como querem fazer agora com o ex-ministro José Dirceu, que, mesmo a cumprir pena, tentam implicá-lo com a operação Lava Jato.

Manter figuras da República emblemáticas e de esquerda na defensiva e manchar suas imagens perante o público é a “fórmula” repetida intensamente pela imprensa de negócios privados, que historicamente procedeu da mesma maneira com Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola, todos considerados políticos do campo trabalhista, que foram impiedosamente chamados de ladrões, corruptos e malfeitores por esta mesma imprensa corporativa, predadora do patrimônio público e inimiga dos interesses do Brasil e de seu povo, que luta há séculos para se emancipar. Só que esses três personagens históricos do mundo político não roubaram o povo, como depois foi comprovado, como igualmente também não roubou o presidente Lula e, evidentemente, não rouba e não roubará a presidenta Dilma Rousseff.

Desacreditar e macular os “inimigos” dos empresários, dos partidos de direita e da imprensa alienígena, sonegadora de impostos e fomentadora de golpes de estado, é a tônica ou o modus operandi dos direitistas, que não conhecem outra forma de combate àqueles que não seguem suas agendas políticas e não coadunam com seus propósitos e interesses econômicos. Por sua vez, o Governo Trabalhista se encontra em um processo de letargia sem fim, e não reage à altura para demover a parafernália midiática e partidária de direita de tentar um golpe contra as instituições republicanas e o estado democrático de direito.

Não há trégua nesta luta, pois campos ideológicos e políticos antagonistas, cujas contradições de ambos não se confrontam no âmbito das ideais, mas se realizam, sobretudo, em um círculo de acusações, denúncias, muitas delas, apelativamente, vazias, porque sem comprovações policiais e judiciais, como bem demonstraram, no decorrer do tempo, inúmeras “denúncias” repercutidas pela imprensa comercial e privada, que insiste em realizar um jornalismo de esgoto, de conteúdo apenas declaratório, pois, efetivamente, de caráter político-partidário e, com efeito, despreocupado em ouvir todos os lados de uma história ou acontecimento. O básico, a imprensa empresarial e familiar, propositalmente, não consegue fazer, porque açodadamente politizada e ideologizada.

Por seu turno, esquecem os verdugos e traidores contumazes da Pátria, que a mentira, mesmo repetida incansavelmente pelos meios de comunicação pertencentes à meia dúzia de famílias bilionárias e compromissadas com a plutocracia internacional, tem pernas curtas e a verdade sempre vem à tona, apesar da tentativa de afogamento, como no caso da Petrobras.

Os governos trabalhistas, democráticos e populares de Lula e Dilma realizaram mais de duas mil operações policiais e nunca retaliaram o Ministério Público e o STF quando estes investigaram e puniram pessoas ligadas ao Governo. Além disso, está mais do que comprovado que os procuradores-gerais da República e os juízes do Supremo foram escolhidos em listas tríplices, fato estes que considero um grave equívoco, inclusive de estratégia desses dois presidentes, que deveriam, sim, escolher os juízes e os procuradores como lhes faculta a Constituição.

O presidente conservador do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, jamais teria tanto respeito e consideração pela democracia, pois sempre escolheu “seus” nomeados e se resguardou contra seus maus atos e ações, a exemplo da compra de votos para a reeleição, segundo depoimentos de parlamentares e reportagens de jornalistas, bem como para a alienação e desconstrução do patrimônio público, conforme demonstram, inapelavelmente, as denúncias nos livros “A Privataria Tucana” e o “Príncipe da Privataria”, além de incontáveis casos de escândalos que aconteceram nos oitos anos de desgoverno FHC — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes.

Até hoje nenhum tucano foi preso. Pelo contrário, crimes como o do Mensalão Tucano estão a prescrever, muitos dos envolvidos ficaram inimputáveis por causa da idade e este ano o escândalo completa dez anos de impunidade. São às dezenas, quiçá centenas, as denúncias e os casos de corrupção de tucanos, no decorrer de 26 anos de fundação do PSDB, partido que governou o Brasil oito anos, que controla São Paulo há 20 anos, além de estados fortes como Minas Gerais, que hoje é governado por Fernando Pimentel do PT, mas ficou nas mãos de Aécio Neves e seu grupo por mais de 10 anos, sendo que o estado do Paraná, unidade da Federação conservadora, é controlado pelo PSDB há quase 10 anos, bem como o governador tucano, Beto Richa, está a enfrentar uma crise de credibilidade sem precedentes, porque seu governo é acusado pela sociedade paranaense de corrupção, além de enfrentar, recorrentemente, greves no setor público.

Obviamente que nenhum desses episódios foram devidamente repercutidos pela imprensa familiar e hegemônica, conforme a importância deles, porque simplesmente “amiga” dos demotucanos. Tal sistema midiático privado está aí na vida para proteger seus aliados, apaniguados e sócios. Ponto. Quanto a esta realidade, não há menor dúvida. Como é possível um escândalo, maior do que o da Petrobras, a exemplo dos sonegadores criminosos com contas no HSBC suíço, não ser mostrado pela imprensa de negócios privados como se deveria, afinal é uma questão que prejudica terrivelmente a sociedade brasileira e, portanto, interessa-lhe saber quem rouba o Erário Público, e, consequentemente, a educação, a saúde, a segurança, a moradia, a infraestrutura e os empregos, porque um povo sem emprego é um povo fadado à miséria, à pobreza, à fome e à violência.

Dito tudo isto, chega-se à conclusão que o caso do HSBC, como muitos outros, como o Mensalão Tucano, o Banestado, a Satiagraha, a Castelo de Areia, além das Chacal, Sundow/BoiBarrica, Dilúvio, Poseidon e Diamante, poderá acabar em pizza, porque as outras operações da PF citadas foram todas anuladas pela Justiça. Porém, o Metrosão e o Trensalão ainda estão a ser investigados, apesar de certa leniência e morosidade da Justiça e do MP, que jamais agiriam dessa forma se fosse o PT envolvido ou, nem é preciso ir tão longe, apenas ser acusado, inclusive sem provas. É o que ocorre no Brasil de hoje e de ontem, com o acréscimo de um “P”, de petista, porque os outros “pês” são de puta, pobre e preto.

Como sempre ocorre no Brasil, temos uma Justiça nada confiável. É que o povo sente e diz. Basta entrevistá-lo nas ruas e perguntar ao povo se a Justiça deste País é republicana ou somente defende os interesses dos ricos e dos poderosos, sem nos esquecermos dos brancos, porque se trata de um Judiciário composto, em sua maioria, por juízes burgueses e pequenos burgueses, politicamente conservadores, divorciados dos interesses populares e que se dedicam a servir ao status quo, sem sombra de dúvida.

