Por
Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Dirceu tem de ser julgado pelo STF e não pela imprensa.
Hoje
pela manhã e antes de sair para trabalhar liguei a televisão e acessei o canal
da Globo News, que se prepara para a
cobertura do seu próximo show, o “julgamento
do mensalão”, pois é dessa forma que a imprensa comercial e privada trata as
realidades que se apresentam em forma de notícia: como show. Evidentemente, este “fenômeno” acontece quando há interesse
político e eleitoral do sistema midiático conservador e de oposição ao Governo
Federal, como se transformou o caso do mensalão, que até hoje está por se
provar.
Duvido,
porém, que algum juiz do STF, mesmo ideologicamente conservador, vai ter a
capacidade e a desfaçatez de, por exemplo, condenar sem provas o mais conhecido
dos réus, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, ou até mesmo o pivô da
crise, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que, em 2005, conspirou com
políticos e empresários para derrubar do poder o presidente Lula, que,
consciente do grave momento com o qual se deparava, foi às praças, à sociedade
civil para denunciar o que estava a acontecer, principalmente no Nordeste, e, por
conseguinte, fez a direita golpista recuar.
Para
concretizar esse intento, o sistema midiático burguês passa a pressionar os
ministros do STF e tenta pautar o processo, sem, no entanto, ter condições
técnicas e de conhecimento jurídico para isso, o que, sem sombra de dúvida,
leva o cidadão consciente do que é cidadania perceber que os barões da imprensa
e seus asseclas que os representam tem enorme interesse na condenação dos
envolvidos com o mensalão, e, consequentemente, tentam interferir no processo
eleitoral, além de beneficiar e promover seus aliados políticos, que são os
candidatos do DEM e principalmente os do PSDB, prioritariamente os de São
Paulo.
Olho
para a tela da Globo News e ouço e
leio uma propaganda, com letras garrafais: “Mensalão: cobertura completa, em
agosto”. É realmente um show preparado
para convencer o brasileiro conservador de classe média e média alta da culpabilidade
dos que respondem ao processo. No dia 2 do próximo mês os juízes do Supremo
abrem seus trabalhos que visam o julgamento dos réus incansavelmente
repercutido pela mídia empresarial de direita, que, contraditoriamente, nunca
deu muita relevância aos mensalões do DEM e do PSDB, partido que, por
intermédio do ex-governador de Minas Gerais (1995/1999), Eduardo Azerêdo, criou
o mensalão, cujo gerenciamento era a cargo do empresário do ramo de publicidade,
Marcos Valério, que, provavelmente, era um dos responsáveis pela movimentação
do caixa 2 das campanhas dos tucanos, não somente dos mineiros, mas também dos
paulistas.
Jefferson: pivô do "mensalão", tentativa de golpe e se defenderá atacando Lula. |
Outra
evidência do falso moralismo e do jornalismo sempre pontual da imprensa golpista
é quanto às denúncias relativas aos seus aliados políticos, como as provas
publicadas no livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro, que
foram boicotadas e não difundidas pela imprensa, apesar de o livro bater
recordes de venda em todo o Brasil. O escândalo do Rodoanel, dos pedágios, que
lesam há décadas o bolso do contribuinte paulista, do metrô, do Caixa 2 de José
Serra e de seus aliados, administrado pelo engenheiro Paulo Preto, que Serra,
em plena campanha a presidente, em 2010, teve a desonestidade de dizer que não
o conhecia, quando em inúmeras fotos e filmagens aparece o tucano com a pessoa
que ele nega ter contato e conhecimento.
Mas
a questão que chama mesmo a atenção é o tratamento que a imprensa hegemônica e
colonialista dá a José Dirceu, que renunciou à chefia da Casa Civil para se defender
na Câmara dos Deputados, e, posteriormente, cassado, sem provas, em um
julgamento político no qual a defesa foi apenas formal, porque até mesmo o
Governo queria dar fim a esse processo draconiano, com o propósito de
restabelecer a rotina da governança, bem como diminuir o assédio midiático, que
atuava de forma extremamente passional, partidária, feroz e, indiscutivelmente,
golpista. Esta é a verdade.
