Blog Palavra Livre
Por Mark H Gaffney, The Information Clearing House
Recentemente, o presidente Obama
impôs novas sanções ao Irã, as quais, segundo a imprensa-empresa, teriam sido
muito eficientes, causando repentina desvalorização da moeda iraniana. Os
iranianos, corretamente, entendem que estão sendo atacados; e ameaçaram, em
resposta, bloquear o Estreito de Ormuz, por onde tem de transitar grande parte
do petróleo que flui do Oriente Médio para a economia global.
Se a crise aprofundar-se e o Irã
cumprir a ameaça e fechar Ormuz, praticamente com certeza os EUA intervirão
para reabrir o estreito. Isso levará a guerra pela qual o Irã será
responsabilizado, mesmo que, como se sabe, as recentes sanções impostas ao país
pelos EUA equivalham a ato de guerra.
Minha opinião é que os EUA
explorarão a situação para atacar as instalações nucleares iranianas. Mas, mais
importante que elas, os EUA atacarão também as instalações que guardam os mísseis
iranianos convencionais. Entendo que essa é a causa real das sanções
norte-americanas contra o Irã; como me parece ser também a causa do aumento das
tensões nos últimos dias. Apesar da retórica sobre armas nucleares e o que é
mostrado à opinião pública, a crise atual nada tem a ver com armas nucleares ou
com algum programa iraniano para construir armas atômicas. Ao que parece, não
passa de história criada para ocupar as manchetes de primeira página, ou seja,
a história de capa para encobrir a história real.
A real questão está em que o Irã
aprimorou muito seus mísseis convencionais de médio alcance, todos já equipados
com tecnologia GPS, o que os torna armas significativamente mais precisas.
Significa que o Irã já pode atingir os arsenais israelenses de armas nucleares,
biológicas e químicas, todos localizados em território israelense, e já pode
atingir também o reator nuclear israelense em Dimona.
Em resumo, o Irã já tem
capacidade convencional para conter Israel. Nesse sentido, acredito que os
oficiais iranianos não mentem quando dizem que o Irã não tem programa de armas
nucleares. De fato, o Irã não precisa de armas nucleares para conter Israel. O
Irã já pode conter Israel com seus mísseis de médio alcance guiados por GPS. Os
israelenses, evidentemente, ficaram em posição fragilíssima, porque, nessas
circunstâncias, passam a ser eles mesmos as primeiras vítimas mais diretamente
ameaçadas pelos seus próprios arsenais de armas de destruição em massa e pelo
próprio reator nuclear israelense, em Dimona – os quais já são, todos, alvos
acessíveis.
Qualquer ataque direto
bem-sucedido àqueles arsenais e àquele reator provocará nuvem tóxica letal, que
matará, primeiro, milhares de israelenses. Em caso mais grave, de ataque mais
amplo, há hoje ameaça real à sobrevivência do estado judeu.
Simultaneamente, é preciso ter em
mente que o Irã não tem interesse em lançar qualquer tipo de ataque preventivo
a Israel, porque o Irã sabe que a reação conjunta Israel-EUA seria devastadora.
Mas, se o Irã for atacado primeiro, desaparece esse cálculo estratégico. E não
cabe descartar a possibilidade da reação iraniana, porque o Irã, se for
atacado, terá de defender-se. Nesse caso, o Irã, sim, atacará Israel, dado que
os líderes iranianos veem com absoluta clareza (apesar de o povo
norte-americana nada ver e nada entender) que toda a atual ‘crise’ foi
fabricada exclusivamente para tentar tirar Israel da posição precária em que se
meteu.
Do ponto de vista dos
israelenses, a capacidade de contenção que o Irã alcançou (não nuclear, como se
diz ou suspeita, mas capacidade convencional) é absolutamente inaceitável. Os
estrategistas militares israelenses sempre insistiram na necessidade de
manterem total capacidade de movimento.
Por isso, Israel recusou, há
vários anos, o pacto de defesa que os EUA ofereceram: porque aquele tratado
teria limitado a liberdade de movimento dos israelenses, limitação inaceitável
para eles. Os líderes israelenses naquele momento optaram por manter-se
independentes. Para Israel, essa independência seria crucialmente importante
para que o estado judeu pudesse continuar suas políticas de intimidação contra
os vizinhos regionais, qualquer deles, como melhor interessasse a Israel e sem
considerar interesses estratégicos dos EUA.
Israel jamais aceitou qualquer
limitação a essa ‘liberdade’ para intimidar vizinhos regionais, fossem quais
fossem, e definidos por critérios do estado judeu. Os mísseis convencionais
iranianos, hoje, puseram fim àquela ‘liberdade’. Os estrategistas israelenses
muito provavelmente se preocupam, por exemplo, com a evidência de que os
mísseis convencionais iranianos limitam consideravelmente a liberdade de Israel
para atacar, em conflitos futuros, o Hezbollah no Líbano. O Hezbollah é íntimo
aliado de Teerã.
