Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
O líder trabalhista, Luiz Inácio Lula da
Silva, mandou o recado: “Botin, é o seguinte, querido: Eu tenho consciência de que
não foi você que falou, mas essa moça tua que falou não entende porra nenhuma
de Brasil e não entende nada de governo Dilma! Manter uma mulher dessa em um
cargo de chefia? Pode mandar embora”!
A presidenta Dilma Rousseff afirmou: "A pessoa que
escreveu a mensagem {do Santander} fez isso, sim, e isso é
lamentável. Isso é inadmissível para qualquer candidato. Seja eu ou qualquer
outro". A mandatária prometeu tomar providências, e a primeira ação,
juntamente com o vice-presidente, Michel Temer, foi não participar do 3º
Encontro Internacional de Reitores Universia, evento de educação milionário e
“menina dos olhos” do presidente internacional do banco espanhol Santander,
Emílio Botin.
Toda essa confusão se deve à intromissão
indevida de uma executiva do Santander, que, equivocada e a se achar maior do
que é, resolveu se envolver com o processo político e partidário brasileiro, um
dos mais duros e competitivos do mundo, que atrai a atenção da comunidade
internacional, porque se trata do destino do Brasil, a sétima maior economia do
mundo, País que exerce inegável liderança na América Latina e no Caribe, um dos
fundadores dos Brics, do Mercosul e da Unasul e possuidor de um mercado interno
fortíssimo e diversificado, com uma população de 210 milhões de habitantes.
Além disso, o Brasil efetiva uma política
externa independente e autônoma, de forma que interage com todos os países
associados à ONU, o que não ocorre, por exemplo, com os Estados Unidos, país
que tem uma cadeira cativa no Conselho de Segurança da organização
multilateral. Contudo, empresários e banqueiros nacionais e internacionais são
ousados e petulantes o bastante para considerar que são capazes de empreender
ações políticas e ainda pensar que tais atitudes e condutas vão ficar sem
respostas. Ledo engano.
A executiva sem juízo e noção do
Santander elaborou um texto de caráter mequetrefe e rastaquera cujo objetivo
era “orientar” seus clientes bem de vida quanto aos riscos de empregar suas
fortunas no mercado brasileiro por causa de uma vitória eleitoral de Dilma
Rousseff e, portanto, do PT. Evidentemente que tal banco estrangeiro está a
fazer política e, não, como afirma o colunista de O Globo, Merval Pereira, que
o Governo e lideranças, a exemplo de Lula e de Dilma, impeçam que o Santander
expresse sua opinião sobre a situação econômica do País.
Merval Pereira, na verdade, não fala por ele,
pois age como um empregado fantoche dos irmãos Marinho, família bilionária de
imprensa e de todas as mídias, que, sem sombra de dúvida, é a principal porta-voz
dos interesses do sistema de capitais e uma das principais responsáveis por
manter o status quo quase intacto no Brasil, País que foi o último a libertar
os escravos e que ainda luta para diminuir as desigualdades sociais, que
envergonham a grande maioria do povo brasileiro.
O feitor dos bilionários e do establishment
ainda tem tempo para dar uma de “indignado” com as ações do Governo Trabalhista
que, além de reagir às mentiras e à má-fé de uma executiva que quis ser mais
realista do que o rei, ainda deixou claro que ia tomar providências. Sempre em
defesa dos milionários, Merval concluiu suas palavras insensatas com esta
pérola: “Numa democracia capitalista como a nossa, que ainda
não é um capitalismo de Estado como o chinês — embora muitos dos que estão no
governo sonhem com esse dia (hahaha! – este riso é por minha conta) —, acusar
um banco ou uma financeira de terrorismo eleitoral, por fazerem uma ligação
óbvia entre a reeleição da presidente Dilma e dificuldades na economia, é, isso
sim, exercer uma pressão indevida sobre instituições privadas”.
Merval Pereira não toma jeito. Seu desespero
e sua mania de perseguição são tão incontroláveis que o escriba dos Marinho
enxerga fantasmas em tudo. Seria cômico se não fosse hilário. Merval deveria
largar seu emprego de contador de história para a direita e tentar pelo menos
ser um comediante. Não é possível que um jornalista veterano, experiente e que
tem intimidade com setores do poder, a exemplo de alguns juízes do STF,
políticos ligados ao DEM e ao PSDB, além de empresários, não sabe ou não
perceba por um pequeno momento que lideranças populares da grandeza política e
social de Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola e Lula sempre foram
sistematicamente combatidos, bem como foram e são alvos de manipulações,
mentiras e conspirações ardilosas que descambaram para o golpe militar e,
consequentemente, redundaram em mortes e exílios de três desses atores
proeminentes da história do Brasil.
Lula, o quarto homem público de formação
trabalhista e o terceiro que conquistou eleitoralmente a Presidência da
República é até hoje, mesmo fora do poder, o principal alvo de ataques da
direita hidrofóbica deste País. A direita que luta, incessantemente, sem dar
trégua e água, para que o Brasil não se torne totalmente independente e o povo
brasileiro não conquiste sua emancipação definitiva como cidadão. O problema da
direita no Brasil e no mundo é que ela é contra a democracia e, por seu turno,
inimiga da cidadania. Este é o cerne do problema. O resto é perfumaria. Quem
não compreende essa questão é porque não conhece a direita e muito menos a
política. Ponto!
