sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Ódio da direita a Dirceu o transforma em bruxa na fogueira

Por Davis Sena FilhoBlog Palavra Livre

FOTO: ARQUIVO - REDAÇÃO PRAGMATISMO POLÍTICO

Mais uma vez, e não vai ser a última, que as mídias familiares e essencialmente de mercado voltam a bater no ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, um dos principais militantes históricos do Partido dos Trabalhadores, e, principalmente, um dos articuladores políticos mais influentes do País, antes da chegada da agremiação popular ao poder máximo da República Federativa do Brasil, por intermédio do líder trabalhista, Luiz Inácio Lula da Silva.

Sem sombra de dúvida, a direita de passado escravocrata e que atualmente se articula para evidenciar toda sorte de golpes políticos e jurídicos não se esquece de Dirceu, pois a intenção é dar um caráter maior às "crises" em suas manchetes, pois sabedora que o político ora encarcerado se tornou um símbolo da "corrupção" do PT e do Governo Trabalhista, e, portanto, quando necessário, recorre-se ao seu nome, mesmo se o político não tiver quaisquer envolvimentos com lutas políticas e partidárias, bem como em escândalos que frequentam as capas dos jornais e revistas e as chamadas de televisões e rádios.

A satanização recorrente de José Dirceu se tornou, indelevelmente, um dos mais covardes e perversos linchamentos da história recente da política brasileira. Não existe nada mais sórdido e infame do que as ações e os atos de jornais e revistas como o Globo, a Folha, o Estadão, a Veja e a IstoÉ, além das televisões cujas redações são pautadas por essas publicações, que há muito tempo abandonaram o jornalismo e que hoje se dedicam, pura e somente, a achincalhar e a linchar àqueles que são considerados inimigos dos magnatas bilionáros de todas as mídias cruzadas, que exigem submissão do poder público e que os governantes efetivem suas agendas políticas e econômicas, conforme seus interesses inconfessáveis.

No meio dessa parafernália política capitaneada pelo maior partido de direita deste País, a imprensa de negócios privados, eis que surge novamente o nome de José Dirceu no caso Lava Jato. As Organizações(?) Globo, por intermédio de seus bate-paus, toma a frente da demonização de José Dirceu, o acusa, o julga e o condena mais uma vez, pois só falta os repórteres, blogueiros e colunistas de tal organização(?) assumirem também os papéis de policiais e carcereiros do homem escolhido por eles para fazer o papel eterno de protagonista de escândalos e de malfeitos.

É acinte e infâmia a um cidadão punido e a cumprir sua punição, pois considerado, sem provas, o articulador do "mensalão" do PT, porque o do PSDB, o mais antigo, ainda não chegou às barras dos tribunais, vai completar 11 anos e até hoje nenhum tucano foi preso, porque eles são blindados e por isto intocáveis. Pelo contrário, frequentam as páginas e as telas da imprensa historicamente aliada do PSDB como grandes políticos e homens preparados para tomarem conta dos destinos do Brasil. Fato este que, realmente, só rindo para não se irritar demais, porque a única coisa que sobra para confortar tanta leviandade e aleivosia por parte da imprensa comercial é o deboche.

A verdade é que continuar a bater em José Dirceu é como fazer o cidadão brasileiro lembrar do "mar de lama", dos tempos de Getúlio Vargas e da "república sindicalista", dos idos de João Goulart. Dirceu é a "sombra do medo e da iniquidade", que paira sobre os valores e os princípios da classe média coxinha, que sempre "lembra" de sua figura por intermédio da imprensa de caráter pérfido e insidioso, que transforma a imagem de Dirceu em uma pessoa que veio para destruir o modo de vida de uma classe média de gerações universitárias, mas completamente colonizada, conservadora, consumista, individualista e politicamente analfabeta, pois desconhece a história do Brasil, dos partidos e de suas respectivas correntes ideológicas, bem como os bastidores da política. Uma classe média alienada, impiedosa socialmente, mas que tem o instinto conservador preservado, ao ponto de sentir rancor por detestar ver sua empregada doméstica ou seu porteiro no aeroporto ou em shopping que frenquenta. 

