Por Davis Sena Filho — Palavra
Livre
TRATA-SE DA CORDA E DA CAÇAMBA DE UM GOVERNO GOLPISTA NO QUE CONCERNE PREJUDICAR OS TRABALHADORES. |
“Se
você começa a admitir indenizações muito elevadas, o trabalhador pode acabar
provocando um acidente ou deixando que aconteça porque para ele vai ser melhor”.
(Ives Gandra Filho, presidente do TST, em momento irresistível de pensamento
escravocrata e de desprezo incomensurável aos trabalhadores)
Trata-se da luta de classes. Ponto.
Agora,
vamos ao ditado popular: "Quem sai aos seus não degenera". E é verdade,
mas para o bem e para o mal, Ives Gandra Martins Filho, presidente do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), não degenerou e, com efeito, mantém o mesmo
pensamento tosco, sectário e elitista das oligarquias escravagistas brasileiras.
Gandra não apenas seguiu somente os preceitos burgueses de seus antepassados,
mas, sobretudo, dos ancestrais das classes dominantes e hegemônicas, que há
séculos formam advogados, juristas e homens e mulheres que ocuparam e ocupam
cargos de poder e mando no âmbito da Justiça e do Judiciário, assim como mais
recentemente no MPF.
Disse Gandra quando assumiu a presidência do
TST, em fevereiro de 2016, em plena crise política e institucional, que
acarretou a deposição da presidente legítima e constitucional, Dilma Rousseff: "O
excesso de intervencionismo estatal, quer legiferante, quer judicante, pode
desorganizar a economia mais do que proteger o trabalhador e promover o
desenvolvimento produtivo" — afirmou o jurista da alta burguesia, a
assinalar ao patronato que ele se empenhará para que os conflitos do trabalho,
ou seja, entre as classes sociais pendam sempre para o lado mais forte, o lado
dos patrões, dos grandes capitalistas para quem o sistema judiciário e judicial
brasileiro trabalha, pois sempre defendeu os interesses patronais,
principalmente os econômicos e financeiros.
Ives
Gandra é um dos filhos da casa grande como o foi seu pai e muitos de seus
parentes. O jurista e presidente do TST sabe que sua nomeação não foi à toa e
muito menos em vão. Seu papel na área em que atua, como fazem outras
autoridades nos diversos segmentos de atividade humana onde também atuam, é o
de estabelecer e confirmar a primazia e a hegemonia do empresariado e dos
banqueiros sobre a grande maioria do povo brasileiro, que é composta por
trabalhadores, estudantes, donas de casa, profissionais liberais, servidores
públicos de baixos salários, aposentados e pensionistas.
Gandra
tem esta total compreensão, bem como os golpistas e os usurpadores que tomaram
de assalto o Palácio do Planalto, os ministérios e as estatais como os bandidos
dominam e assaltam as ruas, os comércios e as residências em todo o território
nacional. O jurista sabe o que está a acontecer neste País tão atrasado quanto
à sua burguesia colonizada e subalterna, que, por intermédio de um golpe
terceiro-mundista, bananeiro e cucaracha está a transferir com incrível rapidez
os patrimônios e os dinheiros públicos para a iniciativa privada brasileira e
estrangeira, assim como expulsar do Orçamento da União, que não pertence aos
empresários e nem ao presidente (golpista) de plantão, o povo constituído por
trabalhadores.
E
como se sabe que o aristocrático de província, Ives Gandra Filho, observa e
possui a compreensão sobre essas terríveis questões? Fácil de responder, afinal
o magistrado Gandra é golpista de primeira hora, além de pertencer desde sempre
a uma classe social que nega a ideologia, mas é profundamente ideológica, nega
a política, mas é partidária e nega o Estado, mas luta para dominá-lo e
transformá-lo em patrimonialista, porque o propósito é diminuí-lo para não ter
condições de atender a população brasileira de 210 milhões de habitantes, mas,
em contrapartida, grande o suficiente para servir a 30% da sociedade, sendo que
apenas 5% composta pelos ricos e muito ricos.
Os
golpistas endinheirados que passaram novamente a ter escancaradas as portas dos
bancos públicos (BNDES, BB, CEF e BNB) e a ter influência e prestígio no
Ministério da Fazenda, no Banco Central, no TCU, na Receita Federal, de forma
que suas sonegações (crimes), dívidas e empréstimos, conforme o caso, sejam
resolvidos sem, no entanto, desembolsar muito dinheiro ou até mesmo terem suas
dívidas perdoadas, o que é um crime de lesa-pátria dos muitos que o governo
golpista já cometeu. Leniência... e permissividade à vontade, pois o governo
pertence às oligarquias e associado aos grandes capitalistas.
É
isto que a burguesia quer; e para ter — vide o exemplo da imprensa de mercado,
das mídias pertencentes aos magnatas bilionários de imprensa, que após o golpe
voltaram a encher as burras de dinheiro, como jamais aconteceu nos governos
petistas — é necessário controlar o Governo Federal, mesmo que seja por meio de
um golpe criminoso travestido de legal e legítimo, com a chancela de um
Congresso corrupto e de um Judiciário diretamente e vergonhosamente implicado em
um golpismo que o jogará na lixeira da história.
A
imprensa empresarial e alienígena gosta de afirmar que somente a iniciativa
privada "salva", mas alguém tem de avisar aos magnatas bilionários e
donos de oligopólios que para eles manterem este discurso mentiroso, cínico e hipócrita
é necessário pelo menos desestatizar suas empresas "privadas", pois,
indubitavelmente, sempre viveram do dinheiro público em forma de empréstimos
com os juros abaixo do praticado no mercado e do dinheiro da publicidade e
propaganda dos governos federal, estaduais e municipais. Esta é a verdade.