A democracia, quando consolidada, organiza a
sociedade, que passa a tolerar e a administrar suas ambigüidades, contradições
e antagonismos e, por sua vez, a leva a pensar, questionar e a cobrar soluções
que permitam melhorar sua condição de vida. A democracia, por intermédio do
acesso ao trabalho e ao estudo, bem como por meio da politização dos entes
sociais, conscientiza a sociedade e, por conseguinte, a transforma em um corpo
social e econômico capaz de dizer não àqueles que manipulam a verdade, deturpam
a realidade e, evidentemente, aproveitam-se desse processo draconiano para
obter benefícios e privilégios. Ponto!
Por isto e por causa disto pessoas como a
executiva do Santander e seu presidente, Emílio Botin, e colunistas, a exemplo
de Merval Pereira, tergiversam e manipulam os fatos e tentam modificar os
acontecimentos como eles o são. A verdade é que essa gente luta para manter os
privilégios de uma casta que controla os meios de produção e os financeiros.
São os ricos que, no fundo de suas almas, odeiam a democracia e o
desenvolvimento sócio-econômico das classes sociais populares.
Eles querem a primazia, pois se consideram de
uma categoria social e humana superior ao restante da população. Merval Pereira
e os empresários que são politicamente contra os mandatários trabalhistas sabem
que a executiva do Santander fez política e teve a intenção de apagar o
incêndio com gasolina. Todos sabem dessas intenções e compreendem, sobretudo,
que vai ser muito difícil para a direita vencer as eleições de 5 de outubro.
O horário eleitoral está chegando e o PT e a
candidata, Dilma Rousseff, com a participação de Lula, vão poder, enfim,
responder às acusações, às denúncias, muitas delas vazias, e às inverdades
sobre temas como infraestrutura, corrupção, inflação, juros, programas sociais,
Olimpíadas e Copa do Mundo, saúde, educação, Petrobras, PT, “mensalão”, que,
para mim, é o mentirão, que encarcerou lideranças petistas sem provas enquanto
outros escândalos perpetrados por outros partidos nem sequer chegam às barras
da Justiça e às manchetes dos jornais e revistas.
O PT tem de endurecer com seus detratores,
pois há 12 anos é alvo de uma campanha sem precedentes contra uma agremiação
política, que não é revolucionária, mas apenas reformista. Uma pena. Enfim.
Contudo, o Partido dos Trabalhadores, juntamente com o velho PTB de Getúlio,
Jango e Brizola, é o partido mais importante da história deste País e o que
mais sofreu, diuturnamente, ataques de uma imprensa direitista que se
transformou em um partido poderoso em busca de eleger seus “correligionários”
políticos e ideológicos. Sempre foi assim. Lula está correto quando questiona o
Santander, enquanto Merval Pereira exerce o papel de capataz da Casa Grande. É
isso aí.
10 comentários:
Davis Sena Filho não toma jeito. Seu desespero e sua mania de perseguição com o Merval e com os demais jornalistas famosos são tão incontroláveis que o escriba dos petistas enxerga fantasmas em tudo.
Davis, este artigo é conciso, objetivo e suas palavras professam a verdade. Merval Pereira perdeu a noção de dignidade há muito tempo, se algum dia ele teve isso. E o Lula tem de abrir a boca principalmente no horário político eleitoral para deixar as coisas claras pro povo. Te parabenizo por publicar mais um artigo brilhante e que não deixa dúvidas mais uma vez sobre os bastidores da política nacional. Sou sua fã.
Caro Davis, sua dissertação sobre democracia e a direita nos nono, décimo e décimo primeiro parágrafos é simplesmente uma aula de sociologia e política. Seus textos são dignos de serem lidos e estudados em salas de aula. Sobre o Merval Pereira, sabemos que ele apenas faz o que seus patrões determinam. O controle político, ideológico e artístico nas empresas Globo é rígido e empregado da família Marinho não vacila sobre isso. Senão, é rua.
Que pena que Lula não endureceu com Dilma, quando ela presidenta do conselho, e Graça Foster presidenta da Petrobras. Talvez o país não tomasse o rombo de um bilhão. Pedir a demissão da mulher do banco é fácil. A da Graça nem pensar.
babalu
Salve Merval, o imortal de meia tigela que já morreu e esqueceu de deitar!
Zé de São Januário - RJ
Quem não toma jeito é você, seu JM idiota. Vai procurar sua turma de reacionários e alienados pois aqui não foi, não é e não será o seu lugar. Ou caia na real, veja a vida como ela é...e passe a elogiar os fundamentais e lúcidos textos deste excelente blogueiro Davis Sena. Desesperado e incontrolado é você que insiste em estar - com qual propósito, só Freud explica -onde não é seu lugar. Se oriente, senhor!
O salário deve ser muito bom...........Defender o PT......kkkkkkkk
Hospício Petista...........a grana deve ser ótima
Veja a cara das belezuras contratadas pela oposição ( OS PULHAS), quando vc. chega no sinaleiro e não permite que elas colem aquelas porcarias de adesivos.
Gosto de ver quando os contra se manifestam. Sem um só argumento... é como o cérebro deles: vazio.
Postar um comentário