Por Davis Sena Filho — Palavra Livre
Eles,
os derrotados das eleições de 2014, os mesmos que venderam o Brasil e traíram
seu povo por 30 moedas, na década de 1990 e início dos anos 2000. Reúnem-se
sistematicamente para conspirar e, por sua vez, abrem as bocas para a imprensa
de negócios privados, tão dolosa e golpista quanto os demotucanos.
Eles
são assim: quebram o Brasil, afundam sua economia e que se danem os empregos do
povo brasileiro e o projeto desenvolvimentista e humanitário que em apenas 13
anos acabou com a forme, segunda a FAO, ao tirar da miséria absoluta cerca de
40 milhões de habitantes, sem falar nas dezenas de projetos e programas de
inclusão social, além de milhares de obras de infraestrutura.
Não.
Nada disso importa. O que realmente conta para essa gente de direita é o golpismo
à moda paraguaia, porque o golpe em forma de quartelada os militares não querem
saber de entrar nessa irresponsável aventura, nesse barco furado em alto mar.
De forma alguma.
Os
anos de chumbo queimaram a imagem do Exército, da Marinha e da Aeronáutica por
muitos anos, principalmente no que concerne à prática da tortura. Os que
apostam em golpe a protestar pelas ruas são geralmente pessoas idosas,
despolitizadas, mas ideologicamente conservadoras, além dos coxinhas de classe
média, porém, mais jovens, sendo que muitos deles não sabem o que é uma
ditadura militar apoiada por empresários poderosos, que derrubaram do poder um
presidente constitucional eleito pelo povo, como o fora João Goulart.
Esses
coxinhas não sabem, de fato, o que é inflação, dos tempos em que os cidadãos
entravam nos mercados e os sons que eles ouviam, intermitentemente, eram os
barulhos das máquinas mudando os preços dos produtos em suas embalagens.
Tratava-se de uma realidade impressionante, além de o Brasil ter um mercado de
consumo muito aquém do que poderia ter.
Naqueles
tempos sombrios, época que o desemprego prosperava, éramos um País cujos
mandatários governavam para poucos e o Estado, patrimonialista, somente atendia
aos interesses dos ricos e de uma classe média coxinha elitista, que
atualmente, de maneira radical, tem mostrado e referendado sua verve e alma
golpistas. Tal qual aos seus iguais de 1964.
O
problema é que esses jovens, ignorantes sobre a nossa história, não sabem do
ocorrido ou simplesmente compreendem, mas são realmente pessoas que lutam
contra a inclusão social e a igualdade de oportunidades. Já diziam os antigos:
"Os canalhas também envelhecem". E para eles envelhecer, antes tem de
ser jovens.
Contudo,
todo dia sabemos, porque lemos, ouvimos e vemos, os demotucanos a apregoar o
golpe, independente de quaisquer razões, até porque são indelevelmente
irresponsáveis. E por quê? Porque a direita não tem compromisso com a
sociedade, mas apenas com os números e os índices que podem enriquecer ainda
mais a grande burguesia, a que frequenta o pico da pirâmide social, a casa
grande — a que se torna plutocrata.
Aécio
Neves, um dos políticos mais rancorosos e irresponsáveis que já vi em quase 30
anos de jornalismo, bem como José Serra, Fernando Henrique — o Neoliberal I — e
toda sua trupe filiada ao PSDB, DEM e PPS, a ter ainda o SD, do Paulinho da
Força, o "líder" de trabalhadores de direita, o que se torna um fato
surreal por si próprio, continuam a conspirar sob o auspício da imprensa
historicamente golpista e chantagista dos magnatas bilionários de todas as
mídias cruzadas e monopolizadas.
Essa
gente, portadora de uma irresponsabilidade atroz, fala em golpe como se tomasse
chopp em um bar, pois completamente descompromissada com o País, a não
respeitar, inclusive, os quase 55 milhões de votos que foram depositados nas
urnas pelo povo brasileiro para reeleger a política trabalhista, Dilma
Rousseff, uma mandatária que jamais incorreu em crimes comuns e muitos menos de responsabilidade, porque sempre se submeteu aos ditames da Lei.
E aí
temos de aguentar a ver gente sem qualquer preocupação com a estabilidade
econômica e política do País, porque quer conquistar o poder de qualquer jeito,
da maneira que for, mesmo se tiver de dar um golpe, com a cooperação de certos
juízes, a exemplo de Gilmar Mendes e Sérgio Moro, bem como promotores
midiáticos como Deltan Dallagnol e seus parceiros de equipe, que se apresentam
ao público como os "salvadores" da humanidade, a terem como cobertura
para seus atos as luzes da ribalta da imprensa alienígena pertencente à meia
dúzia de famílias autoritárias e nostálgicas da ditadura.
