sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A história real e o Irã das manchetes de jornais ocidentais


 

 
Por  Mark H Gaffney, The Information Clearing House
Recentemente, o presidente Obama impôs novas sanções ao Irã, as quais, segundo a imprensa-empresa, teriam sido muito eficientes, causando repentina desvalorização da moeda iraniana. Os iranianos, corretamente, entendem que estão sendo atacados; e ameaçaram, em resposta, bloquear o Estreito de Ormuz, por onde tem de transitar grande parte do petróleo que flui do Oriente Médio para a economia global.
Se a crise aprofundar-se e o Irã cumprir a ameaça e fechar Ormuz, praticamente com certeza os EUA intervirão para reabrir o estreito. Isso levará a guerra pela qual o Irã será responsabilizado, mesmo que, como se sabe, as recentes sanções impostas ao país pelos EUA equivalham a ato de guerra.
Minha opinião é que os EUA explorarão a situação para atacar as instalações nucleares iranianas. Mas, mais importante que elas, os EUA atacarão também as instalações que guardam os mísseis iranianos convencionais. Entendo que essa é a causa real das sanções norte-americanas contra o Irã; como me parece ser também a causa do aumento das tensões nos últimos dias. Apesar da retórica sobre armas nucleares e o que é mostrado à opinião pública, a crise atual nada tem a ver com armas nucleares ou com algum programa iraniano para construir armas atômicas. Ao que parece, não passa de história criada para ocupar as manchetes de primeira página, ou seja, a história de capa para encobrir a história real.


  A real questão está em que o Irã aprimorou muito seus mísseis convencionais de médio alcance, todos já equipados com tecnologia GPS, o que os torna armas significativamente mais precisas. Significa que o Irã já pode atingir os arsenais israelenses de armas nucleares, biológicas e químicas, todos localizados em território israelense, e já pode atingir também o reator nuclear israelense em Dimona.
Em resumo, o Irã já tem capacidade convencional para conter Israel. Nesse sentido, acredito que os oficiais iranianos não mentem quando dizem que o Irã não tem programa de armas nucleares. De fato, o Irã não precisa de armas nucleares para conter Israel. O Irã já pode conter Israel com seus mísseis de médio alcance guiados por GPS. Os israelenses, evidentemente, ficaram em posição fragilíssima, porque, nessas circunstâncias, passam a ser eles mesmos as primeiras vítimas mais diretamente ameaçadas pelos seus próprios arsenais de armas de destruição em massa e pelo próprio reator nuclear israelense, em Dimona – os quais já são, todos, alvos acessíveis.
Qualquer ataque direto bem-sucedido àqueles arsenais e àquele reator provocará nuvem tóxica letal, que matará, primeiro, milhares de israelenses. Em caso mais grave, de ataque mais amplo, há hoje ameaça real à sobrevivência do estado judeu.


             Simultaneamente, é preciso ter em mente que o Irã não tem interesse em lançar qualquer tipo de ataque preventivo a Israel, porque o Irã sabe que a reação conjunta Israel-EUA seria devastadora. Mas, se o Irã for atacado primeiro, desaparece esse cálculo estratégico. E não cabe descartar a possibilidade da reação iraniana, porque o Irã, se for atacado, terá de defender-se. Nesse caso, o Irã, sim, atacará Israel, dado que os líderes iranianos veem com absoluta clareza (apesar de o povo norte-americana nada ver e nada entender) que toda a atual ‘crise’ foi fabricada exclusivamente para tentar tirar Israel da posição precária em que se meteu.
Do ponto de vista dos israelenses, a capacidade de contenção que o Irã alcançou (não nuclear, como se diz ou suspeita, mas capacidade convencional) é absolutamente inaceitável. Os estrategistas militares israelenses sempre insistiram na necessidade de manterem total capacidade de movimento.
Por isso, Israel recusou, há vários anos, o pacto de defesa que os EUA ofereceram: porque aquele tratado teria limitado a liberdade de movimento dos israelenses, limitação inaceitável para eles. Os líderes israelenses naquele momento optaram por manter-se independentes. Para Israel, essa independência seria crucialmente importante para que o estado judeu pudesse continuar suas políticas de intimidação contra os vizinhos regionais, qualquer deles, como melhor interessasse a Israel e sem considerar interesses estratégicos dos EUA.