E é para ela que a máquina midiática do sistema de capitais se reporta, porque o propósito é ter seu apoio para sua agenda política e econômica, que é a mesma agenda liberal do governo de FHC — o Neoliberal I —, aquele senhor também conhecido pela alcunha de o Príncipe da Privataria, que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes. As elites, especificamente os magnatas bilionários de imprensa, conhecem muito bem os coxinhas, e percebem que apoios aos seus interresses não vão faltar-lhes, afinal o sonho do pequeno burguês é virar burguês e talvez um dia frequentar as patuscadas, papanças e comezainas da Casa Grande. A ascensão social é difícil, sempre o foi, mas a classe média conservadora se dá por satisfeita, até porque sonhar não custa dinheiro e ameniza as dores dos limites impostos pelo bolso.

O resultado das eleições gerou inconformismo à direita partidária e a segmentos empresariais. Por isso, não há trégua ao Governo Trabalhista, como o sistema mídiático privado jamais deu trégua a Lula, a Brizola, a Jango e a Getúlio. Trabalhistas no poder para a direita brasileira é sinal de luta política sistemática e desleal. Trabalhistas sempre tiveram votos, mesmo a ter a mídia imperialista como adversária. O espectro conservador compreende que os trabalhistas distribuem renda, riqueza e empregos, além de permitirem o acesso à educação e primarem por uma política externa independente e não alinhada automaticamente aos Estados Unidos e à União Europeia. 

Os programas sociais e projetos nacionais são tudo o que a direita entreguista e antinacional não quer, até porque a burguesia colonizada, americanófila e apátrida se opõe aos interesses do Brasil e não reconhece seu próprio povo como sujeito cívico, e, com efeito, somente serve para ela apenas como mão de obra barata. Sendo assim está enraizado em seu âmago o desprezo pelo Brasil, o que não acontece, por exemplo, com a direita francesa, inglesa e estadunidense. A resumir: a direita brasileira é pária de direitistas estrangeiros, que pelo menos defendem os interesses de seus países. Ponto.

José Dirceu representa um pouco disso tudo, no que diz respeito à direita colocá-lo como foco de situações das quais ele não tem participação. Advogado, apessoado, branco, de classe média, optou por militar na esquerda, liderou manifestações estudantis e teve de ir para as sombras da política, porque senão seria assassinado pelo estado ditatorial. Dirceu, ainda muito jovem e depois de sair do PCB, integrou as Dissidências (DI-SP), que tinham forte afinidade política e ideológica com o grupo de Carlos Marighela, criador da Ação Libertadora Nacional (ALN), e este fato é imperdoável até hoje para os brucutus de direita. Além disso, em 1969, o político foi um dos 15 presos políticos trocados pelo embaixador norte-americano, Charles Burke Elbrick. Uma derrota humilhante para a ditadura, que, indubitavelmente, era muito mais forte, treinada e aparelhada do que estudantes, operários, camponeses, militares e políticos que, porventura, entraram na luta armada. 

José Dirceu foi deportado para o México. Depois foi para Cuba e após a redemocratização, em 1979, o socialista surge como um dos articuladores da esquerda brasileira e, juntamente com o Lula e outros companheiros, funda o PT, coopera para criar a CUT e se torna uma das principais lideranças políticas do partido e do País. Ideológico, Dirceu foi um dos principais interlocutores da esquerda junto à direita para negociar temas e pontos no decorrer da Constituinte de São Paulo, quando confrontou a direita mais poderosa do País. Certamente, Dirceu fez muitos inimigos, como se comprovou posteriormente no caso do "mensalão", o do PT, que é uma das maiores farsas de conotação política oquestrada e levada a cabo pelo oligopólio midiático que viceja à vontade em terras brasileiras, porque é um setor da economia, impressionantemente, ainda não regulamentado.

Contudo, as razões para se efetivar um linchamento persistente a José Dirceu são muitas e variadas. A verdade é que o politico está à mercê dos maus bofes de feitores em postos de mando da imprensa alienígena, a obedecerem ordens de seus patrões bilionários e inquilinos da plutocracia, que tem tanto poder ao ponto de fazer com que juízes e promotores, consumidores de suas notícias mequetrefes e rastaqueras, consideram ter o direito de serem influenciados, o que, irrefragavelmente, é o fim da picada. Juízes e promotores que cooperam para judicializar a política e fazerem de seus ofícios verdadeiros bastiões para a oposição tucana, a mídia hegemônica, que deseja manter, a todo custo, o direito de falar sozinha, porque defende a liberdade de expressão apenas para si e seus aliados, pois de caráter inegavelmente despótico.

