Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Vamos
aos fatos.
Jornalistas de todos veículos atacam Lula há dez dias. Fato sem precedente. |
Declaração
do Delegado da Polícia Federal, Roberto Troncon Filho, ao jornal O Globo: “O ex-presidente {Lula} não tem foro privilegiado.
Se ele tivesse sido pego em algum crime, certamente estaria sendo investigado
ou já indiciado”. E concluiu: “Não
existe essa história de que foram interceptadas 122 ligações entre ele e a
Rosemary. Agora, como ex-presidente, ele ligou algumas vezes para o escritório
da Presidência em São Paulo, o que é normal”. Ponto.
Declaração da procuradora da República, Suzana
Fairbanks, coordenadora da investigação do Ministério Público Federal (MPF)
sobre o caso Porto Seguro: "Conversa
dela {Rose} com o Lula não existe. Nem conversa, nem áudio e nem e-mail. Não
sei de onde saiu isso. Vocês podem virar de ponta cabeça o inquérito"
— afirmou a jornalistas que faziam ilações sobre Lula, pois queriam vinculá-lo
ao esquema de Rosemary e dos irmãos Vieira. Ponto.
A oposição partidária (PSDB, DEM e PPS) incompetente
e que privatizou e terceirizou, vergonhosamente, seu papel político e
parlamentar para os arautos da imprensa comercial e privada, quer levar Lula
para depor na Câmara dos Deputados, e, a seu bel-prazer, talvez enforcá-lo
entre as duas torres do Congresso. É nítido; e somente não enxerga quem não
quer, que, até o ano 2014 quando acontecerão as eleições para presidente da
República, a imprensa burguesa de oposição, juntamente com
setores conservadores da PGR e do STF, recrudescerão seus ataques ao PT e ao
Governo Federal, administrado há dez anos por mandatários trabalhistas.
O jogo político
e eleitoral será baixo, porque qualquer assunto, investigação ou acusação que
coloque pessoas do governo na alça de mira da imprensa de direita serão, sem
sombra de dúvida, superdimensionados, como estratégia para conspurcar ou
desacreditar os governantes e líderes trabalhistas filiados ao PT. A máquina
privada midiática brasileira, uma das mais poderosas e conservadoras do mundo,
não articula em suas páginas ou em suas transmissões debates sobre as questões brasileiras e o desenvolvimento social e econômico do
povo, porque se recusa a debater e a pensar o Brasil. Realmente, o que interessa à mídia dominante é ganhar muito dinheiro e combater aqueles que não compartilham de sua pauta e de seus interesses.
Por sua vez, seus proprietários querem a volta do
modelo neoliberal e não se conformam com a perda de poder e de influência no
que concerne à Presidência da República. Como não têm voto e, obviamente, não há como propor
um programa de governo, os empresários de mídias agem como pontas de lanças do
grande capital interno e externo. Para isso, não medem consequências, e,
incondicionalmente, comportam-se como militantes radicais de direita, sempre
com o enfoque em aspectos negativos, até porque o que acontece de positivo no
que tange à melhoria de vida e ao bem-estar do povo brasileiro não importa ao
grande empresariado controlador e acionista de um segmento econômico
monopolizado e não regulamentado, porque no Brasil, ao contrário do que reza a
Constituição, inexiste um marco regulatório para os meios de comunicação, tanto
do setor público quanto do privado, ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos cujo setor tão importante para as sociedades é regulamentado.
A verdade é que o segmento mercantil midiático dominado pelos
coronéis da imprensa faz o que quer e não dá satisfação a ninguém. É como se
vivêssemos em uma terra de ninguém à mercê da pistolagem midiática cujas armas
e munições são a caneta e a tinta, o teclado e a tela do computador, a voz e a
imagem de jornalistas que se comportam como pistoleiros, porque distorcem a
realidade, manipulam os fatos e mentem se for necessário mentir, porque, para
eles, é imperativo que o maior partido trabalhista do mundo ocidental e seus
líderes políticos sejam derrotados nas próximas eleições e com isso seus candidatos preferidos serem eleitos e, com o passar de poucos dias, convidá-los, como no passado, a sentar à mesa no gabinete da Presidência da República, e quem sabe, como fez o empresário Roberto Marinho com a aquiescência do ex-presidente José Sarney, sugerir ou indicar o nome do ministro da Fazenda, como ocorreu com a escolha de Maílson da Nóbrega.
