segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Gurgel no banco dos réus, porque o “mensalão” é uma farsa


Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre


O conselheiro Luiz Moreira, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), está muito desconfiado de que o ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel, atuava com parcialidade e cometia, reiteradamente, o crime de prevaricação. Luiz Moreira tem várias razões para considerar que as ações de Gurgel à frente da PGR não foram isentas e republicanas, bem como não primaram pelo sentimento de justiça, tão comum a qualquer cidadão que tenha discernimento sobre o que o rodeia para, enfim, formar opinião sobre os acontecimentos e as realidades que se apresentam.


Luiz Moreira tem consciência do que ocorreu na administração Roberto Gurgel como chefe da PGR, mas como é um homem que ocupa cargo e executa função em órgão tão importante como o CNMP, talvez ele não queira afirmar, por exemplo, que o procurador-geral Gurgel cometeu prevaricações e transformou a Procuradoria em um partido político de direita e voltado a combater o Governo trabalhista do PT, bem como o ex-presidente Lula, alvo constante de tal procurador, que teve suas intenções políticas negadas pelos juízes do STF quanto a querer investigar desprovido de quaisquer provas o presidente mais popular da história do Brasil.

Roberto Gurgel continuou a caminhar por veredas tortuosas e acusou, sem dar trégua, personalidades históricas do Partido dos Trabalhadores, a exemplo de José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, que estão a cumprir penas em presídio, pois acusados de desviar dinheiro público para o caixa dois do PT, além de serem considerados formadores de quadrilha, o que nunca ocorreu, e por isto tal julgamento de caráter midiático se transformou em um dos maiores absurdos jurídicos que se tem notícia na historiografia do Ministério Público Federal e do STF.

Acusações e, posteriormente, prisões sem provas contundentes, baseadas em "provas tênues", como se referiu o próprio Roberto Gurgel no STF sobre a culpabilidade de José Dirceu, além de o julgamento dos juízes conservadores e políticos do Supremo ter sido uma farsa, porque efetivado por intermédio da teoria do domínio do fato, desenvolvida pelo jurista alemão Claus Roxin.

Roxin argumentou que no caso de José Dirceu tal teoria é improcedente, porque não ficou comprovado, de maneira nenhuma, que ocupar uma posição de destaque ou de mando fundamente o domínio do fato, ou seja, que a autoridade "tem de saber" ou "deveria saber" dos malfeitos e por isso sua culpa é comprovada, pois responsável pelo dolo. Absurdo dos absurdos, porque o cidadão que mora em um País que vive em pleno estado democrático de direito para ser acusado, julgado e condenado tem de ser comprovado que ele realmente cometeu crimes ou deu ordem a terceiros para cometê-los, o que, sem sombra de dúvida, não é o caso de José Dirceu e muito menos de José Genoíno.

Contudo, a pressão das mídias corporativas controladas pelos magnatas bilionários da imprensa de negócios privados mexeu com os egos de muitos dos juízes do STF, que passaram a realizar um verdadeiro show, pois sabedores que sites como o G1 (Globo) e o UOL (Folha), além de emissoras, a exemplo da Globo News, estavam a repercutir ao vivo o julgamento do "mensalão", o do PT, porque o do DEM e o do PSDB deverão ser julgados, pelo o andar da carruagem, no Dia de São Nunca.

O STF e a PGR são, antes de qualquer coisa, instituições políticas controladas pelas oligarquias deste País. Atualmente, são os principais instrumentos desse grupo dominante para fazerem oposição primeiramente ao Governo Lula e agora ao Governo Dilma Rousseff. A burguesia foi derrotada três vezes pelos trabalhistas e socialistas do PT e do PC do B, e, consequentemente, o STF e a PGR passaram a ser considerados a salvação da lavoura da direita brasileira, tanto a partidária retratada no PSDB e no DEM quanto a midiática, propriedade de meia dúzia de famílias, que tem as Organizações(?) Globo à frente de uma campanha sistemática contra os governantes trabalhistas.