Agora vem a Globo, a Globo News e o Globo novamente transformar José Dirceu, que resignadamente está a cumprir sua pena, em bruxa na fogueira. É uma lástima tanta perfídia e infâmia praticada por uma máquina midiática privada e concessionária do poder público, que, ordinariamente e propositalmente, manipula os fatos, distorce as realidades em proveito político próprio e os joga no ventilador. É a cara do Jornal Nacional, dos bilionários irmãos Marinho e de seus lugares-tenentes, William Bonner e Ali kamel, este o executivo principal da megaempresa de comunicação, que determinaram um novo ataque à moral e à cidadania de José Dirceu.

Como todo mundo está careca de saber, Dirceu é advogado e, desde quando saiu do governo e perdeu seu mandato de deputado federal, fundou uma empresa de assessoria e consultoria, a JDA, como tantas que vicejam no Brasil. Todavia, Dirceu é muito conhecido, exerceu postos e cargos de poder, tem conhecimento sobre inúmeras questões, afinal ele foi um político influente e que, evidentemente. adquiriu competências para dar consultas e assessoria a empresários, políticos e a pessoas de vários ramos de atividade profissional e empresarial.

Por seu turno, a mídia de direita e adversária dos politicos que estão no poder, transformam a atividade profissional do advogado José Dirceu em ações ilegais, porque a conotação que se dá às notícias sobre o ex-ministro é negativa e depreciativa, sem sombra de dúvida. Somente beócios e mentecaptos, mesmo os que concordam com a imprensa burguesa, acreditam em tanta vilania política e ilações desprovidas de fundamentos e provas, como fizeram com o "mensalão", somente o do PT, por meio da teoria do domínio do fato, aplicada de forma seletiva e a desrespeitar a tradição e a jurisprudência brasileiras.
  
Segundo nota ao público, a JDA deu consultoria às empresas OAS, UTC e Queiroz Galvão, de acordo com os contratos firmados, que dispõem sobre as atuações dessas empresas na América Latina e na Europa. Além disso, segundo a JDA, os serviços contratados não tem vínculos com as investigações da operação Lava Jato. Além do mais, José Dirceu não ocupava cargo público no período coberto pelos contratos. Para finalizar, a empresa de Dirceu afirmou que ele está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos.

A intenção dessa imprensa despida de ética jornalística e feroz com aqueles que ela considera inimigos a serem aniquilados com acusações mentirosas, notícias manipuladas e geralmente pinçadas de um contexto mais amplo tem a finalidade de acuar o Governo Trabalhista de Dilma Rousseff e, para isso, a figura de Dirceu é fundamental, porque há muito tempo o sistema midiático triturador de reputações alheias e não regulamentado o transformou em um espantalho de si próprio, jogado ao limbo e preso indeterminadamente ao purgatório midiático.

Uma "prisão" administrada pelos magnatas bilionários de imprensa e seus asseclas, historicamente golpistas e sonegadores de bilhões em impostos devidos à Nação brasileira, até que essa gente considere que José Dirceu seja esquecido e que tenha aprendido a lição por integrar a esquerda e não a direita, como o fez Carlos Lacerda — o Corvo —, golpista-mor, que foi cooptado pelo sistema e, por sua vez, transformou-se em algoz virulento e histérico de Getúlio e Jango, que depois do golpe de estado de 1964 foi escanteado pelos militares e desprezado ao ponto de o Corvo ter de procurar Jango e JK para formalizar a Frente Ampla, uma aliança para enfrentar os militares e, por conseguinte, restabelecer as eleições diretas para presidente da República.

