Por Davis Sena Filho — Palavra
Livre
Estava
aqui a pensar que o Brasil é realmente um País sui generis, com uma
"elite" atrasadíssima, que remonta ao século XIX, moralmente
carcomida e socialmente corrompida, para dizer o mínimo. Então é assim: 54,5
milhões de cidadãos brasileiros votam na chapa Dilma Rousseff e Michel Temer e
logo depois a presidenta que não roubou a sociedade e nem o Estado nacional
poderá ser deposta por um golpe de estado por ladrões e golpistas, sendo que
muitos atuam no Congresso (PSDB, DEM et caterva), outros no sistema Judiciário
(PF, MP e Justiça), bem como a escumalha do golpe se completa com a Fiesp, a
imprensa corporativa de preceitos criminosos e gente do próprio Governo
Trabalhista, exemplificada
principalmente no PMDB, cujo vice-presidente, Michel Temer não honra seu
mandato e nem sua própria dignidade como cidadão, já que um traidor da
presidente, além de golpista.
A
verdade é que o Governo Trabalhista está isolado, porque a direita brasileira
se mobilizou fortemente para dar um golpe pelo simples fato, e este é o
principal dos motivos, de não aceitar a quarta derrota consecutiva. Contudo, o
Governo Dilma não está morto, porque quem morre de véspera é peru de Natal,
porque movimentos, grupos, associações, sindicatos urbanos e rurais e os
inúmeros setores da sociedade que defendem a democracia, além da resistência do
Governo Trabalhista, estão também a se mobilizar e a sair às ruas, a não
permitir que golpistas irresponsáveis e antidemocráticos, aboletados na sistema
Judiciário, na oposição partidária de direita e na imprensa de mercado pensem
que a peleja está ganha.
O
dia 31 de março é de suma importância para as fileiras democráticas e
legalistas da Nação. As ruas deste País vão ser inundadas pela sociedade civil
organizada que não está disposta a aceitar retrocessos, arbitrariedade e
violência institucional e política disfarçada de impeachment, como pretendem
demonstrar a Rede Globo, uma empresa monopolista acostumada a cometer crimes
contra a democracia, as instituições e ao Estado de Direito, como ocorreu no
passado e acontece agora, com a cumplicidade lamentável de juízes do STF e do
STJ que permitiram que um fanático de primeira instância rasgasse a
Constituição e o Código Penal, ao ponto
de cometer crimes contra a honra das pessoas, a não lhes garantir seus direitos
constitucionais, assim como a ordenar vazamentos nas vozes dos presidentes
Dilma e Lula, que chegaram ao grande público como se fossem bandidos que
cometem malfeitos contra os interesses da Nação.
Moro
deveria estar preso, mas antes teria, se tivéssemos uma Justiça séria, de ser
sumariamente afastado para depois ser investigado e, com efeito, demitido para
o bem do serviço público. Não somente este juiz de província, que teve a
cumplicidade de muitos juízes da Corte, que impediram, inclusive, de o Lula
assumir a Casa Civil, mesmo a ter ficha limpa, a não responder processos e
muito menos ter condenações por parte da Justiça. Um acinte e um tapa na cara
dos direitos civis adquiridos, não por esses jagunços e feitores da casa
grande, mas pelo povo brasileiro no decorrer de séculos, pois somos um País que
teve 400 anos de escravidão e continua a ter um sistema judiciário nitidamente
aristocrático, com punhos de renda, que ainda se conduz e se comporta como se estivesse
em plena época da escravatura.
Grande
parte dos brasileiros tem discernimento e não vai aceitar golpe sem luta. Com
certeza. Os golpistas, à frente a Globo, seus monstrinhos (jornalistas) de
redações e procuradores políticos e ideológicos, como o senhor Rodrigo Janot,
um chefe da PGR seletivo e que, tais quais a procuradores da estirpe de Deltan
Dallagnol, Carlos Fernando e Cássio Conserino, dentre muitos outros, que
combatiam até o Enem, a exemplo do procurador Oscar Costa Filho, do Ceará, que
por inúmeras vezes quis anular o Enem, a fim de desqualificá-lo e
desacreditá-lo em uma posição totalmente antidemocrática e política, pois
voltada para combater o Governo Dilma e o acesso de candidatos das classes
populares.
No
fundo, o intrépido procurador caçador de Enens, a despeito de suas
discrepâncias e incongruências travestidas de seriedade e de combate a
irregularidades nas provas do concurso popular e democrático, na verdade estava
revoltado e inconformado com o acesso dos pobres às provas e, consequentemente,
com a entrada de alunos pobres e muitos deles negros e índios nas universidades
públicas. No Brasil, os preconceitos de classe e de raça são como irmãos
siameses. Possuem a mesma essência diabólica e se completam ao alimentar o
hedonismo e o arrivismo um do outro.