José
Serra afirmou sobre o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), assumir a
Presidência: "Creio que se o destino exigir dele a
tarefa de presidir o Brasil, ele estará à altura. Vai dar tudo de si. Vou
fazer o possível para ajudar. Temos que ter a responsabilidade de concluir esse
processo o mais rápido possível. Começou, agora precisa ter fim".
Pela
primeira vez tal tucano abre o verbo golpista em público. Até então,
diferentemente de seus correligionários golpistas, a exemplo de Aécio Neves,
Cássio Cunha Lima e Carlos Sampaio, Serra atuava nos bastidores. Tão golpista e
irresponsável quanto os demotucanos de proa, que vivem a tagarelar nas mídias
privadas dos coronéis de imprensa, patrões de escribas jagunços estabelecidos
em colunas, blogs, editoriais, sites, canais de televisões e de rádios.
Essas
pessoas que propõem o golpe tem de ser levadas a sério. Não se pode tergiversar ou remediar com
gente tão perigosa para os interesses do Brasil e de seu povo trabalhador. O
papel de Michel Temer é uma vergonha, tanto o é que ele disse que Dilma
Rousseff nunca confiou nele. E como confiar em um político que representa os
barões de São Paulo e a plutocracia brasileira, umbilicalmente, aliada da
internacional?
Como
confiar em um político que jamais, em hipótese alguma, dirigiu-se ao povo por
intermédio dos meios de comunicação do coronéis midiáticos para afirmar que não
concorda com golpes e que vai lutar para enfrentá-lo e derrotá-lo. Como confiar
em um homem que é ambivalente, fica em cima do muro, trabalha contra o Governo
Trabalhista de forma quase invisível, em silêncio, como a dizer que no PMDB à
noite todos os gatos são pardos.
Não
tem como confiar em um vice como o Michel Temer, um político sorrateiro e que
representa, sem dúvida, os "quatrocentões" de São Paulo. Temer tem a
cara da conspiração de 1932, o golpe que foi sumariamente derrotado pelas
forças revolucionárias de Getúlio Vargas, que conquistaram o poder da República
em 1930, a derrotar São Paulo e sua Política do Café com Leite de inspiração
escravocrata.
Michel
Temer, tal qual a José Serra, Fernando Henrique — o Neoliberal I — e
Aécio Neves, bem como seus aliados golpistas, está longe de ter a
grandeza do vice de Lula, José Alencar, que, apesar de ser um grande
empresário, era um homem compromissado com o desenvolvimento do Brasil e com o
presidente Lula.
Alencar
era nacionalista e lutava para que a indústria e o mercado brasileiros
crescessem o suficiente para serem independentes, de forma que o Brasil se
tornasse um País com um projeto industrial próprio e livre de especulações
estrangeiras, no que é relativo a ficar à mercê de importações de produtos que
a indústria nacional pode fabricar e desenvolver, inclusive no que tange à
indústria mais especializada, a exemplo da nuclear, além de ter acesso ao
conhecimento de tecnologia de aviões de combate, dentre muitos outros segmentos
do mundo industrial e tecnológico.
O
projeto industrial do PT e do PCdoB está aberto às negociações com os demais
países. Porém, exige que os negócios agreguem conhecimento, como sempre foi
colocado em prática pelo Itamaraty, no decorrer dos governos petistas.
Realidade esta que nunca aconteceu quando os demotucanos estavam no poder. O
PSDB e seus aliados tem as almas entreguistas, antinacionalistas e
antidemocráticas.
Tanto
o é verdade que estão há mais de um ano a tentar todo tipo de golpes contra a
presidenta legalmente eleita, seja por intermédio da Justiça (STF e TSE) ou
pelo TCU, bem como, agora, pelo Congresso Nacional, a ter como mote as
"pedaladas" fiscais. Um absurdo, mas é o que está acontecer no Brasil,
um País que sempre fica à mercê de fantasmas do passado, como a ditadura
militar de 21 anos, que torturou e matou pessoas, bem como a enfrentar péssimas
situações como as privatizações do tucano neoliberal FHC, que quase desmantelou
o Estado brasileiro — uma verdadeira lástima, com prejuízos econômicos
astronômicos, além de morais à Nação, que não tem preço.
Um
político como José Alencar jamais faria o papel dúbio e de conotação
conspiratória como o faz Michel Temer. Por sua vez, está mais do que na hora de
o Governo Trabalhista pôr uma pá de cal nas intenções golpistas de partidos de
direita como o PSDB, DEM, PPS e SD, bem como ficar atento às leviandades e
irresponsabilidades de pré-candidatos exemplificados no juiz aposentado e de
direita, Joaquim Barbosa, um dos ícones dos conservadores elitistas e racistas,
mas que, para derrotar o PT, votariam, hipocritamente, em um candidato negro.