Nada como um dia após o outro, principalmente quando se trata de traidores e golpistas, a exemplo de Lacerda. Os generais, evidentemente, sufocaram quaisquer reações e ficaram 21 anos no poder. Até os dias de hoje o Corvo tem viúvas choronas que vão às ruas pedir "intervenção" (golpe) militar, sendo que as mais choronas são os magnatas bilionários de imprensa oligopolizada. Contudo, as vivandeiras de quartel jamais desistirão e por isso continuam a tentar influenciar a sociedade brasileira e impor suas agendas politicas junto á socieade civil organizada e suas instituições republicanas, exemplificadas no Congresso, no STF e no Planalto.

Ameaçam, manipulam, mentem, boicotam e sabotam. Transformam simples acontecimentos como uma queda de energia por algumas horas, em horário de pico, em pleno verão de 40 graus, em um escândalo de dimensões interplanetárias, a ter como objetivo não somente combater o Governo Trabalhista, mas, principalmente, cooptar o apoio da população, principalmente da classe média conservadora, que está sempre disposta a aprovar a agenda política dos magnatas bilionários de imprensa, que é defendida também pelos aliados tucanos do PSDB, em todos os plenários. A classe média de direita é a hipocrisia e o cinismo em forma de Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade.

Além de tudo que foi dito, o ódio a José Dirceu, a covardia e o linchamento moral em um tempo de dez anos contra sua pessoa acontecem também por outros motivos, e vou elencá-los, com a ajuda fundamental de Stanley Burburinho:

1 – Foi José Dirceu, quando ministro da Casa Civil (chefe do Gushiken), que deu a ideia de se regular as mídias. Criar uma Ley De Medios, e a Globo não perdoa;

2 – Foi José Dirceu que acabou com a farra da Globo. Antes de Lula, toda a verba de publicidade do governo era dividida somente entre 499 veículos;

3 – E para cada R$1,00 de verba publicitária do governo, a Globo ficava com R$0,80 (80%);

4 – José Dirceu redistribuiu a verba publicitária do governo entre cerca de 9 mil veículos. Antes eram só 499. Agora, Globo só recebe 16% do total;

5 – Foi ideia do José Dirceu criar o Ministério das Cidades que acabou com o poder dos coronéis locais. Oposição e velha mídia não perdoam;

6 – Foi José Dirceu quem acabou com a farra dos livros didáticos que eram publicados pela Editora Abril e Fundação Roberto Marinho;

7 – Foi José Dirceu que articulou e viabilizou a governabilidade do governo Lula;

8 – Foi José Dirceu que barrou Demóstenes de ser o secretário Nacional de Justiça. Demóstenes e Cachoeira se juntaram para ferrar José Dirceu;

9 – Por que José Dirceu sofre perseguição do Ministério Público? Em 2004, foi ideia de José Dirceu de se criar um controle externo sobre o MP;

10 – Por que Peluso não gosta de José Dirceu? Márcio Thomaz Bastos indicou a Lula o nome de Peluso para o STF. José Dirceu barrou. Márcio Thomaz Bastos forçou a barra;

11 – José Dirceu, quando ministro chefe da Casa Civil, fechou as portas do BNDES à mídia: “Dinheiro só para fomentar desenvolvimento, jamais pagar dívidas";

12 – José Dirceu fez o BNDES parar de financiar as privatizações e deixar de ser hospital para empresas privadas falidas;

A dar os trâmites por findos, o que se percebe é que mais uma vez um poderoso sistema de imprensa empresarial volta seus olhos a José Dirceu toda vez que se quer implicar ou "colar" sua figura e personalidade ao PT, ao Governo Trabalhista, à presidenta Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula, a maior liderança da América Latina e uma das principais do mundo, querendo ou não os jornalistas empregados dessas empresas. José Dirceu não é um político comum. Se o fosse, não seria tão perseguido. A verdade é única: o ódio da direita a Dirceu o transforma em bruxa na fogueira. É isso aí. 

sábado, 17 de janeiro de 2015

Veja é o lúmpen da imprensa da Casa Grande

Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre

ILUSTRAÇÃO. REDAÇÃO BRASIL 247

A sociedade brasileira tem a exata compreensão de que a imprensa de negócios privados e de direita pertencente aos magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas tem lado partidário, cor ideológica e propósitos políticos e econômicos inconfessáveis, que deixariam um verdugo com as faces coradas de tanta vergonha.

