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Luciano
e Angélica se tornaram ícones do capitalismo brasileiro, porque contumazes
garotos propaganda de empresas poderosas do mercado, como as de telefonia,
bancos, automóveis, produtos de beleza e alimentícios, dentre uma infinidade de
ofertas que estão à venda, além de serem empresários de grande porte, até
porque o casal tem como principais produtos suas imagens, que lhes dão retorno
em forma de publicidade, em associação com a TV Globo, da poderosa família
Marinho — magnata bilionária de todas as mídias cruzadas.
Contudo,
o que me chamou a atenção sobre o acidente aéreo dos Huck foi exatamente o
poder público, que socorreu tais figuras famosas e ricas, que te remetem,
sobretudo, ao privatismo, à iniciativa privada, ao mundo dos grandes negócios e
ao glamour do high society. É de surpreender, realmente, a competência, a
disposição e a dedicação de servidores públicos para salvar e atender os Huck,
que não foram levados para hospitais particulares, a apresentar seus cartões de
saúde privada.
Não.
Não ocorreu este fato. Quem os atendeu foi a Santa Casa de Campo Grande,
financiada, em grande parte de sua logística e pronto atendimento pelo dinheiro
do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, do Estado, do povo brasileiro. A
tradicional unidade de saúde é referência no atendimento e socorro de
politraumatizados no Mato Grosso do Sul, terra de brasileiros trabalhadores,
notadamente nas áreas de pecuária, agricultura e turismo, por causa do
Pantanal.
Importante
Estado da Federação, um dos celeiros do Brasil, País que ruma para sua independência
e emancipação, apesar dos percalços, dificuldades e daqueles que não acreditam
no poderoso País de língua portuguesa. É inoxerável o destino do Brasil,
escolhido por seu povo, rumo ao desenvolvimento e ao bem-estar social.
Entretanto,
não foram apenas os profissionais de Saúde da Santa Casa financiada pelo SUS
que socorreram a família Huck. Anteriormente, ainda nos campos de uma fazenda
onde o piloto do avião realizou um pouso forçado e perigoso, militares da
Aeronáutica, por intermédio de um helicóptero, regataram as celebridades
milionárias, que sempre emprestaram suas imagens para defender ou valorizar o
capitalismo selvagem que se pratica no Brasil, principalmente após as
privatizações dos governos do ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso —
o Neoliberal I.
Ao
chegar em Campo Grande de helicóptero, Luciano e Angélica Huck, além de seus
filhos, foram transportados por ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu), que lhes fizeram os primeiros socorros e os levaram, prontamente,
para a Santa Casa, que os atendeu com seus serviços médicos e de enfermagem.
Todavia,
nem tudo reflete o profissionalismo e a competência demonstrados pelos
profissionais de atendimento e socorro, a exemplo dos militares da FAB, do
pessoal do Samu e dos médicos e enfermeiros. Após os ricos e famosos
apresentadores da Globo serem atendidos, com ferimentos leves, mas agora
portadores para sempre de um baita susto, porque o voo apresentou ao casal a
possibilidade da morte, único destino real da frágil condição humana, o
coordenador do Samu, em Campo Grande, acusou a Santa Casa de esconder leitos de
UTI.
Eduardo
Cury disse à imprensa de negócios privados, que, por sua vez não deu destaque
às suas declarações, que desde quando os apresentadores de televisão chegaram à
Santa Casa o hospital passou a negar atendimento ao alegar falta de vagas. O
coordenador do Samu afirmou ainda que a unidade de saúde negou leitos a seis
pacientes, além de fechar a UTI cardíaca, porque a intenção era receber Luciano
e Angélica Huck, mesmo a ter enfermos entubados e ventilados pelas mãos de
servidores por mais de 12 horas, à espera de atendimento.
Se é
verdade, e for comprovada tamanha irresponsabilidade, vai se tornar imperativo
punir a quem afrontou os enfermos em prol de atender pessoas que não estavam a
correr risco de vida e que tem condições financeiras para serem atendidas em
hospitais privados, tão prezados pela classe média coxinha, bem como pelos
ricos deste País desigual, injusto, violento e que ainda comporta gente que
combate, diuturnamente, a distribuição de renda e de riqueza ao povo
brasileiro.
Enquanto
isso, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega é vaiado pela segunda vez este
ano em público por coxinhas fascistas, que teimam em reagir contra a inclusão
social da forma mais covarde e infame possível. A mesma coisa aconteceu com o
ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que administrou sua Pasta de forma
republicana e foi vítima de um advogado babaca, que se levantou da cadeira,
bateu em seu copo com o talher e desrespeitou o cidadão, que foi autoridade,
por não concordar com os governos petistas. O energúmeno falou um monte de
asneiras, típicas de uma coxinha mequetrefe e analfabeto político, apesar de
ter diploma universitário. Aliás, analfabeto político com diploma é nos tempos
de hoje o mais usual e corriqueiro.
Por
sua vez, Guido Mantega, em visita a um amigo, já tinha sido ofendido em
lanchonete de hospital por médicos coxinhas, que tratam a medicina
mercantilmente, meramente como um negócio e se sentem inconformados e
revoltados com a presença de médicos cubanos, que exercem a medicina nos
bairros e nas cidades onde tais médicos brasileiros e elitistas se recusam a ir
para trabalhar.
