quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Moro é o fundamentalista que remonta o fascio e pretende prender o Lula

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Sérgio Moro é um juiz federal de primeira instância, que, presumivelmente, tem a permissão e a autorização dos tribunais de instâncias superiores para fazer o que quer, da maneira que deseja e como lhe aprouver. Ele é um fanático do mundo jurídico e judiciário e se comporta como um fundamentalista de terno e gravata pretos, a lembrar, indubitavelmente, o fascio italiano, porque determina prisões preventivas sem provas e permite que ocorram pressões psicológicas e físicas. Tal juiz representa a consolidação de uma “nova” jurisprudência no Brasil, usada largamente no “mensalão” do PT, e conhecida como domínio do fato.

Moro e os delegados e promotores que o acompanham se consideram os “Intocáveis” e são truculentos, ao ponto de não se importarem com as garantias constitucionais das pessoas que foram encarceradas, sem, contudo, terem provas consistentes contra aqueles que são acusados e citados por delatores que há anos cometem crimes, muitos deles reincidentes e ligados, inclusive, ao campo político do DEM e do PSDB, a exemplo de Fernando Baiano e do doleiro Alberto Youssef, “operadores” contumazes dos interesses partidários e eleitorais dos demotucanos, como o foram também, em outros escândalos, os senhores bicheiro Carlinhos Cachoeira e publicitário Marcos Valério.

O que realmente intriga grande parte dos cidadãos deste País é o porquê de delegados da Polícia Federal e procuradores do Paraná, juntamente a atuar com o juiz de primeira instância, Sérgio Moro, realizam as escutas, as espionagens, os constrangimentos, as humilhações, as acusações, as denúncias e as prisões somente contra o Governo Trabalhista e os dois principais partidos que o sustentam, o PT e o PMDB, bem como seus membros, que ocupam cargos de poder e mando.

Essas realidades realmente chamam a atenção do público que, por exemplo, não votou no candidato da direita brasileira, o senador Aécio Neves. Além disso, as prisões ocorrem em um contexto de ordem fascista, porque se baseiam em delações premiadas, ou seja, dedoduragem, pura e simplesmente, cujo principal propósito é chegar às principais autoridades que participaram e continuam a participar dos governos da presidenta Dilma Rousseff e, principalmente, os políticos e executivos que serviram aos governos de Lula.

Se pesquisarmos o que esses dois governos trabalhistas fizeram nos últimos 13 anos em prol de melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro, bem como procurarmos conhecer os benefícios propiciados ao Brasil no que tange ao fortalecimento da economia e à produção de bens duráveis e à oferta de serviços, que geraram mais de 20 milhões de empregos, além das incontáveis e importantes obras de infraestrutura de norte a sul, não acreditaríamos, posteriormente, por intermédio da história, que a direita política brasileira e sua mídia de conteúdo e propósitos fascistas fizeram o povo esquecer as profundas mudanças ocorridas em curto espaço de tempo para se focar apenas questões policiais e judiciais.

Um enfoque propositalmente a ter como pano fundo a derrubada ou o enfraquecimento da presidenta Dilma e a prisão do presidente Lula, virtual candidato a presidente, considerado um dos favoritos para sentar na cadeira da Presidência da República. A verdade é que o juiz Sérgio Moro, se não procede com dolo, sabe muito bem como podem acabar suas ações judiciais de conotações políticas e que beneficiam os interesses dos magnatas bilionários de imprensa e principalmente os políticos do PSDB e do DEM, que estão desesperados com suas quatro derrotas eleitorais infligidas pelo PT e seus aliados, bem como inconformados e encolerizados por não controlarem as empresas públicas brasileiras, a exemplo do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES e Petrobras, dentre outras, que sempre lhes serviram com base de sustentação de suas políticas públicas antipopulares e voltadas para as elites nacionais e estrangeiras, que sempre se locupletaram, no decorrer de séculos, com os privilégios e benefícios concedidos pelo Estado nacional, que sempre lhes foi patrimonialista.

