quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CPMI: Veja, Cachoeira, jornalistas, Gurgel, Collor, Perillo e Agnelo



Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre

Odair Cunha, relator da CMPI, indiciou vários nomes e o PSDB sentiu e gritou.
Eis o que me chama a atenção, senhoras e senhores navegantes: o bicheiro Carlinhos Cachoeira (a imprensa venal e de negócios privados somente o chama de “empresário”) sai da prisão um pouco antes de o relator da CPMI do Cachoeira, Veja, Época, deputado Odair Cunha (PT/MG), anunciar o fim dos trabalhos. O outro acontecimento que também me chamou a atenção foi a conduta da oposição (PSDB, DEM e PPS), por intermédio de seus representantes midiáticos, terem afirmado durante 15 dias antes da finalização do relatório, para quem quisesse ver e escutar, que pediriam a prorrogação dos trabalhos da CPMI, porque, para eles, defensores da moral e dos bons costumes, o Governo e os deputados e senadores da base do Governo estavam com “más intenções” e por causa disso tudo “terminaria em pizza”. Era só o que se ouvia.
A verdade é que lideranças oposicionistas, a exemplo do senador Álvaro Dias (PSDB/PR), do deputado Roberto Freire (PPS/SP?) e do senador Agripino Maia (DEM/RN), já sabiam o que constava no relatório final da CPMI e por isso trataram de esvaziá-lo e desacreditá-lo perante o público, com a cumplicidade do sistema midiático privado, que sempre deu e dará voz àqueles que fazem oposição sistemática e muitas vezes irracional aos governos trabalhistas de Lula e agora de Dilma Rousseff. É dessa forma que a banda toca no planalto central quando sabemos que a direita está desesperada e não se conforma com suas seguidas derrotas eleitorais, com a ascensão econômica do País e com a luta pela emancipação do povo brasileiro. Ao perceberem que o relatório é robusto e indicia muita gente aliada à oposição e inclusive profissionais de imprensa, rapidamente passaram a ter como estratégia adiar a leitura do relatório, ou seja, impedir que o documento seja lido nesta quarta-feira (21/11). A leitura foi adiada, e vai acontecer amanhã — quinta-feira. Como se vê, o relatório tem substância, ao contrário do que apregoa a oposição.
A oposição joga com a falácia, com a manipulação da realidade e tergiversa em seus propósitos, pois dissimula e mente. Durante 15 dias gritaram ao vento e nos microfones que queriam a continuidade da CPMI e acusaram o relator Odair Cunha e o Governo de não quererem encarar a verdade dos fatos. Ledo engano. A verdade é que o pedido de adiamento por parte de tucanos e seus congêneres, com o conluio de gente da imprensa, era apenas uma forma de impedir que a leitura do relatório ocorra no dia de hoje.

Chegou a hora da verdade: Cachoeira sabe que o PSDB, o DEM e a imprensa são aliados.
  E por que a oposição age assim? Por que ela está envolvida no escândalo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. São pessoas que ocupam cargos proeminentes, como o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o senador cassado e promotor de justiça, Demóstenes Torres (DEM), o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB/GO), o empresário dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, o deputado Fernando Francischini (PEN-PR), o deputado e ator que teve seu processo arquivado pelo procurador geral Roberto Gurgel, Stepan Nercessian, mesmo depois de o próprio parlamentar ter admitido receber R$ 175 mil do bicheiro.
Participaram ainda desse esquema criminoso, que visava obter lucros junto ao poder público, bem como boicotar e desacreditar os governos Federal e o do Distrito Federal, por intermédio das páginas da Veja e de outras publicações tradicionais da imprensa corporativa, os arapongas conhecidíssimos de outros esquemas ilegais, Idalberto Matias, o Dadá, e Jairo Martins. Os dois também foram incluídos no relatório da CPMI. Os espiões participaram, conforme as investigações da operação Monte Carlo da Polícia Federal, de articulações e de denuncismos publicados na Veja, que tinham por propósito derrubar o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT).
O articulador desse processo draconiano, no DF, era nada mais e nada menos que o deputado Fernando Francischini, homem da direita paranaense, ex-secretário de Segurança do Espírito Santo, e que almejava ser candidato a governador do Distrito Federal, além de, inclusive, pensar em mudar seu domicílio eleitoral para a capital do País. Cachoeira queria, por meio desse esquema, obter contratos no setor de transportes. Sua intenção foi rejeitada pelo governador Agnelo, que passou a ser perseguido pelo grupo de Cachoeira, bem como pela imprensa, nas pessoas de Policarpo Júnior, chefe da Veja em Brasília, Eumano Silva, diretor da revista Época, do jornalista Mino Pedrosa, muito conhecido em Brasília e Goiás, principalmente por políticos ligados aos ex-governadores Joaquim Roriz, Marconi Perillo e José Roberto Arruda, além do radialista Jorge Kajuru, figura polêmica, quase folclórica e muito conhecida por suas brigas, ao vivo, nos programas de televisão.