É preciso calar o Lula. O trabalhista tem de ser
impedido de concorrer a cargos públicos ou apoiar seus candidatos. Para a
direita, seria melhor se o Lula ficasse inelegível. Por isso e por causa disso,
a operação Porto Seguro mexeu com a verve e o ódio de praticamente todos os
comentaristas, colunistas, editorialistas e “especialistas” que agiram e
atuaram de forma orquestrada, como se fossem de um mesmo partido político, de um time de atletas ou
de uma mesma família empenhada a obter sucesso em seus propósitos. Todos ou quase todos os jornalistas conhecidos pelo público que trabalham em
empresas diferentes atacaram o ex-presidente da República sem dó e nem piedade, sendo que até o momento a caça ao Lula continua.
Alguns deles se superaram para agradar seus chefes
e “colegas” de profissão — no Brasil, muitos jornalistas empregados pensam que
são colegas de seus patrões até serem demitidos —, os empresários das famílias
midiáticas, e diferentemente como ocorreu com o ex-presidente tucano FHC — o
Neoliberal —, que teve seu relacionamento extraconjugal com a repórter da TV Globo,
Miriam Dutra, escondido por quase duas décadas, sendo que o político do PSDB
reconheceu o “filho” em 2009, após 18 anos de seu nascimento, Lula está a ser acusado por alguns escribas de ser amante de Rose Noronha.
No episódio do reconhecimento de FHC ainda teve colunista que elogiou o gesto do tucano, mesmo depois de quase 20 anos. Dois anos depois, em 2011, FHC ficou a saber por meio do teste de DNA que tal filho não era filho de tal pai. Agora a pergunta que não quer calar: "E se fosse o petista nessa situação, o que faria ou não faria a imprensa tucana? Depois, francamente, o molusco é o Lula. Vai dormir com um barulho desse após perceber a hipocrisia de certos asseclas da mídia.
Antes disso, em plena campanha presidencial de 1989, o político petista teve sua vida íntima virada pelo avesso, de forma pérfida nos meios de comunicação, no programa eleitoral de Fernando Collor. Homens de mando da Globo sabiam disso, e apoiaram tal ignomínia. Miriam Cordeiro, mãe de sua filha, Lurian, fruto de um relacionamento não oficializado, afirmou na TV que Lula não era bom pai e que queria que ela fizesse um aborto. Logo depois Lurian negou os fatos, e, ao que parece, tem bom relacionamento com Lula.
É público e notório o affair de FHC com a repórter, que, segundo jornalistas que cobrem a política
nacional em Brasília, não foi o primeiro e nem o único. O que importa é que eu,
como articulista, não me importo com a vida sentimental das pessoas, no que é
relativo ao seu direito de gostar de alguém e manter um relacionamento. Considero
normal e natural. Questiono programaticamente e ideologicamente os governos tucanos.
E sei que muitas vezes sou duro com os conservadores. Mas, não me excedo e não falo
da vida íntima alheia. Não está em questão nesta tribuna o caso amoroso de
FHC, pois a minha intenção é mostrar ao leitor que a imprensa corporativa e de
caráter empresarial é useira e vezeira em usar dois pesos e duas medidas quando
se trata de aliados e adversários, estes últimos, na verdade, considerados
inimigos, que devem ser derrotados a qualquer custo, a não importar o que é
justo ou injusto, falso ou verdadeiro e através desse processo desinformar e enganar a sociedade.
A imprensa censura a si mesma quando se trata de proteger seus interesses e de seus aliados. |
FHC sempre foi protegido e seus erros acobertados ou amenizados. O "príncipe" dos sociólogos (somente no Brasil os sociólogos têm príncipe) jamais foi questionado em público, ou seja, pela imprensa e seus áulicos, admiradores confessos de tal sumidade sociológica, transformaram
suas canetas em armas de moer reputações e de linchamento moral daqueles que, na verdade, recusaram-se a ser cooptados pelo sistema de capital de caráter colonizador.