O PT errou gravemente em sua estratégia de comunicação e de combate à oposição, ao pensar que as milhares de obras espalhadas pelo Brasil e seus projetos e programas de governo fossem o suficiente para abalar a riquíssima e poderosa oposição de direita. Ledo engano. A direita não tem programas para oferecer ao povo. Não tem projeto de País, porque não pensa o Brasil. Não tem compromisso com a sociedade e com os mais pobres e muito menos quer debater ideias e propostas. A direita é fundamentalmente pragmática e, por seu turno, preocupa-se apenas em tomar o poder, usar o Estado como plataforma de seus negócios e cooperar, caninamente, com o grande capital nacional e internacional. Ponto.

E o Partido dos Trabalhadores e seus governos não cuidaram da comunicação oficial com o povo. Foram omissos, pusilânimes e deu no que deu: uma crise política que pode vir a ser institucional e de grandes proporções. Com a direita não se negocia. Por causa disto é que se torna importante ter maioria no Congresso, bem como ter efetivado há muito tempo o marco regulatório para o segmento de comunicação, como estabelece a Constituição. E até hoje nada. Depois veio a rebarba e com o preço altíssimo.

Sérgio Moro e seus Dellagnols querem a cabeça de Lula, mas não querem as cabeças de Aécio Neves, José Serra (o tarja preta), Cássio Cunha Lima, Antonio Anastasia, Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I, Agripino Maia, Eduardo Azeredo, Mares Guia, Tasso Jereissati, Ronaldo Caiado, Beto Richa, Demóstenes Torres (solto), José Roberto Arruda (solto), Luiz Estevão (solto), Paulo Octávio (solto) e de muitos e muitos e incontáveis políticos do campo da direita, que são inimputáveis tais quais aos magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas (oligopólio), cujos nomes constam em outros escândalos, como o HSBC e a Operação Zelotes, bem como são acusados de sonegar impostos, crime considerado de lesa-pátria e lesa-povo.

É inacreditável este País, onde alguns cidadãos são considerados inimputáveis em relação aos seus crimes, enquanto outros, que podem até terem cometido malfeitos, são presos preventivamente sem suas culpas comprovadas, além de serem submetidos a todo tipo de humilhação e dedurados por pessoas que são reincidentes em cometer crimes, como o doleiro Alberto Youssef, velho conhecido de guerra dos tucanos e que, ao que parece, o juiz Moro não sabe disso...

Querem prender Lula e apagar sua espetacular biografia política e de vida. Querem que o povo brasileiro esqueça os incontáveis benefícios que recebeu, em todos os campos da economia, em apenas 13 anos de governos petistas. Querem criminalizar o PT, extingui-lo, como fizeram com o PTB de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola. Os playboys do Paraná, jovens de classe média e média alta, que desconhecem a vida, as demandas e os sofrimentos populares, mas que têm ideologia e sentimento de classe social, aproveitam-se de suas ignorâncias sobre a história do Brasil, de suas principais correntes políticas e se comportam, inadvertidamente, como estrelas e astros de uma pantomima política, que, no futuro, vai ser desmistificada e desmascarada pela verdade histórica dos fatos e dos acontecimentos.

Exatamente como agem e atuam agora a imprensa de negócios privados dos magnatas bilionários e seus empregados sabujos, o PSDB e o DEM e setores radicais e politizados, à direita, da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. Desta maneira que agiram e atuaram esses mesmos personagens de golpes nos idos de 1945, 1954, 1964 e também, é importante lembrar, em 2005, quando tentaram derrubar o presidente Lula, que, imbuído de coragem e de percepção política, saiu às ruas e foi às praças públicas, ações que fizeram rapidamente a direita recuar por saber que o mandatário naquela hora era muito forte, com altos índices de popularidade e força política alicerçada em maioria no Congresso e no apoio dos governadores.

Entretanto, a direita, a casa grande brasileira é sorrateira, violenta e traidora. Recua e espera a hora de dar novamente o bote para concretizar suas intenções. Desde a vitória de Dilma, em 2014, esta direita alienígena, perversa e de essência golpista tem efetivado um grande esforço para derrubar a mandatária trabalhista. A Lava Jato, do fundamentalista Sérgio Moro e seus “intocáveis”, que gostam dos holofotes das mídias é a ferramenta desse processo draconiano, que visa, e tão somente, criminalizar e desqualificar o ex-presidente Lula, o PT e, consequentemente, impedi-lo de ser candidato mais uma vez.

