Por Davis Sena Filho — Palavra
Livre
Evidentemente
que o Brasil não é um País das Bananas, apesar do pensamento equivocado,
colonizado e perverso da casa grande, que sonha, eternamente, manter a senzala
intacta, ou seja, submissa e ignorante, porque somente assim as "elites"
poderão eternizar suas vantagens, seus benefícios, bem como o acesso ao
dinheiro e ao poder.
É o
que se denomina de "olhar imperial" de uma casta poderosa, dominadora
dos meios de produção e controladora do Estado, que serve como instrumento para
que a grande burguesia realize seus negócios com segurança e a ditar as regras
econômicas e políticas para o restante da sociedade, que é a maioria composta
pelo proletariado e pela pequena burguesia, também conhecida como classe média
— a tradicional e alta. Estas sem o controle dos meios de produção, e, por sua
vez, empregadas do empresariado, que a utiliza como gerenciadora de seus
negócios, pois de origem universitária.
A
base do sistema capitalista, no que concerne à repercussão, à propaganda e à defesa
dos valores e princípios burgueses é a classe média, muito mais que o
proletariado, que é bombardeado, no decorrer de toda uma vida, sobre as
maravilhas do capitalismo, sem, no entanto, ter acesso a esses
"privilégios", porque, na verdade, este grupo social e de
trabalhadores é mão de obra barata, moradores dos guetos, das comunidades
carentes, dos alagados, dos morros, dos bairros longínquos e da periferia das
cidades.
A
mão de obra barata que afrouxa o cinto e só passa a respirar um pouco quando
governantes populares, que as "elites" para desqualificá-los os
chamam de "populistas", conquistam o poder central e, com efeito, passam
a efetivar políticas públicas, que se baseiam, notadamente e no mundo inteiro,
no fortalecimento do mercado interno por intermédio dos programas de inclusão
social e nas atividades de projetos de construção civil, de infraestrutura e
logística, a ter como propulsoras do desenvolvimento as empresas estatais.
Somente
o Estado é capaz de distribuir renda e riqueza. A iniciativa privada não o faz;
e, se o fizer, realiza a distribuição de forma tímida e pontual. As empresas
privadas trabalham para o enriquecimento de seus proprietários. Ponto. Contrata
empregados, mas paga salários baixos e destina os maiores para seus executivos,
que cumprem metas muitas vezes sobre-humanas. Contudo, e apesar do salário
alto, são poucas pessoas bem empregadas, que, quando demitidas, dificilmente se
recolocarão no mercado, no mesmo cargo e com o salário que perdeu. É fato.
O
Estado é o indutor do desenvolvimento, como ficou comprovado nos governos de
Getúlio Vargas, de perfis desenvolvimentistas e estruturalistas, bem como
tentou dar continuidade ao projeto nacional dos políticos trabalhistas o presidente
deposto em 1964, João Goulart, além de Luiz Inácio Lula da Silva, que
principalmente a partir de 2006 direcionou seus projetos para o crescimento
econômico com inclusão social, ao ponto de criar mais de 10 milhões de empregos
e levar, em dado momento, o Brasil se tornar a sexta economia do mundo.
Os
inúmeros programas sociais do Governo Lula, juntamente a tocar este projeto
generoso para o Pais, a chefe do Gabinete Civil, Dilma Rousseff, fomentaram a
economia interna, o que impulsionou a geração de empregos e a distribuição de
renda. Vale ressaltar que a mover essa engrenagem de crescimento a política
externa do presidente Lula, à frente o ministro das Relações Exteriores, Celso
Amorim, que se empenhou, com competência, para que o Brasil se tornasse
referência no que tange a realizar novas parcerias e a concretizar os blocos
econômicos e políticos já existentes.
Blocos
como o Mercosul, a Caricom, a Cepal, a Unasul, além de criar os Brics e
incrementar as relações Sul-Sul, que viabilizaram e aumentaram o comércio
brasileiro com os países africanos, o que cooperou, dentre outras questões,
como o mercado interno brasileiro, que fez com que o Brasil não sentisse em
demasia a crise mundial de responsabilidades dos países ricos europeus e dos
Estados Unidos. Nunca se viu tanta irresponsabilidade e roubalheira por parte
do grande empresariado e dos banqueiros desses países. Praticamente ninguém foi
preso, a despeito dos suicídios e das falências de milhares de pessoas.
Impunidade!
Ah,
Lula fez uma grande favor ao Brasil e à América do Sul: mandou a Alca dos
estadunidenses para o espaço, sendo que o México se estrepou e até hoje tenta
se recuperar. O PSDB tem um projeto de atrelar o Brasil à Alca e, consequentemente,
entregar à gringada esperta, protecionista e nacionalista o gigantesco mercado
interno brasileiro, além de vender o que restou das estatais, a começar pela
Petrobras e o Pré-Sal, que, por lei, destina grande soma de recursos
financeiros e orçamentários para a saúde e a educação. A Chevron dos gringos
agradece, penhoradamente, e comemora com champanhe a doação de brasileiros
colonizados, entreguistas, subservientes e traidores da Pátria, a exemplo de
José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves e Geraldo Alckmin,
privatistas crônicos e entreguistas apátridas. Amigos do Mickey e admirados
pelos coxinhas patetas.