Não é à toa que governos e mandatários populares e de esquerda vivem como se estivessem na berlinda. Não é fácil enfrentar uma máquina midiática de direita e que se tornou um partido político sem limites e ética para atacar a quem considera os inimigos a serem derrotados, seja de qualquer jeito e da forma que for necessária, nem que seja por intermédio de golpes de estado ou impeachment de uma presidenta eleita por mais de 54 milhões de votos e que não incorreu em crimes de responsabilidade, malfeitos e que vem a demonstrar que não tergiversa quanto a não aceitar conviver com a corrupção, tanto que a combate duramente, o que se tornou uma rotina em seu governo, rotina esta que começou nas mais de mil operações da PF realizadas durante o Governo Lula. Realidades estas que jamais aconteceram nos governos dos tucanos.

A verdade é apenas uma: as Organizações(?) Globo, predadora do Brasil, quer ver a Petrobras falida. Sempre agiram desta forma, desde os tempos de Getúlio. Não é novidade. Apenas reiteram suas vocações de aves de rapinas, predadoras do Brasil, País generoso onde ganham muito dinheiro, ao ponto de se tornarem bilionários. As Organizações(?) Globo quer ver o Estado nacional de joelhos e, junto com ele, o povo. Vive do dinheiro público, edificou seus tijolos na ditadura militar, sabota presidentes eleitos pela vontade soberana do povo e aposta no quanto pior, melhor.

Se não fosse a Globo e as empresas desse grupo, o Brasil já estaria em uma condição de desenvolvimento social e econômico muito mais avançado. Com a Globo, não há paz social possível, porque os magnatas bilionários de imprensa e seus porta-vozes são da guerra. O Brasil real, o Brasil profundo para essa gente está a milhares de distância de suas verdades e realidades. Eles desconhecem o povo brasileiro, seus costumes, culturas, dores, sonhos e desejos. Desconhecem a história do Brasil. São tão perversos e colonizados, que, no dia após dia, acreditam que o País é a extensão de seus quintais, quando a verdade é que não é, e nunca o foi, até porque quando este País poderoso vivencia períodos democráticos, como o de agora, esses empresários midiáticos arrogantes, autoritários e lamentavelmente subordinados aos interesses estrangeiros, perdem as eleições, como perderam para Getúlio, Jango, JK, Lula e Dilma.

Trata-se de um empresariado violento, mesquinho, colonizado e complexado. A vira-latice em toda sua essência e plenitude. Pais e mães, genitores de playboys, que se aventuram na política, mas não conseguem convencer o povo a votar neles, com seus ternos bem cortados, seus cabelos engomados, perfumes caros e linguajares presunçosamente empolados, além de “saberes” de almanaques, a acompanhá-los ainda as matreirices, as astúcias e as dissimulações dignas dos cafajestes, aprendidas em seus condomínios de luxo ou em Miami ou Nova York.  A resumir: pilantras e patifes com “grife”.

A Globo é contra o Brasil e seu povo. Um dos pontos de sua nefasta agenda é privatizar a Petrobras, juntamente com o Pré-sal. Com “sorte”, aumentar o desemprego e fazer com que o trabalhador se sinta inseguro em relação à economia do País. Não se brinca com os propósitos dessa organização(?) norte-americana e de caráter alienígena. A Editoria “O Brasil é uma Merda!”, da Rede Globo, é pródiga em deixar a autoestima do brasileiro mais baixa do que barriga de cobra. E isto é psicologicamente perigoso.

Por isso, e o Governo Dilma não consegue compreender ou faz ouvidos moucos, que é imperativo ter uma comunicação forte, corajosa, ágil e replicadora, que rebata prontamente os ataques que desqualificam e tentam criminalizar o Governo do PT. “Quem não se comunica, se trumbica” — ensinava o Chacrinha. A Globo representa o setor privado, que tem a ousadia de querer impor sua agenda e governar no lugar do presidente da República. Durma-se com um barulho desse. É isso aí.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Os negros e a escravidão, apenas uma opinião

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

INFÂMIA                                               foto: substantivo plural

A luta do povo de etnia negra e que aportou no Brasil nos séculos passados, na triste e humilhante condição de escravo, certamente é uma das maiores infâmias, se não for a maior infâmia da história da humanidade. Até os dias atuais a escravidão reverbera de forma altissonante, porque os descendentes de escravos, que representam, no mínimo, a metade da população brasileira, ainda não conseguiram ter acessos e garantias que os permitam a se igualar aos brasileiros de outras etnias e classes sociais consideradas hegemônicas.

Esta realidade se apresenta aos nossos olhos todos os dias, no decorrer de nossas vidas, o que, sobremaneira, leva-nos a pensar e a ponderar sobre o porquê de tanta desigualdade e exclusão social, que transformam as vidas de milhões de brasileiros negros mais difíceis, com percalços e obstáculos quase instransponíveis a serem superados. Esta dura realidade, por seu turno, faz com que esse segmento social tão importante para história do Brasil viva em condições mais precárias, porque o acesso às melhores escolas, ao emprego e aos bens de consumo é quase proibitivo, porque sabemos, de antemão, que o sistema de capitais é excludente, elitista, hegemônico e violento.

Por sua vez, percebe-se também que este sistema perverso, imposto há séculos às pessoas, tem por propósito dividir a sociedade em castas sociais, porque o que interessa é o controle dos meios de produção por uma parcela pequena da população, que, além de dominar instituições importantes dos poderes da República, ainda têm a primazia de ter seus filhos, parentes, sócios, colegas e amigos a determinar os rumos da economia e, consequentemente, do trabalho, do emprego e do acesso ao dinheiro.

Os negros e outros segmentos da sociedade brasileira são praticamente impedidos de conquistar o poder. E poder, para quem não sabe ou se equivoca, não se resume apenas a cargos políticos e empresariais. Ter poder é ter acesso à educação, ao emprego de boa qualidade e de importância nas escalas de hierarquia. Por causa desses motivos, a luta, incessante, dos setores privilegiados e reacionários da sociedade para que somente seus grupos de interesses dominem as universidades públicas e as faculdades privadas de alto nível.          

O acesso ao conhecimento e ao saber sempre foi um grande problema para as camadas mais pobres da população. Para termos uma ideia sobre o controle do poder pelas classes sociais dominantes, antes e durante a Idade Média só poderiam ter acesso à Bíblia os membros integrantes da nobreza e do episcopado dessas épocas. O livro sagrado pertencia a poucos, e era escrito em hebraico e latim, de forma que o conhecimento ficasse concentrado, restrito, e não se expandisse para as populações e respectivas nações por intermédio de seus idiomas.