O combate à corrupção não é só colocado em prática por Moro e seus “intocáveis”, a imitarem os personagens do filme de Hollywood, como o fizeram em cobertura da Globo News. De forma alguma, o combate à corrupção está a ser realizado de forma efetiva e sistemática, no decorrer dos últimos 13 anos, a partir da chegada dos presidentes trabalhistas ao poder. A Polícia Federal, sob o comando dos governos petistas, realizou mais de duas mil operações e prendeu milhares de ladrões do dinheiro público, bem como afastou e demitiu milhares de servidores públicos, inclusive policiais federais.

Nos governos Lula e Dilma a Polícia Federal foi recuperada, porque a instituição estava à míngua, a pedir esmolas aos cofres públicos, porque não tinha condições de trabalho. Os governos do tucano Fernando Henrique — o Neoliberal I — realizaram apenas algumas dezenas de operações, porque no seu governo entreguista, antinacionalista, subordinado e subserviente aos ditames dos Estados Unidos, apenas se vendeu o patrimônio público brasileiro, que os tucanos não construíram, e, sim, os trabalhistas, que conquistaram o poder pela primeira vez em 1930.

A direita sabe o que quer. E ela quer o golpe, da forma que tiver de ser feito, conforme as circunstâncias e as oportunidades. Getúlio auto-exilou-se no Rio Grande do Sul, em 1945, mesmo sendo o presidente líder de uma verdadeira revolução, que mudou, com efeito, o modelo de produção do País, e não simplesmente um golpe de estado — quartelada e farsa política e militar, como o é considerada a chamada “Redentora”, de 1964, do dia 1º de abril. Nada mais sugestivo do que esta data.

Em 1954, Getúlio se mata para evitar sua prisão pela Aeronáutica da “República do Galeão”, força ligada ao golpismo e ao udenista Carlos Lacerda, também conhecido como o Corvo. Com seu holocausto, o estadista e trabalhista gaúcho adia o golpe por parte da direita por dez anos. Depois veio João Goulart, deposto em 1964 por brasileiros de direita, que se aliaram no golpe com forças estrangeiras, a exemplo dos Estados Unidos. Além de golpistas, eram também traidores da Pátria, porque foram capazes de entregar o Brasil para os interesses internacionais serem concretizados.

A casa grande brasileira é pária provinciana e subalterna, assim como a direita política e partidária é a prostituta dos países dominantes. Vendem a Nação para colher migalhas e manterem seus privilégios e benefícios indefinidamente. Trata-se do grupo social e político que ainda tem seus pensamentos e corações nos séculos de escravidão. Ideologia da exploração em suas veias.

O juiz Sérgio Moro é neste momento a representação do que de pior tem neste País, independente do processo jurídico da Lava Jato, porque a questão não é somente a corrupção, como quer fazer entender a imprensa burguesa. A corrupção tem de ser combatida e os autores de crimes, presos. Ponto. Só que a questão é mais profunda por ser de conotação e conteúdo macros, muito acima de demandas judiciais punitivas, por ter se transformado em um assunto político, com a finalidade de fomentar a crise, bem como usado como aríete pela direita brasileira para judicializar a política e criminalizá-la.

A intenção é não deixar o Governo Dilma governar. O negócio é engessá-lo e suas ações positivas jamais aparecerem nos meios de comunições privados, que lutam para continuar a falar sozinhos — a valer apenas suas versões das realidades e acontecimentos. Tanto o é verdade que os magnatas bilionários de imprensa e seus empregados capitães do mato estão irritados e inconformados com a blogosfera progressista.

O PSDB, a imprensa de mercado, setores do empresariado, da Justiça e do MP querem, sem sombra de dúvida, desestabilizar o Governo Dilma e fazer com que Lula seja desmoralizado e, com efeito, impedido de ser candidato pelo PT à Presidência da República. A Lava Jato de Moro quer prender o Lula, nem que para isto aumente em milhares de decibéis a crise política que tomou conta do Brasil desde a vitória de Dilma em outubro de 2014.