Essas realidades são o combustível e o motor do enfrentamento, do embate político que mobiliza a direita em uma luta para ter de volta a Presidência da República e assim reimplementar o projeto de País que eles acreditam, que é o de diminuir o estado, deixar o mercado se autoregulamentar, vender o patrimônio público, limitar os investimentos que promovem a inclusão social e atender o sistema internacional de espoliação, às necessidades do povo, só que dos povos estrangeiros, os de olhos azuis, que vivem nos países ricos e cujos governos são os maiores produtores de armas do mundo e causadores de invasões, de guerras, de poluição e de dores e sofrimentos em todo o planeta.
“Lula é amante da Rose”, afirmou, sem pestanejar,
sem titubear, o mais agressivo jornalista de direita, que hospeda seu blog na
revista Veja — a Última Flor do Fáscio. O outro, igualmente feroz e açodado, pede a
cabeça de Lula e decreta seu fim. Os “espadachins” da Folha, do Estadão, de O Globo, do Correio Braziliense, de Época,
do Bom(?) Dia Brasil, do JN e da Globo News e todos seus congêneres udenistas e lacerdistas espalhados
pelo País apregoaram o fim político e moral do líder trabalhista Lula. Mais do
que lacerdistas, muitos desses escribas lembraram os militantes da Ação
Integralista Brasileira (AIB), de Plínio
Salgado, que tentou dar um golpe de estado em Getúlio Vargas em 1938, ao tentar
tomar de assalto o Palácio do Catete, para logo serem rechaçados e derrotados
pelas forças legalistas da época. A AIB era ideologicamente fascista. Apenas isso. Anauê!
Lembrei também da “Marcha da Família com Deus
pela Liberdade”, realizada antes do
golpe civil-militar de 1964 e organizada pelos setores mais reacionários da
sociedade brasileira, dentre eles, adivinhem, os barões da imprensa, que na
verdade repercutiram notícias negativas, de forma sistemática, do Governo do
presidente trabalhista João Goulart, que propusera as reformas de base e que
por isso e por causa disso foi derrubado e somente retornou ao Brasil dentro de
um caixão.
Como
se percebe, neste País se golpeia apenas presidentes trabalhistas, nas pessoas
de Getúlio, Jango e Lula, além de Leonel Brizola, que comeu o pão que o diabo
amassou e que, além de amargar o exílio mais longo de um político brasileiro
(15 anos), foi perseguido, caluniado, difamado e ameaçado de morte por setores
radicais de direita, bem como combatido ferrenhamente pelos barões da imprensa,
principalmente pelos empregados das empresas da família Marinho, conhecida como
Organizações Globo. 'Organizações?' O que significa este nome?
Eles trabalham em prol de um País em que o povo jamais se emancipe. É o Brasil VIP. |
Poderia
rememorar ainda outros casos
rumorosos de corrupção dos tempos de FHC e que foram devidamente varridos para
debaixo do tapete. E o pior: a Procuradoria Geral da República desde os tempos
do procurador nomeado pelo presidente tucano, Geraldo Brindeiro, tem se
comportado, por intermédio de seus sucessores, conforme os interesses políticos
de partidos como o PSDB, agremiação que se diz social democrata, mas que na
verdade se afastou das ruas e passou a frequentar com interesse e dedicação os
salões das oligarquias brasileiras e estrangeiras.
Tais interesses das classes dominantes são,
indubitavelmente, alinhados aos ditames dos conservadores que controlam não
somente os meios de comunicação privados e desregulamentados que ganham muito
dinheiro neste País, mas, sobretudo, influenciam as corporações estatais, a exemplo
do STF e da PGR cujos integrantes mostraram para quem quisesse ver que estão
politicamente e até mesmo partidariamente vinculados aos interesses da Casa
Grande. Que o diga o ministro de capa preta, Luiz Fux, que concedeu uma
entrevista lamentável à Folha de S. Paulo
quando demonstrou uma vaidade quase lunática e um orgulho inconcebível para um
juiz, que deveria ser humilde e sábio e servidor do povo brasileiro.