Ponto.
Todavia,
o assunto é o doutor Ives Gandra Filho, que recentemente chamou muito a atenção
por causa destas palavras por ele proferidas: “Se você começa a admitir indenizações muito elevadas, o
trabalhador pode acabar provocando um acidente ou deixando que aconteça porque
para ele vai ser melhor”. Não é incrível ou inacreditável
que um homem que estudou nas melhores escolas e se tornou um jurista
respeitável pelo sistema hegemônico que ele defende, a ser um de seus porta-vozes,
tenha a desfaçatez de falar a respeito dos trabalhadores com tanto desprezo e
preconceito de classe? Ives Gandra Filho é um celerado ou apenas um insensato
por conveniência já que defende os interesses da plutocracia nacional e
internacional?
Respondo: Ives Gandra Filho zela
para atender todos os interesses do governo usurpador do golpista *mi-shell
temer. Todos os setores do governo ilegítimo estão ocupados por pessoas que
trabalham a favor do desmonte do Estado de bem-estar social, a começar pela
venda de seus patrimônio, pelo fim dos programas de inclusão social, pela
destruição da diplomacia altiva, soberana e independente que o Brasil
explicitou e efetivou nos últimos 13 anos e pela desconstrução dos direitos e
conquistas dos trabalhadores da ativa e dos que estão aposentados.
Gandra é apenas uma peça do
desmonte do Brasil propiciado pelo governo mais antinacional, antidemocrático e
antipopular de todos os tempos na história da República. O presidente do TST
sabe o que está a dizer, mas peca pela perversidade e a ausência de limites no
que tange à humanidade e ao respeito à pessoa humana. Sempre acontece, em
qualquer país que se depara com um golpe de estado, que vilipendia a
democracia, porque os golpistas, que geralmente se calam e são discretos com
suas perversidades, percebem rápido quando o ambiente político e institucional
está instável e propício para que oportunistas e gângsters se reúnam em uma
malta para dar golpe de estado.
Tais aventureiros de carácteres
reacionários e intolerantes se sentem à vontade e saem em turbilhões de suas colônias,
como ocorreu em 2013 quando os coxinhas de classe média aproveitaram para sair
às ruas quando o Movimento Passe Livre (MPL), de esquerda inconsequente,
protestou conta o aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus, que serviu como
rastilho de pólvora para a direita ir às ruas e fazer campanhas violentas e
sistemáticas contra uma presidente da República, que foi reeleita legalmente e
legitimamente, bem como não cometeu qualquer crime de responsabilidade.
A direita burguesa promotora de
conflitos e violências se sente, na verdade, à vontade não somente para falar
ao público de suas aleivosias e arbitrariedades, mas, sobretudo, perdeu a falsa
modéstia e a vergonha que nunca teve, pois, se preciso for, parte em direção ao
casuísmo e a tudo o que possa beneficiar seus interesses políticos, partidários
e, principalmente, econômicos e financeiros. A sordidez e a covardia dignas dos
sorrateiros por conveniência é a bíblia dos que lutam por primazias, privilégios
e benefícios.
No poder, os golpistas perdem,
definitivamente, a compostura e tranquilamente se autogratificam e privilegiam
seus grupos que negociam, à revelia do povo e dos votos que eles não possuem,
pois agora controlam o poder e inauguram um novo regime de exceção no Brasil,
porque sabedores que podem tudo, pois não devem explicações à sociedade, que
não elegeu o fantoche de plantão, que se mostra mais perverso que o pica-pau do
desenho animado e mais traiçoeiro do que o Amigo da Onça, que atende pela
alcunha de *mi-shell temer, o mais perverso e antipopular dirigente que este
País já produziu na história da República e à sombra da Constituição Cidadã de
1988.
Ives Gandra Filho e os golpistas
que se aboletaram ilegitimamente no Governo, como os lobos e os chacais se
concentram em seus covis, sentem-se à vontade e dispostos a esculachar os
trabalhadores. É por tudo isto que ele pronuncia frases draconianas, como dizer
que o trabalhador mutila e amputa seu próprio corpo para se beneficiar e ter
dinheiro, que, evidentemente, é pouco. Gandra, completamente irresponsável,
pois cometeu leviandade atroz, esquece-se, sempre por conveniência e cinismo,
que quem rouba para valer são os grandes empresários e os políticos e
servidores públicos de altos cargos, que são mancomunados com a corrupção das
altas esferas. Ou o Gandra não sabe disso? Olhe aí a Lava Jato, a despeito de
seus crimes, de seu partidarismo e de sua seletividade.
A verdade é uma só: o presidente
do TST perdeu a vergonha e sua mediocridade de pensamento subiu ao pedestal sem
a autorização da sabedoria, da ponderação e do discernimento. É como eu disse
antes: os golpistas de direita no poder se sentem realmente à vontade e livres
para fazer e dizer as maiores sandices e perversidades repletas de preconceitos
e covardias. É a luta de classe, cara pálida! Ainda não entendeu? Trata-se,
ipsis litteris, da direita no poder.
É assim que a direita atua e age,
bem como as pessoas que têm até 35 anos de idade não a conheciam, sendo que
muitas foram às ruas para apoiar golpes criminosos contra a democracia e o
Estado de Direito. A direita no poder significa privilégios aos ricos e
exclusão e sofrimento aos pobres e remediados — os de classe média. Ives Gandra
Filho é o exemplo pronto e acabado de como pensa (mal) e age a casa grande
escravocrata da Banânia. É isso aí.
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