Por Davis Sena Filho — Palavra Livre
Passaram-se
mais de 13 meses das eleições presidenciais vencidas pelo PT de Dilma Rousseff,
que não consegue governar o País, conforme decidiu, por intermédio da soberania
das urnas, a maioria do povo brasileiro. São muitos meses de uma crise que se
tornou meramente policial, mas de conotação política, de tal forma que o
Governo Trabalhista não consegue aprovar quase nada no Congresso, e, quando
aprova, somente por meio de duras negociações, a ter ainda o oba-oba da
imprensa venal e de tradição golpista, que distorce os fatos, manipula os
acontecimentos e mente descaradamente para que seus aliados do PSDB e DEM
possam ter uma agenda, que permita aos demotucanos atacar, sistematicamente, o
Governo do PT.
Agora,
Aécio Neves, o pior político deste País, pois incrivelmente incendiário, além
de ser um péssimo perdedor por ser antidemocrático e autoritário, anuncia pelas
redes sociais seu encontro, no domingo, com seu "mestre" Fernando
Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, aquele ex-presidente tucano exacerbadamente
"competente", que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o
pires nas mãos, a pedir esmolas para a gringada neocolonial, porque quebrou o
Brasil três vezes.
Aécio
não se fez de rogado e publicou foto do jantar, em seu facebook, com o grão-tucano
de 84 anos, no qual, "inspirados" e irresponsavelmente golpistas,
conspiraram, recorrentemente, contra o mandato da presidente trabalhista, Dilma
Rousseff, eleita legalmente, constitucionalmente e que, como política e cidadã,
não incorreu em malfeitos, não foi autora de crime de corrupção, ou seja, não
meteu a mão no dinheiro público, bem como não cometeu crime de
responsabilidade, porque se submete à Constituição e ao Código Penal deste
País.
Aécio
Neves, o playboy machão de Ipanema, que, absurdamente, ofendeu uma
senhora de "leviana" em um dos debates presidenciais, sabe disso. Bem
como também sabe o playboy veterano e sociólogo, que não entende nada de povo,
porque com o povo nunca andou e jamais o compreendeu. A verdade é que a crise
não é econômica, como já demonstram a recuperação dos números e índices da
economia. A crise é política e direcionada, estritamente, pela direita para a
efetivação de um impeachment presidencial contra Dilma Rousseff.
Esses
tucanos querem porque querem dar um golpe, e não esperar pelas eleições de
2018. Impedem, de todas as formas e maneiras, que o Governo Trabalhista governe
e efetive suas ações por meio de seus programas e projetos, tanto no âmbito da
infraestrutura e logística quanto no que diz respeito às dezenas de programas
de inclusão social e de igualdade de oportunidades, realidades que,
definitivamente, os tucanos não efetivaram e muito menos concretizaram nos oito
anos de seus governos neoliberais e privatistas, dispostos a governar para
poucos, ou seja, para as castas sociais historicamente privilegiadas.
Contudo,
a irresponsabilidade institucional e constitucional dessa gente é de chamar a
atenção. O vale tudo na política brasileira é algo que impressiona até os
analistas e críticos conservadores da Europa e dos Estados Unidos, que são
referências dos coxinhas de classe média brazucas e da casa grande eternamente
nostálgica da escravidão ou das empregadas domésticas sem carteiras de trabalho
assinadas.
Todavia,
os tucanos mais parecidos entre todos os emplumados do PSDB foram à comezaina
em um restaurante qualquer de luxo como se estivessem a decidir os destinos do
Brasil, com a intenção de melhorar a vida do povo brasileiro. Mas, como, se
tucanos e a direita em geral não pensam o Brasil e muito menos se importam com
isto? Não. A verdade é que eles, de acordo com as declarações do menino mimado
que ficou sem o presente de Natal de 2014, ou seja, a Presidência da República
estão a gerar factoides para que a imprensa de mercado os repercuta e dê
continuidade ao processo de desconstrução do Governo Trabalhista e da imagem da
presidente Dilma e do ex-presidente Lula.
