Por Davis Sena Filho — Palavra
Livre
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Richa e Francischini: a educação por intermédio da porrada. |
Beto
Richa é playboy, tal qual a Aécio Neves e Cássio Cunha Lima. Eles se divertem e
curtem as suas “douradas” vidas, adoidados, sempre em cargos eletivos e de
relevância, como os de governadores e de senadores. Nunca moveram uma palha
para se elegerem e pegaram a carona político-partidária de seus pais e avô,
Tancredo Neves, Ronaldo Cunha Lima e José Richa. Politicamente são mais
conservadores que seus progenitores, apesar de serem de uma geração mais jovem.
Viveram
a vida inteira no high society, em baladas e festas, não conhecem as
dificuldades pelas quais passam a maioria dos brasileiros, bem como não
compreendem a dor alheia, porque viveram, de forma ampla, em um mundo
hedonista, privado, sectário e dedicado a poucos, com a cooperação do Estado,
transformado em patrimonialista, ou seja, direcionado para atender às demandas
da alta burguesia, da qual fazem parte esses três políticos criados a pão de
ló, farinha láctea e todo tipo de achocolatado, para que esses meninos,
coxinhas, crescessem e se divertissem como chefes de governos de estados.
Contudo,
o assunto é o senhor playboy Beto Richa, autêntico político autoritário e
despido de quaisquer sensibilidades sociais. Há anos este filho das elites
escravocratas e inquilino da Casa Grande tripudia contra o povo paranaense, de
forma fascista e virulenta. Richa, o playboy das Araucárias, considera que
negociar é ser derrotado, porque em sua cabeça reacionária e conservadora, os
trabalhadores não passam de mão de obra barata para alimentar a opulência e a
fartura das classes sociais abastadas, que, divorciadas dos interesses do
Brasil, pisoteiam os mais fracos e violam todos os códigos da civilidade, de
honra e respeito.
E
por quê? Porque não é normal e nem civilizado que tal brucutu, a ter como seu
assecla, o violentíssimo, pois truculento, o secretário de Segurança Pública,
Fernando Francischini, um valentão acusado de horrores praticados, como os acontecidos
quando ele andou pelo Estado do Espírito Santo. Além disso, tal ser bestial
conspirou efetivamente em Brasília para que o governador do DF, o petista
Agnelo Queiroz, fosse derrubado do poder, ao ponto de Francischini pensar em
concorrer ao cargo de governador da capital do País, mesmo a ser um político do
Paraná.
Lamentáveis
são as cenas de barbáries praticadas por essa dupla dinâmica às avessas, que, perversamente,
mandou “sentar” a porrada em trabalhadores da Educação, em estudantes e em quem
quer que seja, se ousasse a questionar o governo direitista, violento e
autoritário de Beto Richa e Fernando Francischini, este último que, na maior
cara de pau, ainda almeja concorrer às eleições para prefeito de Curitiba,
depois de a polícia comandada por esse político de perfil fascista ferir mais
de 200 pessoas e sangrar dezenas e dezenas de professores, como não deixam
margem a dúvidas as fotos e as filmagens dos massacres perpetrados pela polícia
do Paraná, a mando de Richa e Francischini.
O bate-pau
Francischini, o que “enfiou” um monte de parlamentares mequetrefes em um
camburão para eles votar contra os interesses dos trabalhadores, mas que, por
sua vez, foi impedido por um único servidor de se aproximar do carro por intermédio
de um simples empurrão. O valentão do Paraná correu feito uma lebre velocista,
em um medo que não condiz com sua condição de policial e muito menos com seus
discursos — verdadeiras odes à violência, à macheza, ao “prendo e arrebento”, à
desfaçatez e à falta de consideração e respeito.
A
estupidez, a intolerância e a intransigência tucana é o DNA do PSDB e de seus
congêneres, a exemplo do DEM, do SD, do PPS, que foi anexado pelo PSB, partido que
abraçou com força a direita e traiu a aliança de 30 anos com o PT, a jogar sua
história no lixo e deixar, sobretudo, sua militância perplexa ao tempo que
admirada com tanta leviandade, ausência de discernimento político e percepção
histórica, bem como a incontrolável vontade de servir, como um cão de caça, à
sua nova patroa: a plutocracia e seus meios de comunicação privados e alienígenas.