Dirceu,
sem sombra de dúvida, é o político, juntamente com Lula e Brizola, mais
agredido das últimas décadas. A direita partidária, com o apoio irrestrito dos
barões da imprensa, locupletou-se até se lambuzar e se sentiu forte o
suficiente para dar um golpe branco, de perfil parlamentar e jurídico, como
aconteceu recentemente no Paraguai. Para isso, os golpistas precisavam de um
homem de caráter simbólico, partícipe da esquerda armada, um dos ideólogos do
PT, com efetiva participação na Constituinte (1987/1988) e influente no governo
trabalhista de Lula, pois, obviamente, era a segunda personalidade mais
poderosa da República.
Por
tudo isso e por causa disso, armou-se uma armadilha mortal, que tinha e ainda
tem a finalidade de manter indefinidamente o nome de José Dirceu nas manchetes
das principais publicações e mídias brasileiras, como se fosse um trunfo da
direita corporativa, comercial e privada para futuros combates políticos, como
as eleições de outubro para prefeito de São Paulo, a preço do linchamento moral
de um dos políticos históricos do Brasil, que nunca se acovardou para se
defender, bem como jamais se recusou a dar explicações e falar do assunto
mensalão em qualquer parte e lugar, inclusive em programas televisivos com
jornalistas ideologicamente conservadores, de oposição, a exemplo dos que
participam de programas sobre política das televisões Bandeirantes e Cultura de
São Paulo, que, indubitavelmente, tem vocação favoravelmente tucana.
Gilmar é juiz, atacou Lula, falou do "mensalão" e se diz apto a julgar o processo. |
Muitos dos companheiros de José Dirceu, que
respondem como réus do caso mensalão, abaixaram a cabeça, ficaram deprimidos,
temerosos e se recolheram ao ponto de não aparecerem em público. Sumiram, creio
eu, não por se sentirem culpados, como é o caso de alguns, mas por considerarem
que a sociedade vai rejeitá-los, maltratá-los, ainda mais que a imprensa alienígena
faz do mensalão a ponta de lança de seus interesses comerciais, políticos e
ideológicos, além de ser um processo que está indelevelmente na memória da
população brasileira, porque desde 2004, ou seja, há oito anos a imprensa
burguesa o mantém nas manchetes, como se fosse a única coisa que aconteceu no Brasil
em termos de casos considerados efetivamente como corrupção ou malfeitos, como
afirma a presidenta trabalhista Dilma Rousseff.
A
realidade é que corrupção para valer e comprovada por documentos publicados
pelo livro “A Privataria Tucana” e propositalmente “esquecido” e censurado pela
imprensa burguesa e de retórica aconteceu mesmo no governo do presidente
neoliberal Fernando Henrique Cardoso, aquele mandatário sociológico do apagão
de dez meses e que foi três vezes ao FMI, de joelhos e com o pires na mão, ou
seja, por três vezes ele quebrou o Brasil. FHC, o Neoliberal, vendeu o
patrimônio que ele não construiu e nem ajudou a construir, além de jamais e em
tempo algum se dispôs a governar para os mais pobres, os mais fracos e os que
podem menos. Pelo contrário, governou para os ricos e se submeteu aos ditames
dos países colonialistas por ter uma mente colonizada. O Governo tucano e neoliberal
de FHC foi o governo Cavalaria de Átila, ou seja, por onde passava nem a grama
nascia.
FHC,
o Neoliberal, está solto, serelepe, a sorrir e a mendigar reconhecimento,
medalhas e moções pelo mundo, como aconteceu recentemente quando recebeu um
prêmio de US$ 1 milhão — ele disse que não vai doá-lo, quando geralmente os
ex-chefes de estado e governo doam — da biblioteca do congresso estadunidense,
que, talvez entediada e cansada dos pedidos dos assessores do tucano-mor,
resolveu conceder medalha, pois a tucanada emplumada ficou deveras insatisfeita
e profundamente invejosa com as dezenas de comendas, medalhas, moções e prêmios
que o estadista Lula recebeu, espontaneamente, no nosso País e no mundo, por
ter realizado o que o neoliberal FHC não realizou: um governo que desenvolveu
economicamente e socialmente o Brasil, ao permitir que o povo brasileiro
experimentasse depois de quase 50 anos uma ascensão social e financeira que
somente ocorreu nos governos do grande estadista gaúcho, o trabalhista Getúlio
Vargas, líder da Revolução de 1930, que, irrefutavelmente, tal qual à revolução
silenciosa de Lula, mudou o Brasil para sempre. Diferentemente da velha imprensa
alienígena, os historiadores, seguramente, vão mostrar, isentos de paixões, o
que o presidente Lula realizou para desenvolver o Brasil e beneficiar dezenas
de milhões de brasileiros.
