Por Davis Sena Filho — Palavra
Livre
O
paulista Michel Temer, o vice-presidente da República, não resistiu e disse, em
debate promovido pelo Movimento Política Viva, em São Paulo, que a baixa
popularidade da presidenta Dilma Rousseff pode acarretar o abreviamento de seu
mandato, porque será “difícil” resistir. “O que nós precisamos não é torcer, é
trabalhar para que nós possamos estabilizar essas relações. Se continuar assim,
eu vou dizer a você, para continuar 7%, 8% de popularidade, de fato fica
difícil passar três anos e meio".
Eu
não sei o que acontece com alguns políticos, porque o fato de o vice-presidente
se encontrar com as pessoas não tem problema algum, afinal ele é uma autoridade
constituída e vivemos em uma democracia, que teima em se constitucionalizar e
se instituir, o que ajuda muito a dificultar as tentativas de golpes, porque
temos, no Brasil, uma “elite” antidemocrática e irresponsável, que insiste em
dar golpe em uma mandatária trabalhista, porque ela agora tem pouca aprovação
popular, segundo as pesquisas de empresas privadas.
As
intenções e as tentativas para se efetivar um processo de impeachment que
permita a destituição de Dilma Roussef do poder são muitas e variadas. Contudo,
tais iniciativas não tem lastro, porque, essencialmente, são ilegais, conforme
a letra fria da Lei. A questão que as pessoas deveriam perceber é que para
derrubar um presidente do poder é necessário muito mais do que a
impopularidade, que é subjetiva, porque a verdade é que quem se mostra
insatisfeita como o Governo Trabalhista é a classe média, a classe média alta e
os ricos, bem como poucas pessoas de origem mais humilde, mas, que, sobretudo,
acompanham apenas a onda de insatisfação de uma classe média consumidora do
noticiário e das opiniões das mídias conservadoras e de seus aliados — o PSDB, o
DEM e o PPS, além de outros partidos de aluguéis.
Michel
Temer sabe disso e se aproveita. E por quê? Porque Temer é paulista,
politicamente conservador e sempre vai olhar para os interesses de São Paulo,
Estado poderoso e historicamente opositor aos partidos e aos mandatários
trabalhistas desde os tempos de Getúlio Vargas. Ele sabe muito bem que ir a uma
reunião, convidado por uma socialite paulistana é a mesma coisa que entrar no
covil dos adversários do Governo Trabalhista — o governo que ele integra. Evidentemente
que a segunda autoridade da República compreende que alguém iria gravar suas
palavras e imagem, bem como as distribuiria rapidamente ao partido de oposição
mais poderoso deste País: o Partido da Imprensa.
Por
sua vez, além de todas as questões que estão à mesa da política, uma delas é de
grande importância. Michel Temer é do PMDB, partido que já é oposição ao Governo
Dilma e quer fazer dela refém, engessá-la politicamente no Congresso, a
acarretar que seu governo fique preso em um labirinto sem saída e repleto de
crises, até que o sistema estatal representado pelo STF e MP faça sua parte,
que é o de dar legitimidade a um golpe, como o que ocorreu no Paraguai, contra
uma presidenta eleita legitimamente com 54,5 milhões de votos.
O
PMDB é uma sigla oportunista e que está sempre a cortejar o poder. Entretanto,
governar um País continental como o Brasil é impossível sem a presença do PMDB,
em forma de coalizão, porque as realidades regionais não refletem obrigatoriamente
às da esfera federal, o que torna presidir e governar o Brasil similar a uma colcha
de retalhos, porque um processo político complexo, pois muito difícil, no que
tange a formalizar coligações partidárias e, com efeito, conquistar apoio para
que um presidente possa governar sem sobressaltos e com estabilidade
institucional e política. Ponto.
