Por Davis Sena Filho — Blog Palavra
Livre
O ministro do STF,
Ricardo Lewandowski, anulou a decisão do TJ de Santa Catarina, que
atendeu aos interesses de entidades empresariais catarinenses, que, como em São
Paulo, são contrárias ao aumento do IPTU, e, consequentemente, impediram a
elevação do imposto proposta pelo prefeito de Florianópolis, César Souza
Júnior, do PSD, porém, político com origem no extinto PFL, que atualmente é o
DEM, herdeiro da UDN, partido de sustentação da ditadura militar.
César Júnior é
advogado, mas homem ligado aos empresários de meios de comunicação de Santa
Catarina, pois foi, inclusive, vice-presidente da Associação Catarinense das
Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), o que, sem sombra de dúvida, o torna
um político ligado ao empresariado desse setor, que, invariavelmente, sempre
lutou contra o aumento de impostos ou de qualquer medida governamental que,
porventura, possa atingir os bolsos das classes sociais mais poderosas.
Entretanto,
mesmo a ser um político de relações com os barões da imprensa, o prefeito
catarinense teve sua intenção de aumentar o IPTU suspensa pelos juízes do TJ,
que também, invariavelmente, atendem aos desejos e aos interesses do grande empresariado,
como demonstra a crônica sobre o Judiciário deste País. César Júnior, tal qual
ao prefeito paulistano, Fernando Haddad, não se deu por vencido e recorreu ao
STF, onde o juiz Lewandowski cassou a determinação do TJ e, por sua vez, o
prefeito de Florianópolis vai ter acesso a mais recursos provenientes do IPTU.
Todavia, existe
uma diferença entre a questão paulistana e a florianopolitana. O prefeito
catarinense é do PSD com origem no PFL e DEM e o de São Paulo é do PT, cuja
capital é a maior e mais poderosa da América Latina, além de ser peça-chave do
tabuleiro das eleições presidenciais de outubro deste ano e que causam grande preocupação
à direita brasileira em geral e aos donos da Casa Grande, em particular.
Evidencia-se outra
diferença também: Fernando Haddad está no centro das atenções da oposição
capitaneada pelo PSDB e aliada à imprensa de mercado, que há 20 anos dominam a
máquina pública e lutam, desesperadamente, para não serem derrotados nas
eleições a governador de São Paulo, bem como querem derrotar o PT em âmbito
federal, do qual estão afastados há praticamente 12 anos, realidades estas que
lhes causam inconformismo e ódio.
Fernando Haddad
aumentou o IPTU, de forma escalonada e conforme o poder aquisitivo dos
proprietários, o que faria com que os ricos e os indivíduos de classe média alta
pagassem um pouco mais e, por seu turno, desapertariam o cinto dos mais pobres,
que permaneceriam com o imposto congelado e, por conseguinte, gastariam seu
dinheiro em necessidades da rotina do dia a dia.
E o que aconteceu?
A Fiesp, à frente o presidente Paulo Skaf, e os magnatas bilionários da
imprensa de negócios privados se mobilizaram politicamente contra o aumento do
IPTU e fizeram uma dura campanha contra a intenção de Fernando Haddad. Recorreram
ao TJ de São Paulo e, obviamente, foram atendidos pelo magistrado.
Esses fatos e
ações são de um mundo surreal, porque Skaf, com o apoio da imprensa corporativa,
judicializou o processo político e a decisão soberana de um prefeito eleito
pelo povo, que ficou à mercê de um empresariado reacionário e de uma magistratura
politicamente e ideologicamente conservadora e que, na última década, resolveu
governar no lugar de pessoas institucionalizadas, porque eleitas.
O prefeito
petista ao perceber que o TJ estava a judicializar a política e a meter o
bedelho onde não lhe convém, resolveu recorrer ao STF e fez uma visita de
cortesia e respeito ao juiz e presidente do Tribunal, Joaquim Barbosa. Explicou
suas razões e os motivos pelos quais iria aumentar o IPTU aos proprietários de
terrenos vazios objetos de especulação imobiliária e de mansões, casarões,
condomínios e prédios de luxo, além de fiscalizar a sonegação de empresas, bem
como cobrar dos empresários o IPTU atrasado.