A imprensa questiona Toffoli por causa do PT, enquanto Gilmar pode dar piti. |
No
dia 2 de agosto, o STF que está a ser pressionado por uma mídia de negócios e
perversa que quer pautá-lo, vai dar início ao tão propalado caso do mensalão.
Ministros foram absurdamente pressionados e inclusive alguns, a exemplo dos
juízes Antônio Dias Toffoli e Joaquim Barbosa, considerados pelos barões da
imprensa e seus jornalistas de confiança e comentaristas de prateleira como
incapazes de julgar o processo, porque, segundo esses “gênios” analíticos,
Toffoli trabalhou no passado para o PT e Joaquim Barbosa, de forma recorrente,
conflitou-se com os juízes de perfis conservadores e claramente oposicionistas
ao Governo Federal, como os senhores Gilmar Mendes, Antônio Cezar Peluso e
Marco Aurélio de Mello, além de outros menos midiáticos, que, inclusive, saíram
do STF.
Toffoli,
de acordo com a imprensa golpista, não pode julgar o mensalão. Um juiz que
nunca se meteu em confusão e nem se envolve com gente do perfil de Demóstenes
Torres, conforme gravações da PF, o que não ocorre com certo juiz tão admirado
por essa imprensa de vocação oportunista e contraditória. Contudo, sabe-se que
o Gilmar Mendes deu, recentemente, um verdadeiro piti, e, de maneira apoplética
e desonrosa para um ministro do Supremo, tentou envolver o presidente Lula em
fofoca de baixo nível junto ao ex-ministro do STF e da Justiça, Nelson Jobim,
que, prontamente, desmentiu o vaidoso e direitista juiz, que é a herança
maldita de FHC — também conhecido como o Neoliberal.
Como
a mentira tem perna curta, percebeu-se, em tempo curto, que Gilmar, a Veja e a
Globo estavam mancomunados, pois queriam trazer Lula para o olho do furacão do
caso mensalão, e, consequentemente, pressionar o STF, bem como manchar o nome
do político mais popular da história do Brasil, além de atingir a presidenta
Dilma Rousseff. Tudo isso ocorreu e ocorre por causa da luta política que
recrudesce a cada eleição, além de, evidentemente, de o mensalão e,
especificamente, o ex-ministro José Dirceu serem pauta e alvos constantes por
parte da imprensa de direita, como forma de desviar a atenção sobre os
escândalos dos tucanos de Minas e principalmente de São Paulo, dois estados
importantes, populosos e com uma parcela grande de eleitores conservadores.
Os
barões da imprensa e outros segmentos empresariais reacionários vão fazer de
tudo para que o PSDB paulista não seja derrotado eleitoralmente. Para eles, é
fundamental manter vivo o mensalão, mesmo a ter conhecimento que tal esquema
não foi provado como pagamento contínuo e sistemático a deputados para que apoiassem
as votações de interesse do governo. É o que afirmam os juristas que comentam
sobre o caso, além de políticos e comentaristas independentes dos interesses da
imprensa burguesa. Isto é importante e tem de ser ressaltado, pois não é
observado propositalmente pelos homens e mulheres que trabalham em órgãos
privados de imprensa.
Merval é do Millenium e quer condenar Dirceu. Só que ele não é juiz do STF. |
Além
disso, há três questões muito importantes e que nunca são divulgadas
propositalmente pela imprensa e seus comentaristas e especialistas de
prateleira: 1- apesar do mensalão, Lula se reelegeu, em 2006, e, por conseguinte,
elegeu sua sucessora Dilma Rousseff, em 2010; 2- é inquestionável o
equívoco e a obsessão da imprensa colonialista, que apesar das derrotas eleitorais
de seus aliados tucanos, ainda acredita que o mensalão possa influenciar no que
concerne ao voto dos brasileiros, e 3- o mensalão não é um processo que cita
apenas parlamentares do PT. Na realidade, é um processo multipartidário, no
qual parlamentares de inúmeros partidos estão envolvidos com o caso.