Não
sei se Michel Temer vai trair. Não seria imprudente para fazer tal afirmativa,
mas suas palavras, atitudes e ações o são de uma autoridade que está prestes a
abandonar o barco ou a pular o muro para o lado da oposição, de forma oficial. Temer
não é nada parecido com o José Alencar, o vice do ex-presidente Lula. Alencar
era um político moderado, mineiro, além de ser um grande empresário do setor
têxtil, com perfil nacionalista, fiel e leal àqueles com quem ele firmava
compromissos. Jamais tergiversou no que diz respeito às suas responsabilidades,
não ouvia o canto da sereia e muito menos se dava ao direito de se submeter a
leviandades.
Temer,
ao contrário de Alencar, que entrou na política com certa idade, desde jovem é
um político profissional, filho da burguesia paulista, com vasto conhecimento
constitucional e que se fez cacique no PMDB paulista e nacional. O peemedebista
tem influência, muito conhecimento de bastidores e conhece profundamente a alma
do parlamento e os grotões de seu partido. Ele abandonou a articulação política
do Governo Dilma e deixou a presidenta em uma saia justa.
E
por quê? Porque políticos de muita influência do PMDB e sua bancada no
Congresso e com a posse do deputado Eduardo Cunha na Presidência da Câmara, o
PMDB saiu fortalecido e, oportunista que é, está a abandonar o Governo
Trabalhista, como o fez com os tucanos, quando percebeu que o futuro presidente
Lula iria vencer as eleições de 2002. Note-se que o vice de Lula não era do
PMDB, mas de um pequeno partido, mas mesmo assim os peemedebistas compuseram
com o petista em seus dois governos, além de terem dado sustentação à administração
Dilma, em seu primeiro mandato.
Eis
que agora, Michel Temer se afasta do Governo e tenta dissimular ou amenizar tal
afastamento. Uma ação imprudente, porque Dilma é alvo de uma violenta
campanha de desmoralização e desqualificação de seu Governo, bem como sua
imagem pessoal é desconstruída, dia a dia e sistematicamente pela oposição
feroz dos tucanos, dos magnatas bilionários de imprensa e de seus empregados de
confiança, que estão até hoje em cima do palanque, porque, furiosos, rancorosos
e inconformados, não aceitam, de forma alguma, que mandatários petistas
governem o Brasil pela quarta vez consecutiva, ou seja, 16 anos.
Por
isto e por causa disto, existe uma gigantesca e intensa mobilização para que os
tucanos e seus aliados reconquistem o poder, nem que seja por intermédio de um
golpe dissimulado por meios judiciais e também extrajudiciais se for
necessário. A atmosfera no Brasil de agora tem o cheiro do golpe e, por seu
turno, ouvimos palavras como as proferidas por Michel Temer, que considera
muito difícil a presidenta Dilma Rousseff chegar até ao fim de seu mandato
legítimo, conquistado nas urnas e com a aquiescência da soberania do povo.
Temer
é golpista? Não sei... Mas, por meio de suas palavras, certamente que a
autoridade fomenta o golpe. É como se ele apagasse a fogueira com gasolina. Mesmo
a considerar que o vice-presidente tem o direito de falar, pois vivemos em uma
democracia edificada pelo Estado de Direito, Temer não deveria fazer tais
exclamações para um público notadamente oposicionista, radical à direita,
elitista, sectário e com propósitos golpistas, como cansou de demonstrar
inúmeras vezes.
Ir ao
encontro dessa gente e participar de reunião é uma coisa. Agora, causar
controvérsias e facilitar o ôba-ôba de uma imprensa de mercado notadamente
feroz e violenta contra o Governo do qual ele participa é realmente
imprudência, insensatez, desfaçatez ou simplesmente uma ação politica
proposital, que sinaliza mais uma vez que o PMDB desceu do barco e agora espera
para dar o bote e, com efeito, ser o aliado principal de uma base de
sustentação de um próximo governo, como aconteceu repetidamente em sua
história.