Desta forma assim foi feito, no decorrer de séculos e milênios, o controle do conhecimento, ou seja, do poder. Somente a educação e os ensinamentos libertam, bem como a vontade de quem deseja aprender, e por isto luta por liberdade, emancipação e independência. Por causa dessas questões, imperativo se torna necessário realizar o processo de empoderamento do negro, também dos índios, dos pobres de todas as etnias, como se tem feito com as mulheres nas sociedades ocidentais, que, em apenas 60 anos, dividem com os homens, especificamente os brancos, o poder nas universidades e no mercado de trabalho.

A luta do negro para ter ascensão social é constante, sistemática e de longo tempo. Não existe data para que um dia os negros parem de lutar para serem reconhecidos como cidadãos de primeira classe, e jamais serem considerados indivíduos cujos direitos se resumem a morar nos morros, guetos e periferias, bem como apenas serem contratados para exercerem empregos maus remunerados, braçais e de segurança pública ou privada, funções e cargos, indubitavelmente, os mais perigosos, insalubres, que requerem força muscular e depois, ao se aposentarem, perceberem que estão quase aleijados quando, não, completamente sem condições para usufruírem da vida após décadas de trabalho.

A questão primordial é fazer com que as “elites” brasileiras reconheçam o passado histórico dos homens e mulheres negros, que construíram o Brasil e edificaram a nossa riquíssima cultura, pois diversificada, plural e multicolorida. Os negros não receberam terras e animais após a libertação dos escravos, que aconteceu por fatores estritamente políticos e de interesses econômicos, inclusive da potência da época, a Inglaterra, que já estava em processo de mudança de sistema econômico exemplificado na revolução industrial, um dos principais motivos para o fim da escravidão e pá de cal nos interesses da monarquia portuguesa e dos grandes comerciantes e coronéis donos de terras no Brasil.
       
Quase não vemos cidadãos negros e cidadãs negras como controladores de empresas, de franquias, ou seja, donos de negócios próprios. Quase não vemos juízes, professores universitários, oficiais das Forças Armadas, principalmente na Marinha, engenheiros, médicos, economistas, jornalistas, advogados e parlamentares negros. Quase não temos negros executivos de grandes empresas e nem atletas de esportes que ainda “pertencem” ao ambiente das classes mais ricas.

A resumir: os homens e mulheres negros deste País ainda não foram libertados da escravidão, porque não têm acesso a quase nada, o que, evidencia, sem sombra de dúvida, que o sistema em que vivemos é criado e talhado para servir uma pequena casta social, que ora está a exercitar seu poder econômico, político e de barganha, até porque para ter acesso aos diferentes nichos de poder é necessário ter força para negociar, e, com efeito, manter o status quo.

Afirmo ainda que a luta pela igualdade de oportunidades é renhida, sem trégua, porque as classes dominantes são as controladoras do sistema. Elas podem até ceder em pequenas coisas, a exemplo do bolsa família e de outros programas de inclusão social. Entretanto, este “ceder” é derivado de muita luta por parte daqueles que acreditam em uma sociedade justa, democrática e solidária, mas existe a compreensão de que jamais a classe dominante vai abrir mão de seus privilégios, que se materializam em forma de cartéis, monopólios, posses, regalias e prerrogativas.

É dessa forma que a banda toca no mundo dos vivos, e o som do sistema é afinado, porque se desafinar seu poder pode ser questionado nas instituições criadas e controladas pela grande burguesia, cujos valores, princípios e interesses são repercutidos, tais quais a mantras, pelas mídias corporativas, afinal é imperativo fazer com que a maioria das pessoas acredite em seus preceitos e, com efeito, defenda suas causas, que, geralmente, não coadunam com os interesses das sociedades, notadamente a brasileira.

A sociedade que hoje se encontra sob o jugo de uma parafernália midiática, que pretende impor sua agenda política, e, por conseguinte, governar no lugar dos eleitos. Por sua vez, esta “elite” tenta, incansavelmente, impedir que a distribuição de renda e riqueza, mesmo que tímida como acontece atualmente no Brasil, seja concretizada.  A verdade é que os donos do establishment não querem dividir nada, por serem antidemocráticos, apesar do discurso contrário, na forma de dissimulação e hipocrisia.

O povo negro brasileiro só vai conquistar seu espaço e empoderamento se compreender que a escravidão e, posteriormente, a falta de acesso ao mercado de trabalho, às terras e à educação, bem como os preconceitos, a exemplo do racismo, é um processo moral, mercantilista e social, que visa a negação de uma etnia, a sua invisibilidade como ente humano e, por seu turno, a destruição da autoestima de quem tem origem nas camadas populares.

Trata-se de impingir a derrota em toda sua plenitude, porque lutar contra os reveses da vida com a estima baixa e a imagem distorcida sistematicamente é quase impossível, porque quebra, como se fosse um cristal, em mil pedaços o coração daqueles que saíram das classes mais pobres e expostas a todo tipo de criminalidade, violência, fome, miséria, drogas e o abandono do Estado, que se fez burguês, porque controlado há séculos pelas oligarquias que escravizaram seres humanos por quase quatrocentos anos.

De acordo com as perspectivas e os limites que o sistema de capitais impõe, sabemos que o reparo financeiro aos negros é quase impossível, bem como polêmico, o que iria gerar um debate social e jurídico sem fim, além de a mídia de mercado e seus porta-vozes se insurgirem ferozmente contra uma reparação financeira, fato este que, indelevelmente, não impede que se lute, inclusive, pela reparação no que diz respeito a valores de ordem financeira, que poderiam ser destinados aos setores de Educação, moradia, emprego e aquisição de terras para quem já está estabelecido no mundo rural, além de fortalecer e valorizar serviços colocados em prática pelo Estado àqueles que secularmente já saíram atrás na corrida pela sobrevivência.

Contudo, lembremos o que aconteceu no Brasil com o povo negro. Rememoremos a escravidão, sistema de degeneração humana e diabólico por essência. Jamais esqueçamos das injustiças que os homens e as mulheres negros sofreram no Brasil e no mundo. Quando um cidadão, com um mínimo de discernimento, depara-se com os maus escritos de gente como Luiz Felipe Pondé, o “filósofo” de prateleira da mídia engajada e conservadora, logo se torna perceptível o quanto o é perverso e leviano o status quo, que tal agente representa.