A direita percebeu que derrotar a presidenta Dilma Rousseff nas próximas eleições vai ser quase impossível, porque os magnatas bilionários da imprensa e seus bate-paus de penas alugadas, mas vazios de compreensão sobre as mudanças acontecidas no Brasil ao tempo de 11 anos, perceberam que a velha mídia de caráter venal não é mais, e há muito tempo, formadora de opinião. Até porque milhões de brasileiros têm a perfeita compreensão e conhecimento de que existem outras fontes de informação mais fidedignas e que mostram, sem quaisquer resquícios de medos, quem são os donos da imprensa burguesa e quais são seus verdadeiros interesses políticos e econômicos. Ponto.

As oligarquias brasileiras inquilinas da Casa Grande não conseguem conviver com a democracia e a consciência do povo brasileiro sobre seus direitos. Os avanços nos governos trabalhistas de Lula e de Dilma são gigantescos e quando esse tempo passar essas administrações vão ser estudadas isentas de paixões e rivalidades, como o fazem os jornais e as revistas da imprensa de mercado, que manipulam a verdade e distorcem as realidades quando não apelam para a mentira, o que, sobremaneira, é uma conduta infame, porque alienadora, criminosa e que visa favorecer grupos econômicos e políticos ligados à burguesia deste País.

Voltemos ao conselheiro Luiz Moreira, do CNMP. Ele "desconfia" das ações de Roberto Gurgel, pessoa a qual considero figura nefasta aos direitos civis e à Constituição, bem como foi o procurador-geral que, de forma inadvertida e inconseqüente, transformou a PGR em um instrumento político e partidário de combate aos governantes trabalhistas, ao programa e projeto de País do PT e de seus aliados aprovados pelo povo brasileiro nas últimas três eleições presidenciais, além de prevaricar em vários casos em que empresários e políticos oposicionistas estiveram envolvidos, mas que Gurgel, um homem de direita e da direita, segurou, engavetou e deixou mofar os processos que poderiam prejudicar seus aliados ideológicos, políticos e partidários.

Roberto Gurgel, dentre todos os procuradores que chefiaram a PGR, foi o mais emblemático no que é relativo a fazer política e a combater seus adversários ideológicos. Só que ele não tinha um único voto popular para atuar dessa maneira irresponsável, pois servidor público de carreira, nomeado e, por seu turno, devedor de suas obrigações que é defender os interesses do povo brasileiro e não fazer política rasteira, conservadora e a prevaricar, porque engavetou durante anos processos da importância do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que atingiu seu aliado do DEM, o senador cassado, Demóstenes Torres.

Gurgel foi além dos seus limites. Provocou o Congresso e tentou desestabilizar o Governo Federal, porque montou armadilhas contra aqueles que ele considerava seus adversários políticos, bem como opositores aos tucanos e aos políticos do DEM, o pior partido do mundo e legítimo herdeiro da escravidão e da ditadura militar. Tentou em vão prender José Dirceu no fim de 2012, antes do Natal, mas não teve o apoio do juiz Joaquim Barbosa, relator do "mensalão" do PT, que não quis assumir sozinho a prisão do político petista. A verdade é que o dinheiro da Visanet (atual Cielo), uma empresa privada, era legal, com dinheiro transferido mediante à comprovação de recibos e, por sua vez, isento de quaisquer ilegalidades.

Somente juízes com os perfis políticos e ideológicos conservadores de Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Marco Aurélio de Mello e, não podemos esquecer de Rosa Weber, dentre outros, para comentar negativamente sobre pessoas que seriam ainda julgadas e suas vidas para sempre mudadas, a ter como princípio o sofrimento e a humilhação pública, como são os casos de José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, que, em momento algum, mesmo quando presos, foram poupados por uma imprensa corrupta, golpista, devedora do Erário Público, vocacionada ao show e que deveria há muito tempo ter seus donos julgados duramente, a começar pelo apoio à ditadura militar, que perseguiu, prendeu, torturou, exilou e matou seus adversários políticos.

A juíza Rosa Weber disse ao votar: "Não tenho prova cabal contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite". Assombrosa a assertiva de Vossa Excelência, não? São notáveis os nossos notáveis magistrados a serviço das oligarquias — da Casa Grande. Juízes têm lado, classe social, ideologia, preferências partidárias e, sobretudo, juízes neste País são geralmente burgueses e como tais se comportam e se conduzem.