Só
que a imprensa monopolista ataca apenas o PT, porque esta agremiação política
efetiva um programa de governo distributivista, o que, historicamente, contraria
os interesses das elites empresariais não apenas do Brasil, bem como do
exterior. O PT é trabalhista, com muitos parlamentares, dirigentes e militantes
ideologicamente socialistas, o que, sem sombra de dúvida, causa urticária à
direita brasileira e internacional, principalmente à categoria mais atrasada
dos segmentos da sociedade, que é a dos proprietários dos meios de comunicação
cartelizados, que, para mim, superam até mesmo os ruralistas representados pelo
deputado Ronaldo Caiado, do DEM de Goiás, que, no decorrer da Constituinte
(1987/1988), na condição de presidente da UDR, tentou, de todas as maneiras e
formas possíveis, boicotar os trabalhos que, presididos pelo deputado Ulysses
Guimarães, visavam edificar uma constituição democrática e progressista para a
Nação brasileira, o que, sobremaneira, foi feito. Portanto, é inenarrável a desfaçatez, a
insensatez e a mesquinhez daqueles que controlam um sistema midiático dos mais
poderosos do mundo. Todavia, não esqueçamos: poderoso, mas uma concessão
pública.
Por
sua vez, José Dirceu afirma há tempos que quer apenas um julgamento justo,
técnico e que comprove ou não se ele realmente incorreu em malfeitos. A verdade
é que o que foi comprovado realmente foi o mensalão do DEM, cujo governador do
DF, José Roberto Arruda, ficou preso no presídio da Papuda, além da comprovação
do mensalão do PSDB mineiro, cujo criador de todos os mensalões é o ex-governador
tucano Eduardo Azeredo, que tinha como gerente desse caixa 2 o publicitário e
empresário Marcos Valério. Os barões da imprensa hegemônica e gente como o
Merval Pereira, Ricardo Noblat, as jornalistas “meninas” do Jô, o pseudointelectual
verborrágico, Arnaldo Jabor, além de muitos outros fazem questão de esquecê-lo.
Afinal, para eles, o mensalão que existiu se resume apenas ao do PT, que está
no poder em um tempo de dez anos e demonizado pelas “elites” brasileiras desde
sua criação, em 1980.
A
direita é insistente com seus dogmas (muito dinheiro e sectarismo social para
manter privilégios) e refratária às mudanças, mesmo se ela for beneficiada e
auferir lucros maiores dos que sempre teve anteriormente a Lula e Dilma. Não
importa. Sua essência é de escorpião, que mata com seu veneno aquele que o
beneficia. Por isso, a direita não é confiável. Jamais governantes trabalhistas
devem confiar na direita, mesmo que por motivo de governança em dado momento
por ser necessário compor com ela. Compõem-se em nome do desenvolvimento, das
mudanças e das reformas, mas sempre procurar ter o cuidado com seus dentes para
se evitar, por exemplo, “escândalos” artificiais montados pelos conservadores golpistas,
como ocorreu com as revistas Veja e Época, cujos diretores se envolveram com a
quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira, com o objetivo de criar celeumas,
intrigas e dessa forma desestabilizar os governos trabalhistas, que, inclusive,
exoneraram ministros importantes e sem culpabilidade comprovada.
José
Dirceu quer o julgamento. Ele quer ser julgado. Entretanto, não quer ser
linchado e muito menos que o STF seja pautado por quem quer que seja. É um
absurdo. O Jornal Nacional, o Mau Dia Brasil e os jornais da Globo News e seus
comentaristas de prateleira estão a postos, prontos para pressionar a mais alta
Corte judicial deste País, mas não vai ser possível atender a tão pueril e
bárbaro desejo do sistema midiático empresarial que boicota o Brasil e faz
oposição sistemática ao governo central, como se fosse um partido político, o
Partido da Imprensa Golpista — o PIG. Contudo, publico esta frase para resumir
o que está a acontecer:
"Não
serei condenado. Não há condição de me condenarem. É um absurdo jurídico tão
grande que penso que o Supremo não vai fazer isso".