Contudo, e apesar de essa imprensa em geral ter rasgado todos os códigos do jornalismo para se transformar em um partido direitista a serviço do establishment, a revista Veja — a Última Flor do Fáscio dos irmãos Civita — se destaca nesse mar de lama transformado em uma gigantesca pocilga.

Mesmo com dificuldades financeiras para se manter, Veja — o lúmpen das publicações — continua a caminhar por veredas tortuosas, sempre em busca de achincalhar e desqualificar seus adversários, bem como manipular, dissimular e, se necessário, mentir para o público, porque o objetivo é desestabilizar o Governo Trabalhista e, se possível, as instituições republicanas.

Panfleto político de péssima qualidade editorial, o brucutu dos Civitas não desiste de sua leviandade vã e de sua vocação para o submundo, como ficou comprovado somente em dois episódios, porque os são às centenas no decorrer dos anos, como nos casos da aliança de Veja com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, além da tentativa de influenciar nas eleições presidenciais de 2014 quando tal libelo, a fim de favorecer o candidato do PSDB, Aécio Neves, antecipou sua distribuição nas bancas, residências e repartições públicas, pois evidentemente considerou que cooperaria para que o tucano vencesse as eleições.

A capa de Veja, com o Lula e a Dilma, e a sombreá-los o título "Eles sabiam" foi uma demonstração de o quanto essa imprensa comercial e privada, originária do século XIX e início do século XX é ousada e vocacionada para a disputa política, sem, no entanto, assumir de forma transparente e objetiva seus interesses, a exemplo da manipulação sistemática que faz com os leitores, ouvintes e telespectadores, ainda mais quando tais cidadãos tem vocação conservadora, são politicamente reacionários e se mostram contrários à ascensão social da parcela mais pobre da população. Muitos denominam tais indivíduos de coxinhas de classe média.

Uma manipulação dos fatos e dos acontecimentos praticada pela mídia hegemônica e de mercado tão constante e incansável, que se tornou um processo de cooptação e até mesmo de lavagem cerebral de grande parte da classe média colonizada, que despreza o Brasil e que sonha em ser rica, a ter como exemplos inquestionáveis dessa "lavagem" a questão do marco regulatório para os meios de comunicação, o caso do "Mensalão" e a operação "Lava Jato".

Operação que no momento tem como  cerne desse grave caso a corrupção na Petrobras cometida por servidores de carreira em cargos de poder e mando, aprovados em concurso público nos anos 1970 e 1980, que passaram por vários governos, cujos crimes foram descobertos pela Polícia Federal sob o comando de mandatários trabalhistas do PT, governantes que determinaram demissões, e, com efeito, a prender criminosos de colarinho branco como nunca antes aconteceu na história deste País.

Servidores, executivos e empresários poderosos e influentes estão na cadeia. Só resta agora ao Estado brasileiro prender juízes e promotores que favorecem aliados políticos e ideológicos, pois escamoteiam os crimes daqueles que eles consideram parceiros da luta pelo poder, além dos interesses de classe social e da permanência, de preferência para sempre, da manutenção do status quo.

Quando o Brasil em nome de seus cidadãos começar a pôr na cadeia juiz e promotor que protegem aliados políticos e empresários ricos que cometem crimes, em uma blindagem que envergonha o Ministério Público e o Judiciário, aí, sim, teremos um País melhor, justo, democrático, com seu povo definitivamente emancipado e pronto para conquistar o desenvolvimento que os brasileiros do passado e do presente tanto sonharam e lutam para concretizar esse legado. Ponto.

Enquanto isso a sociedade desta Nação honrada tem que ainda conviver com um pasquim praticante de um jornalismo barato, de quinta categoria, de pefil fascistoide, como o é o da Veja, panfleto também conhecido pela alcunha de "Detrito Sólido de Maré Baixa", que rompeu definitivamente com a civilização e se transformou em uma ponta de lança sórdida de interesses bárbaros e inconfessáveis, que se o diabo porventura os conhecesse certamente lamentaria tanta vilania e falta de qualquer ética quando se trata de publicar e repercutir seu jornalismo de esgoto, que, por sinal, é o mais autêntico praticado por essas bandas tupiniquins.