Novamente volto a afirmar: o Judiciário e a PGR, entre outros setores do Estado Nacional, são as últimas cidadelas das oligarquias brasileiras, que com o tempo e o fortalecimento da democracia do Brasil vão ter de se democratizar e passar a trabalhar para toda a sociedade e não mais para os grupos políticos e empresariais de direita, como sempre o fizeram através dos séculos.

Roberto Gurgel tem de ser questionado e investigado pelo CNMP. Ele atuou durante anos à frente da PGR como político, porta-voz e executor dos interesses da Casa Grande. Mais do que isto: exerceu sua função como capitão do mato e, o pior de tudo, mostrou-se injusto, direito este que um procurador-geral da República não tem, não deve ter e se tiver tem de ser duramente questionado por causa da importância de seu cargo e da notoriedade que as ações executadas por tal autoridade têm perante o público.

Um procurador que abusa do poder é mais perigoso do que qualquer criminoso que, porventura, cometa suas delinquências, pois coloca em xeque o estado democrático de direito. Gurgel prevaricou! Ponto. O conselheiro Luiz Moreira só não vocaliza tal frase porque está a investigar e por causa disso não pode, por enquanto, fazer tais afirmativas ou juízo de valor, como sempre fizeram, mesmo a julgar pessoas ainda não penitenciadas, o ex-procurador Gurgel e os juízes Luiz Fux, Marco Aurélio de Mello, Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. É verdade ou não é? Basta o leitor pensar para ponderar.

Ives Gandra Martins, jurista de posições conservadoras e conhecido oposicionista ideológico ao PT afirmou à igualmente direitista Folha de S. Paulo: "José Dirceu foi condenado sem provas, e que a adoção de tal teoria cria uma insegurança jurídica monumental no ordenamento jurídico brasileiro". Algo similar afirmou o ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, politicamente conservador e advogado de renome: "Alteraram-se visões jurisprudenciais remansosas e de longa maturação. Não houve preservação da imagem de nenhum denunciado. Como nos antigos juízos medievais, foram expostos à execração pública. O silêncio a respeito foi unânime. O princípio da publicidade foi levado ao extremo. Esta transparência permitiu, inclusive, a captação de conflitos verbais entre magistrados".

Enquanto isso a imprensa alienígena e historicamente golpista fazia seu show e, por intermédio de uma enorme mentira, considerava o "mensalão", somente o do PT, o maior escândalo da história do Brasil, sendo que apenas uma sonegação da Rede Globo, no que é relativo à Copa do Mundo de 2002, conforme a Receita Federal, supera a quantia "incontável" do R$ 1 bilhão, acrescidos de juros e correção monetária. Lembro ainda os casos Alstom e Siemens, que superam também o R$ 1 bilhão e que estão envolvidos os tucanos de alta penugem de São Paulo, a começar pelos governadores Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. Vinte anos de corrupção e até hoje essas pessoas do PSDB não foram julgadas.

É assim que a banda toca no Judiciário e na PGR até o mandato de Roberto Gurgel, o mais político dos procuradores-gerais. Gurgel é acusado de prevaricar mais uma vez, no que tange à denúncia contra a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, e ao presidente do DEM, Agripino Maia, primo do ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. Eles são acusados de financiamento ilegal de campanha política. Só não sei se a Globo e a Globo News vão dizer, aos quatro cantos, se tal escândalo é o maior do mundo ou do Brasil, bem como se vão se calar quando são tratados os malfeitos de seus aliados.

A denúncia chegou à PGR em 2009 e enquanto Roberto Gurgel esteve no comando da Procuradoria o caso nunca saiu das gavetas da instituição que deveria ser republicana, porque a lei, segunda a Constituição, serve para todos os cidadãos. Talvez alguns juízes e procuradores não reconheçam essa realidade e por isso vedam os olhos, calam a boca e tapam os ouvidos. E assim são feitas as coisas por esses pagos. Nem sempre pau que bate em Chico bate também em Francisco quando a PGR e o STF são compostos por alguns membros que não consideram o republicanismo.