Richa
é um estúpido, no sentido literal da palavra. Somente um mandatário estúpido,
em plena democracia, com as instituições a funcionar a toda prova, apesar das
crises reais, artificiais e superdimensionadas por uma imprensa meramente de
negócios privados, nomearia para ocupar o importante cargo de secretário de
Segurança um homem da estirpe de Francischini, de passado sombrio, no que diz
respeito à violência e à falta de discernimento sobre as questões e os antagonismos
sociais, além de não ter a compreensão de que um político real e consciente serve
aos interesses do povo, dos trabalhadores e não do status quo — do
establishment.
Por
seu turno, percebe-se nitidamente que o Paraná está à frente da reação contra a
vitória do PT nas eleições presidenciais. Hoje, politicamente, o Estado sulista
é mais agressivo que São Paulo, berço dos tucanos de alta plumagem e que também
estão inconformados com quarta derrota consecutiva para o PT. O Paraná sempre
foi conservador. É histórico. Todavia, o histerismo da direita paranaense
ultrapassou todos os limites do que é civilizado e sensato, até porque a
democracia tem regras, que são subordinadas à Constituição e ao Estado
Democrático de Direito.
O
Paraná se transformou em um Estado golpista e inconformado tanto quanto o
playboy Aécio Neves, que desde sua derrota em outubro não pára de falar em
impeachment contra uma mandatária legalmente eleita com mais de 54 milhões de
votos e que não cometeu crimes de responsabilidade. O senador Aécio se
transformou em um golpista, enquanto seu avô, Tancredo, sempre combateu golpes,
desde os tempos do estadista e trabalhista gaúcho, Getúlio Vargas. É o fim da
picada e um deboche contra a memória do antigo político mineiro, que, se vivo
fosse, ficaria de “cara” com as diatribes e a alma de mau perdedor de seu neto,
boêmio do Leblon e de Ipanema.
E o
Paraná continua a trilhar por veredas tortuosas em prol dos interesses do
establishment nacional e internacional, a combater no campo do Judiciário e do
MP o Governo Trabalhista, a fazer indevidamente política e a se intrometer em
questões administrativas referentes às decisões de um governo ou de um
presidente eleito, no caso a presidenta Dilma Rousseff.
Autoridades
como o juiz Sérgio Moro, os delegados aecistas da PF, que fizeram campanha
contra a presidenta Dilma e ofenderam o ex-presidente Lula, mesmo a investigar
um caso oficial grave, como a operação Lava Jato, estão indelevelmente a fazer
política, e de oposição ao Governo. É nítido. Visível. Só não vê quem não quer
ou não tem um mínimo de discernimento ou de conhecimento sobre a política
brasileira e o nosso Judiciário.
Além
do mais, autoridades estaduais e influentes, exemplificadas no governador e no
secretário de segurança estão mancomunadas com essa gente, porque os interesses
são os mesmos: derrubar a presidenta Dilma ou macular sua imagem, desqualificando-a,
desvalorizando-a, a desconstruí-la, com o propósito de engessar seu governo e
colocá-la até o fim de seu mandato em uma redoma infernal, de forma que quando
acontecerem as eleições de 2018 o PT e suas lideranças não tenham chances de
vitórias. Se é contra o Governo Trabalhista e o PT, aí vale tudo.
Por
seu turno, se é contra o PSDB e seus congêneres, o mundo se torna irreal, pois
surreal, ao ponto de greves de categorias grandes e influentes praticamente não
existirem para a imprensa empresarial no Pará, no Paraná e principalmente em São Paulo. E por quê? Porque
são estados controlados por tucanos e tucanos são “puros”, “legais” e “probos”.
Os magnatas bilionários de imprensa mandam seus empregados esconder os fatos e
as realidades, afinal o PSDB não tem caixa dois e nunca existiu Mensalão tucano,
além de outros inúmeros escândalos protagonizados pela tucanagem.
E tudo isto com a complacência, a blindagem e a cooperação da imprensa dos magnatas bilionários, da Justiça e do MP. O governador Beto Richa e o secretário Fernando Francischini podem ser estúpidos, mas sabem que contam com a imprensa familiar amiga para cometer suas tiranias e sangrar os trabalhadores. Trata-se do Paraná do PSDB. É isso aí.
E tudo isto com a complacência, a blindagem e a cooperação da imprensa dos magnatas bilionários, da Justiça e do MP. O governador Beto Richa e o secretário Fernando Francischini podem ser estúpidos, mas sabem que contam com a imprensa familiar amiga para cometer suas tiranias e sangrar os trabalhadores. Trata-se do Paraná do PSDB. É isso aí.