Outrossim,
talvez Michel Temer e seus correligionários querem, de fato e agora, que o PMDB
assuma a Presidência da República pela primeira vez em sua história por
intermédio da traição e do golpe. Temer foi irresponsável. Ninguém sabe como um
golpe acaba. O vice-presidente tem a obrigação constitucional e institucional de
defender o Governo, além de ser leal com aqueles que o aceitaram para formar a
chapa com Dilma Rousseff.
Trata-se
de respeito e caráter. Não apenas de política e de seus duros embates, conflitos e antagonismos. O Brasil não é uma República das Bananas, e há muito tempo, apesar
de termos uma casa grande oposicionista, subalterna e subserviente aos ditames
dos estrangeiros, bem como portadora de um incomensurável complexo de
vira-lata.
Michel
Temer deveria refletir sobre sua conduta, porque a propaganda política do PMDB
no dia de ontem foi uma ode ao golpe. Verdadeiro panfleto antidemocrático,
porque, apesar de dúbio, conspira, sobretudo, contra os interesses do povo
brasileiro, a democracia e a presidenta Dilma Rousseff, que tem o direito
constitucional e legal de governar. Temer é a elite paulista, dissimula sobre
sua alma de 1932, mas o golpe corre nas veias do PMDB. Dilma não cai! É isso aí.
11 comentários:
Gostaria que alguém me explicasse a foto do link abaixo:
http://www.blogdogarotinho.com.br/MostraFoto.aspx?nome=20150904_dirceufhc.jpg
Em um congresso internacional de medicina.
O médico alemão diz:
Na Alemanha, fazemos transplantes de dedo. Em 4 semanas o paciente está procurando emprego.
O médico espanhol afirma:
A medicina espanhola é tão avançada que conseguimos fazer um transplante de cérebro. Em 6 semanas o paciente está procurando emprego.
O médico grego disse:
Temos um trabalho de recuperação de bêbados. Em 15 dias o indivíduo pode procurar emprego.
O médico norte americano disse:
Nos Estados Unidos implantamos um chip no cérebro do individuo analfabeto e em uma semana ele estará alfabetizado e apto para procurar emprego.
O médico brasileiro diz orgulhoso:
Isso não é nada! No Brasil, nós pegamos um cara, analfabeto, sem dedo, sem cérebro, e chegado a uma pinga, colocamos na presidência da república e agora o país inteiro está procurando emprego.
FHC em seu “grande” governo/PSDB disse que traiu os interesses da pátria e que é bom ser brasileiro que ninguém dá bola.
Ele sempre omitiu à sociedade o debate sobre o desenvolvimento – ele só ouvia o FMI.
O agravamento da crise mundial não entra no plano conservador da elite paulista e o que é o pior, o mais grave, desqualifica a política, ou seja, tenta acabar com a democracia.
Assim são alguns políticos com DNA paulista – conservador e intolerante.
Assim são alguns comentários ridículos sobre o Brasil que não acrescentam nada a ninguém.
É Davis, tomara o Brasil pulse mais no peito do Temer do que o conservadorismo paulista!
De qualquer maneira, temos que ter como única resposta, a Democracia.
Como sempre, parabéns pelo texto Davis.
Obrigado, Henrique.
Jorge Cafajeste Mar elo deve estar falando de si ou do seu pai, que deve ter vergonha de ter um filho merda e coxinha como este tucanalha burro.
Não é Jorge Cafajeste Marcelo. O sobrenome desse jegue é Marinho. Hahahahahaha Um babava digno de pena. Como um bota desse entenderá textos elaborados como do Davis? Nunca!
pau no cu do PT
E da tua mãe também
Mais do que a sempre prudente desconfiança, temos, se lúcidos formos, de temer: TEMER, PMDB, PSDB, DEM, PPS, BANCADA EVANGÉLICA, ELITE PAULISTA, PIG , classe média cosinha, enfim, toda a direitalha/ direitopata golpista.
Classe média coxinha.
Qualquer deputado com um minimo ética.
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