A última capa dessa revista de maus presságios, que odeia o Brasil e seu povo é o exemplo pronto e acabado do quanto uma publicação pode cada vez mais ficar decadente ou mergulhar profundamente no lodo de onde busca e capta sua essência. As cores de sua capa, similares às do PSDB, retratam o quanto tal pasquim atingiu os píncaros da iniquidade, da transgressão e do despotismo.

Realmente, a ausência de um marco regulatório leva essa gente a confundir liberdade de expressão com leniência, leviandade, virulência e irresponsabilidade. A revista Veja é o maior exemplo para a sociedade e para os jovens e futuros jornalistas de como não se deve fazer jornalismo.

A verdade é que a "Última Flor do Fáscio" se supera, pois somente se iguala à "doutrina" praticada no Instituto Millenium, uma "escola" controlada pelos magnatas bilionários de imprensa, que "ensina" como se deve conspirar e manipular a verdade para lá na frente, se tiver oportunidade, derrubar governos e governantes quando estes são de esquerda e principalmente trabalhistas.

Nada mais parecido com o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes) e o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad), que cooperaram para derrubar o presidente trabalhista João Goulart, herdeiro político de Getúlio Vargas. Seria hilário se a repetição dessas realidades não fosse perigosa e trágica para os interesses do Brasil.

A direita brasileira e da América do Sul odeia os trabalhistas, porque foram eles, quando estiveram no poder, que desenvolveram suas nações, ordenaram o trabalho e efetivaram os direitos dos trabalhadores. Isto é imperdoável para a burguesia. É histórico. Não há o que contestar. Só se mentir, como o fazem os "historiadores", ou seja, os contadores de estórias e editorialistas empregados da imprensa familiar e empresarial amalocados no Instituto Millenium, de vocação golpista e americanófila.

Então é assim: Veja resolve publicar mais um panfleto politico com as cores dos tucanos, pássaros de bicos longos e voos curtos, bem como derrotados quatro vezes pelo PT. Tal "reportagem" sem discernimento e seriedade contesta as promessas de Dilma Rousseff, aquela que derrotou o playboy Aécio Neves e toda a parafernália midiática que o apoiou antes, durante e depois do processo eleitoral.

Veja, o pasquim que não tem nenhuma condição moral e jornalística para cobrar nada de quaisquer pessoas ou institiuições ou entidades, considera que Dilma vai efetivar o programa econômico liberal de Aécio Neves e Armínio Fraga, quando a verdade é que a mandatária petista vai, sim, fazer ajustes necessários, mas sem perder o norte de suas administrações, que é garantir os direitos dos trabalhadores, promover o desenvolvimento e trabalhar pela inclusão social.

E é o que interessa, porque as condições da economia mundial não são das melhores, bem como o Brasil vai ter de enfrentar dias mais duros, porque a situação econômica de hoje não é igual, por exemplo, ao segundo mandato do primeiro governo Lula e aos dois anos iniciais do primeiro Governo Dilma Rousseff.

O resto é conversa fiada de jornalistas comprometidos com os interesses de seus patrões, de rentistas de grandes empresas, de jogadores das bolsas de valores e do mercado financeiro, além de afirmativas de "especialistas" de prateleiras da Globo News, da Globo, da CBN, da Jovem Pan e de suas congêneres.

As mídias alienígenas são afeitas a criar crises artificiais e, consequentemente, gerar confusão na economia com o propósito de desestabilizar governos, bem como conquistar apoio de uma classe média coxinha, alienada, que faz questão de ficar do lado dos ricos que a explora e nunca a convida para participar de seus saraus e regabofes na Casa Grande. Rico não se mistura, e somente casa com rico, com raríssimas exceções.

A verdade é que a Veja deveria se desestatizar, já que o pasquim elogia e defende tanto a iniciativa privada, bem como deveria parar de viver do dinheiro público, como o faz a Editora Abril, que sobrevive graças às cinco mil assinaturas distribuídas em escolas e repartições públicas de São Paulo, além de receber dinheiro do Governo Federal, como ainda fazem os Correios.