Quem
pensa que esta frase é do ex-ministro José Dirceu está enganado, redondamente
equivocado. Quem vocalizou tal afirmação não é nada mais e nada menos que o
pivô da crise do mensalão, o ex-deputado e atual presidente do PTB, Roberto
Jefferson. O mesmo homem que negou a existência do mensalão aos ministros do
STF percebeu que foi usado ou se permitiu a ser usado como bucha de canhão. Em
minha opinião e de outros analistas, bem como de historiadores, Jefferson, com
o apoio de setores do DEM e do PSDB, além de certo empresariado encastelado em
suas federações e confederações, foi o cão da arma que foi acionado para dar
início ao golpe de estado, em 2005.
Não
deu certo. O tiro saiu pela culatra. Agora, esperemos pelo julgamento no início
de agosto, apesar da pauta da mídia alienígena já ter condenado José Dirceu,
vítima de um linchamento moral, político e midiático dos mais cruéis e graves
que já vi em toda minha vida, o que contraria o Direito e a Constituição. A
Globo, cabeça da mídia cartelizada, prepara um show em prol de seus interesses, enquanto a sociedade brasileira
quer, irremediavelmente, a verdade dos fatos. E vai saber deles pelo STF. José
Dirceu tem de ser julgado pelo Tribunal e não pela imprensa. É isso aí.
4 comentários:
Sempre considerei o José Dirceu culpado, ainda mais que os ataques contra ele sempre foram muito fortes. A imprensa há anos publica matéria sobre ele, mas não publica sobre o livro a Privataria Tucana e outros escândalos que acontecem principalmente em São Paulo. A partir daí passei a ter um cuidado com que lia, já que percebi que a impresnsa escolhe lados. não estou defendendo o José Dirceu, mas defendo, como voc~e, um julgamento justo. Quem julga é o juiz e não a imprensa.
Defendo completa e totalmente o ministro José Dirceu. Primeiro, porque não fez coisa alguma que zilhões de outros não façam rotineiramente e impunemente. Melhor que não tivesse feito, mas mesmo que não tivesse feito o que fez, o ministro José Dirceu seria esquartejado por alguma outra coisa. Li na Revista Piauí -- que é revista fecal -- que o ministro tem na parede, em casa, um quadro assinado por Sarney. Pelo erro de ter aberto a própria casa à 'imprensa' brasileira', o ministro pagou tão caro quanto também já pagou por outros erros igualmente graves. O ministro José Dirceu SEMPRE FOI o melhor quadro político do PT. Mas nem Lênin seria o melhor quadro político do universo, que foi, se não tivesse partido. O ministro Dirceu tinha de ser detonado e foi detonado e seria detonado em todos os casos, dentre zilhões de razões tb pela razão (suficiente) de que seu partido não saberia defendê-lo politicamente, como não o defendeu e, até, ajudou a detoná-lo. Deve-se anotar que NUNCA, nem quando estava sendo detonado pela 'ética' reacionária e udenista que sobrevive dentro do PT-SP, o ministro Dirceu falou mal do próprio partido. Vai-se ver, ainda não era a hora histórica de Dirceu. OK. Dirceu sobreviveu pelo menos pessoalmente -- onde tantos deixaram-se derrotar também pessoalmente, além de politicamente.
Mais uma coisa: Roberto Jefferson não tinha qquer projeto, estratégia ou plano político, nem antes, nem durante, nem depois do mensalão. Fez o que fez EXCLUSIVAMENTE para não ser preso como ladrão. Foi usado como instrumento útil e descartado. Permanece descartado até hoje e descartado ficará para sempre. Dar leitura ou importância política àquele tolo metido a esperto é totalmente perder tempo e desencaminhar qualquer análise. Mas, sim: pelo menos até agora, Jefferson está conseguindo safar-se da cadeia. Mérito dele: lutar para safar-se da cadeia é direito que não se pode negar a nenhum ladrão. Qualquer outro papo é xilique metido a 'ético' de petista udenista metido a 'ético'. Quanto à Globo, é desligar a televisão e pronto. Não assisto à Globo há anos e, quanto menos assisto, melhor consigo ver e analisar a realidade. Só a luta ensina.
Valeu, Vila. É isso aí. Um abraço.
Ótima análise, Davis. Sugiro que rebatizemos o mensalão para 'Mensalão do PIG'.
Fica mais exato e mais revelador.
Abraço
Flávio
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