Olho
para o sol e não o vejo.
O
sol não me ilumina.
Respiro
fundo, busco o vento,
Voo
no meu carro, à estrequenina.
Penso
nos amores passados,
Também
nos fracassos
E
em todas as minhas despedidas.
Olho
a paisagem da longa estrada.
Ela
é tão bonita ...
Piso
no acelerador, e corro.
Acendo
um cigarro, e me exponho...
Penso
na vida.
Angustiado,
dirijo-me ao apartamento:
Ouvir
música e beber qualquer bebida,
Depois
dormir sabendo que meu ungüento
É
viver só de partida.
Davis Sena Filho —
01/09/1994 — Brasília
4 comentários:
Lindo e melancólico.
Nobre blogueiro, comente a morte de Ruy Mesquita, dono do Estadão. Dono, não, porque há muito tempo ele teve que entregar o controle do jornal a banqueiros...
Tião Abatiá - PR
Muiiiiiiito bom!!!Pois é...chegamos à vida para dela partir. A cada dia que ganhamos, concomitante e igualmente perdemos um.Se nunca perdêssemos nada, talvez a primeira conseqüência fosse uma incapacidade de dar a devida importância àquilo que se possui.
Ao saber que podemos não ter mais aquilo que amamos, tendemos a valorizar o tempo juntos e aproveitar de sua presença. Cada minuto que passamos ao lado de alguém, onde reconhecemos a sua finitude e transitoriedade, leva-nos a transformar aquelas horas na mais profunda devoção.Sábio´s agem desta forma...nada é seguro, nada é para sempre ("e pra sempre, sempre acaba") e para todos, sem exceções.
A inevitabilidade da perda nos faz mais sensíveis e afetuosos. Só posso mensurar o real valor daquilo que possuo -se ainda não dei conta disto - a partir do momento que não mais o tenho. A morte, a perda final, a grande partida...justamente, é uma aviso para se atentar para o ganho do que ainda está vivo.
Marcos Lúcio
Não adianta lamentar o que se perdeu. Urge aprender a valorizar o que ainda se possui.
M.L.
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