“Filósofo”? Como assim, cara pálida? Só se for da burrice, da pretensão, da exclusão, do preconceito e da intolerância. Pondé é um fracasso como animal político e racional. Ele é a subserviência ao patronato em toda sua plenitude. Rememorar a escravidão é dar início à reparação, seja da forma que for determinada pelo povo brasileiro e por suas instituições e entidades constituídas. A escravidão é a morte do que se pretende humano. É isso aí.


sexta-feira, 20 de março de 2015

Gilmar faz o que quer, na hora que bem entender. Devolve Gilmar! Ou dane-se o Brasil

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Daqui a poucos dias completar-se-á um ano desde que o juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar “faço o que eu quero e na hora que bem entender” Mendes pediu vistas do processo da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.650, de autoria da OAB, que, dentre outros itens, proíbe as doações privadas para as campanhas políticas, que, inegavelmente, também se transformaram em um meio sujo para se pagar propinas a corruptos ou ladrões do dinheiro público travestidos de servidores públicos, empresários, executivos e políticos, com a cumplicidade também de juízes e de policiais que resolveram incorrer em crimes.

Gilmar “faço o que eu quero e na hora que bem entender” Mendes, sempre atuou e agiu de forma autoritária, além de no decorrer desses anos todos se envolver com decisões judiciais polêmicas e contestáveis, bem como se tornou uma referência político-partidária para os partidos de direita, a exemplo do PSDB, DEM e PPS, e, com efeito, uma das “estrelas” das mídias de negócios privados pertencentes aos magnatas bilionários de imprensa, que sempre premiaram e cantaram loas e boas a juízes conservadores, ideológicos e dispostos a se comportar como verdadeiros políticos, a serviço do status quo e de interesses do grande empresariado, inclusive o internacional, além da oposição aos mandatários trabalhistas eleitos e reeleitos pelo povo a presidentes da República desde o ano de 2002.

Neste momento, Gilmar “faço o que eu quero e na hora que bem entender” Mendes senta em cima da Adin 4.650, sem delongas e despido de quaisquer constrangimentos, a demonstrar sua natureza casuística e arrogante, a indicar que não vai sair de cima do processo, a despeito de saber que é exatamente o financiamento de campanhas políticas pelo setor privado que tem permito a corrupção em âmbito público, a lavagem de dinheiro e o pagamento de propinas, como se fossem financiamentos de campanhas eleitorais, por parte de executivos e empresários criminosos.

Essas realidades têm causado graves prejuízos à estabilidade política e institucional, bem como favorecido o desenvolvimento de um clima golpista contra o Governo Trabalhista. Por sua vez, o frenesi histérico, vitaminado pela imprensa meramente de mercado, mexe com a direita, que, irresponsavelmente, sai às ruas a vociferar “contra tudo o que está aí”, porque é sua única pauta, a demonstrar intolerância e, sobretudo, ignorância sobre as questões brasileiras para pedir, absurdamente, a efetivação de um golpe militar. Chagall e Salvador Dali não seriam tão surreais.

Enquanto o caldo ferve e a jiripoca pia, Gilmar “faço o que eu quero e na hora que bem entender” Mendes aproveita o tempo que tem para conspirar e, por seu turno, dar declarações no sentido de ele afirmar que é o Congresso Nacional que vai decidir sobre questões relativas à reforma política, como se o juiz, pupilo de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, não fosse um magistrado com um passado repleto de enfrentamentos de carácteres políticos, contra a Presidência da República e as lideranças da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a se intrometer, equivocadamente, em assuntos pertinentes ao Executivo e ao Legislativo, a criar crises propositalmente para impedir o Governo de governar e o Legislativo de legislar. Gilmar, sobretudo, optou por falar mais nos microfones das televisões ao invés de falar com mais assiduidade nos autos.

Quantas vezes o magistrado politicamente conservador não fez chicanas, a cooperar com a oposição tucana e seus aliados, a judicializar a política e a criminalizar o Governo e o Partido dos Trabalhadores, por meio dos bastidores do STF e das luzes das câmeras de televisões, das palavras escritas e faladas de jornalistas e “especialistas” de prateleiras, xeleléus, sabujos de uma nota só, bajuladores de patrões e chefes golpistas, que rejeitam e não se submetem à vontade do voto da maioria, pois inconformados com a derrota eleitoral de 2014.

Essa gente, incrivelmente, conspira de forma aberta, livre e ainda têm a desfaçatez de acusar o Governo petista de ser ditatorial, comunista, bolivariano, autoritário e que daqui a pouco vai tomar à força a poupança, os móveis e imóveis da classe média coxinha de alma lacerdista e que, em plena democracia e a pleno pulmões, reafirma sua incontinência verbal e ideológica ao pedir por um golpe militar. É assim: o Governo do PT, que governa democraticamente, é autoritário; mas, uma ditadura militar sonhada e reivindicada pelos coxinhas, ignorantes da história do Brasil e despolitizados, não. Então, tá. Durma-se com um barulho desses...       

Advogado-Geral da União do Governo FHC, o juiz condestável age e atua de forma política e parcial desde que foi nomeado para o mais importante tribunal deste País. Suas polêmicas decisões sempre deram a impressão à sociedade de algo estar no ar, porque Gilmar Mendes foi o primeiro dos presidentes do STF, após Lula chegar ao poder, a imiscuir-se de forma sistemática em assuntos políticos distantes de sua alçada como juiz e, obviamente, um dos mandatários do Judiciário brasileiro.

Este magistrado, fragorosamente de direita, repercutiu o verbo e abriu as cortinas do plenário do STF, que em seu mandato presidencial, bem como no mandato do juiz Joaquim Barbosa, vivenciaram um verdadeiro show de descalabros, gritos, ofensas e provocações, a deixar nuas as intenções políticas de juízes bravateiros e fanfarrões que, ao invés de silenciar e somente falar nos autos, resolveram optar pelos microfones e luzes das mídias familiares, que os trataram como “estrelas” da República de oposição aos governos populares de Lula e de Dilma Rousseff.

Lamentáveis o foram inúmeras decisões deste juiz, que tinham e ainda têm a finalidade de criar fatos políticos e jornalísticos, causar instabilidade institucional e, sobremaneira, favorecer os interesses da oposição demotucana. A última ação de Gilmar “faço o que eu quero e na hora que bem entender” Mendes é segurar por um tempo de um ano a proposta que dá fim ao financiamento privado de campanhas.

Agora, vamos à pergunta que não quer calar: se o juiz Gilmar Mendes critica com veemência a corrupção e a oposição de direita de maneira altissonante denuncia os malfeitos da República, porque, então, o magistrado “ídolo” da imprensa familiar e alienígena está a segurar a votação de importante ação direta de inconstitucionalidade de autoria da OAB? Afinal, o placar está 6 a 1 em favor do fim do financiamento privado a campanhas eleitorais, e é exatamente por causa disto que o condestável juiz pediu vistas do processo, ou seja, engessou sua aprovação pela maioria dos juízes do Supremo. Casuísmo na veia.