Este
sentimento e preconceito de classe por parte de procuradores, juízes, policiais
federais e advogados que controlam hoje a OAB é muito forte, pois a tônica,
principalmente nos dias de hoje por causa da democracia. Isto mesmo. Parece um
paradoxo, mas o é. E explico. Como o Brasil já tem mais de trinta anos de
democracia (tivemos eleições diretas para governadores em 1982) essas pessoas
que hoje ocupam cargos de poder e mando cresceram com estabilidade democrática
e uma moeda forte como real, a partir de 1994, a despeito da movimentação
cambial, bem como são filhos da classe média alta e desprovidos de conhecimento
real sobre a sociedade.
Vivem
em um mundo empírico, a ter como casulo a redoma de cristal, que lhe serve como
um grande condomínio de coxinhas a vivenciarem desde a infância seus mundos do
tamanho de seus umbigos ou de Miami, como disse o estúpido juiz Itagiba Catta
Preta Neto, um magistrado de primeira instância de Brasília, que concedeu
liminar contra a posse de Lula como ministro da Casa Civil com o intuito, e
somente isto, de fazer política rasteira, de quinta categoria, porque,
independente de qualquer coisa, este juiz participou efetivamente de passeatas
contra o Governo Trabalhista.
Tal
juiz, irremediavelmente coxinha, inclusive se arrogou a fazer proselitismo
barato em seu facebook ao publicar que um golpe contra Dilma faria com que o
dólar caísse e, com efeito, facilitaria as viagens dos coxinhas para Miami. É
mole ou quer mais? Este é mais um (mau) exemplo de nossa magistratura
socialmente inconsciente, mas equivocadamente politizada. Assim também,
levianamente, procederam os delegados aecistas da PF, que sonham com um Brasil
e um mundo repleto de meganhagens, como se retrocedêssemos aos tempos do Dops
do delegado assassino da ditadura militar, Sérgio Paranhos Fleury.
São
esses grupos vinculados ao Estado nacional, que recebem altos salários, por
meio dos contribuintes, que estão a rasgar as leis e a desconstruir o Estado
Democrático de Direito. São como peixes fora d'água, que são recalcitrantes no
que tange à democracia. O Brasil está perto de sofrer um golpe em pleno século
XXI depois de sofrer durante todo século XX com governos déspotas edificados
por golpes e tragédias, como, por exemplo, e mais recentemente, o suicídio de
Getúlio Vargas, a deposição de João Goulart, a renúncia de Jânio Quadros, a
perseguição feroz e humilhante a Juscelino Kubitschek, o linchamento moral e a perseguição implacável
a Lula e o impeachment (golpe) surreal contra Dilma.
Golpe
a ser, inacreditavelmente, comandado por um político da estirpe de Eduardo
Cunha, presidente da Câmara acusado de roubar por meio de provas documentadas e
contundentes. Político considerado corrupto e que hoje está a passar por
processo de avaliação no Conselho de Ética, que sempre é boicotado e sabotado
por sua turma golpista em que a maioria também responde a processos na Justiça.
Trata-se de um verdadeiro desastre, dentre muitos outros desastres efetivados
pela casa grande brasileira, a pior do mundo, a mais perversa e a responsável,
lembro novamente, por 400 anos de escravidão.
Lula
e Dilma tem derrotar o golpe com o povo na rua. Golpe se derrota com o povo nas
ruas e praças. Primeiro, contesta-se a pérfida e sórdida conjuração nas ruas e
nos foros apropriados, a exemplo de STF. Depois vai para o pau, pura e
simplesmente, se os golpistas derrubarem uma presidente eleita legitimamente e
democraticamente. Se Dilma Rousseff não cometeu crimes, a mandatária de 54,5
milhões de votos de brasileiros natos não poderá ser derrubada por vândalos das
garantias constitucionais. Golpe é golpe, e ninguém é tão idiota para não
compreender esta sórdida realidade.
A
vandalização do Estado de Direito é inaceitável, como o é também impressionante
os juízes do Supremo Tribunal Federal afirmarem que "O impeachment é
constitucional", sem, no entanto, completar a frase pelo menos para
asseverar que cidadão comum e autoridade constituída que não comete crimes não
pode jamais serem punidos, o que é o caso de Dilma Rousseff e também de Lula,
impedido de assumir sua Pasta, porque a Justiça injusta não o permitiu até
agora trabalhar à frente da Casa Civil.
Procuradores,
juízes e policiais federais estão a edificar um Estado policialesco sem a
autorização do povo brasileiro e da Constituição. Se arrogam como os arautos da
dignidade e dos bons costumes (nada mais hipocritamente udenista), enquanto
juízes que cometem crimes como o Sérgio Moro, além de Gilmar Mendes, que
empresaria um entidade de ensino mesmo a ser juiz da Alta Corte, concede
liminar contra Lula feita por uma funcionária de sua empresa e ainda dá
declarações contra pessoas que vão ser julgadas por ele e por seus colegas.
