Por Davis Sena Filho — Palavra Livre
Sabe-se,
nos cinco continentes e até mesmo no espaço exterior, que os magnatas
bilionários de todas as mídias cruzadas são golpistas, bem como seus empregados
aboletados nas redações de suas empresas se colocam em uma posição,
sistematicamente, tão radical quanto a de seus patrões quando se trata de
criminalizar as ações administrativas e de governabilidade do Governo
Trabalhista de Dilma Rousseff.
Contudo,
a efetivação de impeachment está cada vez a ficar difícil de acontecer, vide as
últimas determinações do TSE, do STF e do MP quanto às contas da campanha
eleitoral da mandatária brasileira, assim como no que tange às pedaladas
fiscais. Além do mais, adversários, que conspiram a favor do impeachment, como
o presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha, estão enfraquecidos, pois
acusado de ser um dos nomes envolvidos pela operação Lava Jato, e, por sua vez,
à mercê de denúncias contra sua pessoa por intermédio do procurador-geral,
Rodrigo Janot.
Todavia,
o alvo da direita midiática é Lula, o PT e seu Instituto. A imprensa
judicializa a política, criminaliza o Instituto Lula e suas palestras,
desqualifica autoridades do Executivo e tenta envolver o mais importante
político da América Latina e o de maior prestígio internacional com a
roubalheira que ocorreu na Petrobras e que está a ser devidamente investigada
pelo Governo Dilma, por meio da Polícia Federal, subordinada ao Ministério da
Justiça, que responde diretamente à Presidência da República, administrada por
presidentes petistas há quase 13 anos.
Exatamente,
volto a lembrar, são os presidentes petistas e seus governos que estão a ser
alvos do ódio dos principais fomentadores de crises: os magnatas bilionários de
imprensa. A falar mais claro e de forma objetiva, as famílias Marinho, Civita,
Mesquita, Frias, Sirotsky, Alzugaray e os condôminos do Grupo Diários
Associados, os verdadeiros vetores da instabilidade política, que influencia na
economia, e, consequentemente, explode nas mãos do povo brasileiro, que passa a
ter menos acesso ao consumo, porque os preços se tornam mais caros, o
desemprego aumenta e as oportunidades de uma vida melhor diminuem.
Não
importa a essas famílias se o jornalismo praticado por elas e por seus
empregados, que agem como capitães do mato, torne-se panfletário, passional, manipulador
e distorcido, ou seja, o verdadeiro jornalismo de esgoto. Nada importa, nem
mesmo a falta de credibilidade e os questionamentos de milhares de pessoas que
comentam nas redes sociais e nas ruas sobre as mentiras e as meias verdades
repercutidas por uma imprensa de negócios privados cada vez mais partidária,
ideológica, conservadora, perversa e tão radical ao ponto de preferir que o
País seja irremediavelmente prejudicado em prol de seus interesses políticos e
econômicos.
A
imprensa burguesa mente e comete crimes de calúnia, injúria e difamação. Ataca
violentamente qualquer um e não mede consequências para efetivar seus atos e
ações, sempre em favor do sectarismo, do elitismo, da exclusão e da
concretização de seu domínio sobre a sociedade, no que concerne a impor sua
agenda, que jamais atende aos interesses e sonhos do povo brasileiro. A
imprensa dos magnatas bilionários é a voz e a memória dos 350 anos de
escravidão e jamais vai permitir que mandatários progressistas possam governar
em paz, porque não se submetem às regras democráticas e de civilidade.
Violenta
e selvagem contra Getúlio, Jango, Brizola e Dilma, conforme demonstram e
relembram a história do Brasil e os brasileiros antigos que estão vivos, a
virulência sem limites se volta a Lula, por ser o líder trabalhista um possível
candidato à Presidência da República, em 2018. O petista já percebeu e tem
rebatido, constantemente, as mentiras, as distorções, as notícias e manchetes
propositalmente “pinçadas” de um contexto mais amplo por intermédio do
Instituto Lula.