Não esqueçamos ainda dos outros juízes do STF que,
inapropriadamente, atuaram como divas televisivas, sem se preocuparem,
inclusive, com a educação, porque o que se viu foi um enfrentamento verbal
duríssimo, que, se eles não estivessem no plenário do STF e, sim, no trânsito,
certamente que iriam às vias de fato. Além disso, temos o nosso torquemada-mor,
o procurador geral Roberto Gurgel, alvo preferencial do senador por Alagoas,
Fernando Collor (PTB), que o considera um prevaricador, que “comete crimes
seguidos”, a “proteger os chumbetas da Veja”, para a qual, de acordo com o
senador Collor, vazou para o pasquim de péssima qualidade editorial informações
que estavam sob segredo de justiça, além de proteger o governador de Goiás, Marconi
Perillo (PSDB), bem como segurar as investigações sobre o senador cassado do
DEM, Demóstenes Torres, enterrado até o pescoço com os negócios ilegais do
bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Voltemos
ao Lula.
Juízes: com exceções, comportaram-se como divas midiáticas e o domínio do fato foi a vaidade. |
Os
principais colunistas e comentaristas da imprensa corporativa e de negócios
privados ouviram o que o superintendente da PF informou, e perceberam quase que
instantaneamente que, mesmo a dar continuidade ao novo “escândalo” sobre Lula
no que diz respeito ao ex-presidente se beneficiar com valores monetários e até
mesmo receber pequenos agrados, como recebeu, segundo a PF, a chefe do gabinete
da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Novoa Noronha, seria uma furada, ou seja, uma grande "barriga", como se diz no jargão jornalístico. Por isso, os espertos voltaram sua atenções para a Rose.
A
questão primordial não são os fatos imputados à Rosemary e a seus convivas de
interesses venais, que se comportaram mal e cometeram malfeitos, bem como o caso não se encerra com a prisão ou não dos irmãos
Vieira, Paulo e Rubens, que, conforme a operação Porto Seguro da PF, eram os
responsáveis pela organização de um esquema ilegal de interesses privados na
esfera pública. Tais irmãos foram acusados e denunciados por praticarem crimes
como o de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, violação de sigilo
funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e
formação de quadrilha.
A
presidenta Dilma Rousseff repetiu o que já tinha feito em outros casos passados em que ministros
de estado tiveram seus nomes envolvidos em malfeitos e por isso exonerou de seus cargos
todos os denunciados nesse novo escândalo. Contudo, volto a repetir: a questão
principal não é a Rose, mas com certeza o político Luiz Inácio Lula da Silva, o
único dos ex-presidentes que mantêm seu poder de mando e de influência
intactos, inclusive no que diz respeito ao mais importante dos poderes — o
poder do voto. Lula é uma máquina de votos e por isso elege candidatos
eleitoralmente desconhecidos ou inexperientes, como Dilma e Fernando Haddad,
além de ser profundamente admirado pelo povo brasileiro, assim como é uma figura muita
conhecida e respeitada no exterior.
E é
exatamente aí que mora o perigo. Seus inimigos, sabedores da realidade política
de Lula, transformam casos de corrupção em verdadeiros roteiros mal escritos de
filmes de terror, quando na verdade a Polícia Federal republicana de Lula e
agora de Dilma continua a fazer seu trabalho sem ser tolhida ou prejudicada em suas ações, bem
como vai continuar a trabalhar dessa forma, porque os governos trabalhistas,
apesar de seus erros e equívocos, realmente combateram a corrupção, com cerca
de 1.200 operações em oito anos e a prisão ou afastamento de seus cargos de mais de três mil
pessoas, em contraponto às 28 operações realizadas também em oito anos pelo governo de FHC — o
Neoliberal —, que prenderam o número ínfimo de 54 pessoas.