Agora
Mantega, um político e economista republicano, reconhecido pela comunidade
internacional como um dos principais responsáveis pelos avanços do Brasil e
pelas conquistas do povo brasileiro nos últimos 12 anos, é vaiado em
restaurante por um bando de seres alienígenas de classe média, de perfil
fascista, que não conhece as realidades brasileiras e reage a qualquer coisa
que o faça se sentir ameaçado. A classe média não quer mudanças,
desenvolvimento e se comporta como o abutre da mitologia que todo dia bicava o
fígado de Prometeu, neste caso, o Brasil.
Em
contraponto à Fazenda, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que cooperou
efetivamente para aperfeiçoar o SUS, também é alvo de patifarias e falta de
educação. O sistema público de saúde deste País é reconhecido pelo Banco
Mundial (Bird). Muitos países desenvolvidos não tem um igual, a exemplo dos
Estados Unidos, ao ponto de o presidente Barack Obama enfrentar todo o tipo de
boicote, sabotagem e críticas dos setores conservadores dos EUA, que lutam
contra a efetivação de um sistema público de saúde para atender a maioria do
povo estadunidense. Até hoje, Obama ainda não conseguiu transformar em
universal o sistema de saúde daquele poderoso País.
O
Bird reconheceu no livro “20 anos de Construção do SUS no Brasil”: O Sistema Único de Saúde
do Brasil – conhecido como SUS – lançou os alicerces de um sistema de saúde
melhor para o país, contribuindo para o bem-estar social e a melhoria da qualidade
de vida da população. (...) Com base nessa experiência e apesar de todas as
dificuldades inerentes a um País em desenvolvimento, o Brasil é hoje referência
internacional na área de saúde pública e exemplo para outros países, que buscam
sistemas mais igualitários de saúde.
A verdade é que o SUS fez do Brasil um dos primeiros e poucos países a definir como direito, em sua legislação, o acesso universal à saúde por parte da população. Certamente, o caminho para que o SUS transforme todas as suas áreas em atividades de excelência é longo, cheio de obstáculos e requer muito dinheiro, trabalho e dedicação. Por seu turno, tal sistema é referência em inúmeros setores de atendimento médico-hospitalar e, com efeito, financia também grande parte da rede de saúde privada. É fato. Ponto.
A verdade é que o SUS fez do Brasil um dos primeiros e poucos países a definir como direito, em sua legislação, o acesso universal à saúde por parte da população. Certamente, o caminho para que o SUS transforme todas as suas áreas em atividades de excelência é longo, cheio de obstáculos e requer muito dinheiro, trabalho e dedicação. Por seu turno, tal sistema é referência em inúmeros setores de atendimento médico-hospitalar e, com efeito, financia também grande parte da rede de saúde privada. É fato. Ponto.
As vaias aos ex-ministros
o são de conotações fascistas e tentam intimidar políticos que cooperaram, sem sombra
de dúvida, para o Brasil deixar de ser a 15ª economia do mundo e passar a ser a
sétima, o que não é pouco, porque essa realidade foi conquistada em menos de
dez anos. Por sua vez, enquanto a burguesia esteve no poder, estagnou
economicamente o País e vendeu, irresponsavelmente, mais de cem estatais, sendo
que algumas, a exemplo da Vale do Rio Doce e da Telebras, o são de enorme
interesse estratégico para o Brasil. Até hoje...
Luciano Huck e Angélica
não sabem disso. Não conhecem a história de luta para se ter o SUS e mantê-lo,
mesmo com seus defeitos, falhas e negligências de alguns profissionais de saúde
e principalmente de administradores. Depois desse grande susto, eles deveriam
agradecer a Deus, ao piloto, que foi de uma competência e de um estado de
espírito incomuns, ao povo brasileiro que financia o SUS e a políticos que se
dedicaram, de forma honrada, para que o Brasil avance em seus desejos e
esperanças de dias melhores.
Existem
políticos honrados e fora da política não há solução, a não ser a opção pelas
ditaduras, fato este que seria uma lástima, burrice extrema e falta de
compreensão da história do Brasil e da América Latina. Temos uma Casa Grande da
pior qualidade moral e completamente antissolidária. Parte dela se doeu com a
quase tragédia da família Huck e percebeu que os ricos e famosos também são
frágeis mortais perante a morte. A realidade não é o quadro “Lata Velha” e
muito menos o programa “Estrelas”. O SUS deu uma lição. Os Huck,
involuntariamente, também. É isso aí.
5 comentários:
São ricos, famosos,... mas o destino destas estrelas cafonas rs fê-las
mudaram de lugar...e foram parar no SUS...que deu uma lição...quem diria!.Mais uma excelente e oportuna postagem.
Não sou um coxinha fascista, mas permita-me algumas perguntas sinceras: Os Huck não têm direito ao atendimento no SUS ou SAMU ? A Santa Casa errou ao se preparar para a chegada de pacientes acidentados ? A Aeronáutica errou por ter enviado socorro imediato ? Brasileiros não devem manifestar suas convicções políticas ? Gostaria de entender a sua lógica.
Esse José Brazil é realmente um coxinhas que diz não ser um, mas é completamente coxinha e hipócrita, além de não ter discernimento sobre porra nenhuma. Leia o texto mais cem vezes, coxinha. Talvez você compreenda o que o articulista disse e explicou. Tucanalha sem noção.
Parabéns, Davis. Artigo muito bom. Realmente, o SUS e as forças do estado envolvidos com o socorro desses coxinhas globais alienados foi uma grande lição. Um grande abraço.
Por que o huck, em 2007, detonou a CPMF para financiar o SUS.
Henrique
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