Surreal; e todo mundo acha normal...
Pense
bem: você vai ser julgado e seu julgador declara ao público que você é culpado.
Age dessa forma inapropriada e vergonhosa à magistratura recorrentemente. E até
hoje esse juiz do PSDB do Mato Grosso, que é nada mais e nada menos do que a
herança maldita de FHC — o Neoliberal I —, o operador da Brasif para enviar
dinheiro à sua amante, nunca foi questionado severamente por seus pares e muito
menos o Senado pediu o impeachment dele, mesmo quando o Governo Trabalhista
tinha maioria. E por quê? Porque Gilmar Mendes é a garantia dos interesses da
plutocracia no STF, além de ser um dos principais conspiradores do golpe. E o
faz, sem escrúpulos, às claras.
Pobre
desta Nação nas mãos de um sistema Judiciário completamente desviado de suas
funções e responsabilidades, como um procurador-geral que, arrogante e
prepotente, disse que não deve nada a ninguém. Deve, sim. Deve, e muito,
satisfação ao povo e a quem discorda de golpes cuja origem é o MPF. Janot é uma
das cabeças principais do golpe e se acha maior de quem é eleito pelo sufrágio
universal, ou seja, maior do que a soberania popular. A sociedade não merece
ter um togado desse à frente da PGR. E ele foi mais além em suas aleivosias
perante parte importante da Nação que combate o golpe, por ser legalista e
garantista.
Disse
que Lula poderia ser ministro em documento enviado ao STF. Falou como se
tivesse a fazer um favor a "conceder-lhe" direito à cidadania. Um
cidadão, diga-se de passagem, que nunca cometeu crimes e não responde a
malfeitos em qualquer vara de primeira instância. Aliás, o problema de Moro e
de seus delegados aecistas e promotores midiáticos como Carlos Fernando e
Deltan Dallagnol é exatamente não terem encontrado quaisquer crimes praticados por Lula. E tentaram, despoticamente e à margem do Estado de Direito,
prendê-lo. Tal atitude nefasta ao Direito pode ser definida no pensamento de
Albert Camus: "Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade,
então falha em tudo". Sérgio Moro, Gilmar Mendes e seus associados do
golpe, certamente, estão a falhar, indelevelmente, com a Nação.
Agora
perguntem a esses "varões de Plutarco" qual foi o motivo de eles
invalidarem ou não considerarem interessante ouvir e confirmar oficialmente as
delações de Marcelo Odebrecht sobre os mais de 200 políticos que constam em
suas listas de propinas, sendo que a grandíssima maioria é vinculada aos
partidos da oposição, notadamente o DEM, o PSDB, o PPS e seus aliados de outros
partidos. Aécio Neves, por exemplo, já foi delatado oito vezes. Trata-se do
campeão em delações, pois presente em todas as listas de propinas e corrupções.
Fato!
Para
Moro e Janot, assim como aos seus áulicos da seletividade ideológica e
partidária, NÃO VEM AO CASO! E por que, meu Deus? Porque temos uma Justiça, um
MP e uma PF injustas e mequetrefes no que concerne a todos os cidadãos
brasileiros serem iguais perante as leis. Só isto. Não, claro que não. Essa
gente cheia de autoridade seletiva considera os brasileiros idiotas e os
tucanos do PSDB e do DEM i-nim-pu-tá-veis! E fica isto por isto mesmo. Problema
dos "idiotas", que discordam da tirania judicial e jurídica imposta
ao País. Ponto! Pobre do Brasil que não consegue conquistar seu marco
civilizatório, porque temos uma burguesia colonizada e subserviente a uma
plutocracia que impede a grande Nação de
língua portuguesa de ser civilizada e desenvolvida pelo motivo de termos uma
casa grande da pior espécie, uma verdadeira escória, incrivelmente autoritária
e perversa.
Entretanto,
o povo tem de ir às ruas. O povo e não a pátria branca dos coxinhas analfabetos
políticos e golpistas, que protestam nos bairros ricos e chiques, em avenidas
conhecidas e muitas vezes à beira-mar. Não. O povo que vai às ruas no dia 31 de
março vai mostrar que o golpe desses grupos privados, com o apoio de servidores
do sistema Judiciário, a conspirar por um golpe contra a Nação não vai passar,
porque não passarão, pois vai ter luta.
A
verdade é que os ladrões julgam Dilma Roussef, perseguem Lula com a permissão
do sistema Judiciário e a cumplicidade dos juízes do STF e do STJ.
Inacreditável ao ponto que chegamos, em colocar as conquistas democráticas em risco, sendo que quem tem a obrigação de garantir a legalidade constitucional e
institucional é a Justiça e o MP. Só que são eles os golpistas. Os centuriões
da Casa Grande. Durma-se com um barulho desses.
Golpe se derrota nas ruas. Não vai ter golpe! Vai ter luta! 31 de março
o povo vai ocupar as ruas. É isso aí.
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