A direita, o PSDB e seus aliados estão ávidos para controlar o Estado brasileiro e não vão, de forma alguma, deixar de efetivar esforços para concretizar seus desejos, como vai ocorrer agora com as manifestações de direita e da oposição marcadas para o dia 16. O PSDB diz que não tem nada com isto, conforme afirma, hipocritamente, o senador Aécio Neves. Acontece que tem, porque o PSDB se tornou golpista de caráter udenista e movido a ódio e rancor. O PSDB é golpista! Se tornou de fato o partido da direita brasileira, dos ricos e dos coxinhas paneleiros e analfabetos políticos de barrigas cheias, que cometem tiranias e expõem seus lamentáveis preconceitos nas redes sociais. Ponto.
    
Enquanto isso, o juiz de primeira instância, Sérgio Moro, remonta a história política do Brasil, alicerçada em golpes, violências e sectarismos. Ele repercute, mesmo que involuntariamente, o pensamento opressor e conservador das “elites” deste País, pois se transformou em um agente do golpe que a direita tanto almeja. Moro e seus Dallagnols são os fundamentalistas da instabilidade institucional e da crise política sem precedentes, que faz do Brasil um lugar em que os avanços sociais e econômicos são esquecidos, como se não tivessem existido dois presidentes trabalhistas que mudaram o Brasil para sempre e para melhor.

O País de língua portuguesa ficou muito mais rico, poderoso e importante, em termos internacionais, com as administrações petistas. O povo brasileiro teve acesso a tantas coisas, que mesmo o PT e seu Governo a serem achincalhados dia a dia e ano após ano pela imprensa familiar vai ser muito difícil o cidadão pobre esquecer os benefícios que teve com Lula e Dilma na Presidência.

A prisão de Lula, se acontecer, vai ser um fato que, irremediavelmente, vai gerar comoções e emoções fortes ao povo brasileiro e à comunidade internacional. Vamos ver o desenrolar dos acontecimentos. Porém, existe uma realidade que continua inabalável como sempre, que envergonha a Justiça e juízes, pois causa repulsa, inconformismo e questionamentos a segmento populoso do povo brasileiro: Tucanos são inimputáveis?! Estão acima da Lei? Vergonhoso. O juiz Moro é o fundamentalista que remonta o fascio e pretende prender o Lula. É isso aí.

7 comentários:

Henrique R disse...

FHC, assim que assumiu a presidência da república, em 1995, baixou um decreto extinguindo a chamada Comissão Especial de Investigação, instituída por Itamar Franco, que, composta por representantes da sociedade civil, tinha o objetivo combater a corrupção.

Dilma, sancionou a Lei nº. 12.846 que pune os corruptores no final de 2013 e entrou em vigor em janeiro/2014 - os corruptores agora estão sendo alcançados.

"É isso aí."

Henrique R disse...

O curriculum de alguns que querem a cabeça do Lula:

- agripino maia - recebeu 1 milhão em esquema de corrupção
- ronaldo caiado - acusado de receber milhões do bicheiro contrabandista cachoeira e ter trabalho escravo nas fazendas da familia
- flexa ribeiro - preso em 2004 por fraudar licitação de grandes obras no Amapá, foi condenado por corrupção, formação de quadrilha e outros
- antonio imbrassahy - quando prefeito de Salvador, desviou-se mais de 166 milhões do metrô da capital

Obs.; dois são do Deu Esta Merda/DEM e dois do Partido Sabotador Desmanchista Brasileiro/PSDB

Marcos Lúcio disse...

Este excepcional jornalista é a história viva. Brilhante, como sempre.Você disse tudo e com propriedade.Nada a acrescentar ou excluir. Mas ainda considero este o erro mais primário ou vaidoso do PT :"E o Partido dos Trabalhadores e seus governos não cuidaram da comunicação oficial com o povo. Foram omissos, pusilânimes e deu no que deu: uma crise política que pode vir a ser institucional e de grandes proporções. Com a direita não se negocia...e, pior: não ter efetivado há muito tempo o marco regulatório para o segmento de comunicação.Principalmente por estes motivos, a direitalha e os fundamentalistas da Casa Grande (não só o Moro), estão movendo mundos e fundos e até pactuando com o demo (credo!) para acabarem com a função ou governança da senzala.

Marcos Lúcio disse...

Compartilho parte do texto do Joaquim de Carvalho.

(...)Coisas estranhas acontecem na Vara de Moro, não só nos casos das delações.