Qual é a intenção de Gilmar “faço o que eu quero e na hora que bem entender” Mendes? Por que a Rede Globo, a Globo News e suas congêneres se calam, não comentam, ao tempo em que apoiam e repercutem, como se fosse uma lavagem cerebral, as manifestações de índoles golpistas dos coxinhas udenistas, muitos deles fascistas e portadores de suásticas, como estupidamente fizeram questão de mostrar suas “puras” e “bem intencionadas” ações em prol da democracia, contra a corrupção e talvez a “tudo o que está aí”.

Contudo, não são possuidores de quaisquer pautas favoráveis aos trabalhadores e à melhoria de setores como a educação, a saúde, bem como jamais questionaram as corrupções cometidas pelos tucanos, notadamente em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, além de não pedirem punições aos barões da imprensa empresarial, que cometem crimes de sonegação e depositam fortunas em contas numeradas no HSBC da Suíça, banco este acusado de lavar dinheiro até do tráfico de armas e de drogas, que, recentemente, pagou altas somas por meio de multas, nos Estados Unidos. Não vi e não ouvi nenhum coxinha fascista reclamar disso. Até os protestos dessa gente são seletivos, tais quais às notícias da imprensa burguesa de histórico golpista. Realmente, eles se entendem, pois farinha do mesmo saco.

Entretanto, para o desassossego de Gilmar Mendes, o ministro e presidente do STF, Ricardo Lewandowski, parece não conjugar com as intenções do reacionário colega, que bloqueou decisão que proibia expediente que mascara propinas como se fossem doações de campanhas, e a mídia corporativa e entreguista mais uma vez se calou. Lewandowski, de forma discreta, mas que para bom entendedor meia palavra basta, anunciou que vai dar prioridade ao julgamento de processos com pedido de vista. E para já. Evidentemente, que a Adin nº 4.650 vai ter sua votação de 6 a 1 colocada em pauta, com a aprovação do fim do financiamento privado às campanhas eleitorais.

“Pretendemos fazer um esforço para liberarmos o maior número possível de votos-vista em atendimento ao direito fundamental previsto no artigo 5º, inciso LXXVII, que é duração razoável do processo” — afirmou o presidente Lewandowsk. Portanto, vamos à segunda pergunta que teima em não se calar: como é que um juiz, a exemplo de Gilmar Mendes, prejudica uma votação tão importante para a cidadania, que aperfeiçoa o processo eleitoral brasileiro e que ajuda a combater a corrupção, tem a insensatez, a prepotência, a arrogância de ainda afirmar, após um ano sentado em cima da adin, que o STF não tem legitimidade para votar tal matéria, porque, segundo o juiz, somente o Congresso vai poder analisar o processo?

Assim não dá, cara pálida. Então quer dizer que enquanto o Congresso teve maioria governamental a política pode ser judicializada, bem como criminalizada, de acordo com os interesses da oposição tão afeita a Gilmar “faço o que eu quero e na hora que bem entender” Mendes. Como o Congresso está em uma fase de confronto com o Governo e uma maioria conservadora elegeu um presidente (deputado Eduardo Cunha – PMDB) oposicionista contumaz ao Governo Trabalhista de Dilma Rousseff, Gilmar acha por bem considerar que o Congresso é quem deve decidir sobre a adin, até porque no STF o magistrado de direita está derrotado, porque voto vencido.

Para finalizar, ressalta-se que, ao pedir vista da matéria votada, Gilmar Mendes deliberadamente favoreceu a corrupção eleitoral. E por quê? Respondo: as eleições de outubro de 2014 já poderiam se submeter às novas regras, com a aprovação da Adin nº 4.650. A resumir: as empresas, as corporações privadas teriam muito mais dificuldades para corromper servidores públicos e políticos, porque legalmente não poderiam mais financiar campanhas eleitorais.

Simples assim, apesar de eu saber que os tribunais regionais eleitorais, o TSE, o Ministério Público, os partidos políticos, a Polícia Federal e os cidadãos brasileiros estariam atentos para combater quaisquer ilegalidades e malfeitos, a denunciar criminosos e evitar que candidatos preferidos de empresários e das mídias conservadoras e golpistas recebam milhões, enquanto seus adversários ficam à míngua.

Gilmar Mendes atrasa o processo democrático brasileiro. Não trabalha em prol dos interesses do povo do Brasil. Este juiz soltou o multi-estuprador, médico Roger Abdelmassih, concedeu dois habeas corpus ao banqueiro, Daniel Dantas, em apenas 48 horas, e, com efeito, evitar suas prisões, bem como tentou deixar o ex-presidente Lula em uma situação difícil perante a sociedade, ao dizer que o líder trabalhista pediu a ele para julgar o caso “mensalão” após as eleições municipais de 2012. 

Não satisfeito em demonstrar sua vocação autoritária, o magistrado criou uma forte crise com o Governo Lula, a instigar controvérsias diplomáticas entre o Brasil e a Itália, a alimentar com notícias a imprensa conservadora, no caso do militante e ativista de esquerda, Cesare Battisti, a quem Lula concedeu asilo político, a evitar sua extradição para a Itália. Gilmar Mendes, o juiz de direita, tentou extraditar o italiano, ou seja, optou por fazer, deliberadamente, uma política de confronto ao presidente da República, que, verdadeiramente e constitucionalmente, é a autoridade responsável por decidir sobre extradição ou asilo político. Até hoje setores da direita partidária e a imprensa corporativa se mostram inconformados, distorcem os fatos sobre o assunto e tratam o asilo de Battisti com histerismo ideológico.    

Uma mentira terrível, desmesurada, coberta de maldades, interesses políticos e midiáticos, porém, desmentida pelo ex-ministro do STF e da Defesa, Nelson Jobim, e jamais comprovada, a exemplo dos grampos sem áudio entre Gilmar e o senador cassado do DEM, Demóstenes Torres, o ex-varão de Plutarco da Globo e da imprensa de mercado em geral, além do grampo com áudio, quando Gilmar “faço o que eu quero e na hora que bem entender” Mendes foi gravado pela PF, com a autorização do STF, a conversar com o ex-governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, exatamente no dia que ele fora preso, em seu apartamento, na cidade de Cuiabá.

