sexta-feira, 11 de maio de 2012

Jesus Cristo e a paixão dos homens



 Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre

Na Semana Santa, a grande maioria dos povos ocidentais relembra e pensa sobre Aquele que veio ao mundo para nos salvar dos pecados e nos redimir perante a vida e a Deus, criador da existência humana e de tudo aquilo que nós vemos e sentimos, compreendemos e não conseguimos compreender.

A Paixão de Cristo é o maior exemplo de amor e postura ética e moral que a humanidade teve o privilégio de conhecer, pois, por intermédio Daquele que foi mortificado, os homens e as mulheres puderam conhecer a Palavra, que é o próprio Verbo em toda sua Verdade, em toda sua Essência.

Jesus Cristo, Deus que veio ao mundo dos homens e se transformou em carne para demonstrar todo seu incomensurável amor, foi cruelmente flagelado e depois sacrificado ao levar a Cruz até o alto do monte Gólgota, quando, então, foi crucificado.

E, antes de morrer, o Filho de Deus disse: "Está consumado", para logo entregar Seu Espírito a Deus. Mas uma pergunta até hoje (dois mil anos após a crucificação de Cristo) insiste, periodicamente, voltar à tona e causar celeumas, discussões, traumas, acusações irracionais e até guerras, quase todas ímpias e dolorosamente injustas para com Aquele que nos glorificou com o Verbo — o caminho da verdade de nossas existências.

A pergunta absurda é esta: Quem matou o Cristo(?), e ela passou novamente a ser tema circunstancialmente de forma polêmica na sociedade em âmbito mundial, como ocorreu quando entrou, por exemplo, no circuito de cinemas há alguns anos o filme do ator e diretor norte-americano Mel Gibson, com o seu "A Paixão de Cristo”.

A resposta, para mim, é que ninguém, especificamente, matou Jesus Cristo, porque o Mestre inúmeras vezes deixou claro que Sua morte era um plano de Deus no que é relativo à sua generosidade com a humanidade, por intermédio de Seu incomensurável amor. O Filho de Deus anunciou, por diversas vezes, a Sua morte, muito antes de ser crucificado, principalmente àqueles que compartilhavam, cotidianamente, de Sua presença, como os apóstolos.

Jesus, tal qual a um cordeiro, ofereceu-se a Deus em oferta de holocausto. Por isso é que Pedro diz: “O cordeiro sem mancha e sem contaminação (...) destinado desde antes da fundação do mundo” (1ª Pedro 1:20). Deus considerou que o sacrifício foi suficiente para evitar o juízo que os pecadores estavam a merecer. Por causa da oferta do corpo de Cristo, a justiça divina ficou completamente satisfeita.

          Por sua vez, Deus aceita o sacrifício de Jesus como pagamento pelo resgate do homem, pois o pecado é o que nos separava Dele. E é por esse motivo que Jesus está sentado à direita do Pai. Como se percebe, a Paixão de Cristo é a Nova Aliança, onde Deus se fez carne para livrar os pecados do mundo. Ninguém, nenhuma denominação religiosa específica, nenhuma nacionalidade ou etnia, é responsável pela morte de Cristo.

          Adão, simbolicamente quando de seu pecado, fez com que sua descendência tivesse como herança o mesmo pecado. Sua prole, igualmente pecadora, teve como punição a morte eterna. E é neste ponto, em relação ao pecado e, conseqüentemente, à morte, que o sacrifício de Jesus nos justifica perante o Pai Eterno, por intermédio da redenção de nossos pecados, que propicia a salvação àquele que acredita em Jesus e segue os seus ensinamentos.

          Portanto, a morte de Jesus Cristo era necessária e inevitável, como relata 1 Coríntios 11.23-26: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. 


         Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas às vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas às vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha".

Quatro mil anos antes de Jesus Cristo surgir na da Terra, Moisés anunciou a primeira Aliança, como relata Êxodo 24.6-8, na qual "Moisés tomou metade do sangue e o pôs em bacias; e a outra metade aspergiu sobre o altar. E tomou o Livro da Aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o Senhor falemos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da Aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras".

Jesus Cristo veio a este mundo para servir e não para ser servido. Veio para dar sua vida em resgate por muitos, conforme relata Mateus, 20.22-28. Está mais do que na hora de acabarmos com discussões estéreis, que não levam a nada, a não ser à discórdia entre os homens, as raças, as Nações, as religiões e as diversas ideologias.

Jesus Cristo foi morto não por judeus e romanos, no que tange à culpa da etnia e da nacionalidade dos mesmos. Isto é secundário. Cristo foi morto por homens que moravam na Palestina, que governavam militarmente e politicamente a Palestina (os romanos) e os que controlavam a religião e a economia na região (os sacerdotes judeus). Se Jesus estivesse em outro local, em outra região ou em outro continente, certamente também seria morto, pois desde o tempo de Moisés sua morte era prevista, bem como o próprio Cristo a anunciou.