Álvaro Dias e os microfones aliados: "A CPI é revanche do PT". Dissimulação.
  Não se deve esquecer também que a Construtora Delta tem suas ramificações em São Paulo, o estado e a capital, administrados pelos tucanos e seus aliados há quase 20 anos. Não sei se o relatório aponta para essa direção, mas que a construtora atuou e agiu de forma efetiva no estado bandeirante todo mundo sabe, até um recém-nascido pode chegar a esta conclusão. Entretanto, outro personagem chama a atenção no que diz respeito ao relatório da CPMI do Cachoeira. O nome dele é Roberto Gurgel, o procurador da República que sentou em cima por quase três anos dos autos de processos das operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal e por causa de sua conduta é acusado por jornalistas da imprensa alternativa da blogosfera, por políticos da base do governo, por setores do Judiciário e principalmente pelo seu mais duro e contundente adversário, o senador Fernando Collor, que o chama de prevaricador, de se associar com a revista Veja e outros órgãos de imprensa e vazar o depoimento sigiloso, em segredo de justiça, do publicitário Marcos Valério, condenado pelo STF, pois acusado como o gerenciador do “mensalão”, que ainda, volto a repetir, está ainda para ser judicialmente comprovado que existiu.
Roberto Gurgel é citado no relatório e é acusado de prevaricar para favorecer o ex-senador Demóstenes e o governador Marconi Perillo, afinal eles concorreram às eleições de 2010. O procurador é também acusado de vazar o depoimento secreto de Marcos Valério, a causar com suas ações desassossego na República e a criar crises institucionais artificiais, baseadas em intrigas disseminadas e irradiadas pelas mídias conservadoras, que fazem, indubitavelmente, oposição aos governantes trabalhistas, que há 12 anos vencem as eleições, sendo que a última vitória emblemática foi a do petista Fernando Haddad, que vai assumir a Prefeitura de São Paulo em 2013.
Hoje, o ambiente no Congresso foi tenso; a oposição estrilou, mas não tem jeito, porque o relatório vai ser lido na quinta-feira, pelo menos foi o que disse o vice-presidente da CPMI do Cachoeira, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que propôs uma sessão extraordinária amanhã, cujo objetivo principal é a leitura do relatório, tão contestado pela oposição e pelos comentaristas, colunistas e especialistas da imprensa burguesa. Imagina se essa gente for julgada por algum tribunal, a ter como instrumento o “domínio do fato”, caro leitor? Com a resposta, a Procuradoria Geral e o STF.

Gurgel: ele sabia que seria citado pela CPMI. Prevaricação e ataques de Collor.
 O grande problema para a oposição é evitar que os jornalistas citados neste artigo tenham que depor, além, é claro, se algum megaempresário como o Roberto Civita, dono da Abril, tivesse que sentar em algum banco para dar seu depoimento sobre a associação de sua empresa e de seus empregados jornalistas com o que já é considerada a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Vale à pena lembrar que seis ou sete ministros caíram por causa de matérias publicadas pela Veja. Dou como exemplo o caso dos ministros Carlos Lupi e Orlando Silva que caíram, nada foi comprovado e ficou, mais uma vez, tudo como dantes no quartel de Abrantes.
A verdade é que os nossos Rupert Murdoch tem de dar satisfação à sociedade brasileira, à Nação, afinal vivemos em uma democracia, cujos alicerces são a Constituição, os Poderes da República e o estado democrático de direito. Não é possível e cabível que a justiça julgue e puna apenas um lado e o outro fica a ser tratado como aliado político. Juízes e procuradores são, antes de tudo, funcionários públicos e se querem fazer política que entrem em um partido e se candidatem. Agora, resta ao País esperar e acompanhar atentamente os procedimentos do STF, da PGR, da oposição partidária e da imprensa corporativa. É isso aí.

8 comentários:

Joahermen disse...

Eu, que por duas vezes elogiei e aplaudi o Ministro Joaquim Barbosa do STF pela sua postura a favor da implatação da lei "Ficha Limpa" e também pelo seu repúdio a limitação de poderes do CNJ, sou um dos que o têm criticado por este tal julgamento do Mensalão do PT, não própriamente por ele condenar quem cometeu algum delito, pois isto é mais mesmo o que tem que ser feito independente da classe social a que se pertença, mas por achar que ele, o ministro Joaquim Barbosa, andou atuando de forma partidarista e conivente com as diretrizes dos poderosos da mídia e dos antipatriotas que sabotam nosso Brasil, procedimento evidentemente absolutamente inadimissível para qualquer juiz digno, contudo, apesar de todos os pesares dele já estar sob minha suspeição desde o momento em que ele colocou a carroça na frente dos bois, pois o Mensalão do PSDB é anterior ao Mensalão do PT, estou rogando à Deus que eu esteja errado e fazendo mal juizo de sua excelência e que futuramente eu tenha que me retratar publicamente, e creiam o farei com muita alegria, se o ministro Joaquim Barbosa atuar com o mesmo vigor quanto ao Mensalão do PSDB colocando toda a corja de bandidos que saquearam os cofres púbicos brasileiros também na cadeia, e ao contrário do Mensalão do PT que ele andou condenando por suposições, cujo marco como precedente é extremamente perigoso, com o Mensalão do PSDB ele, o ministro Joaquim Barbosa, contará com provas de fato fartamente documentadas contidas no livro "A Privataria Tucana" do excelente jornalista investigativo "Amaury Ribeiro Jr". Para ele, o ministro Joaquim Barbosa, com a abundância de documentos relacionados ao Mensalão do PSDB não haverá quem o conteste quando condenar também os marginais dessa quadrilha tão bem arquitetada. Se ele atuar como juiz de verdade, aí começarei a acreditar que ele fez foi uma grande jogada de mestre... Aguardemos e veremos...
Joahermen