Por
causa dessa engrenagem social controlada pela burguesia temos, em certos
períodos da história, especificamente a do Brasil, a quebra do monopólio do
poder político e estatal. Esse rompimento, que não é completo, pois negociado,
acontece com a ascensão de governos populares, de caracteres nacionalistas e
possuidores de programas e projetos que tem por finalidade efetivar o
desenvolvimentismo, que começou, de forma mais ampla e consistente, na Era
Vargas, o construtor do Estado nacional e o edificador da industrialização do
Brasil, que, para industrializar o País, efetivou a criação e a promulgação das
leis trabalhistas. Enfim, o Brasil começou, de fato, o caminho da civilização.
Até
então esta Nação era agrária, exportadora de produtos primários e importadora
de produtos manufaturados. Este sistema, quase escravocrata, era um benefício
só para a casa grande, que até hoje, em pleno ano de 2015, sente nostalgia dos
tempos de escravidão, porque sua vocação para a exploração, juntamente com seu
sectarismo anacrônico, são os combustíveis fundamentais para a máquina que move
o sistema que a beneficia e faz seus privilégios vicejarem não pare nunca de
funcionar.
Todavia,
a irresponsável e golpista oposição (leia-se imprensa de mercado, PSDB e seus
aliados, setores da Justiça, do MP e da PF e segmentos empresariais) ficam a
bater, diuturnamente, na tecla do golpe. Golpe, sim. Ponto. Derrubar uma
mandatária que venceu as eleições de forma legítima, a se subordinar ao Estado
de Direito e ao jogo democrático é golpe. Impeachment é golpe, sim senhor! E
não deveria nem ser discutido, se a oposição não fosse tão bisonha, tacanha,
provinciana e de alma secularmente golpista. E por quê? Respondo com uma
indagação: você leu o que está escrito no texto acima? Se leu, é exatamente por
isto.
Homens
experientes, vividos politicamente e que se consideram cosmopolitas, a exemplo
de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I ou o Príncipe da Privataria —, a
acompanhá-lo nessa sordidez e infâmia figuras derrotadas e inconformadas, como
Aécio Neves e José Serra, que guardam seus rancores e ódios no freezer, depois
os liberam para tentar fazer do Brasil uma republiqueta, porque como
representantes da casa grande, não aceitam que a Nação brasileira se torne
independente, emancipada, instruída e dona de seu destino.
De
forma alguma essa gente tucana e seus apoiadores se comprometem com a
democracia e com a igualdade de oportunidades, pela razão de serem
antidemocráticos. A verdade é a seguinte: o Brasil enfrenta uma crise política,
muito mais do que econômica. As notícias sobre a crise econômica, que não é do
tamanho que a imprensa de negócios privados mostra, são superdimensionadas,
propositalmente direcionadas e perversamente manipuladas para que o povo
brasileiro jamais eleve sua autoestima.
A
estratégia da mídia porta-voz da direita e dos ricos, como os magnatas
bilionários de imprensa, é baixar ao máximo a autoestima do cidadão, dar uma
conotação de um País sem rumo e com um Governo recalcitrante, e,
principalmente, apagar da memória do povo brasileiro as conquistas que ele
obteve nos últimos 13 anos, sob a batuta de governos e governantes
trabalhistas, que, tais quais aos governos de Getúlio Vargas, efetivaram um
ciclo econômico de desenvolvimento social e econômico. E estas realidades, sem
sombra de dúvida, não constam nos programas e projetos da direita brasileira —
a casa grande. É isso aí.
14 comentários:
Excelente, Davis. Os coxinhas e o empresariado sempre afirmam que o comunismo ou o socialismo fracassou. E n;ao é bem assim. E o capitalismo? Eles dão meia dúzia de países capitalistas como exemplo de virtude e sucesso, quando a verdade é que continentes inteiros como a Ásia, a África, a América Latina, além do Oriente Médio vivem as misérias e as violências do capital selvagem, que os exploram e os roubam. Tá aí a história a comprovar. Seu texto é muito bom, pena que no Brasil 247 você fique à mercê de muitas agressões, geralmente dos mesmos coxinhas, todos fakes e fascistas. Ou a maioria... Não argumentam. Leem seus ótimos artigos e depois xingam. Apenas isto. Parabéns. Se contrapor a você tem de estudar, ler e, mais do que tudo, observar a vida com precisão e amor às pessoas.
Martin Winterkorn, presidente da Volkswagen, renunciou ao cargo na última semana devido ao escândalo da manipulação dos níveis de poluição dos seus veículos a diesel nos EUA.