Nas
últimas semanas, as revistas Época, Veja e IstoÉ, além de o jornal O Globo se
dedicaram a cometer falácias, distorções e mentiras sobre notícias relativas ao
Instituto Lula, ao BNDES, às palestras do ex-presidente e, pasmem, até mesmo
sobre o apartamento do Guarujá, na praia de Astúrias, que a esposa de Lula,
dona Marisa Letícia, o adquiriu, em 2005, por meio de uma cota de participação
na cooperativa Bancoop, na qual inúmeros cooperados participam, a fim de também
comprar seus apartamentos.
Qual
é o crime de um cidadão participar de um empreendimento imobiliário? Nenhum.
Porém, Época e O Globo criminalizaram a compra de um imóvel, que ainda não foi
entregue ao casal Lula da Silva. Outrossim, e por meio de matérias maledicentes
e absurdas, que visavam, sobretudo, criminalizar o ex-presidente, que a Polícia
Federal e o Ministério Público se pautaram ao ponto de um procurador substituto
no Distrito Federal, Valtan Timbó, determinar a abertura de inquérito para
investigar o político trabalhista quanto às suas palestras.
A
compra do apartamento foi quitada, em 2010, mas não foi entregue, porque a obra
trocou de construtora e ficou pronta somente em 2013. Dona Marisa Letícia,
segundo a assessoria de Lula, ainda não decidiu se vai pedir o ressarcimento do
dinheiro empregado ou se vai escolher alguma unidade de moradia.
Todos
esses fatos e ocorrências o foram, didaticamente, explicados ao Globo e ao seu
repórter, Germano Oliveira, que mesmo assim escreveu uma matéria distorcida e completamente
fora da realidade. E por que esta sórdida atitude? Porque o que interessa é
“queimar” a imagem de Lula e desqualificá-lo quanto à sua honestidade. Ponto.
Quem manda o Brasil não ter efetivado o marco regulatório para as mídias,
conforme reza a Constituição. E aí dá nisto: uma imprensa de caráter criminoso
e sem se preocupar com punição.
A
total falta de respeito ao líder petista é de chamar atenção, ao tempo que
bastante assertiva e pedagógica, pois permite que as pessoas remontem as eras
Getúlio e Jango, quando esta mesma imprensa golpista e praticante de um
jornalismo sujo e desleal realizou campanhas incendiárias e criminosas contra
os dois mandatários trabalhistas, sendo que o primeiro se suicidou e o segundo
foi deposto e somente morto voltou ao Brasil.
Como
pode o editor de O Globo, ou quem o valha, requentar matérias como a do
apartamento do Lula no Guarujá, bem como o repórter Germano Oliveira ao receber
as informações do Instituto Lula e escrever, a seu bel-prazer, um monte de
sandices e mentiras sem se preocupar com sua credibilidade? Trata-se de um
idiota ou de uma profissional que não demarca limites para atender seus chefes
e patrões? Com a resposta o leitor e a consciência de tal profissional...
Percebe-se,
com efeito, que Lula não pode comprar apartamento, é proibido de ministrar
palestras e ganhar dinheiro com elas, bem como o é impossibilitado de ser
candidato a presidente da República. Resumo da ópera: Lula não pode falar,
viajar, trabalhar, participar de eventos políticos, sindicais, sociais e muito
menos ser candidato a qualquer cargo público. Contudo, ele reagiu prontamente e
reclamou ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) das ações de tal
servidor Timbó, que, efetivamente, está a fazer política — a má política,
diga-se de passagem. A reclamação foi aceita e o procurador está a ser
investigado.
Entretanto,
e em total paradoxo ao que ocorre ao líder do PT, o ex-presidente, Fernando
Henrique Cardoso, o grão-tucano do PSDB, para a imprensa da casa grande pode
tudo, inclusive ter um apartamento em bairro e via chique de Paris, pôde ter
fazenda, dar palestras (muito menores em números do que as de Lula e também
mais baratas), bem como tem direito a viajar, ser pago por empreiteiras e
empresas de outros ramos de atividades para palestrar e constituir seu
instituto — o iFHC.