Citei apenas dois casos neste artigo, o do bicheiro Carlinhos Cachoeira, sócio, editor e pauteiro da Veja e da Época, e do Agripino Maia e Rosalba Ciarlini. Todavia, Roberto Gurgel engavetou inúmeros casos em que empresários, autoridades públicas e servidores estão envolvidos. Em contrapartida, soltou seus pit bulls contra os políticos e militantes do PT, que se devem à sociedade têm de pagar pelos seus erros. Sem sombra de dúvida.

Entretanto, as culpas dos petistas não foram até hoje comprovadas, conforme rezam os autos dos processos e as provas de que o "mensalão" de Roberto Gurgel, de Joaquim Barbosa e da imprensa de mercado, propriedade dos magnatas bilionários foi e é a maior farsa e fraude da história da República e do Brasil. Gurgel tem de se reportar ao CNMP. Só não sei se a Globo vai concordar. É isso aí.


IDIOTAS!

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A verdade que a burguesia e a direita não querem ver e aceitar


Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre


O Partido dos Trabalhadores é integrado por vários grupos políticos, muitos deles de força ideológica socialista, comunista, que se dividem em subgrupos considerados radicais. Eles desejam uma solução política que ao menos domestique o capitalismo selvagem que viceja no Brasil, um sistema econômico não filosófico, mas que apenas tem por finalidade primordial favorecer o lucro em detrimento da maioria da população de qualquer país.

Contudo, apesar de o PT ser um partido de esquerda e, mais do que isto, ocupa majoritariamente e politicamente o espaço à esquerda do espectro ideológico no Brasil, a agremiação política mais poderosa da América Latina é, na verdade, um partido reformador e não revolucionário, como muitos socialistas queriam, inclusive eu, o autor deste artigo.

O PT é um partido transformador, e, consequentemente, apresentou nas eleições ao povo brasileiro um programa de governo e um projeto de País que viabilizassem as mudanças esperadas há décadas pela sociedade. Válido é salientar que desde o último governo do estadista trabalhista Getúlio Vargas o Brasil e seus consecutivos governantes se recusaram a mexer nas estruturas de um País agrário que foi edificado por intermédio do trabalho escravo e que tem uma das "elites" mais perversas e violentas do mundo.

Uma classe social abastada e que domina os meios de produção e controla um sistema midiático, que desestabiliza até mesmo governos trabalhistas, a exemplo de mandatários populares como Lula e Dilma Rousseff, que ano após ano têm de enfrentar todo tipo de acusações, muitas delas levianas, e denúncias vazias, que jamais são comprovadas, porque similares a tiros na água, cujo propósito é apenas causar confusão à sociedade, principalmente aos grupos sociais conservadores, como as classes médias alta e tradicional, altamente sugestionáveis, além de serem reacionárias e preconceituosas por natureza.

São grupos sociais conservadores e que ainda não entenderam que o Brasil mudou, porque acreditam nos valores e nos princípios de uma burguesia minoritária, colonizada há séculos, que igualmente não conhece o poderoso País sul-americano, além de não se importarem com as condições de vida da maioria do povo brasileiro. Equivocadamente, consideram-se parte das "cortes", retratadas nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. São pequenos burgueses que sonham algum dia participar do baile dos ricos, serem sócios de seus clubes, porque carregam em seus espíritos a vã esperança de não serem barrados nas portas de suas mansões.

Equivoca-se, redondamente, a classe dominante quando pensa em retrocesso político, a fim de eleger candidato conservador que conquiste a cadeira da Presidência da República e comece a trabalhar em prol dos interesses do establishment, e, por seu turno, continue a manter o status quo intacto, como se o povo brasileiro não soubesse que com a ascensão dos trabalhistas e socialistas ao poder a sua condição de vida não tivesse melhorado, realidade esta que sem sombra de dúvida é notada por qualquer pessoa, por mais alienada que ela seja. As condições de vida do brasileiro melhoraram em todos os sentidos.