Minha opinião é que a atual crise
foi fabricada para criar o pretexto para um movimento da Força Aérea dos EUA
para destruir os arsenais iranianos de mísseis convencionais. Os EUA também
atacariam as instalações nucleares iranianas, mas o alvo primário seriam os
mísseis convencionais. Os EUA estariam a serviço de Israel. O rabo sionista,
mais uma vez, sacudindo o cachorro norte-americano subalterno.
Obviamente, é impossível obter
apoio popular para esse tipo de ataque, em que os EUA estariam bombardeando
nação não atacante, só porque os sionistas assim o ordenem. Então se inventou a
‘manchete de primeira página’: a versão segundo a qual inexistentes armas
nucleares iranianas estariam ameaçando varrer Israel do mapa. As armas
nucleares não existem, como até a Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA) já constatou oficialmente. Mas funcionaram, mesmo assim, como pretexto
para vasta campanha de propaganda.
Mísseis iranianos regulares orientados por GPS. |
O problema, do ponto de vista dos
EUA, é que a tarefa de destruir a capacidade iraniana de conter Israel não é
tarefa fácil; de fato, é ainda mais difícil do que destruir as instalações
nucleares iranianas. É muito pouco provável que os mísseis convencionais
iranianos estejam armazenados num único ponto: com toda a certeza estão
disseminados por todo o território iraniano. Se o Irã for atacado por ar, a
liderança iraniana – que com certeza já fez toda essa análise –, rapidamente
‘decifrará’ o objetivo do ataque.
Ante o risco de perderem a
capacidade para conter Israel, é possível que os mulás optem por disparar os
mísseis convencionais que não tenham sido destruídos no primeiro ataque
norte-americano. Se o fizerem e se apenas alguns dos mísseis atingirem arsenais
israelenses de armas nucleares, químicas ou biológicas, o efeito, em todos os
casos, será desastroso. Israel responderá. E pode recorrer, inclusive à “Opção
Sansão”: usar armas nucleares contra o Irã. Não há palavras para descrever a
escala horrenda a que esses desenvolvimentos podem chegar. Desgraçadamente,
tudo isso é rigorosamente possível.
Desde o primeiro momento, além do
mais, também as forças navais dos EUA no Golfo serão atacadas. E que ninguém se
iluda ou se engane: o Irã tem quantidade suficiente de mísseis cruzadores
terra-mar para provocar danos consideráveis na chamada “presença naval dos EUA
no Golfo”. No momento em que escrevo já há milhares de marinheiros
norte-americanos plantados, pode-se dizer, na linha de tiro, e sob ameaça.
É indispensável impedir qualquer
ataque ao Irã. É absolutamente necessário impedir mais essa guerra.
Todos os ativistas devem
mobilizar, agora, todos os recursos dos quais disponhamos para defender e fazer
avançar a paz. O povo norte-americano tem de conhecer a verdade. A “crise”
iraniana é falsa. É crise inventada. Mas o perigo de guerra é real.
É hora de gritar forte, de gritar
muito a favor da paz. Amanhã talvez seja tarde demais.
Um comentário:
Pois é Davis, há tempos tenho falado que os EUAN são submissos à israel, e tenho sofrido imensa censura por causa disto, afinal grande parte do poder financeiro e da mídia estão nas mãos de judeus, não só nos EUAN como pelo mundo afora também, Facebook, YouTube, Google, Orkut, mais de 80% de Hollywood e dos bancos norte-americanos, os principais ancoras das tvs e de programas chaves e etc, quer dizer o poder de manipular a mídia em todos sentidos é incomensurável. Evidentemente existem judeus do bem, mas muitos têm a sede de poder absurda e acham que todos os demais que não são de sua tribo devem se submeter a eles. É impressionante. Se a globo, que é tupiniquim, faz o estrago que faz alienando grande parte do povo, dá para se ter certeza da catástrofe que o poder deles têm sobre grande parte do planeta à parte o bélico de israel e principalmente do seu fantoche que são os EUAN, nós outros que o resistimos, ou eles nos impedem de sermos mais conhecidos nos censurando de forma sutil ou aqueles que ficam sob holofotes procuram inventar algum meio jurídico de os processar porque deles nada contra se pode falar. Você que teve sua liberdade de expressão tolhida no JB, por motivos que até hoje eu não consegui compreender, sabe muito bem o que é ser-se perseguido só porque lutamos por um lugar ao Sol para todos.
Davis, sei que Você publicar minha opinião pode provocar mais retaliações para Você como ocorre para mim, mas eu já estou acostumado, por isso compreenderei se este comentário ficar apenas entre nós dois.
Abraços cordiais deste seu amigo,
Joahermen
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