A Procuradoria Geral da República investigava o governador sobre casos de corrupção, e Gilmar Mendes telefona para um investigado, que teve a autorização do próprio Poder ao qual ele pertence para que sua residência fosse invadida pela Polícia Federal. Além desses fatos narrados sobre personagem da República envolto há anos em polêmicas, atos e ações reprováveis por muitos cidadãos deste País, aconteceram uma série de outras ações de tal juiz, que, se uma pessoa se interessar basta consultar a internet. A verdade é uma só: Gilmar Mendes não é um magistrado republicano. Ele faz o que quer, na hora que bem entender. Devolve Gilmar! Ou dane-se o Brasil. É isso aí.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Classe média mostra sua face antidemocrática e fascista, PT precisa reagir e Globo é inimiga



Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

AH! EU SOU COXINHAAA!!!                  foto-  via brasilpost.com.br

As classes médias tradicionais e emergentes, compostas por grupos sociais reacionários, foram às ruas — aos milhares. Essas pessoas estão realmente dispostas a derrubar do poder a presidenta trabalhista legitimamente eleita, Dilma Rousseff, e, de forma autoritária e antidemocrática, mostram, sem quaisquer constrangimentos, seus lados fascistas, como o faz, historicamente, a direita em todos os países quando perde eleições e fica sem o controle dos governos centrais. A direita, por vocação e essência, é golpista, porque seu objetivo é o lucro e a hegemonia de classe social.

As palavras de ordem de conotações golpistas, os gritos recheados de palavrões e ofensas pesadas contra uma senhora mandatária da Nação, os bonecos de Lula e de Dilma enforcados, cartazes e símbolos a representar a suástica nazista, além de toda sorte de preconceitos e intolerâncias expressados sem qualquer ética e civilidade, deixariam o diabo, o pai da mentira, com náuseas e com as faces coradas de tanta vergonha.

Eis as multidões de classe média porta-vozes das forças políticas, ideológicas e econômicas que mais uma vez, a exemplo das passeatas de 1964, que alavancaram o golpe civil-militar, saem às ruas a carregar um ódio ideológico jamais visto nos últimos cinquenta anos, porque imagino que tal atitude desses reacionários só deve ter acontecido nos idos de 1964 e 1954, quando Jango e Getúlio tiveram de se deparar com movimentos politicamente à direita, a ter à frente setores golpistas das Forças Armadas, do empresariado, dos magnatas bilionários de imprensa (sempre eles) e da classe média sempre rancorosa e conservadora, que, a despeito das gerações, continua imutável no que concerne ao seu enraizado golpismo.

Percebe-se, nitidamente, que a classe média, principalmente a paulista, nostálgica da Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade, de 1964, que descambou para uma ditadura de 21 anos, bem como saudosa da reação elitista e armada de 1932 contra um governo revolucionário, colocou em sua agenda a derrubada de uma mandatária eleita pela maioria dos eleitores brasileiros e que teve mais de 54 milhões de votos.

A pequena burguesia, indiscutivelmente, optou pelo confronto ao Governo Trabalhista, e vai continuar a realizar passeatas e protestos antidemocráticos, a “virilizar” pelas redes sociais seus interesses até então dissimulados, mas sistematicamente repercutidos por seus aliados e cúmplices da imprensa de mercado, por intermédio de cartazes, faixas, palavras de ordens, dizeres em camisas e camisetas, além dos sons dos trios elétricos, que não deixaram dúvidas que a intenção da burguesia não é patriótica, pois, com efeito, o propósito é conquistar o Estado, e, consequentemente, chegar ao poder, e, por sua vez, implementar-se a agenda política e econômica dos partidos derrotados nas eleições.

Soa como ridículo os coxinhas de classe média, de almas udenistas, chamarem o Governo Dilma de autoritário, bolivariano, comunista e até mesmo golpista, quando a verdade é que esse segmento social de valores direitistas se aproveita da plena democracia que viceja no Brasil para pedir “intervenção” militar, ou seja, simplesmente um golpe de estado, a usar, inclusive, a Constituição, que, segundo os golpistas, dispõe sobre o impedimento de presidentes da República.

Só que os coxinhas antinacionalistas e entreguistas têm de entender que a presidenta Dilma não cometeu crimes de responsabilidade ou qualquer malfeito, o que inviabiliza o golpe e a instabilidade constitucional. Ao contrário, se tem uma pessoa que não enriqueceu, esta pessoa atende pelo nome de Dilma Rousseff. Além do mais, as passeatas são bem-vindas, porque dessa maneira poder-se-á perceber o quanto esse segmento reacionário da sociedade se equivoca quando pede por uma intervenção militar em plena democracia. Trata-se, sobremaneira, de acinte e deboche contra a inteligência e a sensatez alheia.

De pensamento colonizado, a pequena burguesia golpista não suporta o Brasil e muito menos compreende o momento histórico que o País está a vivenciar. Na verdade, ela odeia o poderoso País sul-americano, como demonstra, inquestionavelmente, suas atitudes e palavras repercutidas pelas redes sociais. Diz cada coisa, que um cara como o Mussolini se sentiria um amador, porque ficaria espantado com tanta infâmia e desumanidade.

Depois saem às ruas, hipocritamente, a vestir a camisa da Seleção Brasileira, a empunhar mastros com bandeiras do Brasil e a dissimular, ao tempo que manipular suas verdadeiras intenções, que se propõem a derrubar uma presidenta constituída e que representa uma vertente do pensamento ideológico à esquerda do espectro político.

Trata-se do nacionalismo “global” praticado há décadas por essa gente portadora de um incomensurável complexo de vira-lata e que só dá “as caras” com seu nacionalismo alienado e despolitizado em corridas de fórmula 1 e esportes coletivos, como o futebol, pois compactuam com os interesses das empresas dos magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas, que  se resumem a ganhar muito dinheiro de publicidade com as transmissões, de preferência por intermédio de dinheiro público, via Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES, Petrobras, dentre outras estatais. Alguém deveria avisar aos magnatas bilionários, neoliberais e privatistas, que suas empresas deveriam ser privatizadas, pois quem as alimenta é o dinheiro do contribuinte. Ponto.

O nacionalismo coxinha é iníquo, pueril e leviano, sem eira nem beira, bem a gosto das classes médias “revoltadas”, vazias de pleitos sociais, porque desconhecem as realidades mais prementes do povo brasileiro e, por sua vez, não possuem capacidade para formular uma pauta reivindicatória, a ter, então, como saída para tanta incompetência e desconhecimento a reclamação, de forma altissonante ou histérica, sobre a corrupção e “tudo o que está aí”, sem, no entanto, perceberem que foi exatamente o Governo de Dilma Rousseff, por meio da Polícia Federal, que é subordinada ao Ministério da Justiça, que prendeu e puniu os ladrões do dinheiro público.

São servidores concursados no fim da década de 1980 e início dos anos 1990, que no decorrer do tempo não foram investigados, como, por exemplo, nos governos do tucano Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes, além de hoje, aos 83 anos e somente lembrado pelas “elites” as quais serviu com esforço e dedicação, não ruborizar suas faces ao apoiar, recentemente, o impeachment de Dilma Rousseff.