É evidente que tem muito trabalho a realizar e, por sua vez, fazer com que o Brasil seja mais igualitário, solidário e viabilize as oportunidades a todos os brasileiros, independente de suas origens ou classes sociais. O povo deste País sabe disso e por causa dessa compreensão a virtual candidata do PT é a favorita em todas as pesquisas até agora divulgadas pelos meios de comunicação de direita e que efetivam há 11 anos oposição sistemática aos governos populares do PT, que, como afirmei anteriormente, são de carácteres reformistas e não revolucionários. Ponto.

Mesmo assim a direita brasileira é tão reacionária, sectária e egoísta que luta, com todas suas forças, para que os milhões de brasileiros mais pobres não se emancipem. Essa realidade acontece porque somos uma sociedade patriarcal, casuística, autoritária e de passado escravocrata, que impinge valores e conceitos terrivelmente bárbaros e de conotação fascista, que estão enraizados na alma e na mente das classes médias e ricas, sendo que a primeira é a caixa de ressonância dos grupos dominantes deste País e por isto difundem tais condutas e pensamentos reacionários, que na verdade visam, efetivamente, manter por tempo indeterminado o status quo e a dominação social e econômica sobre os pobres e os trabalhadores.

A verdade é que o PSDB se chama Partido da Social Democracia Brasileira. Mas quem é social democrata, por ser reformista, é o PT. O partido dos tucanos é de direita, aliado à direita patrimonialista e porta-voz dos conservadores nos fóruns públicos, a exemplo do Congresso, do STF e do Ministério Público Federal. Esta poderosa direita tupiniquim, uma das mais influentes do mundo, não quer reformas, como não as quis quando derrubou o grande presidente trabalhista João Goulart, o Jango, e conspirou contra o estadista Getúlio Vargas, até a sua morte trágica em 1954.

A direita brasileira é escravocrata e a efetivação de simples reformas propostas pelos governos trabalhistas causa a ela um sentimento de perda. Não a perda de seu dinheiro e do patrimônio amealhado ou acumulado no decorrer de décadas ou até mesmo séculos. É um sentimento mais profundo, que remonta historicamente o sentimento de posse e domínio sobre seres humanos. É terrível e muito complexo enfrentar essas questões tão enraizadas na sociedade brasileira, que atinge, inclusive, os corações e as mentes da classe média de pele branca e valores morbidamente capazes de deixar uma pessoa que preza a igualdade e a democracia com o queixo caído, porque se trata de gente que, indelevelmente, é empregada dos ricos por toda sua vida.

O PT e seus membros são diuturnamente desqualificados e desconstruídos pelo establishment em forma de mídias, notadamente a imprensa de negócios privados, setor este que sonega impostos e deve muito dinheiro ao poder público. Essa realidade acontece porque o PT e seus governos romperam os paradigmas estabelecidos há séculos pelas oligarquias inquilinas da Casa Grande.

São "elites" que não conseguem conviver com a igualdade entre as pessoas, porque se acham superiores, quiçá pessoas tão "formosas" e "superiores" que se consideram diretamente "escolhidas" por Deus para receberem todos os benefícios e privilégios que a vida pode dar, mesmo se muito de suas riquezas e prazeres são originários do trabalho duro dos trabalhadores brasileiros.

É inaceitável viver em um País onde campeia a desigualdade. Para reverter este quadro lúgubre e nefasto, necessário se torna concretizar ferramentas e instrumentos que viabilizem a ascensão social, econômica e financeira dos pobres e dos desvalidos, bem como dos pequenos empreendedores, pois são eles os responsáveis maiores pela criação dos postos de trabalho no Brasil. Os governos trabalhistas de Lula e Dilma Rousseff estão a investir pesadamente em educação, pesquisa, infraestrutura e também em saúde.

Entretanto, nada é divulgado nas mídias mercantilistas e ditatorialmente controladas por magnatas bilionários que não têm o menor compromisso com o Brasil e seu povo. O PT e seus aliados vão ter de mostrar suas ações e realizações por intermédio do horário eleitoral gratuito, bem como responder à altura toda denúncia vazia, acusações infundadas e ataques ferozes que visam confundir para manipular a verdade e a realidade perante o eleitor, que é o cidadão brasileiro.