Nascido em Maringá, filho de professor universitário, Sérgio Moro protagoniza hoje o que um advogado chama de processo sem defesa. Esse advogado, que representa réus na Lava Jato, diz que a defesa é só para constar.

“A Polícia Federal, no papel dela, investiga e acusa. O Ministério Público recebe o inquérito, analisa, e acusa. O juiz recebe a denúncia e também acusa, como se fizesse parte do Ministério Público. Ao réu, caberia se defender, mas ele só tem chance no processo se fizer a delação, em que ele se auto acusa e acusa outra pessoa, para poder ter algum benefício. O direito de defesa desapareceu”, afirma esse experiente profissional.

No que é chamado de estado democrático de direito (o contrário da ditadura), uma pessoa sozinha não pode tudo. Mas os advogados que atuam na Lava Jato encontraram muralhas até agora intransponíveis para tentar garantir a defesa dos réus.

O primeiro obstáculo começa no Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, no Rio Grande do Sul, onde as decisões de Moro poderiam ser revistas. Mas, no que até prova em contrário não passa de uma coincidência, o desembargador que recebe os recursos (“prevento”) é do Paraná, e na corte não é segredo para ninguém que priva da amizade e da admiração recíproca de Sérgio Moro, com troca de elogios em trabalhos acadêmicos.

Sem chance no Tribunal da 4ª. Região, os advogados batem no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, onde o caso foi concentrado nas mãos de um ministro convocado, ou seja, ele está tapando buraco em razão da ausência de um titular.

Como o sonho de todo juiz interino é se tornar titular, ele não quer polêmica, o que aconteceria caso revogasse alguma decisão de Moro. “O receio é que uma polêmica tire as chances de nomeação”, comenta o advogado.

A esperança da defesa é o Supremo Tribunal Federal, mas também ali, no primeiro julgamento até agora, houve decepção. Os ministros consideraram que as prisões preventivas não se justificavam, mas em vez de simplesmente colocarem os réus em liberdade, para que respondam ao processo fora da cadeia, eles determinaram o uso da tornozeleira eletrônica. “Todos eles têm medo da manchete do Jornal Nacional”, diz o advogado.

Em situações como esta, resta o grito da sociedade civil organizada, como a OAB. Até agora não se ouviu dela nem um sussurro em defesa do estado de direito.

A razão, segundo esse advogado, é que o presidente da Ordem, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, já contou aos colegas mais próximos que quer se sentar na cadeira que já foi de gigantes como Evandro Lins e Silva, no Supremo Tribunal Federal, cassado durante a ditadura. Assim como no caso do interino do STJ, polêmica só atrapalharia os planos de Furtado Coêlho.

Com dificuldade no Tribunal, no STJ, no Supremo e na OAB, talvez o governo eleito por 54 milhões de brasileiros pudesse tomar alguma atitude, inclusive coibindo abusos claros como a escuta clandestina na prisão da Polícia Federal.

“O ministro da Justiça, comprovada a escuta, teria o dever de afastar os envolvidos e até o diretor da Polícia Federal no Paraná, para resguardar direitos constitucionais”, comenta esse advogado. Mas o ministro, José Eduardo Cardozo, também foge da polêmica.

“A Lava Jato tem um direcionamento claro: o PT e seus aliados. Não sei identificar que mão se move por trás disso. Talvez seja a própria saturação da sociedade com a corrupção, e as pessoas com algum poder de decisão nesse processo vejam uma oportunidade para se destacar, sem contrariar a suposta opinião pública. Mas é um grande erro. Está sendo gerado um monstro, que amanhã não poupará ninguém”, diz o advogado, que pediu anonimato em razão do prejuízo profissional e pessoal que teria se tivesse seu nome publicado aqui.

Marcos Lúcio disse...

Compartilhando mais esta:

A grande questão: como Moro vai se comportar diante da guinada da Globo? Por Paulo Nogueira

A maior expectativa sobre a NOG, a Nova Ordem da Globo, gira em torno de Sérgio Moro, o juiz da Lava Jato.

Como ele vai reagir?


Nas redes sociais, já se especula que alguma ação da LJ deverá ocorrer na sexta, para servir de alavanca para os protestos de domingo.

Moro é um ídolo dos analfabetos políticos que batem panelas, vestem camisas da CBF e pedem a deposição de Dilma.

E ele não costuma falhar.