O mandatário do
STF o ouviu, mas fez ouvidos moucos e ratificou a decisão elitista e política do
TJ paulista. Porém, a atitude de Joaquim Barbosa não surpreendeu aos que
esperam do nada o nada. Tal juiz já demonstrou, no decorrer de sua
magistratura, para o que veio, e ele surgiu para fazer política, a má política,
porque o que um juiz não pode fazer é escolher lado, tomar partido e falar mais
do que um locutor a narrar jogo de futebol. E é exatamente o que este juiz fez,
em todos os sentidos. Ponto!
Agora quem recorre
é um político conservador e do PSD. César Júnior teve sorte, porque seu caso
foi julgado pelo juiz Ricardo Lewandowski, magistrado de convicção legalista, como
comprovou no processo do “mensalão”, o do PT, porque o do PSDB, apesar de ser
mais antigo, nunca foi julgado e pode prescrever. Avesso ao holofote midiático
e ao clamor da turba, Lewandowski suspendeu a decisão do TJ e com isso o
prefeito de Florianópolis vai poder governar de forma soberana, porque
soberania quem dá é o povo.
Enquanto isso, o
prefeito Fernando Haddad teve seu projeto de governo prejudicado por juízes de
capas pretas, que não têm o mínimo compromisso com a população, a exemplo do que
também ocorreu com o Programa Braços Abertos sabotado pela Polícia Civil do
governador Geraldo Alckmin, que atacou com bombas e violência física pessoas
viciadas em crack, que naquele momento estavam a ser visitadas por agentes do
programa, com a presença, inclusive, de soldados da PM, que garantiam a
segurança dos servidores.
E é assim que a
banda toca. Quando a elite discorda de um projeto que não a beneficia, além de
ter propósito democrático, pois geralmente de inclusão social, logo a Casa
Grande trata de colocar em ação seus bonifrates para dificultar ou até mesmo
impedir que um programa de governo de perfil progressista, como o é o do
prefeito Haddad, seja efetivado.
O ex-prefeito,
Gilberto Kassab, por exemplo, aumentou o IPTU em até 357%, índices muito
maiores do que os propostos por Fernando Haddad, e os colunistas, comentaristas
e “especialistas” de prateleiras da imprensa comercial e privada (privada nos
dois sentidos, tá?) não fizeram uma campanha insidiosa ou virulenta contra o
Kassab, então, aliado dos tucanos e que depois “rompeu” com o PSDB, a fim de buscar
novos espaços na política paulista, bem como insatisfeito por ter sido
preterido como candidato a governador.
Além disso,
diferente de Kassab, o aumento do IPTU proposto por Haddad continha objetivos cujos
méritos era implementar justiça social e assim desonerar os mais pobres e fazer
com que os ricos paguem mais pelos benefícios recebidos no que é relativo à energia
elétrica. Não é justo que as alíquotas para pobres e ricos sejam a mesma.
Desiguais têm de ser tratados de forma desigual, porque não têm a mesma
condição de vida.
Por isto que
existem os programas sociais e afirmativos, que têm por objetivo aproximar os
desiguais e dar oportunidades para que as pessoas das classes sociais baixas
cresçam para terem acesso a uma vida de melhor qualidade. O que não se
compreende são os juízes que, insensatos politicamente, fazem o papel de
títeres da Casa Grande.
Até entendo que
barões de imprensa sejam egoístas, egocêntricos e perversos. Mas, juiz é
servidor público a serviço da sociedade, sustentado por ela e por causa disto não
cabe em sua conduta escolher lado, cor, ideologia e se propor a fazer uma
política mequetrefe e rastaquera, que não condiz com o cargo que ocupa. Do
contrário, saia da magistratura, filie-se em um partido político e vai à luta.
Joaquim Barbosa
boicotou Fernando Haddad e sabotou, tal qual à Fiesp e à imprensa alienígena e
de passado golpista, os benefícios sociais que o escalonamento do IPTU traria
aos pobres de São Paulo. O ínclito juiz preferiu mais uma vez compor com os
donos da Casa Grande, os que controlam o establishment. É de seu feitio e
vontade, como ficou comprovado em sua atuação no caso do “mensalão” — o do PT.