Além
disso, e como sempre, a candidata Marina Silva e seu discurso vazio e
incompreensível, sobe mais uma vez no muro, mas com seus olhos a olhar para a
direita. Marina sumiu no caso da morte do Rio Doce. E por quê? Porque ela não
vai atacar a Vale privatizada no papel de Samarco. Se ela atacar a Vale do Rio
Doce vai dar força ao Governo Trabalhista e ajudar a questionar as privatizações
cujos empresários somente se preocupam com os lucros, como sempre se comportou
a iniciativa privada, que só pensa em suas ações e agradar seus associados.
Ponto.
Marina
não consegue esconder seu ódio e rancor por Dilma, e como política menor que é
e sempre foi vai, sem sombra de dúvida, proceder dessa maneira. Há muito anos tal pessoa foi
cooptada pela direita, bem como seu blá blá blá inintelegível e enfadonho se
tornou uma forma de ela falar muito e não dizer nada com coisa nenhuma. Marina
é uma fraude política como o são também o Aécio, o FHC e o José Serra.
Quanto
aos políticos do DEM (o pior partido do mundo), não é necessário citá-los,
porque eles o são, na verdade, a caricatura de si mesmos, além de o partido,
herdeiro da UDN e da Arena, ter se transformado em uma sigla anã. O golpe
liderado pelo deputado Eduardo Cunha, um chantagista contumaz e acusado de
inúmeros crimes, conforme autoridades da Suíça comprovaram com documentos,
chega a ser surreal, porque se trata de um processo de impeachment contra uma
presidente constitucional, eleita pela força das urnas e que, volto a repetir,
não cometeu qualquer modalidade de crime.
Este
é o fato. O PT e o Governo tem de mobilizar a sociedade civil organizada e ir
às ruas para contestar e combater o golpe. O Brasil não é uma republiqueta de
bananas. Se o fosse, a casa grande e seus apaniguados não lutariam tanto pelo
poder, inclusive de forma criminosa, que são as incontáveis tentativas judicializar a política e de
criminalizar o Governo Trabalhista, o PT e suas lideranças, nas pessoas de Lula
e Dilma. Se o Brasil fosse o fracasso que a "elite" diz ser, de forma alguma a direita subserviente e subalterna aos governos dos
países ricos desejaria tanto o poder. Acontece que os reacionários sabem que o
Brasil é a sétima economia do mundo e com um mercado gigantesco e que ainda não
foi totalmente explorado.
A
direita tupiniquim sabe e compreende muito bem as realidades e as aventuras que
já entrou e paga mais uma vez para ver. Trata-se da direita colonizada, que se movimenta,
sinuosamente sem parar, com a finalidade de privilegiar seus negócios e favorecer seus
patrões — a plutocracia internacional. Os golpistas não passarão. O Governo
Trabalhista e a sociedade organizada não vão deixar acontecer o retrocesso, o
atraso e o golpe, apesar do PSDB, do Eduardo Cunha e do Michel Temer. É isso aí.
12 comentários:
Davis, o impeachment do Collor foi golpe?
Prezado leitor fiel, Collor não foi objeto de impedimento. Ele renunciou antes de ser casado. Depois de anos, o STF o inocentou. Antes de você afirmar que defendo o carioca/alagoano, quero te dizer que foi uma decisão do tribunal técnica, sem paixões políticas e ideológicasociais,porque o resultado do julgamento se deu com juízes que não estavam no poder na época da queda de Collor. Não é opinião minha. É fato é história. Tudo de bom a você.
PS: AO invés de "casado", cassado.
Meu teclado está péssimo, Ezequiel.
Ah...então aquela votação do dia 30 de dezembro de 1992 que deixou o Collor inelegível por oito anos foi uma tremenda bobagem?! E o Lula, heim?! Kkkkkkk
https://www.youtube.com/watch?v=zHe9XN-Ewlg
E quando o PT pediu o impedimento do Itamar, era golpe Sr. Sena Filho? E quando pediu o impedimento de FHC era golpe? Todos lembramos das avenidas pichadas em todo o Brasil, com o famoso bordão FORAFHC.
Desisto. Quando uma pessoa se faz de burra e ri como se fosse um palhaço de filme de terror, eu desisto.
Como resolvi responder hoje, olha aqui Álvaro, com todo respeito, você, politicamente, é amador. Você pode ser conservador, mas te ligo de ler história sem paixões. Abraço.
*mas, te digo, tens de ler história...
PS:meu teclado tá uma merda.
"Impeachment nos olhos dos outros é refresco". SENA, Davis.
Impeachment é meus zovos! rsrsrs
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