Por Davis Sena Filho — Blog Palavra
Livre
A Petrobras desde sua fundação pelas mãos do presidente trabalhista
Getúlio Vargas, em 1953, é alvo da direita brasileira encastelada na Casa
Grande. A partir de seus primórdios a estatal símbolo do Brasil foi combatida
pelas “elites” colonizadas e entreguistas deste País, com o apoio de governos
estrangeiros, notadamente os Estados Unidos e a Inglaterra, bem como a França.
Países imperialistas de passados colonialistas, que se posicionam,
estrategicamente, no mundo por saberem que suas hegemonias dependem do controle
das diferentes energias, e o petróleo, sem sombra dúvida, é ainda a principal
demanda energética do mundo.
A resumir: quem controla a energia domina a economia em escala
planetária. Do contrário, se houver resistência apelam para a guerra, como
ocorreu com a Líbia, o Iraque e o Afeganistão, entre outros países, que foram
completamente destruídos e seus presidentes ilegalmente e criminosamente
assassinados. Acontecimentos que contaram com a vergonhosa aquiescência da ONU,
que se comportou nesses episódios como um órgão pária, porque complacente com a
pirataria e a espoliação perpetradas contra três países árabes, não alinhados
aos interesses do Ocidente e que, sistematicamente, reafirmavam, no caso da
Líbia e do Iraque, suas políticas sociais e econômicas de centro-esquerda.
Ponto!
Por seu turno, a ONU se tornou há algum tempo em uma entidade superada,
como se existisse e atuasse em um mundo paralelo ou irreal, pois não coaduna
com as necessidades e as demandas de um mundo globalizado, além de não cumprir,
recorrentemente, com suas responsabilidades, porque “oficializou” e “legalizou”
a invasão de países por interesses comerciais e ideológicos, bem como se
comporta como se o mundo estivesse ainda nos tempos da Guerra Fria. Por causa
disso, a ONU se tornou uma organização não confiável para a comunidade
internacional, que luta para mudar suas estruturas, estatutos e regulamentos, a
começar pelo Conselho de Segurança do órgão multilateral.
Contudo, o maior problema de quaisquer países ou de nações que lutam
para serem autônomos e independentes, além de desejarem a emancipação de seus
povos, são os grupos sociais abastados, os ricos e os multimilionários, pois
possuidores dos meios de produção e controladores do estado burguês há séculos.
Esses segmentos poderosos e influentes têm como peça fundamental de suas
estruturas de poderes os meios de comunicação privados, a influência sobre as
polícias e o apoio quase irrestrito de setores conservadores e que se recusam a
aceitar mudanças sociais progressistas, a exemplo do Poder Judiciário e de
segmentos reacionários encastelados no Ministério Público.
Esses grupos conservadores se mobilizam fortemente para manter o status
quo, que lhes garante benefícios e privilégios. Os inquilinos da Casa Grande e
seus principais aliados, as classes médias, sentem-se profundamente incomodados
com a ascensão social das classes populares. Confundem uma simples distribuição
de renda e de riqueza, por intermédio de programas sociais (cinturão de
proteção social), com socialismo e comunismo, enquanto a verdade é que o poder
estabelecido por meio de eleições, no caso o PT de Lula e Dilma, quer aumentar
o número de consumidores, por intermédio de inserção social, ou seja, incluir
milhões de brasileiros nos mercados de consumo e de trabalho. Nada mais
capitalista.
A imprensa familiar e de direita, o setor socioeconômico mais atrasado e
reacionário da sociedade brasileira, mesmo sabendo desse processo, insiste em
manipular os fatos, suprimir as realidades ou simplesmente mentir. Trata-se de
uma salada ideológica que chega às raias da ignorância, do ridículo e da má-fé.
Afinal, todos os países ditos desenvolvidos e capitalistas distribuíram renda,
realizaram a reforma agrária e efetivaram programas sociais e os praticam até
hoje. O Bolsa Família, por exemplo, é imitado em países desenvolvidos,
inclusive com a cooperação de técnicos brasileiros.
Globalizado, para o desgosto da burguesia de caráter escravocrata deste
País, o principal programa social do governo petista completa este ano 11 anos
e está a ser efetivado em Estados Unidos, França, Inglaterra, Alemanha, Suíça e
avaliado pelos japoneses, que pensam em colocá-lo em prática para combater a
pobreza, pois até mesmo em países muito ricos, como o Japão, existem pessoas
pobres e que necessitam da ajuda do estado.
A verdade é que sem a atuação dos estados nacionais, os países não
existiriam como nações e certamente a iniciativa privada não mexeria uma palha
se não tivesse a garantia do estado, que sempre, como ocorreu recentemente na
Europa e nos Estados Unidos, socorreu grandes empresas e bancos para que suas
economias não afundassem completamente na lama da iniqüidade, das fraudes, da
corrupção e da irresponsabilidade de empresários e agentes públicos cúmplices
de suas sandices e insanidades, a terem como combustível a ganância humana e o
capitalismo predatório tão aplaudido pelos economistas da direita e pelos
corvos da imprensa alienígena e de negócios privados.
Contudo, temos aqui uma classe média aliada de um grupo social
riquíssimo, herdeiro da escravidão e promotor de uma mais-valia que explora
crianças e comete assassinatos contra trabalhadores rurais e índios. Uma classe
média que, incompreensivelmente, vocifera contra o Bolsa Família e outros
programas sociais, bem como repete como papagaio de pirata as asneiras e as
perversidades que ouve por intermédio de “especialistas” de prateleiras e
“comentaristas” de iniqüidades, que tomaram conta dos canais da imprensa
comercial e privada, que jamais, em hipótese alguma, vai defender, sequer um
dia, os interesses mais caros ao povo e aos trabalhadores brasileiros.
