segunda-feira, 20 de maio de 2013

NA VIDA



ESPAÇO BICO DE PENA Blog Palavra Livre
 


Olho para o sol e não o vejo.
O sol não me ilumina.
Respiro fundo, busco o vento,
Voo no meu carro, à estrequenina.
Penso nos amores passados,
Também nos fracassos
E em todas as minhas despedidas.
Olho a paisagem da longa estrada.
Ela é tão bonita ...

Piso no acelerador, e corro.
Acendo um cigarro, e me exponho...
Penso na vida.
Angustiado, dirijo-me ao apartamento:
Ouvir música e beber qualquer bebida,
Depois dormir sabendo que meu ungüento
É viver só de partida.

Davis Sena Filho — 01/09/1994 — Brasília


4 comentários:

Magda disse...

Lindo e melancólico.

Anônimo disse...

Nobre blogueiro, comente a morte de Ruy Mesquita, dono do Estadão. Dono, não, porque há muito tempo ele teve que entregar o controle do jornal a banqueiros...

Tião Abatiá - PR

Anônimo disse...

Muiiiiiiito bom!!!Pois é...chegamos à vida para dela partir. A cada dia que ganhamos, concomitante e igualmente perdemos um.Se nunca perdêssemos nada, talvez a primeira conseqüência fosse uma incapacidade de dar a devida importância àquilo que se possui.

Ao saber que podemos não ter mais aquilo que amamos, tendemos a valorizar o tempo juntos e aproveitar de sua presença. Cada minuto que passamos ao lado de alguém, onde reconhecemos a sua finitude e transitoriedade, leva-nos a transformar aquelas horas na mais profunda devoção.Sábio´s agem desta forma...nada é seguro, nada é para sempre ("e pra sempre, sempre acaba") e para todos, sem exceções.

A inevitabilidade da perda nos faz mais sensíveis e afetuosos. Só posso mensurar o real valor daquilo que possuo -se ainda não dei conta disto - a partir do momento que não mais o tenho. A morte, a perda final, a grande partida...justamente, é uma aviso para se atentar para o ganho do que ainda está vivo.
Marcos Lúcio

Anônimo disse...

Não adianta lamentar o que se perdeu. Urge aprender a valorizar o que ainda se possui.
M.L.