Porém, o
legalista juiz Lewandowsky não permitiu que juízes do TJ catarinense seguissem
os maus passos dos juízes do TJ paulista. O magistrado não concordou que juízes
e empresários governassem no lugar do eleito pelo povo, mesmo a ser este
eleito, no caso o prefeito César Souza Júnior, ligado ao empresariado, bem como
membro de um partido conservador. O prefeito catarinense vai poder aumentar o
IPTU, ao contrário de Haddad, que é do PT e por isto vai pagar caro por ter
vencido a direita em terra paulistana. É isso aí.
19 comentários:
Esse Davis Sena Filho é patético mesmo. Ele escreveu sobre o Joaquim Barbosa:
"Tal juiz já demonstrou, no decorrer de sua magistratura, para o que veio, e ele surgiu para fazer política, a má política, porque o que um juiz não pode fazer é escolher lado, tomar partido e falar mais do que um locutor a narrar jogo de futebol. E é exatamente o que este juiz fez, em todos os sentidos. Ponto!"
E diz que o Ricardo Lewandowsky é um "magistrado legalista"??? Ahahah...Ser legalista é atender aos interesses do PT e tomar o seu lado como causa???
Davis, seus argumentos estão cada vez mais estapafúrdios. A grande sorte é que você é seguido por apenas meia dúzia de bundões alienados, que vão começar a me xingar dentro de instantes.
No caso, caro Jorge Marcelo, Lewandowski não atendeu a interesses do PT e sim do PSD, partido de direita. Isso não mostra a sua imparcialidade?
Jorge Marcelo, como sempre um imbecil sem nenhuma capacidade intelectual para interpretar texto. Interpreta conforme sua veia fascista e reacionária; Um lixo como pensante. Davis Sena Filho mais uma vez você escreveu um texto elucidativo, explicativo e desnuda esse Judiciário conservador que o Brasil infelizmente tem.
Jorge Filho da Puta Marcelo, o seu problema é que você não sabe que o articulista escreve em um grande site, o mais importante em politica, além de ser publicado em inúmeros blogs e sites. Pesquise, retardado, que você confirmará o que eu digo.
Davis, excelente artigo. Joaquim Barbosa um dia receberá o retorno e eu espero que seja em forma de cadeia ou de ostracismo. Esse juiz bárbaro é um lixo.
Jorge Marcelo? Quem? É o articulista que lê esse neófito, esse energúmeno ou é esse cuzão quem lê o articulista? Artigo fundamental para ver o quanto juizes como o ditador J Barbosa agem e prejudicam os interesses da população.
O "Bom Direito"(?) do joaquim:
- o joaquim escondeu dois inquéritos paralelos abertos contra ex-diretores do Banco do Brasil, acusados pelo mesmo crime que condenou o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato;
- o inquérito sigiloso de número 2474 correu paralelamente ao processo do suposto "Mensalão", que levou à condenação, pelo STF, de 38 dos 40 denunciados por envolvimento no caso;
- e desde 2006 corre na 12ª Vara de Justiça Federal, no DF, um processo contra o ex-gerente executivo do Banco do Brasil, Cláudio de Castro Vasconcelos, pelo mesmo crime pelo qual Pizzolato foi condenado no STF.
Qual escola de Direito ele frequentou!?
E joaquim pediu a benção:
"Um dos advogados mais conhecidos de Brasília, Antonio Carlos de Almeida Castro, que defendeu Duda Mendonça na Ação Penal 470 e foi um dos poucos vitoriosos no julgamento, quebra a unanimidade em torno de Joaquim Barbosa. "Ninguém é duro desse jeito sendo feliz", disse ele, que ofereceu jantar a José Dirceu e contou que, para chegar ao STF, o primeiro presidente negro teve antes que pedir a benção ao ex-ministro da Casa Civil"
O que ficará do joaquim para a história?
Não será seu exemplo de origem de família simples que venceu pelo esforço e dedicação.