-> Depois de uma reunião de 2 horas com Lula ele voltou atrás, reassumiu o posto e deu as seguintes declarações:
- Eu não sabia de nada.
- A Volks não inventou a poluição.
- É só a Volks que polui?
- A poluição sempre existiu na indústria automobilística e agora a elite está chocada?
- Se a poluição tivesse sido combatida na década de 90 não teria chegado aos níveis atuais.
- Não é que se polui mais, mas sim que hoje há mais transparência nos testes.
- Volkswagen significa: carro do povo, e a elite não suporta ver o povo comprando carro e indo para a universidade.
- A mídia golpista persegue a Volks por fazer carros para o povo.
- Isso faz parte de um golpe do EUA para prejudicar a nossa indústria nacional.
- Quem crítica a poluição é "Ecoxinha".
- Quem critica a poluição não tem moral para fazê-lo pois também polui.
- Vamos recriar a CPMF (Contribuição sobre Poluição de Motores Farsantes).
- Todos estão dispostos a pagar um pouco mais de impostos.
- O aumento do número de câncer gera oportunidade de empregos a médicos e farmacêuticos mas isso a Veja não divulga.
- Vamos saudar a mandioca!
- Critica a poluição mas tem varanda gourmet.
- Quando o MST botar seu exército nas ruas aí eu quero ver reclamarem da poluição!
Jorge Marcelo Marinho, um coxinha raso e bobalhão como sempre.
O nosso grande estadista Lula não deixou a Alca anexar o Brasil aos EUA e em mais 20 anos de Mercosul, Lula diz que ALCA (de FHC-Alckmin-Serra) era submissão.
Infelizmente temos coxinhas que são formados por telejornais e jornalões partidários, tal qual o oráculo coxinha - a globo. Isto os torna tão analfabetos políticos, reles do chão, que o entreguismo é a única saída deles.
O golpe do FHC/PSDB e seus coxinhas rasos:
- a PRIMEIRA, a PRIMEIRA medida do Governo FHC foi o decreto Nº1376/1995, que extinguiu a Comissão Especial de Investigação da Corrupção, criada no governo anterior, de Itamar Franco que, como se sabe, é o verdadeiro Pai do Plano Real.
O golpista FHC e lacaios comprou a reeleição, a mais promíscua, a mais espúria operação de suborno de parlamentares.
O colonizado, entreguista, subserviente e traidor da Pátria, FHC recebeu R$ 500 mil da Sabesp - aquela que cuida(?) da seca em SP - a mesma que não investiu em infra-estrutura, mas tinha dinheiro para dar a um instituto tucano.
Recebeu ainda R$ 6 milhões de recursos públicos federais, via lei Rouanet.
FHC ganhou até um aeroporto particular da Camargo Correa.
O golpe é patrocinado pela elite.
Os verdadeiros motivos para o golpe ninguém confessa ou são inconfessáveis.
Os motivos são sempre os mesmos: corrupção, desgoverno, bagunça, crise, populismo.
Os coxinhas, os golpistas, os jornais que apoiam o golpe também citam os mesmos motivos.
Por que o golpe?
É que a direita está muito contrariada com a perda do poder.
Davis Sena Filho, como sempre, dando um show de aula! esse sabe das coisas! Adoro ler seus textos e publicações! Henrique R também muito bem informado, e super coerente em seus comentários! Ah, se a Globo tivesse jornalistas assim! mas esses ela não quer, só carneirinho de presépio!
Não é somente escatológico este reaça empedernido do Jorge Marcelo, como também a burrice dele é anacrônica. Não consigo compreender gente assim tão perversa. Não sei se gente dessa laia se conduz dessa forma por cinismo e hipocrisia e por isso distorce os fatos e as realidades ou é por burrice mesmo, além de um enorme sentimento reacionário e conservadorismo. Até acho que uma pessoa pode ser de direita, mas, contudo, a burrice e a insensatez tem de ter limites. O pensamento desse cara é uma lástima e raso como um pires de xícara de cafezinho. Sobre o artigo desse grande articulista que é o Davis Sena Filho, a única coisa que posso dizer é que mais uma vez o articulista foi ao ponto exato de que o Brasil não é mais o mesmo, aquele país submisso e sem importância no mundo, como quer a nossa elite e coxinhas sem noção de nada como o coitado desse coxinha que vive aqui falando asneira.e defendendo o que é indefensável.
Obrigado pelos elogios, a recíproca é verdadeira. Lula mandou lembranças diretamente da sua cobertura no ABC Paulista. Grande abraço!
Jorge Marcelo, simplesmente sensacional. Parabéns !!!
Anônimos são os retardados de máscaras que enfiaram o rabo no culo quando os Black blocs descontrolados apareceram e aí, covardes, sumiram da bandalha? É este vagabundo coxinha que admira um delinquente como o Jorge Marcelo? Ah, tá...
Olha a resposta deste boçal. Não se trata de um pária abandonado pela inteligência?
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