 Israel jamais aceitou qualquer limitação a essa ‘liberdade’ para intimidar vizinhos regionais, fossem quais fossem, e definidos por critérios do estado judeu. Os mísseis convencionais iranianos, hoje, puseram fim àquela ‘liberdade’. Os estrategistas israelenses muito provavelmente se preocupam, por exemplo, com a evidência de que os mísseis convencionais iranianos limitam consideravelmente a liberdade de Israel para atacar, em conflitos futuros, o Hezbollah no Líbano. O Hezbollah é íntimo aliado de Teerã.
Minha opinião é que a atual crise foi fabricada para criar o pretexto para um movimento da Força Aérea dos EUA para destruir os arsenais iranianos de mísseis convencionais. Os EUA também atacariam as instalações nucleares iranianas, mas o alvo primário seriam os mísseis convencionais. Os EUA estariam a serviço de Israel. O rabo sionista, mais uma vez, sacudindo o cachorro norte-americano subalterno.
Obviamente, é impossível obter apoio popular para esse tipo de ataque, em que os EUA estariam bombardeando nação não atacante, só porque os sionistas assim o ordenem. Então se inventou a ‘manchete de primeira página’: a versão segundo a qual inexistentes armas nucleares iranianas estariam ameaçando varrer Israel do mapa. As armas nucleares não existem, como até a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já constatou oficialmente. Mas funcionaram, mesmo assim, como pretexto para vasta campanha de propaganda.

Mísseis iranianos regulares orientados por GPS.
 O problema, do ponto de vista dos EUA, é que a tarefa de destruir a capacidade iraniana de conter Israel não é tarefa fácil; de fato, é ainda mais difícil do que destruir as instalações nucleares iranianas. É muito pouco provável que os mísseis convencionais iranianos estejam armazenados num único ponto: com toda a certeza estão disseminados por todo o território iraniano. Se o Irã for atacado por ar, a liderança iraniana – que com certeza já fez toda essa análise –, rapidamente ‘decifrará’ o objetivo do ataque.
Ante o risco de perderem a capacidade para conter Israel, é possível que os mulás optem por disparar os mísseis convencionais que não tenham sido destruídos no primeiro ataque norte-americano. Se o fizerem e se apenas alguns dos mísseis atingirem arsenais israelenses de armas nucleares, químicas ou biológicas, o efeito, em todos os casos, será desastroso. Israel responderá. E pode recorrer, inclusive à “Opção Sansão”: usar armas nucleares contra o Irã. Não há palavras para descrever a escala horrenda a que esses desenvolvimentos podem chegar. Desgraçadamente, tudo isso é rigorosamente possível.
Desde o primeiro momento, além do mais, também as forças navais dos EUA no Golfo serão atacadas. E que ninguém se iluda ou se engane: o Irã tem quantidade suficiente de mísseis cruzadores terra-mar para provocar danos consideráveis na chamada “presença naval dos EUA no Golfo”. No momento em que escrevo já há milhares de marinheiros norte-americanos plantados, pode-se dizer, na linha de tiro, e sob ameaça.

 
É indispensável impedir qualquer ataque ao Irã. É absolutamente necessário impedir mais essa guerra.
Todos os ativistas devem mobilizar, agora, todos os recursos dos quais disponhamos para defender e fazer avançar a paz. O povo norte-americano tem de conhecer a verdade. A “crise” iraniana é falsa. É crise inventada. Mas o perigo de guerra é real.
É hora de gritar forte, de gritar muito a favor da paz. Amanhã talvez seja tarde demais.

Um comentário:

Joahermen disse...

Pois é Davis, há tempos tenho falado que os EUAN são submissos à israel, e tenho sofrido imensa censura por causa disto, afinal grande parte do poder financeiro e da mídia estão nas mãos de judeus, não só nos EUAN como pelo mundo afora também, Facebook, YouTube, Google, Orkut, mais de 80% de Hollywood e dos bancos norte-americanos, os principais ancoras das tvs e de programas chaves e etc, quer dizer o poder de manipular a mídia em todos sentidos é incomensurável. Evidentemente existem judeus do bem, mas muitos têm a sede de poder absurda e acham que todos os demais que não são de sua tribo devem se submeter a eles. É impressionante. Se a globo, que é tupiniquim, faz o estrago que faz alienando grande parte do povo, dá para se ter certeza da catástrofe que o poder deles têm sobre grande parte do planeta à parte o bélico de israel e principalmente do seu fantoche que são os EUAN, nós outros que o resistimos, ou eles nos impedem de sermos mais conhecidos nos censurando de forma sutil ou aqueles que ficam sob holofotes procuram inventar algum meio jurídico de os processar porque deles nada contra se pode falar. Você que teve sua liberdade de expressão tolhida no JB, por motivos que até hoje eu não consegui compreender, sabe muito bem o que é ser-se perseguido só porque lutamos por um lugar ao Sol para todos.
Davis, sei que Você publicar minha opinião pode provocar mais retaliações para Você como ocorre para mim, mas eu já estou acostumado, por isso compreenderei se este comentário ficar apenas entre nós dois.
Abraços cordiais deste seu amigo,
Joahermen