O PT luta pela cidadania plena dos brasileiros, mas está a pagar um altíssimo preço ao enfrentar o establishment, retratado em instituições ainda "pertencentes" à Casa Grande, a exemplo do STF, da PGR e de setores da Polícia Federal, além, evidentemente, da forte oposição da imprensa de mercado e de partidos conservadores como o PSDB. As reformas dos trabalhistas são as verdades que a burguesia e a direita não querem ver e aceitar. É isso aí.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Joaquim Barbosa, o injusto, prejudica os pobres e beneficia os ricos



Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre


Joaquim Barbosa é um dos juízes do STF. É verdade. Tal juiz mais do que magistrado é um político. Mas, não é um político qualquer. Ele é também o presidente do Supremo, e o usa da mesma forma que o juiz e igualmente político, Gilmar Mendes, que, tal qual a Joaquim Barbosa, transformou o STF em partido político conservador, de direita, bem como instrumento contundente da burguesia brasileira contra os interesses da população brasileira, além de ser um bastião em favor das hostes reacionárias contra os governantes trabalhistas que ocupam a cadeira da Presidência da República há 11 anos.

O magistrado Joaquim Barbosa todo mundo sabe quem é. Ele é aquele juiz presidente do STF que prendeu lideranças petistas sem culpabilidade comprovada, recusou-se a analisar de forma justa e isenta o caso da Visanet, além de manter ainda solto o delator do “mensalão” do PT, o ex-deputado Roberto Jefferson, bem como aparece em fotografias tiradas em eventos e solenidades do PSDB ao lado do pré-candidato tucano a presidente, o senador Aécio Neves, e do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia.

Realmente, a maioria dos juízes do STF envergonha a instituição e, consequentemente, o estado democrático de direito. E não é que Joaquim Barbosa, um homem de temperamento intempestivo atendeu ao pleito da poderosa Fiesp, representada pelo candidato do PMDB ao Governo de São Paulo, o megaempresário Paulo Skaf, atual presidente desta entidade empresarial, que historicamente defende causas antipopulares e hoje sabota a desoneração do IPTU aos mais pobres e engessa o projeto do prefeito do PT, Fernando Haddad, que ficou a ver navios porque o juiz Joaquim Barbosa manteve a liminar dos ricos e, por conseguinte, a correção do imposto proposta pelo petista foi derrotada.

São abomináveis as razões pelas quais se batem gente como Paulo Skaf e Joaquim Barbosa. O empresário multimilionário tem duas mansões em São Paulo em bairros onde moram os ricos, cujo IPTU, evidentemente, são muito altos. Por seu turno, o presidente da Fiesp é o proprietário da Skaf Participações e Administração de Bens Ltda., e da BTS Empreendimentos Imobiliários Ltda. Trata-se, então, de um embate político de ordem econômica e de interesse privado, além de propiciar, sem dúvida, a desestabilização da administração de Fernando Haddad.

O que se percebe é que mais uma vez o Judiciário deste País demonstra sua vocação conservadora e completamente divorciada dos interesses da maioria do povo brasileiro. Tal qual à imprensa de mercado, o Judiciário também é alienígena. É o STF de um mundo paralelo e das pessoas que têm patrimônio, muito dinheiro e dos indivíduos que podem mais. A atitude do juiz não surpreende a ninguém, pois sua magistratura é um apanhado de decisões propositalmente injustas, porque Joaquim Barbosa, antes de qualquer coisa, é um político, ideologicamente de direita e que atua e age de forma violenta, a ter como tribuna a presidência do Supremo Tribunal Federal.

Os interesses de Paulo Skaf e dos empresários que ele representa foram protegidos e, portanto, preservados pelo juiz elitista do STF. Enquanto isso os mais pobres ficam a dançar conforme a música. É sempre assim. Afinal, temos uma das “elites” empresariais mais egoístas e gananciosas do mundo e que, sem sombra de dúvida, são as legítimas herdeiras da escravidão. Não cedem nada, são vazias de quaisquer sentimentos de solidariedade e não compreendem, de forma alguma, as questões sociais, a história do Brasil e como se deu a formação de seu povo.