         O filme de Mel Gibson é apenas mais um filme sobre a inigualável história de Jesus Cristo, não cabendo espaço para celeumas e discussões iníquas e acusatórias. Jesus é o Filho de Deus.

7 comentários:

Anônimo disse...

Baseando-se em Hórus ou Akenathon?

Davis Sena Filho disse...

Nenhum e nem outro.

Anônimo disse...

Mauro Pires de Amorim.
Não sou religioso, mas sem entrar na polêmica se Jesus, Joshua ou Ioshua, realmente de fato existiu como pessoa de carne e osso, uma vez que a única evidência de sua existência enquanto pessoa real de carne e osso reside nos relatos bíblicos e existir num livro, ainda que seja para ser um personagem fictício criado pelo(s) autor(es), pode ser considerado vida.
Seja como for, acredito que Jesus, Joshua ou Ioshua, não morreu pela humanidade, muito menos pela futura humanidade. Acredito que ele morreu por ele e por aquilo que acreditava, um mundo melhor.
Portanto, seu sacrifício não foi em vão, muito embora o mundo não tenha se tornado melhor do que era em sua época. Os políticos e cléricos de hoje, não são melhores e diferentes daqueles de sua época em termos éticos, já que o Rei Herodes e os Sacerdotes eram a elite político-religiosa de um modelo de Estado Teocrático e tinham os olhos somente voltados para a manutenção de seu status quo, diante da sitiuação política de fantoches do dominador estrangeiro, Roma. As potências estatais mundiais de hoje, não são melhores do que as de sua época e continuam com a mentalidade de invadir, dominar e subjulgar estados menores e mais fracos, tal qual os romanos fizeram naquela época.
Entretanto, analizando a Bíblia como livro, encontrei outra situação curiosa diante dos fatos concretos, embora os sacerdotes de ontem e de hoje, foneçam outra versão, muito mais mística. O suícidio de Judas Iscariotes.
É sabido que Judas Iscariotes foi o 1º Apóstolo de Jesus. Todos os outros vieram depois. Portanto, Judas era o mais antigo deles, aquele que há mais tempo seguia Jesus. Pois bem, é propagado pelos sacerdotes, baseados na Bíblia, que Judas Iscariotes suicidou-se por arrependimento, após delatar Jesus, tendo recebido para tanto, 30 moedas de prata, uma boa grana naquela época.
Será que faz sentido, alguém recebe um polpudo prêmio pecuniário para delatar outrem e cerca de 24 horas após, suicida-se arrependido? Não faz sentido algum, é uma mudança extrema, radical de posicionamento e postura mental! Portanto, acredito que Judas Iscariotes tenha sido suicidado com queima de arquivo. A questão é por quem? Será que Judas Iscariotes realmente se corrompeu, delatou Jesus, recebeu o prêmio polpudo das 30 moedas de prata, mas a notícia de sua delação chegou ao conhecimento dos demais Apóstolos e/ou aos Zelotes, grupo de resistência armada ao entreguismo e subserviência do Rei Herodes e dos Sacerdotes em relação a Roma e ao qual Barrabás era um dos líderes, sendo por isso acusado de homicídio, mas que admirava e apoiava as pregações de Jesus, sendo esse o motivo pelo qual as 30 moedas de prata foram deixadas junto com o corpo enforcado de Judas Iscariotes, com exemplo do fim que os delatores teriam? É bem plausível.
Por outro lado, será que Judas Isacariotes, por ser o Apóstolo mais antigo de Jesus, tenha sido preso pelos soldados de Rei Herodes, dos Sacerdotes e/ou dos Romanos, tenha sido barbaramente torturado até a morte ou quase isso, para no fim, acabar executado ou desovado por enforcamento, numa árvore nos arredores de Jerusalém e as 30 polpudas moedas de prata tenham sido com o cadáver deixadas, como recado para a população em geral, querendo insinuar que os Apóstolos e/ou os Zelotes faziam seus movimentos e pregações, mas na verdade, vendiam-se por dinheiro, eram corruptos, sendo iguais ao poder estabelecido contra quem eles voltavam-se e criticavam, afim de desacreditar os movimentos e pregações dos Apóstolos e/ou Zelotes? Também é bem plausível.
A morte de Judas Iscariotes continuará um mistério, mas a possibilidade de homicídio é bem mais realista do que a interveniência místico-divina.
Felicidades e boas energias.

Davis Sena Filho disse...

Ô, Mauro, tá sumido... É uma satisfação lê-lo. Abraço!

Anônimo disse...

Mauro Pires de Amorim.
É verdade, andei sumido. Não por ter algo contra seus escritos, muito pelo contrário, mas por compromissos e afazeres da vida.
Felicidades e boas energias.

Davis Sena Filho disse...

Eu sei disso, Mauro. Abraço.

Anônimo disse...

Já na quele tempo existia a teoria da conspiração (sobre Judas ser assassinado)? Jesus era tão perigoso assim para Roma ou Sinédrio? Hstoricamente temos muita informação e possibilidades... Mas o Grande foco está em profecias sobre um Messias e o grande Amor de Deus pelo homem.