"Para
que pensar o Brasil?" — se indagam os tucanos, que complementam sua falta
de discernimento quanto aos interesses e destino da Nação: "Somos párias
das cortes europeias e estadunidenses, além de antidemocráticos, porque somos
parte de uma elite que não consegue viver no regime democrático. Somos
golpistas. Trata-se do nosso DNA". Por isto e por causa disto aconteceu um
encontro em que FHC — o Príncipe da Privataria I — e o Aécio Neves, ao invés de
discutirem os rumos para desenvolver o Brasil, e, por seu turno, apresentarem
propostas ao povo brasileiro, discutem apenas como dar um golpe, com
consequências imprevisíveis para a Nação, a América do Sul e o mundo.
O
Brasil não é qualquer País. É um País poderoso, de imensa extensão, populoso,
com uma economia gigante e um mercado interno que poucos países no mundo tem ou
podem ter. Trata-se da sétima maior economia do mundo, a despeito de suas
dificuldades econômicas e problemas sociais graves. O Brasil é uma liderança
regional, que está a ser influente no mundo, cuja liderança, de forma conjunta,
expressa-se no G-20, nos Brics, no Mercosul, na Unasul e em outros fóruns
internacionais, a lutar, inclusive, para integrar o Conselho de Segurança da
ONU, que, propositalmente, continua a se comportar como se vivenciasse o fim da
II Guerra, ou pior, como estivesse no tempo da Guerra Fria.
Nossas
elites ainda não saíram desse tempo, e continuam irresponsavelmente a conspirar
para dar golpes. Como a casa grande deve estar a sofrer por não poder ser mais
vivandeira de quartel. Como deve estar inconformada a burguesia tupiniquim por
perceber que os generais não querem mais participar de presepadas, traições e
cafajestadas contra o povo brasileiro, porque uma elite de índole escravocrata,
mas que se recusa, afirmo novamente, a pensar o Brasil para desenvolvê-lo, como
o fizeram as elites da França, da Alemanha, do Japão, dos Estados Unidos, da
Inglaterra, além de outros países, a despeito de serem democráticas ou não.
Aécio
Neves e seu "guru", Fernando Henrique, são mais parecidos com dois
capiaus de província do que propriamente como se fossem cidadãos cosmopolitas,
mesmo a terem por toda vida acesso às classes dominantes, até porque são
membros delas. É inacreditável que dois dos mais importantes políticos do maior
partido de oposição do Brasil se resumirem politicamente a arquitetar golpes
contra o povo brasileiro, que, em sua maioria, não compactua com tal atitude e
conduta, porque não votou em uma candidata para ser derrubada ao bel-prazer de
tucanos inconformados e amargos com a quarta derrota eleitoral para o PT.
A
verdade é que se notabiliza cada vez mais que os tucanos vão trilhar por
qualquer caminho que, porventura, leve ao golpe. Esqueça ética, Estado de
Direito, responsabilidade, Constituição, estabilidade política e institucional.
Esqueça. O que importa é o poder pelo poder, mesmo se os tucanos não puderem
assumir agora, contanto que o PT seja destituído do poder. Acontece que os
escândalos vão chegar aos tucanos, porque, indubitavelmente, os mesmos agentes
financiadores de campanhas, as mesmas empresas e os mesmos presos — corruptos e
corruptores — agiram e atuaram dos dois lados.
O
que se quer, na verdade, é isonomia jurídica e judicial por parte dos juízes do
STF, do STJ, do TSE e da Justiça Federal, mesmo a de primeira instância do
senhor juiz condestável, Sérgio Moro. O que se quer é isonomia e igualdade de
tratamento por parte da PGR e dos ministérios públicos nos estados. O que se
quer é isonomia e o fim dos vazamentos dos autos de processos por parte de
juízes, procuradores, promotores e delegados federais. Que todos eles se submetam
à Lei e parem de fazer política e que guardem suas ideologias e partidarismos
para as urnas. Ou se candidatem, ora bolas...
Que
os tucanos parem de fazer proselitismos e deixem de ser deletérios quando se
trata de apoiar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mesmo sabendo das
acusações sobre crimes de autoria do deputado fluminense e do PMDB, que virou
um cadáver político e esqueceram de avisá-lo.