Lamentável é o outono político de Fernando Henrique, pois medíocre e antinacional, que vendeu o Brasil igual a um caixeiro viajante e se recusou a pensá-lo, e, com efeito, transformar-se em estadista. Fazer o quê, né? Cada um e cada qual tem a dimensão histórica adequada ao seu tamanho político. E FHC é um anão político em toda sua plenitude, como verificarão inapelavelmente os historiadores e não os “historialistas” a serviço das famílias midiáticas, que nunca tiveram, não têm e jamais terão quaisquer compromissos com a independência do Brasil e com a emancipação do povo brasileiro. Sem sombra de dúvidas.
  
Todavia, a realidade é que essa gente está inconformada e com os olhos vermelhos de ódio e preconceitos. Estão furibundos, pelo motivo de seus candidatos e partidos não terem vencido as eleições, bem como a verdade é que essas pessoas não estão a brincar, e, se tiverem oportunidades, vão tentar derrubar a presidenta Dilma Rousseff, que até agora não reagiu à altura, por intermédio de comunicação do Governo, de seus líderes no Congresso Nacional e de seus aliados dos movimentos sociais, sindicais, estudantis e dos eleitores, aos milhões, que fizeram com que pela quarta vez consecutiva o PT vencesse as eleições presidenciais.

O que Dilma Rousseff espera? Por um golpe? O PT vai continuar a tergiversar sobre a realidade que se apresenta e não reagir a esse processo de imolação, criminalização, calúnia e difamação? A imprensa imperialista vai falar sozinha? O ex-presidente Lula e a presidenta Dilma têm de se reportar à sociedade, reconquistar a interlocução com sua base, que é a própria sociedade, a que é inquilina das camadas sociais mais pobres e populares. São nesses segmentos que estão os trabalhadores, os estudantes, os autônomos, a grande maioria dos servidores públicos, enfim, o povo.

O PT tem de entender que deve governar para quem elegeu sua candidata a presidente da República. Governar para quem acredita e apoia os programas e os projetos do Governo Trabalhista. A inimiga é a Globo. Ponto. Não há mais espaço para não compreender esta realidade, porque ela é factual e não hipotética. Ou o PT e o Governo Trabalhista tratem as Organizações(?) Globo como inimigas que querem, de fato, derrubar a presidenta Dilma Rousseff, ou arquem com as consequências — o golpe.

O PT tem de se reportar ao PMDB, negociar com paciência e cobrar desse partido, tradicionalmente moderador dos conflitos políticos, sua responsabilidade quanto à governabilidade. No Brasil de dimensões geográficas continentais não se governa e não se tem maioria no Congresso sem fazer alianças. Se um presidente brasileiro, seja qual for o partido e a ideologia, pensa que vai conseguir governar sem costurar a colcha de retalhos, que é formalizar uma coalizão, está redondamente equivocado, e, por seu turno, poderá sacramentar o fim de seu próprio governo.

Contudo, ainda tem solução viável para estancar esse sangramento, cuja adaga está nas mãos de uma imprensa familiar, massacradora, irresponsável, historicamente golpista e que diuturnamente lincha a mandatária eleita, criminaliza o PT e judicializa a política para fins de conquistar o poder central antes das eleições de 2018, a considerar, inclusive, uma aliança com o PMDB, até porque este partido tem força moderadora e, quando o processo político se encontra estável, a governabilidade se torna menos crítica e conflituosa.

Dividir o PMDB e levá-lo à oposição é o que quer a direita midiática e os partidos PSDB, DEM e PPS. Vale ressaltar que o PSDB quando esteve no poder também contou com a força moderadora do PMDB. Evitar esse processo draconiano de dissolução da aliança governista tem de ser a prioridade do PT e do Governo Trabalhista. Esta é a leitura correta a ser feita, pois, do contrário, o PT fica sem base política e vai ter enormes dificuldades para governar. Além disso, este é o desejo da oposição derrotada em 2014 e inconformada por não ter o controle dos recursos orçamentários federais há 12 anos, sendo que ainda tem quatro anos para Dilma Rousseff governar.

Por isto e por causa disto, a tentativa de engessar o Governo Trabalhista, fazê-lo sangrar, impedir que seus programas e projetos sejam realizados e criminalizá-lo ao máximo, por meio das mídias de negócios privados, do Judiciário e do Ministério Público burgueses, que jogam no time dos ricos, 24 horas por dia, todos os dias da semana, mês a mês, no decorrer de 365 dias, até que em certa eleição futura os pobres e os trabalhadores, as classes populares e os movimentos sociais ligados ao PT, ou que sempre optaram em votar no Partido dos Trabalhadores, troquem de lado e votem na direita dos coxinhas golpistas.

A direita que sempre explorou economicamente as classes populares, violou seus direitos humanos e trabalhistas e sistematicamente atuou contra os interesses do Estado brasileiro e dos trabalhadores. A direita da ditadura militar. É tudo isto que está em jogo. Se o PT e o Governo Trabalhista não enxergam estas realidades, então, que preparem seus caixões, encomendem o velório e se satisfaçam com seus enterros. Reagir é necessário e imperativo. O Governo Dilma e o PT ainda têm, sem sombra de dúvidas, muita força para se contrapor ao golpe, com a parceria estratégica do PMDB. É isso aí.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Revolta dos miamiplayboys visa o golpe — o crime. Protestar pode. Dar golpe, não



Por Davis Sena Filho — Palavra Livre
 
Sabe-se como os golpes começam, mas nunca como acabam. Foto- pragmatismo político


Os miamiplayboys sem causa ou de causa reacionária, iguaizinhos aos coxinhas udenistas e lacerdistas de classe média dos idos de 1964, usam o tema da corrupção para afrontar a inteligência alheia, pois o propósito é manipular os fatos e as realidades que ora acontecem na política brasileira, bem como dissimular a verdade que está por trás de seus interesses, que é pura e simplesmente dar um golpe institucional na presidenta trabalhista, Dilma Rousseff, recém-eleita para governar o Brasil por mais quatro anos.

É sempre assim que procede a pequena burguesia, massa de manobra da grande burguesia, que terceiriza seu ódio a esses patetas ideológicos despolitizados, que não têm um mínimo de compreensão sobre a história do Brasil, além de não saberem o que realmente está em jogo, quando a direita brasileira, recentemente derrotada nas urnas, não reconhece a vitória legítima da candidata do PT e passa a apostar em golpes e, portanto, no rompimento institucional, a rasgar a Constituição e a mandar para o espaço o estado de direito.

A verdade é que os miamiplayboys desse Brasil varonil não se preocupam realmente com a corrupção e “tudo o que está aí”, como indica o bordão dos que preferem, quando sem respostas no que concerne ao contraditório relativo às suas ideias e atitudes, defenderem-se ou simplesmente debochar ou desprezar por meio da onomatopeia “mimimi”, que, sem dúvida, demonstra a pouca capacidade cognitiva desses coxinhas udenistas, além da baixa tolerância que esse grupo social possui quando se depara com pensamentos e conceitos antagônicos aos seus.

