Coleiro
Esta noite dormi cedo e ela também, cada qual em sua casa e em suas distantes
cidades, estávamos cansados demais para entrarmos na Internet e nos vermos um
instantinho que fosse, apenas papeamos um pouquinho ao telefone na ligação que ela
fez pra mim, como de costume, por volta da meia-noite e após saciarmos um pouco
nossas saudades um do outro combinamos ir dormir em seguida, eu pensando nela e
ela em mim e na nossa incrível e linda historia de amor.
Certo, fui pra cama e até que não demorei muito para adormecer, calculo eu, lá pela uma da manhã. Dormi até por volta das quatro e meia e acordei a fim de ir ao banheiro. Como não havia pego meus e-mails do dia anterior aproveitei a oportunidade para navegar um pouquinho e depois então retornar à cama para arrematar meu sono. Cerca das seis da manhã desconectei e fui fechar a janela de meu quarto, antes, porém, dei uma olhadela pelos arredores respirando fundo o gostoso ar ainda purificado pela noite. Foi aí que aconteceu um dos momentos mágicos de minha vida:
Nalguns intervalos de tempo apareciam algumas poucas pessoas transitando e indo para seus batentes, mas por minutos não houve tráfego de nenhum veículo e o que eu ouvi não foram ruídos perturbadores, mas uma agradável sinfonia de pássaros no maravilhoso som estéreo que só mesmo Deus sabe proporcionar.
Uma
Cambaxirra lá à esquerda pelo lado das Bananeiras, ainda à minha esquerda, mas
mais às minhas costas e mais ao alto, lá no Abacateiro, um Sanhaço e também na
mesma direção, à altura do solo na Laranjeira, um Coleirinho e, entre eles,
pelas casas dos vizinhos, vez por outra, um galo cacarejando e um outro
respondendo a ele; mais ao centro e bem lá embaixo perto do riacho, que passa
pelo meu bairro, e ainda ao alto, à minha direita, numa outra casa meio
distante, um terceiro, sei lá se respondendo ou provocando, cada um deles com
timbres diferentes, outros pássaros mais, que não consegui distinguir quais
estavam contribuído com seu gorjeio também para a bela sinfonia. Confesso que
senti falta do Bem-Te-Vi, mas acho que ainda não era hora de seu ”turno“
(sorrisos).
Contudo,
o Sabiá marcou sua presença, veio vindo lá de traz, na sua passagem pela
Jabuticabeira, até pousar na Ameixeira pelo meu lado direito. Os grilos
espalhados pelo meu quintal também colaboraram para a música. Ah, um cachorro
bem que tentou participar do coral, mas ainda bem que não insistiu em seu
intento…
Propositalmente,
eles não os me deixaram ver, a fim de que eu prestasse mais atenção aos seus
gorjeios e para a minha visão deixaram o céu do amanhecer coberto por nuvens
alegres, brancas, e, depois, algumas em tom amarelo-rosado, pintadas pelos
raios do Sol, começando a despontar no horizonte pelo lado da Cambaxirra.
Uma
serração tênue, lá pelos pastos, que compunham o belo cenário. Caramba… Um
artista deveria ter tido o privilégio de também ter visto a paisagem a fim de
retratá-la nalgum de seus quadros. É, e como se isto tudo não me bastasse,
ainda tive o prazer de meu olfato ser presenteado por um delicioso aroma
mesclado pelo perfume de flores, plantas, matos e da terra molhada pela chuva
revitalizante, acontecida durante à noite.
Deus,
muito obrigado por este momento mágico e tão maravilhoso, em minha vida.
Joahermen
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