Realmente,
o Neoliberal I pode tudo e muito mais, ao ponto de ter vendido o patrimônio
público (liquidação de 125 estatais), que ele e os tucanos não construíram,
além de ter ido ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado e com o pires nas
mãos, porque quebrou o Brasil três vezes e ainda entregou o poder com uma
inflação de 12,5%. E os coxinhas paneleiros e os “especialistas” de prateleiras
da Globo News e congêneres ainda reclamam de uma inflação de 5 a 8%, conforme o
setor da economia, em um mundo que está a enfrentar uma crise sem precedentes
desde 2008. A situação do Brasil é muito melhor do que a maioria dos países
europeus, por exemplo.
A
verdade é que a crise tem nome, e o nome dela é imprensa, a de oposição, de
essência corporativa e politicamente golpista. A crise não é política, porque
os poderes da República não vão se aventurar a rasgar a Constituição e
invalidar o voto soberano do povo brasileiro, que depositou 54,5 milhões de
votos para eleger a presidenta Dilma Rousseff. Não mesmo.
Pode
ter passeata, manifestação de grupelhos de perfis fascistas, de coxinhas
paneleiros inconformados com a ascensão social dos pobres e que ficam a
arremedar o que a mídia comercial e privada fala e publica. Mas golpe não vai
haver e muito menos Lula vai ser preso, porque ele e Dilma não cometeram
malfeitos, não roubaram o Brasil e o povo brasileiro. O MP e a Polícia Federal
sabem disso. Os dois órgãos compreendem muito bem que suas autonomias e
independências são advindas do republicanismo dos presidentes petistas, que,
inclusive, deram-lhe todas as condições logísticas e financeiras para
trabalhar.
Agora
se alguns delegados da PF se tornam aecistas, procuradores e promotores abusam
de seus cargos para fazer política e se juízes querem mandar no lugar das
autoridades executivas eleitas pelo povo, realmente o Brasil vai ter de
repensar a República ou se transformar em uma República de togados, o que seria
o fim da picada.
Não
existe salvação e democracia fora da política. O contrário é ditadura, pura e
simplesmente. Leia a história! Corrupção se combate, mas é inerente ao homem e
por isto o criminoso tem de ser punido para que não se torne lugar comum a
roubalheira do patrimônio e dinheiro públicos. E isto o PT o fez, com mais de
duas mil operações da PF e com a liberdade dada à PGR, à CGU e à AGU.
Contudo,
os magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas se fazem de mudos, surdos e
cegos. Hipocrisia e conveniência política e ideológica, obviamente. Queres um
exemplo terrível? Não me faço de rogado. O vazamento sórdido e de objetivo
essencialmente político por parte da força-tarefa paranaense (Polícia Federal,
Ministério Público e Vara do Moro), que entregou informações à Veja e ao falido
Estadão sobre a Operação Lava Jato — Um adendo: Veja é pasquim panfletário, que
tem a alcunha de Última Flor do Fascio, mas também o é conhecida como a Revista
Porcaria.
E
não é que o Estadão Pré-Falimentar divulgou conversa grampeada pela PF entre
Lula e um dos diretores da Odebrecht, Alexandrino Alencar, a dar, propositalmente,
uma conotação escandalosa, quando, na verdade, a conversa foi sobre a
preocupação do petista em relação ao BNDES e a conjuntura econômica, que não o
incrimina em nada.
A
Polícia Federal está a cometer crimes, e o propósito é político. Trata-se de uma
instituição equivocadamente politizada e com preferências partidárias. Em pleno
estado de direito, a sociedade brasileira vai ter que conviver com um estado
policial? Quem vai punir, prender, suspender e expulsar tais servidores
públicos, que vazam informações e quebram o sigilo bancário de um presidente da
República?