Ficará para a história um exemplo de gabola que jacta-se de seu poder(?) como símbolo de aceitação popular, TOTALMENTE CAPITANEADO PELA MÍDIA.
E o 'skafezinho'!
Em um jantar beneficiente para ajudar o INCOR, dedo em riste, falando alto, Adib Jatene, "pai" da CPMF foi e é um dos maiores defensores da contribuição, diz a Paulo Skaf, presidente da FIESP e que defende o fim do imposto:
"No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós concordamos com o fim da CPMF.
Enquanto vocês não toparem, não concordamos.
Os ricos não pagam imposto e por isso o Brasil é tão desigual.
Têm que pagar!
Os ricos têm que pagar para distribuir renda".
Mais uma sobre o "skafezinho":
Adib Jatene para Paulo Skaf (FIESP):
Adib Jatene ao skaf: "Por que vocês não combatem a COFINS, que tem alíquota de 9% e arrecada R$100 bilhões? É que a CPMF não dá para sonegar."
skaf e joaquim - quem é o cabo eleitoral de quem?
Será que eles só querem ajudar a Casa Grande!?
O que fez/faz joaquim:
- bateu na mulher;
- disse que acima dele não há outro poder;
- mandou jornalista "chafurdar no lixo";
- sugere cassar o direito de uma pessoa falar - ostracismo;
- quer coordenar as ações da imprensa;
- ...
Que legado deixará joaquim:
- prepotência;
- o vulgar ridículo de uma corte suprema;
- o caos jurídico e o perigo para o Brasil;
- a Democracia com uma toga ditatorial;
-...
Epa!!!!!!!! Mais um bloguinho chinfrim a serviço da petralhada. Tô fora. Fui
Tucanalha anônimo, já vai tarde.
O bundão mais alienado que segue apaixonadamente o Davis...é o patológico e infeliz Jorge Marcelo, que sozinho, é mais idiota do que todos os bundões do país.Freud explica.
Mais um show de jornalismo realista. Joaquinzinho é um dos principais responsáveis por essa onda de ódio/violência que só faz crescer. Consolidou-se nesse posto nada honroso ao oferecer ao País o vil espetáculo do avião com os condenados do “mensalão” rumo a Brasília no dia 15 de novembro. Exibiu-o apenas para alimentar o ódio de muitos antipetistas/conservadores. O ego extremamente inflado e doentio dele não é compatível com política. Quem não tem humildade não pode sequer sentar à mesa para negociações.
Barbosa é herói dos pusilânimes e rei da parcialidade, injustiça, autoritarismo e senhor supremo da arrogância. Os desvarios desse senhor estão sujando para sempre o direito brasileiro. Barbosa presidente (isola, cruzes!!!) seria um desastre, um armagedon, enfim, o retorno ao autoritarismo e totalitarismo imperial ou, então, a certeza absoluta de que DEUS NÃO É BRASILEIRO.
Marcos Lúcio
Ex-presidente da OAB critica pagamento de diárias de Joaquim Barbosa na Europa
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ex-presidente da instituição, Wadih Damous, a medida deve ser considerada condenável, mas, por se tratar do ministro Joaquim Barbosa, acaba sendo aceita. Para Wadih, o ministro foi endeusado pela imprensa e pela sociedade, o que torna ações como essa admissíveis aos olhos da opinião pública. O magistrado ainda traça um paralelo, ilustrando como o pagamento de diárias seria encarado se o beneficiado fosse o senador Renan Calheiros.
"Vou fazer um paralelo para você: vamos imaginar que esse caso estivesse acontecendo com o senador Renan Calheiros. Seria manchete de todos os jornais, de todos os editoriais, seria um escândalo nacional. Como se trata do ministro Joaquim Barbosa, tudo é permitido. Quase não sai uma nota de rodapé, os colunistas evitam tratar desse assunto. É tão grave quanto o Renan Calheiros cortar cabelo com dinheiro público", exemplifica Damous.
O jurista também condena a criação de "verdades absolutas" sobre autoridades como Joaquim Barbosa, que ganhou notoriedade e admiração exacerbadas após ser relator do mensalão.
Faltou identificação; Marcos Lúcio
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