Mas e agora?

A Lava Jato tem exatamente o mesmo defeito da mídia: a brutal parcialidade. Corrupção é realmente corrupção caso o PT esteja envolvido.

Boa parte da instabilidade política deriva das movimentações de Moro. Ele conseguiu prender um preso, Dirceu.

Moro também nada fez para por fim aos vazamentos seletivos que, na campanha presidencial, escapavam de seus arredores em Curitiba.

Usados copiosamente pela mídia, os vazamentos representaram um atentado contra a democracia.

Suponha que a família Marinho entenda que Moro está se comportando como o Alienista de Machado, o médico de loucos que passo a passo prendeu uma cidade inteira por insanidade mental.

Sem o apoio da Globo, Moro está frito. E ele sabe disso.

O Mensalão foi um espetáculo da mídia patrocinado pela Globo e protagonizado por Joaquim Barbosa.

A Lava Jato é o Mensalão 2, patrocinado de novo pela Globo e com Moro no papel que foi de JB.

Suponhamos, apenas suponhamos, que a família Marinho ache que Moro pode estar abusando de poder.

Ninguém sabe exatamente quais seriam as consequências disso.

Mas as pessoas morrem de medo da Globo.

Uma coisa é a Lava Jato no Jornal Nacional, na CBN e na Globonews todos os dias.

Outra coisa é a Lava Jato sumida e Moro criticado.

Pessoalmente, acho que, como os jornalistas da Globo depois das novas instruções dos patrões, Moro vai estrategicamente tirar o pé do acelerador.

Prender Lula, algo que a mídia vinha martelando provavelmente sob estímulo dos bastidores da Lava Jato, já virou uma impossibilidade.

Como os senadores petistas disseram a João Roberto em seu encontro, o país pegaria fogo, e eles, senadores, não fariam o papel de bombeiros.

Moro, para muita gente, é o Alienista de Machado. Mas, para a Globo, até aqui não foi.

Se passar a ser com a NOG, a festa acabará para ele.

Anônimo disse...

O senhor que o fascismo e o nazismo eram de esquerda, não é?

Marcos Lúcio disse...

Histórica e academicamente, ANONYMOUS, o nazismo e o fascismo são considerados DE DIREITA, universalmente e por lógica.
Qualquer um que acompanhe a política partidária-eleitoral brasileira adquirirá uma convicção firme: o nome do partido tem pouco ou nada a ver com o conteúdo das suas práticas. Termos como “nacional”, “democrático”, “popular”, “progressista” ou “social” são tão banalizados e usados por partidos tão diferentes (ou excessivamente iguais) entre si que perderam o sentido.

O partido de Hitler era o NSDAP – “NazionalSozialitisch Deutsche Arbeiter Partei” (Partido Nacionalsocialista Operário Alemão). O “NazionalSozialismus” era abreviado como “Nazismus” e considerado a versão alemã do nazi-fascismo. Na Espanha os fascistas se chamavam “falangistas”, na Croácia “ustaches”, na Romência, “guardas-de-ferro”, no Brasil “integralistas”, e na Itália, “fascistas”.

Não é muito difícil descobrir qual era a opinião de Hitler sobre a esquerda, que na República de Weimer era representada principalmente pelos socialdemocratas, comunistas e anarquistas. Hitler os considerava tão inimigos quanto os judeus, um mal absoluto, integrantes de alguma grande conspiração maléfica para destruir a pureza racial e moral da nação.

A ideologia nazi-fascista era um amalgama de racismo, machismo, conservadorismo, militarismo, anti-semitismo, anti-marxismo e expansionismo, portanto, direitista radical. A organização partidária de Hitler recebeu forte apoio financeiro e político dos principais capitalistas alemães, com exceção daqueles que origem judaica.
Não deixa de ser irônico que essa “nova direita” neoconservadora e neoliberal que faz essa propaganda enganosa tenha muitas ideias em comum com os nazi-fascistas: o antimarxismo, a paranoia conspiratória, o militarismo, o policialesco, o racismo/xenofobia, o machismo/homofobia, o conservadorismo religioso, a sacralização da propriedade privada e a defesa da supremacia nórdica-ocidental. Não é muito difícil perceber que o “meritocratismo” da nova velha direita é um eufemismo para o darwinismo social