Por
Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Republico
artigo publicado no Jornal do Brasil em 2011, que,
indubitavelmente, demonstra a índole perversa e a má-fé da imprensa monopolista e
cartelizada deste País, neste caso exemplificada no mais reacionário dos
jornais brasileiros dentre os reacionários, o jornal O Estado de São Paulo — vulgo Estadão.
A foto da presidenta Dilma a ser ferida é mais do que simbólica. É um desejo.
Quando eu escrevi o artigo O Partido da Imprensa, texto que faz um raio-x da imprensa hegemônica e privada, que está publicado no Palavra Livre, a grande maioria das pessoas concordaram; outras, porém, consideraram o texto à esquerda do espectro ideológico, o que me levou a pensar que esses leitores são conservadores e, portanto, reticentes às questões que ofereci ao público para debater e fazer das informações uma oportunidade de conhecimento como a imprensa comercial age, atua e desenvolve seus trabalhos em prol de seus interesses comerciais, financeiros, ideológicos e partidários.
Quando eu escrevi o artigo O Partido da Imprensa, texto que faz um raio-x da imprensa hegemônica e privada, que está publicado no Palavra Livre, a grande maioria das pessoas concordaram; outras, porém, consideraram o texto à esquerda do espectro ideológico, o que me levou a pensar que esses leitores são conservadores e, portanto, reticentes às questões que ofereci ao público para debater e fazer das informações uma oportunidade de conhecimento como a imprensa comercial age, atua e desenvolve seus trabalhos em prol de seus interesses comerciais, financeiros, ideológicos e partidários.
A imprensa não é livre e nem imparcial. Ela tem
lado, bem como ideologia e preferências políticas e sociais, no que tange, por
exemplo, à defesa do status quo das classes privilegiadas, geralmente compostas
por empresários e pelos seus homens e mulheres de confiança, que são executivos
que compõem as classes rica e média alta. A imprensa privada também tem lado
político e partidário. A ser assim, ela apóia os candidatos e políticos de
direita, bem como faz política, ao ponto de apoiar governantes e executivos
públicos que tratam de seus interesses com acuidade e uma certa vassalagem,
geralmente alicerçada no medo, na pusilanimidade ou simplesmente por esse
agente público ser também conservador.
Contudo, o que eu quero dizer é que a imprensa
brasileira comercial e privada — uma das piores e mais reacionárias do mundo —
não mede conseqüência e “peita” qualquer autoridade eleita pela vontade do povo
e instituição pública se essa autoridade ou instituição não se pautar por sua
cantilena, arenga ou ladainha. Para isso, ou seja, para ter seus interesses e
sua prepotência e arrogância atendidos, a imprensa não se furta a manipular as
matérias, a não ouvir o lado atingido por ela (age assim sempre) e até mesmo
simplesmente mentir, sem nenhum problema e preocupação profissional, no que
concerne a realizar um bom jornalismo, democrático e justo. Só que a imprensa é
comercial e quem disputa publicidade, recursos orçamentários e favores
políticos, esquece, irremediavelmente, o jornalismo que, por causa disso tudo,
transforma-se em gangsterismo.
É o que acontece. É a mais verdadeira realidade. E
é por causa disso tudo que o nome deste artigo publicado nesta democrática
tribuna é O Estadão mata a presidenta Dilma com a espada do Exército.
E foi que os reacionários, que apoiram o Golpe Civil-Militar de 1964 fizeram.
Freud explica! Basta o leitor ver a foto e pensar no que levou os editores do
direitista jornalão paulista a cometer tal ignomínia, indescritível insensatez,
além de uma provocação pérfida, desumana, porque a presidenta Dilma Rousseff
foi torturada em sua alma e espírito, em sua carne pelos verdugos da ditadura
militar.
Nada, contudo, que me surpreenda. Conheço a
imprensa por dentro e por fora há 30 anos. É assim mesmo que a banda toca nas
redações. Vou exemplificar. Quando o grande brasileiro nacionalista Celso
Amorim assumiu a pasta da Defesa, as redações das Organizações(?)
Globo em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo definiram que
iriam à caça do insigne chanceler. O assunto vazou e os próceres, os
capitães-do-mato da imprensa privada (privada nos dois sentidos, tá?) e os
condestáveis barões de imprensa e de mídias recuaram, mas ficaram furiosos, a
fim de morder a jugular do jornalista ou executivo que vazou tal infâmia. Mas
como apontá-lo? Não tem como.