O que se percebe de fato é que os miamiplayboys sem causa e reacionários por natureza estão revoltados mesmo é com a ascensão social de enorme camada da população, que, antes dos governos petistas, tinham apenas o direito de se locomoverem para seus bairros de classe média e média alta para servirem apenas como empregados, mas nunca como cidadãos com direitos e deveres plenos, bem como terem acesso ao consumo, o que, sem sombra de dúvida, realidade esta que deixa a pequena burguesia extremamente revoltada, rancorosa, inconformada e até violenta.

Afinal, esses segmentos são reacionários, ideologicamente conservadores e socialmente preconceituosos. Não se combate esses sentimentos macabros, pérfidos e infames em apenas 12 anos de governos trabalhistas. A sociedade brasileira é herdeira de uma escravidão de quase quatro séculos e, evidentemente, que amplos setores da sociedade, os que sempre estiveram por cima da carne seca, jamais vão permitir tamanha “ousadia” e “atrevimento”.

Por isso, os miamiplayboys jamais concordarão que seus empregados domésticos, os operários de obras, os eletricistas, marceneiros, vidraceiros e bombeiros hidráulicos de empresas ou autônomos, além dos que trabalham como servidores do estado, a exemplo dos garis, que sempre os serviram de forma invisível, de repente terem acesso aos paraísos de consumo e de desenvolvimento humano, retratados em seus bairros aprazíveis e seguros, shoppings, restaurantes, praias, aeroportos, clínicas médicas, clubes, supermercados, cabeleireiros, escolas e universidades públicas.

De forma alguma. Para certos grupos de coxinhas miamiplayboys é preferível morrer de que ter que compartilhar, não somente “seus” pretensos espaços, mas, sobretudo, verificar que grupos sociais historicamente abaixo de suas condições sociais cheguem perto do status quo conquistado por seus pais e antepassados.

Este sentimento de rejeição recrudesce ainda mais quando certos inquilinos da classe média e alta são emergentes, o que os leva a ficar furiosos, porque acreditam que suas “vitórias”, no que tange à ascensão social, foram conquistadas por eles próprios, sem quaisquer ajuda do estado e de quem quer que seja, apesar de terem empregados a fazer crescer seus negócios, e, em um momento ou outro de suas trajetórias, terem, certamente, sido beneficiados com empréstimos e financiamentos de bancos estatais, bem como pela melhoria da desburocratização, que, inclusive, legalizou milhares de empresas de portes pequenos e médios, como se verifica nos últimos 12 anos.

Os protestos de parte da população conservadora e que surfa no campo ideológico da direita são politicamente estéreis, porque se visam o impedimento de uma presidenta legalmente e constitucionalmente eleita pela maioria da população, tornam-se sem fundamento a partir da hora que a Presidenta Dilma Rousseff nunca teve seu nome, nem de longe, envolvido em quaisquer ilegalidades ou malfeitos, bem como sua conduta moral, no decorrer de toda sua vida política e pessoal, nunca deu margem a desconfianças e a acusações referentes à corrupção ou a qualquer crime de responsabilidade.

A crise do Brasil se chama imprensa. As mídias cruzadas dos magnatas bilionários são a crise, e não reconhecem os avanços sociais, políticos e econômicos que ocorreram neste País nos governos trabalhistas de Lula e Dilma.  E quem são os replicadores das “crises” midiáticas e sistemáticas, pois consumidores vorazes de notícias corriqueiramente manipuladas e distorcidas? Respondo: os coxinhas udenistas de classe média — os miamiplayboys do Brasil —, que odeiam seu País, porque não conhecem suas realidades, povo, regiões, culturas e história. Em contrapartida, adoram os Estados Unidos, a demonstrar, sem quaisquer constrangimentos, seus complexos de vira-latas e seus pensamentos completamente colonizados.

Apesar de suas vidas terem melhorado e a ascensão social dos mais pobres não influenciar em suas vidas individualistas que propagam a tal de “meritocracia”, os coxinhas neoliberais acreditam que o Brasil acabou tal qual ao Armagedom bíblico. Puro embuste e talvez equívoco, porque é difícil acreditar que essa gente pense que o País está em situação de calamidade administrativa, econômica, financeira e totalmente entregue à iniquidade e à corrupção.

Seria muita burrice ou má-fé. Talvez as duas opções juntas, porque o que se vê, de fato, é a Petrobras cada vez mais forte, pois, com efeito, a brasileiríssima estatal está a ser depurada e os corruptos e corruptores a serem punidos no Governo de Dilma Rousseff, onde atua uma Polícia Federal livre para agir e subordinada ao Ministério da Justiça.

Não vai ser de bom alvitre se os miamiplayboys rebeldes sem causa não perceberem que, a despeito do reacionarismo natural de quem tem alma udenista, O Governo Trabalhista é forte, não está sitiado, como propagam o tucano derrotado e golpista, senador Aécio Neves e seus prepostos, que até hoje estão inconformados com a quarta derrota para o PT e querem tirar na marra uma mandatária que manda investigar crimes contra o patrimônio público e não passa a mão na cabeça de quem cometeu malfeitos.

A imprensa de negócios privados e seus abutres podem voar atrás de carniça ou cacarejar sem parar e a fomentar o golpe, porque não conseguirão mais uma vez trair o povo brasileiro, como em 1964. Podem os políticos do PSDB, do DEM e do PPS apostarem na destituição de Dilma Rousseff, mas não passarão. Pode a esquerda de pensamento radical e simplório, que não percebe que faz o jogo da direita, a exemplo do PSOL, ficar histérica, mas não vai conseguir derrubar o Governo Trabalhista.

Enfim, pode o presidente da Força Sindical, o Paulinho da Força, juntar-se ao que tem de pior na política do País, que são os segmentos reacionários que desejam a volta do atraso e do retrocesso. Uma vergonha este homem, porque representa parcela importante dos trabalhadores. E podem os lorpas e pascácios acreditarem que a marcha dos miamiplayboys despolitizados vai fomentar o impeachment de Dilma Rousseff.

Evidentemente que não. É como se o Brasil, a sétima economia do mundo, integrante importante e fundador dos Brics, do Mercosul, da Unasul e do G-20, além de ter uma democracia consolidada, fosse ficar de joelhos e permitir que aventureiros, em nome de seus interesses privados e escusos, tomassem para si a Presidência da República por intermédio de um golpe, ou seja, de crimes. O Governo de Dilma Rousseff tem a força das urnas e a compreensão dos outros poderes da República de que a legalidade constitucional é o que norteia a Nação. Miamiplayboy protestar pode. Dar golpe, não. É isso aí.