Por sua vez, o Governo Trabalhista decidiu cortar as verbas publicitárias de Veja pagas pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobras. São R$ 6,1 milhões anuais, o que, sobremaneira, deve prejudicar os cofres de uma das piores revistas publicadas neste País e que não tem qualquer compromisso com seu desenvolvimento e o bem-estar da Nação.

Ainda é pouco, porque os crimes que Veja cometeu deveriam ser julgados tais quais aos do magnata bilionário australiano, Rupert Murdoch, cujos editores e chefes de redação cometeram crimes de espionagem com a finalidade de escandalizar as notícias e, por seu turno, favorecer a vendagem dos jornais de seu conglomerado midiático, bem como enfraquecer politicamente e socialmente autoridades e celebridades que, porventura, foram espionadas ilegalmente.

O Governo Dilma e sua Secretaria de Comunicação há muito tempo deveriam suspender a publicidade desses veículos privados e que se comportam como inimigos do País, porque não concordam com os programas de governo e o projeto de País apresentados ao povo brasileiro e por ele aprovado nas urnas. Veja é o lúmpen da imprensa da Casa Grande. É isso aí.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Marta é Helena, que é Cristóvam, que é Marina. Ela também trai

Por Davis Sena FilhoBlog Palavra Livre


ILUSTRAÇÃO: BESSINHA (VIA CONVERSA AFIADA)

É mais ou menos assim: Marta Suplicy sente rancor igual ao Cristóvam Buarque, que nunca perdoou o Lula por sair do Ministério da Educação por ser contrário ao programa do PT para a Pasta, além de ser considerado nada pragmático; Mas Marta, como o Cristóvam, ocupou cargos públicos de relevância, e foi senadora, ministra e prefeita de São Paulo, com o apoio do Partido dos Trabalhadores. 

Cristóvam foi governador e senador eleito pelo PT, em 2002. Atualmente está no PDT, mas tem a alma tucana. Marta é igual à Heloísa Helena, porque fala o que vem na telha sem raciocinar, porque inimiga do discernimento e divorciada da ponderação. A madame está danada, restando-lhe, porém, a verborragia e o ego do tamanho de sua ambição política, que não pôde ocupar o lugar de Fernando Haddad — o prefeito de São Paulo, cargo que a sexóloga já exerceu, a ter o PT como seu partido.

Marta é igual à Marina, pois política dissimulada sobre o que quer e o que não quer. A quase ex-petista manipula os fatos e as realidades para atacar seus correligionários e prejudicá-los politicamente, a dar combustível à imprensa da Casa Grande, que se tornou o maior e o mais poderoso partido de oposição de direita, um dos responsáveis diretos pelo golpe militar de 1964.

A madame Marta Suplicy está furiosa e não diz claramente o porquê de sua ira, apesar de todo mundo saber de seus reais motivos. Já se ela não fala abertamente, eu falo: Marta está inconformada e demonstra toda sua vocação de traidora porque não foi candidata à prefeita de São Paulo, não se entende programaticamente com a presidenta Dilma Rousseff e pretende novamente abrir as portas da imprensa de mercado e antropofágica, porque talvez possa ser candidata à Presidência da República em 2018.

A madame quase ex-petista deve pensar com seus botões: "Se a Marina Silva com aquele seu blá, blá, blá estratosférico, entediante e confuso conseguiu ser candidata a presidente por duas vezes, porque eu também, que não falo nada com coisa nenhuma não posso ser candidata?" — indaga-se, com o punho dobrado debaixo do queixo.

E completa: "Vou botar pra quebrar. Primeiro vou sair atirando, e, dessa forma, atrair o interesse da imprensa oportunista e golpista, a dizer a seus áulicos ou capatazes, que mesmo sendo uma quase ex-petista posso muito bem voltar ao meu ninho, que são as Organizações(?) Globo e todo o monopólio midiático monopolizado e cartelizado, que, se Deus quiser, não vai me faltar em um momento tão traidor da minha vida" — acredita a madame.

Dito e feito. Marta dá uma entrevista à Eliane Catanhêde, a moça da "massa cheirosa", tucana replicadora dos interesses dos magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas, que recentemente foi demitida pela Folha de S. Paulo e automaticamente contratada pelo Estadão, dois jornais cúmplices e cooperadores dos 21 anos de ditadura civil e militar, que há 20 anos formam a base de sustentação do PSDB de São Paulo e de quem mais se juntar a seus interesses políticos, ideológicos e econômicos.