Todavia, o recuo é somente por enquanto, porque
eles são Ideológicos e odeiam o homem que efetivou no Itamaraty uma política
externa independente e soberana para o Brasil em vez de uma política de
punhos-de-renda como a do Celso Lafer, chanceler de FHC que tirou os sapatos no
aeroporto de Nova Iorque para um agente estadunidense subalterno. É assim a
nossa elite. Prepotente com os mais fracos, mas vassala e sem vergonha na cara
quando se trata de lamber as botas das autoridades dos países ricos, que na são
mais ricos como antes da crise de 2008, que derreteu o fracassado sistema
neoliberal.
É uma imprensa tão anti Brasil que torce contra o
País e rema contra a maré, ao ponto de querer que nossa política externa seja
dependente, subalterna e colonizada aos interesses internacionais, como a que
foi imposta ao nosso País pelo presidente neoliberal e vendilhão da pátria,
Fernando Henrique Cardoso. O complexo de vira-lata de nossa elite branca,
racista e preconceituosa em âmbito social é imenso, inenarrável. Só que a
imprensa privada não tem voto, como ficou demonstrado nas últimas eleições, em
2010, apesar da traição da senhora Marina Silva, tucana que se veste de verde e
que tem o coração vermelho do PPS, partido pequeno e desmoralizado, porque se
transformou em um apêndice não do PSDB, mas dos tucanos paulistas. Não é à toa
que o senhor Roberto Freire, pernambucano, hoje é político por São Paulo.
A verdade é que a imprensa tucana não quer o Brasil
de Lula, de Dilma, de Getúlio e Jango. Ela não quer o Brasil de Celso Amorim,
que agora ajuda a presidenta a administrar o nosso País muito melhor que o
Brasil dos neoliberais tucanos, que governaram somente para os ricos e venderam
o patrimônio público brasileiro que eles não construíram, na maior desfaçatez e
irresponsabilidade com o povo trabalhador brasileiro. A imprensa burguesa, os
tucanos paulistas e em geral e parte do empresariado atrasado é um triunvirato
perigosíssimo, por ser golpista, por fomentar discórdia e fazer da política
brasileira um texto novelesco de péssima qualidade.
Porém, voltemos à protagonista deste texto, a
presidenta trabalhista Dilma Rousseff. O Estadão, ex-jornal
conservador da família Mesquita (eles não são mais os acionistas majoritários),
publicou ontem (21), na página A-7, em sua edição impressa, foto da presidenta
que dá a impressão de ela ser trespassada por uma espada de um cadete do
Exército, em cerimônia realizada na Academia das Agulhas Negras em Resende, no
Rio de Janeiro. A foto, mais do que demonstrar que o fotógrafo foi feliz ou que
o editor do jornalão teve um momento genial, simboliza, mais do que simboliza,
sedimenta o desprezo, o ódio, a insatisfação que a imprensa comercial e privada
e seus donos sentem pelos políticos que não rezam pela cartilha desses
empresários de passado e histórico golpista.
A foto demonstra, indubitavelmente, a vontade que
essa gente tem de golpear uma presidenta constitucional, de formação socialista
e trabalhista, digna e eleita pelas urnas. É a direita mais atrasada do Brasil
e com um poder enorme, ao ponto de publicar leviandades perpetradas por causa
de seus interesses econômicos que, na maioria das vezes, não coadunam com a
vontade e os interesses da nação brasileira. Eles conhecem mais a Europa e os
Estados Unidos que o Brasil. Desprezam o Brasil e seu povo, mas não abrem mão
de ganhar muito dinheiro neste País, com empregados, evidentemente,
brasileiros.
A foto de Dilma trespassada por uma espada de militar
é o fim da picada. A imprensa hegemônica e privada (privada nos dois sentidos,
tá?) do Brasil é golpista e por isso considero que a presidenta Dilma Rousseff
crie logo uma Ley de Medios, como ocorreu na Argentina e em outros países,
inclusive os desenvolvidos, que têm marco regulatório para o setor de
comunicação e de mídias diversas. Não se brinca com uma imprensa potencialmente
contrária aos interesses do País. Governos trabalhistas não podem tergiversar
com assunto tão importante para o futuro da nossa democracia e das instituições
republicanas. A história do Brasil está repleta de golpes e crises e até mesmo
mortes, por causa de uma elite econômica perversa e de uma imprensa que é a sua
porta-voz. A foto da presidenta Dilma a ser ferida é mais do que simbólica. É
um desejo.
3 comentários:
Parabéns, Denis. Trabalho completo e perfeito. Abs. Célvio ( do ContrapontoPIG)
Valeu, Célvio.
Abraço, Davis.
Nossa é muita falta de respeito com a Presidenta do Brasil.
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