Através das mídias porta-vozes dos mercados de capitais, a direita
partidária — PSDB, DEM e PPS — derrotada em três eleições presidenciais, em um
tempo de 12 anos, consegue empreender uma campanha sistemática de natureza
negativa contra o atual Governo Trabalhista, que leva a classe média, conservadora
por natureza a se preocupar somente em não integrar o todo da população ou da
sociedade, pois se considera “Very Important
Person” (VIP), quando na verdade nunca o foi e nunca o será.
Mesmo assim esse segmento vai estar sempre ao lado do establishment,
porque a questão é ideológica e de preconceito de classe, de raça e de origem.
E quanto a isso não há como se negociar ou amenizar, porque certas camadas da
sociedade brasileira trazem consigo o sentimento arraigado de escravidão em
suas almas e nos seus desejos e segredos mais nefastos e infames, aqueles que
não são expressados nem na solidão de seus travesseiros.
Para fazer contraponto a essa realidade perversa existem os governantes
e partidos que, eleitos, tem a obrigação e o direito de criar e elaborar
programas e projetos que permitam diminuir as diferenças sociais e regionais,
conforme estabelece a Constituição de 1988. Ponto! Entretanto, a luta pelo
poder e a ferocidade da direita empresarial e partidária não é fácil de
combater ou de enfrentar, porque ainda vige um sistema de poder edificado em
séculos passados e que resiste para não ser rompido, apesar de os avanços
verificados nos governos trabalhistas de Getúlio Vargas, João Goulart, Lula e
agora Dilma Rousseff.
Por sua vez, é visível — e só não enxerga quem não quer — que a crise da
Petrobras é um embuste, uma trapaça e farsa ou novela mal editada pela “Veja” e
pelo “Jornal Nacional” da “Globo”, a fim de criar situação artificial, com
propósito eleitoral, que coloque o Governo do PT contra a parede, ainda mais
quando são notórios os casos Alstom, Siemens, Aeroporto do Aécio Neves e o
Mensalão do PSDB, bem como a administração muito questionável do senador em
Minas Gerais, além de muitos outras denúncias de malfeitos, que sujam as penas
dos tucanos paulistas, mineiros e paranaenses e que nunca foram, de fato,
investigados com determinação pelo Ministério Público e julgados com imparcialidade
pelo Judiciário. São escândalos bilionários, que fervilham ao ponto de a
imprensa burguesa ter de rapidamente “esquecer” tais assuntos para tirá-los de
pauta.
A verdade é que o foco é a desqualificação dos governos Dilma e Lula
como gestores da Petrobras, porque a reportagem da revista “Veja” como sempre é
apenas declaratória, com opiniões de pessoas ocultas e que fazem assertivas, no
mínimo, questionáveis, porque a verdade, nua e crua, é que a matéria é mais uma
denúncia vazia, em off, o que denota que a “Veja”, pasquim mequetrefe e
rastaquera, também conhecido como a “Última Flor do Fáscio”, e que pela
milionésima vez publica mais uma reportagem que retrata, ipsis litteris, sua
vocação partidária à direita e o seu dom para a mentira, base, inquestionável,
do seu jornalismo de esgoto.
A acompanhar tão desprezível revista, a Rede Globo por intermédio de
seus jornais, inclusive os da Globo News, que não passam de partidos
direitistas não assumidos e que fazem a principal campanha de desconstrução dos
governos trabalhistas do PT, bem como assumiram de vez a frente da batalha
eleitoral, que tem seu fim programado para o dia 5 de outubro, o dia das
eleições presidenciais quando o povo brasileiro, de forma autônoma e
independente, vai mais uma vez escolher o mandatário que vai governar o Brasil
em um tempo de quatro anos.
Como se observa, a questão não é somente a Petrobras, coxinha — o rico e
o de classe média. É o pré-sal da Petrobras. Vai ser essa riqueza, a médios e
longos prazos, que vai determinar e definir os projetos de País e de Estado,
além dos programas de governo. Com os recursos do pré-sal garantidos para a
Educação e a Saúde, o povo brasileiro, principalmente as gerações vindouras,
vai ter a oportunidade de se desenvolver e fazer com que o Brasil, além de ser
uma das principais economias do mundo, no que é relativo ao PIB, consiga também
atingir um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que faça com que o poderoso
País da América do Sul e Latina seja também um lugar onde todos tenham acesso
ao bem-estar social de forma definitiva.
São esses fatores e pontos que a direita luta para que não aconteçam no
Brasil e no mundo. É o seu propósito e de sua natureza — de escorpião. A
verdade é que manter os privilégios, os benefícios e as primazias (patrimônios,
bens, dinheiro e status) são as causas que movem sua existência como força
social retrógrada e reacionária. Privatizar a Petrobras ou simplesmente deixar
de investir em seus parques industriais é fazer com que o Brasil volte à
condição de colônia alinhada aos Estados Unidos e à União Europeia. A direita
não tem pátria, pois alienígena. Sua pátria é o dinheiro e sua luta é por
privilégios. É o pré-sal, coxinha! É isso aí.
4 comentários:
Davis: seu texto é uma aula. Está lá no ContrapontoPIG. Parabéns, e um grande abraço.
Célvio, um grande abraço. Obrigado.
Davis, você já ouviu falar em Paulo Roberto Costa?
E você, coxinha, já ouviu falar em PetroBrax?
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