São “elites” fundamentalmente colonizadas e por isso não compreendem o Brasil, pois se recusam a pensá-lo para desenvolvê-lo e torná-lo definitivamente autônomo e independente. Por isso, até em questões consideradas paroquiais, a exemplo do imposto progressivo se tornam problemas de âmbito nacional. Esta “elite” corrompida pelo tempo não quer, neste caso, a justiça tributária ao tempo que implanta um impostômetro na Praça da Sé, mas jamais colocaria um sonegômetro na mesma praça, para que o povo tenha conhecimento do montante de dinheiro que os empresários sonegam e enviam para paraísos fiscais.

A “rebelião” burguesa da Fiesp teve a aquiescência de juiz que há muito tempo mostra para o que veio, que é favorecer os ricos e se aliar a partidos de direita como o PSDB e o DEM, que quando estiveram no poder fracassaram de maneira retumbante, pois quebraram o Brasil três vezes, porque foram ao FMI três vezes. Joaquim Barbosa comete, a meu ver, abuso de poder e poderia muito bem ser questionado pelo Senado, instituição que julga os desmandos de juízes de tribunal superior como o é o STF.

Muitas atitudes de Joaquim Barbosa são questionáveis, até porque o senhor Skaf tem interesses no mínimo questionáveis quando se trata de uma pessoa que tem duas mansões, uma no Morumbi e a outra no Jardim América. São os nossos ricos a instrumentalizar a política a seu favor, além de dar-lhe uma conotação judiciária. Quem não percebe que muitos dos juízes do STF permitem que grande parte dos brasileiros desconfie de suas votações e decisões em relação a assuntos que tratam diretamente do bem-estar da cidadania?

Basta-nos rememorarmos as decisões absurdas de juízes do STF no que diz respeito a casos como os de Salvatore Cacciola, Roger Abdelmassih, Regivaldo Pereira Galvão (Taradão), mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang, Luiz Estevão, Daniel Dantas, Antério Mânica, poderoso agricultor acusado da chacina de Unaí (MG) quando quatro fiscais do Ministério do Trabalho foram assassinados, bem como os mensalões do DEM e do PSDB, que nunca foram julgados, além de, recentemente, os escândalos Alstom e Siemens, que abalaram as estruturas dos tucanos considerados “bons mocinhos”, conforme apregoado pela imprensa de mercado.

Dois escândalos bilionários cujos principais acusados são tucanos de alta patente e com a intenção de mudarem o jogo querem fazer crer que as acusações de corrupção contra eles são, na verdade, coisas do PT e do Governo trabalhista, que os acusam e elaboram dossiês, quando a realidade é que os tucanos de São Paulo estão comprometidos com a Alstom e a Siemens até a medula há 20 anos, além de muitos outros casos que realmente deixaram os cidadãos brasileiros e paulistas com os cabelos em pé e os queixos caídos.

Paulo Skaf pediu e foi atendido pelo juiz Joaquim Barbosa. No ano que vem têm eleições e a direita não vai permitir que o PT e seus candidatos anunciem a queda do valor do IPTU, que propiciaria mais justiça social, porque sobraria mais dinheiro para que, por meio do imposto progressivo, a prefeitura paulistana pudesse melhorar os bairros pobres e da periferia por intermédio da urbanização e de serviços públicos de boa qualidade.

Certamente, e qualquer coxinha sabe disso, que as condições de vida das pessoas iriam melhorar, os índices de criminalidade decresceriam e a autoestima das pessoas fariam com que a capital bandeirante ficasse mais civilizada, porque São Paulo é um cidade violenta, desigual e por isto injusta. Contudo, o establishment ainda manda, governa e atende, sem pestanejar ou vacilar, a Casa Grande, que ainda controla setores da vida pública como o Judiciário e o Ministério Público Federal. Joaquim Barbosa mais uma vez mostrou para o que veio, porque a Fiesp existe desde os tempos de Pedro Álvares Cabral. É isso aí.