O
presidente mais popular da história do Brasil está a ser tratado como um
criminoso. A Veja — o panfleto incendiário de extrema direita —, resguarda-se,
de forma ridícula e perversa, ao afirmar em sua matéria suja que Lula não
cometeu ilegalidades e que presidentes, a exemplo de Bill Clinton e de FHC — o
Neoliberal I — também fazem palestras e são pagos por empresas.
Todavia,
apenas Lula teve seus sigilos bancários e telefônicos quebrados por uma revista
que chafurda há quase quinze anos na lama por ser responsável pela elaboração
do verdadeiro e mais autêntico jornalismo de esgoto. FHC sempre foi preservado.
É inacreditável que somente Lula é alvo de tanta cafajestada e o ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, cruze os braços e ainda se cale, porque se tornou uma
autoridade fraca, pusilânime e que não toma as providências devidas contra os
crimes perpetrados por policiais que se consideram acima das leis.
Veja
sabe que a rebarba é grande e que sua irresponsabilidade vai parar nas barras
da Justiça. Afinal, o panfleto fascistoide publicou os dados obtidos, a partir de um relatório do Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à Polícia Federal do Paraná, que
reenviou as informações à Veja. A revista vai ter de responder por
seus maus atos, apesar desta Justiça que temos e que também se tornou
partidária e ideológica, principalmente nos tribunais superiores. A direita não
quer trabalhistas no poder, como o fez nas décadas de 1930 a 1954, bem nos
tempos de hoje, no período 2003 até este ano de 2013.
A
violência política e midiática contra o ex-presidente Lula é realmente um
sintoma inquestionável de que a direita está desesperada com a candidatura do
político trabalhista, em 2018. Quem vai processar, interrogar e prender os
donos de jornais e revistas, os policiais, os promotores e os juízes que
cometem crimes? Com a resposta, os trabalhadores do campo e das cidades, a
sociedade civil organizada e os juízes, promotores e políticos democratas e
legalistas. A perseguição a Lula significa o golpe jurídico e midiático no
lugar das armas e coturnos. É isso aí.
4 comentários:
"sou um dos otários surpreendidos com a notícia de que FHC tem um filho com uma jornalista da Rede Globo.
Parabéns ao presidente Lula, que, mesmo sabendo do fato gravíssimo, não o quis usar nem em sua campanha nem durante o exercício da Presidência - ao contrário do que a Globo e Collor fizeram com ele em 1989.
O que mais me impressiona, no entanto, é que, por 18 anos, a grande imprensa e as emissoras deste país acharam por bem esconder o fato da opinião pública, sabe-se lá a que custo.
Antes, durante e depois da Presidência de FHC".
(FABRIZIO WROLLI - folha de S.Paulo - Painel do Leitor - 16/11/2009)
O que coube à rede sonegadora para esconder tal fato!?
Trecho do livro "A História Secreta da Rede Globo" de Daniel Heiz
"SIM EU SOU O PODER" (Roberto Marinho)
"Este é o momento dos profissionais da área, das forças populares e de todos os setores democráticos, reconhecerem os prejuízos que sofrem com a existência da Rede Globo e com o controle monopolista e ilegítimo dos meios de comunicação de massa. Mais do que isso, esse é o momento de se ir além da crítica e mostrar que existem alternativas para a efetiva democratização dos meios de comunicação de massa no Brasil. Essa é uma tarefa histórica e inadiável."
Os jornais vivem uma crise de uma imprensa que não pratica a verdadeira imprensa - que é INFORMAR - já não serve mais nem para embrulhar peixe na banca, ou limpar côcô de cachorro.
Na realidade ela só serve para coxinhas.
Irretocável. Não dá para discordar pois só não sabe disto quem não quer ou quem tem lerdeza cognitiva rs...ou os inocentes úteis e/ou cínicos. E, claro, os estúpidos coxinhas. Esta sua pergunta é um achado:
"Quem vai processar, interrogar e prender os donos de jornais e revistas, os policiais, os promotores e os juízes que cometem crimes?"
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