Enquanto
Dilma e Lula promoveram e deram importância ao papel da PF, criaram o Portal da
Transparência, onde a imprensa se informa e aproveita as informações dessa ferramenta para
questionar os gastos e criticar os atuais administadores por eles investirem no País. Enquanto os
governos trabalhistas abriram milhares de vagas no serviço público por meio de
concursos, fortaleceram a PGR, a AGU, a Receita Federal e modernizaram o estado
nacional, os bate-paus da imprensa alienígena, colonizada e possuidora de um
imenso complexo de vira-lata continuam a pregar o golpismo e a escamotear os
erros graves da oposição partidária brasileira, que abriu mão de sua condição
constitucional e eleitoral em prol de as famílias midiáticas e seus empregados
fazerem a vez de quem deveria apresentar propostas e programas de governo, a
fim de receber os votos da população e, por seu turno, se vencer a eleição,
governar o País.
Todavia,
faço a outra pergunta que não quer calar: “Como vai ser possível à direita vencer as
próximas eleições se ela não governa para a maioria e, evidentemente, segundo a
história, administra o País para a minoria?” Por sua vez, como fazer com que o
povo brasileiro, a maioria de trabalhadores, acredite nas propostas, por
exemplo, do Aécio Neves, que, simplesmente, não é conhecido no Brasil e,
fundamentalmente, não tem um legado substancial para mostrar, mas, entretanto,
tem uma herança: o sobrenome Neves, de seu avô Tancredo Neves, que, ao
contrário do neto, sempre foi aliado dos trabalhistas, exemplificados nas
personalidades políticas de Getúlio Vargas e João Goulart.
Lacerda: ídolo da direita golpista que quer o Brasil para poucos privilegiados. |
Tancredo,
inclusive, foi ao enterro dos dois líderes trabalhistas e, sob pressão dos
inimigos golpistas (militares), pronunciou discursos. Tancredo nunca passou para o
outro lado, apesar de ser um político moderado, porém, democrata e legalista. Na outra banda contrária a Tancredo, a que conspira e efetiva golpes de estado, com a
cumplicidade, inclusive, de estrangeiros da CIA, os barões da imprensa, os mesmos que combateram Tancredo Neves e que hoje são alidados de seu neto Aécio Neves. Os barões da imprensa, o
grande empresariado brasileiro, os banqueiros, os donos do agronegócio e os
partidos de direita, como o PSDB, o DEM e o PPS, não têm nada a perder, porque no fundo não se importam com o Brasil, que para eles é apenas um lugar para fazer negócios e ganhar dinheiro. Esses
grupos conservadores não têm nada para oferecer, porque quando estiveram no poder o trabalhador brasileiro não tinha acesso nem ao emprego. Eles perdem no voto, e sabem disso.
E por isso precisam fabricar crises como os seres vivos necessitam de oxigênio.
Lula
não está envolvido com corrupção e muito menos foi gravado ou filmado a cometer
malfeitos. A imprensa venal sabe disso. Então, por que não apelar para um
escândalo sexual? Evidente. É a práxis.
Ora bolas, por que não? — indagam-se aqueles que se consideram formadores de opinião,
quando na verdade suas opiniões são apenas publicadas e não lidas ou não são
importantes para a maioria do povo que teve sua vida melhorada por governantes
trabalhistas. Lula e Dilma são da mesma vertente política que edificou o
trabalhismo gaúcho, responsável pela modernização e industrialização do País. O
mesmo trabalhismo que derrotou a Política do Café com Leite e que foi alvo de
golpes de estado em diversas décadas do século XX.
O
trabalhismo que se modificou por causa das realidades do tempo — de cada era. O
trabalhismo moldado e forjado nas fábricas do ABCD paulista e que ressurge revigorado no voto do cidadão brasileiro, a
partir de 2003, e tão combatido como o foi nas décadas de 1930 a 1950, para,
enfim, em 1964 ser golpeado do poder pela força ilegal e criminosa das armas,
com a conivência e a cumplicidade das classes dominantes e de parte da classe
média, que não percebe o quão ridícula ela se torna quando adere e dissemina os
valores de uma burguesia que é herdeira ideológica da escravidão e que optou deliberadamente
por um País VIP e edificado para poucos privilegiados, que, arrogantes, consideram-se,
presunçosamente, os “escolhidos”, quiçá, por Deus.