E, ferro na boneca. Marta abriu o bocão, rasgou a bandeira e subiu nos tamancos. Em parceria com a Catanhêde, a madame abre as cortinas de estreia da "massa cheirosa" no jornal da família Mesquita. Grupo familiar e financeiro tão reacionário que até hoje comemora a derrota de 1932, uma tentativa de golpe contra a Revolução de 1930 liderada pelo grande estadista e trabalhista Getúlio Vargas. Este, sim, um autêntico revolucionário até hoje odiado pela burguesia brasileira, aquela que foi a última no planeta a libertar os escravos.

O ódio aos trabalhistas é tão grande por parte da Casa Grande, que São Paulo, uma das cinco maiores cidades do mundo, com cerca de 12 milhões de habitantes não tem uma única rua com o nome do estadista, que a história e o povo brasileiro se recusam a esquecê-lo mesmo depois de 60 anos após sua morte. São Paulo é separatista. Ponto! Sua burguesia é uma das mais perversas e reacionárias do mundo. Em terras bandeirantes foi onde o DOI-CODI realmente vicejou e levou suas garras assassinas para o restante do Brasil.

Marta não se fez de rogada. E esbravejou, por intermédio de ataques à presidenta Dilma Rousseff, ao Ruy Falcão, presidente do PT, ao ministro da Cultura, Juca Ferreira, e ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Ela está realmente com fome de vingança e completamente entregue aos sentimentos de rancor e ódio.

Marta lembra Helena, que lembra Cristóvam, que lembra Marina, que lembra traição (definitiva) ao abraçar a candidatura tucana de Aécio Neves. São (ex)esquerdistas sem fundamentação ideológica e conhecimento programático. Faltam-lhes discernimento sobre a história do nosso povo e consciência política sobre os fatos e os acontecimentos que ora vicejam no Brasil.

Políticos que, a debalde, entregaram-se a devaneios pessoais, a ilusões alimentadas pela vaidade, e, consequentemente, tornaram-se "rebeldes" sem causa, porque se aliaram, voluntária ou involuntariamente, aos interesses da direita brasileira, que se resume a concentrar renda, a negar a emancipação social e econômica da população e assim manter, de forma indefinida, os interesses do establishment.

São pessoas egocêntricas e por isso consideram suas existências políticas acima dos interesses da Nação, bem como da luta dos socialistas, dos trabalhistas, dos comunistas e de seus aliados de todos os tempos, no que tange a enfrentar o status quo conquistado através dos séculos por uma burguesia que pensa que a Casa Grande é o bálsamo e o baluarte deste País, quando a verdade é a de que o povo trabalhador construiu esta Nação, a ferro e fogo, além de protegê-la e defendê-la como berço de sua vida.

Marta Suplicy é uma traidora, além de ser uma pessoa dada à politicagem e a futricas. Ousada, porque não pondera, tentou colocar em xeque a candidatura Dilma em prol de Lula, sendo que o líder trabalhista sempre deixou claro que apoiava a candidatura à reeleição da presidenta. Inacreditável a desfaçatez e a falta de sensibilidade de uma política que foi senadora e prefeita de São Paulo.

Atacou duramente seu sucessor no Ministério da Cultura, porque sabe, de antemão, que a administração de Juca Ferreira não vai ser tão leniente quanto à dela, no que concerne a atender aos interesses corporativos da classe artística dominante e ideologicamente colonizada, aos lobbies das grandes empresas midiáticas e familiares, bem como vai distribuir melhor o dinheiro destinado ao cinema, ao teatro, às artes em geral, além de democratizar o acesso da população à cultura.

Enfim, Marta Suplicy voltou à sua mais tenra origem. Para concretizar sua vontade de trair, inventa desculpas esfarrapadas e critica até a política econômica do Governo Trabalhista. Simplesmente a política que distribuiu renda, criou empregos e inseriu os filhos dos pobres nas universidades públicas. Um pão com manteiga para as mídias dos magnatas bilionários de imprensa. Marta é Helena, que é Cristóvam, que é Marina. Marta também trai. É isso aí.