contrapontopig blogspot.com disse...

Caro Davis: Valeu! Mais uma vez você apresentou um texto contundente, didático e verdadeiro. Parabéns. Célvio

Joahermen disse...

Pois é caro Davis e amigas e amigos do Palavra Livre, estas são as pequenas grandes diferenças entre os Mensalões do PT e do PSDB:
Mensalão do PT = cerca de R$ 150.000.000,00
Mensalão do PSDB = mais que R$ 7.700.000.000,00
Mensalão do PT cerca de Cento e Cinquenta Milhões de Reais
Mensalão do PSDB mais de Sete Bilhões e Setecentos Milhões de Reais
Ou seja Mensalão do PSDB = 51,34 X Mensalões do PT
Ou então Um Mensalão do PSDB igual a Cinquenta e Uma Unidades e Trinta e Quatro Centésimos de vezes Mensalões do PT
Ou ainda Mensalão do PSDB = 5.134 % Mensalão do PT
Quer dizer que Um Mensalão do PSDB corresponde a Cinco Mil e Cento e Trinta e Quatro Porcento Um Mensalão do PT
Parece piada, contudo o assunto é muito sério.
Agora o povo brasileiro aguarda a Vossa digna e justa atitude a respeito insigne Ministro Juiz Presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, porém Excelência, desta vez o Senhor não contará com os holofotes da mídia dominante, até muito pelo contrário Honorável Ministro Joaquim Barbosa, o Senhor terá mesmo uma missão de verdadeiro Hércules, mas para passar o Brasil todo a limpo, doa a quem doer, com nosso apoio o Senhor sabe que pode contar, o povo estamos do Vosso lado.
Joahermen

Euripedes disse...

ele não ganhara, pois marcou sua biografia, sujou seu nome,e quanto a mídia cadeia para eles e lei de mídia já

romildo disse...

Gente!.. Lí com toda a atenção e confesso que fiquei arrepiado pensando que os culpados serão punidos.
O nosso país vai continuar do mesmo jeito enquanto a militância do PT ficar com o rabo entre as pernas com medo do Civita.
NÃO SOU PROFETA MAIS TENHO A CERTEZA QUE A REVISTA VEJA JUNTO COM O PIG VÃO LANÇAR A CANDIDATURA DO PRIMEIRO PRESIDENTE NEGRO NO BRASIL EM 2014. E COM CERTEZA ELE VAI APARECER DIÀRIAMENTE NA MÍDIA E SE TORNARÁ A SALVAÇÃO PARA O NOSSO PAÍS.
COM LICENÇA: VOU VOMITAR!....... .............

Mauricio disse...

Agnelo é inocente! Dizemos que a mentira tem pernas curtas porque sabemos que ela não costuma ir muito longe. Cedo ou tarde, ela cambaleia, tropeça e acaba sendo alcançada pela verdade.

Euripedes disse...


Odair não pode recuar, esta é a chance de limpar esta mafia do planalto ele vão ficar conhecido do povão eles tem que se manifestar pra mostrar de que lado estão, tem que contar com os aliados, se não for confiável sai fora deles, é hora de passar o Brasil a limpo, e parar de financiar esta mídia podre que esta tentando dar golpe no país

Anônimo disse...

Preocupa-me muito o procedimento de transferir a leitura. Caso Policarpo seja retirado e venham livrar Gurgel dos três anos que ele embarreirou processo contra Cachoeira , concluiria que a alma democrática está condenada. Odair Cunha não deve ceder, jamais. Criem uma ordem democrática, grupo de resistência aos gritos tucanos e midíacos,apresentando-os a palmatória. Poupar essa corja mafiosa e midíaca é condenar o país à submissão das Forças Ocultas surgidas em classes autoritárias de origens pré-republicanas. Seja firme deputado Odair Cunha. Não deixe essa mídia transformar o cidadão brasileiro em um personagem de um conto escrito por ela. Ele deve ser um cidadão que faz sim, parte da história desse país.
Cunha,Estado do Rio de Janeiro.