Não
se preocupe, leitor. Até 2014, a presidenta Dilma Rousseff, que fez carreira política no Rio Grande do Sul trabalhista, vai ser o alvo
preferencial dos sabujos midiáticos. Por enquanto, a malhação ao Lula está em
um processo irremediavelmente insano, em que a estupidez e a virulência
perderam seus limites, porque ultrapassaram as fronteiras da perversidade e da
infâmia. Os iníquos são assim; e os arrivistas também. É isso aí.
A face da imprensa é a do Murdoch. Quem mandou as mídias não serem regulamentadas? |
11 comentários:
Caro Davis: Mais uma vez você mamda um texto oportuno, de alta qualidade e super didático.
Já republiquei no ContrapontoPIG. Um abração cearense do Célvio.
Mais uma excepcional aula do blrilhante blogueiro...de como as coisas do Brasil são ou gostariam de ser. Vou repassar este texto que merece arquivo para consultas eventuais...para quem quer notícias séris e confiáveis das politicagens tupininquins.
Abraço
Marcos Lúcio
O Professor: " Texto super didático".
O texto é tudo, menos didático...
O Agradável; " ... para consultas eventuais..."
O texto é tudo, menos fonte de consulta para dúvidas eventuais...
o Anõnimo: " Texto escarrado pelo coração trôpego do Davis, um democrata e trabalhista e fiel.
Pensado largado, dane-se o formalismo"
Prolixo, com final poderoso.
Os arrivistas e os iníquos foram flechados.
Anônimo
Davis, estou impressionada com sua capacidade de discernir tão profundamente os acontecimentos políticos. Tenho guardado seus textos em arquivo. Que você seja abençoado. É muito bom ter acesso a artigos de alto nível. Você é seguramente um dos melhores articulistas políticos deste país. Abraços.
Pelo menos este anônimo conseguiu ser tão mais risível e raso quanto possível.
No caso Cacciolla, o CRIADOR do Plano Real, Chico Lopes, então presidente do BC foi investigado, processado e condenado por vender informações ao mercado. No início da investigação, FHC e seu ministro da Casa Civil, Clóvis Carvalho (?) defenderam Lopes, dizendo que o patrimônio (já suspeito) dele era fruto de uma herança de seu pai. FHC já sabia de tudo, pois Cacciolla chantageou Lopes - e o governo. O "presente BILIONÁRIO (quantos mensalões cabem em mum Cacciolla ?) dado pelo BC ao 400 banco brasileiro teve o aval de Pedro Malan. Houve uma CPI...houve um processo. Lopes foi condenado a 10 anos de prisão e toda a diretoria do BC a penas da ordem de 6, 7 anos.
Quando a imprensa fala do caso, refere-se somente a Cacciolla, dizendo que ele foi preso por "má gestão financeira de recursos públicos". Trata-se de censura. Até o Wikipedia foi fraudado. Lá, um artigo tenta provar que o "presente" ao Cacciolla teve fundamento técnico.
Um dos primeiros atos de FHC foi nomear sua filha desempregada para um cargo de 'aspone' no Planalto. Quando a imprensa o questionou, disse que os jornalistas estavam sendo (sic) "mesquinhos" e que sua filha iria "abrir suas cartas". Ela ficou no cargo até 2010, quando começaram a investigar os desmandos dos 'atos secretos' do senado.
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Porque o PT e o Lula,não processam esses fariseus hipócritas,calu niadores?se fosse o PT,que falasse alguma coisa deles,ai,ai,ai, eles iriam até as últimas consequências,s em dúvida alguma,por isso vai aí uma ideia,não se pode aceitar tamanha desonestidade,e m pleno século XXI,é preciso reagir,imediata mente,esses golpistas tem que ser processados!!
Análise corretíssima!Acompanhei muito de perto essa quadra da história e sua percepção é corretíssima!
O Crítico: ..."pelo menos conseguiu algo, ainda que ruim"...
O Anônimo " Obrigado"
Se achou-me raso e rísivel, achei-te profundo e bem humorado.
Esqueça dessa defesa ferrenha do PT e fala da eleição no Mengão, a mais importante do país Davis Sena Filho, essa uma verdadeira REVOLUÇÃO!
Saudações Rubro-Negras e abços à Imprensa Privada,
Aguilera
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