A
prisão de Delcídio Amaral volta a mobilizar o PSDB quanto a dar um golpe, como
se fosse igual a comer pipoca e beber refrigerante. Durma-se com um barulho
desses. Aécio e FHC estão cheios de esperanças, juntamente com seus colegas de
bancada. Rompem com o Cunha e depois voltam às boas se ele abrir o processo de
impeachment. Hipocrisia na veia e irresponsabilidade à toda prova. Como assim,
camarada? O PT, independente de qualquer coisa, tem de obrigatoriamente ser
favorável à cassação de Eduardo Cunha. Que se dane o resto. Cunha que dê início
ao processo de impeachment e vamos ver até que ponto ele chega e como essa
miscelânea política e bagunça acabam.
Que
Dilma Rousseff e o PT enfrentem a realidade e vamos ver até onde o PSDB, o DEM,
o PPS e seus aliados esticam a fita métrica do golpe, sem se preocuparem com o
retorno, que são as consequências advindas de tal irresponsabilidade, que já
causam imensos prejuízos ao Brasil e, principalmente, a uma empresa do porte da
Petrobras, que está à mercê da agenda da imprensa familiar e historicamente
golpista e de políticos de direita que lutam para atender aos interesses dos
grandes trustes econômicos e de governos internacionais.
Vamos
ver se os tucanos vão impedir de o Governo Dilma aprovar projeto que o permite
fechar as contas com déficit. Se não aprovar, o Governo terá suas contas
reprovadas e, com efeito, a oposição de caráter predatório vai, mais uma vez,
apostar no impeachment. Pedaladas aconteceram em todos os governos, inclusive
os do PSDB e de estrangeiros de países desenvolvidos, que os coxinhas consideram maravilhosos. Somente para Dilma Rousseff é proibido, porque os
tucanos e a imprensa alienígena querem dar um golpe.
Contudo,
mesmo com a crise política superdimensionada pela imprensa de negócios
privados, derrubar uma presidente constitucional não é fácil, ainda mais quando
se trata de um País poderoso como o Brasil. Os tucanos estão a ser acusados e
possuem inúmeros processos na Justiça que ora estão engavetados. Delcídio
Amaral, por exemplo, demonstra grande preocupação sobre revelações relativas a
negócios com a Alstom, um escândalo emplumado e bicudo de bilhões, lá em São
Paulo.
O
senador preso, juntamente com o banqueiro André Esteves, homem ligado ao PSDB e
padrinho de Aécio Neves, foi diretor da Petrobras no Governo FHC, além de ser
muito próximo aos tucanos durante toda sua carreira. São fatos e não apenas
conjecturas. Delcídio cansou de votar com o PSDB, além de servir de ponte entre
os partidos. Ele sempre foi considerado mais tucano do que muitos tucanos, bem
como muito questionado no PT, principalmente por seus grupos de esquerda.
O escândalo na Petrobras é tudo o que a direita queria. Os grupos empresariais
e políticos conservadores nunca preservaram a Petrobras. Pelo contrário, desde
antes de sua fundação combatem a poderosa estatal, porque sabem que a empresa,
assim como o foi a Vale do Rio Doce e a Telebras, é muito importante para o
desenvolvimento do Brasil e seu projeto nacional de independência.
A
casa grande sabe disso. A imprensa burguesa, o grande empresariado e,
principalmente, o PSDB de FHC — o Neoliberal I — e Aécio Neves sabem
disso. Tanto é verdade que entregaram mais de 125 estatais, fatiaram a
Petrobras, colocaram suas ações na Bolsa de Nova Iorque, afundaram a maior
plataforma do mundo, a P-36, pararam com os investimentos para que a estatal
fosse sucateada e vendida, enfim, a sabotaram, como sempre o fez a direita
brasileira subalterna e subserviente aos interesses estrangeiros. Agora, neste
momento, o trabalho é de desqualificação e desconstrução da empresa pública,
pois está em jogo o destino do Pré-Sal. A verdade é que FHC e Aécio
conspiram e, como a PF, o MP e a Justiça, consideram o brasileiro idiota. É
isso aí.
2 comentários:
Pensamento do dia:
"Petista é igual a intestino. Ou está preso, ou está se preparando para uma cagada"
O articulista Davis Sena Filho escreve um texto maravilhoso como este e um coxinha débil mental responde com duas frases dignas de um grande imbecil. E ainda quer fazer contraponto ao artigo do articulista; Chegue a dar pena dum idiota desse. Como diz o Davis, durma-se com um barulho desses".
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