Celso Lafer tirou os sapatos e escancarou a subserviência da elite deste País. |
Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
“Quem tirou os sapatos, de forma subalterna, não foi apenas o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, mas, sobretudo, o governo entreguista e neoliberal de FHC”. (DSF)
“Quem tirou os sapatos, de forma subalterna, não foi apenas o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, mas, sobretudo, o governo entreguista e neoliberal de FHC”. (DSF)
A notícia vergonhosa correu pelo Brasil em 31 de
janeiro de 2002: “Ministro das Relações
Exteriores Celso Lafer tira os sapatos no aeroporto de Miami”.
Sempre quando tenho oportunidade cito este fato,
este humilhante acontecimento para o Brasil e para o seu povo. O episódio é
simbólico e retratou o Brasil colonizado, subserviente, dominado e sem
esperança, porque autoridades descompromissadas com a grande Nação brasileira
se submeteram aos ditames e aos interesses dos países considerados
desenvolvidos, notadamente os EUA. Foi vergonhosa a conduta do senhor chanceler
Celso Lafer, bem como demonstrou que quem tem complexo de vira-lata é uma
parcela de nossa elite colonizada e atrasada, pois acostumada que é em receber
ordens e migalhas de quem ela considera ser a Corte.
Espero, até o fim da minha vida, nunca mais ter de
ver o Brasil de joelhos, com o pires na mão e submetido às ordens e aos
interesses dos imperialistas colonizadores. As correntes neoliberais e
oligárquicas do Itamaraty sempre defenderam que a instituição de Rio Branco
efetivasse uma política externa de punhos de renda e mancomunada com os salões
de Washington, Londres e Paris. Lula acabou com isso e efetivou uma política
externa não alinhada e baseada na igualdade entre os países no que é relativo
ao tratamento e aos respeito na hora de tratar de negócios e de política
internacional.
O Brasil se voltou para a África, abriu espaços na
Ásia amarela e no Oriente Médio e fortaleceu o Mercosul e a Unasul e rejeitou a
Alca estadunidense que quase levou o México à bancarrota e à insolvência, bem
como passou a participar com mais força e ênfase de questões internacionais,
além de estar a lutar por uma cadeira cativa no Conselho de Segurança da ONU. A
política do Itamaraty no Governo Lula foi independente ao ponto de ter sido
criado o G-20 e os Brics, organizações criadas com forte influência brasileira
e que hoje tem força econômica tão poderosa quanto o G-8, no que diz respeito à
comparação dos PIBs e dos mercados internos desses 20 países com os dos países
desenvolvidos e que atualmente estão a penar com a crise iniciada em 2008, que
gerou alto desemprego, dívidas gigantescas e protestos, alguns violentos, nas
ruas das metrópoles europeias e dos EUA. Hoje, o mundo vive uma nova realidade
de correlação de força e poder. É visível. Não enxerga quem não quer.
Intelectuais das universidades mais importantes do mundo e políticos e
burocratas de países em crise econômica reconhecem esses novos fatores.
Além disso, o Governo de FHC (Itamaraty) teve a
desfaçatez de propor que o Brasil apoiasse os países ocidentais belicosos na
invasão do Iraque. Agora fica a pergunta que não quer calar: no futuro,
hipoteticamente, qual seria a moral do Brasil em relação a ter apoio da
comunidade internacional, por exemplo, se os EUA da América e seus aliados de
pirataria da OTAN resolvessem invadir o gigante sulamericano de língua
portuguesa por causa do pré-sal ou da Amazônia ou até mesmo por causa da água?
Porque se um país invade o outro e o seu governo apoia ou participa de tal ação
de guerra não tem como reclamar depois se for invadido. Não é isso? Pois bem,
era exatamente este argumento que o grande chanceler nacionalista, Celso
Amorim, usava para refutar “convites” para o Brasil fazer parte de alianças
bélicas, de pirataria e rapinagem.
Voltemos aos sapatos e aos pés descalços do
chanceler tucano de FHC. A conduta equivocada e submissa de Celso Lafer
humilhou o valoroso e trabalhador povo brasileiro. Sempre quando tenho
oportunidade lembro do lamentável acontecimento. Cito-o em muitos dos meus
textos e artigos, em casa para a minha família, no restaurante com os amigos,
no trabalho e em qualquer conversa, informal ou não, em que o Brasil e a sua
independência e autonomia se tornam referências ou objeto de questionamentos. O
tirar os sapatos do chanceler Celso Lafer resume o que foi o governo
entreguista do vendilhão e neoliberal Fernando Henrique Cardoso e o seu
descompromisso com a Pátria. É submissão em toda sua plenitude e o complexo de
vira-lata na veia.
3 comentários:
Perfeito. Mas isso foi pouco depois do 11 de setembro. Onde ninguém com apenas o título de chanceler entrava calçado.
Ontem a Dilma foi beijar as mãos de Fidel, que não é mais o sumo ditador de Cuba. E isso seria subserviência ou não?
são verdadeiros baba saco de estadunidenses, vira-latas sem nenhum orgulho proprio, escravos da cultura consumista e discriminatória deste pais de merda.
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