Por Davis Sena
Filho — Palavra Livre
Antes
de tudo e qualquer coisa é necessário dizer que as declarações de autoridades
federais e estaduais, bem como da OAB, apoiadora de golpes de estado,
aconteceram de forma tardia e cínica, pois há semanas os integrantes das
Caravanas de Lula nos três estados sulistas, bem como os blogs e sites
progressistas têm denunciado, intermitentemente, a violência de grupos
fascistas ou de extrema direita contra ativistas, simpatizantes e eleitores de
Lula e do PT, assim como os ônibus das caravanas têm sido alvos de ameaças,
insultos e arremessos de ovos, paus, pedras e agora balas de armas de fogo.
O
silêncio de autoridades golpistas e usurpadoras do Governo Federal e dos
governadores dos Estados do Sul é uma escândalo nacional, que desmoraliza de
vez a Constituição e põe de joelhos o Estado de Direito, pois os direitos de
cidadania garantidos pela Carta Magna e pela regime democrático, como o de
fazer reunião, de livre expressão e de ir e vir foram, barbaramente, violados.
Autoridades
como o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, afirmaram, sadicamente e
irresponsavelmente, que o "colhe o que plantou". Como assim tucano
cara pálida? Lula lidera as pesquisas e ganharia no primeiro turno se as
eleições fossem hoje. Então o PT de Lula e de Dilma Rousseff colheu apoios de
dezenas de milhões de brasileiros, porque plantaram desenvolvimento,
distribuição de renda e riqueza e igualdade de oportunidades. Coisas que a
direita golpista jamais fez e, por causa disso, teve de dar um golpe de estado
para conquistar o poder ilegitimamente. Ponto.
O
silêncio de autoridades do Congresso, nas pessoas de Eunício Oliveira (Senado)
e Rodrigo Maia (Câmara), dos governadores sulistas José Ivo Sartori (RS),
Eduardo Pinho Moreira (SC) e Beto Richa (PR), bem como o silêncio retumbante do
ministro Extraordinário da Segurança Pública do Brasil, Raul Jungmann, denota
que o golpe terceiro-mundista visa dar continuidade à sua segunda parte, que é
impedir que Lula seja candidato a presidente, pois a primeira foi sacramentada
com a deposição absurda de Dilma Rousseff.
Todas
as autoridades federais e estaduais coniventes e cúmplices do golpe ficaram
quietas e algumas delas resolveram "criticar" os movimentos fascistas
no sul do País, porque suas arbitrariedades e violências foram denunciadas
nacionalmente e internacionalmente. O usurpador Jungmann, por exemplo, só abriu
a boca depois de ser pressionado, quando finalmente resolveu dizer que
recomendou aos governadores golpistas da região sul que garantisse o direito de
ir e vir das caravanas de Lula e a integridade física das pessoas que viajam
nos ônibus, bem como dos cidadãos que participam dos comícios do ex-presidente.
Enquanto
Lula luta pela sua sobrevivência política e citadina, a enfrentar o sistema
estatal (Judiciário, MPF e PF), político e midiático, além dos fascistóides que
agridem e insultam àqueles que não pensam como eles, uma forma selvagem e
bárbara de interditar o debate político e social, o jornalista porta-voz do
golpe e de O Globo, Ricardo Noblat, a despeito de ter criticado os fascistas
que deram até tiros em ônibus da Caravana de Lula, deu um aviso de ministro
oculto, que considerou não ter eleições presidenciais este ano.
Isto
é uma provocação mequetrefe e rastaquera, pois segundo Noblat, o jornalista do
Globo que apoiou o golpe contra 54,5 milhões de brasileiros que votaram em
Dilma, o ministro golpista e oculto pateticamente afirmou que os militares não
estariam dispostos a tomar conta desse "pepino", como se o Brasil
fosse um pepino, quando o "pepino" pertence somente aos golpistas,
tanto da iniciativa privada quanto da poder público. Vixe, assim não dá, pois
uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
A
verdade é que Ricardo Noblat, tal qual Merval Pereira, Miriam Leitão et
caterva, está a jogar verde para colher maduro, a verificar o termômetro
político e o humor dos servidores públicos de poder e mando, que perceberam ser
a prisão de Lula um estupro contra a verdade, a razoabilidade, a Constituição e
o Código Penal. Noblat, na altura do campeonato de sua vida, torna-se menino de
recado de golpistas, pois deixou de fazer jornalismo há muito tempo...
Não
dá mais para tergiversar e flertar com o imponderável, que poderá jogar de vez
o Brasil no precipício da iniquidade e do recrudescimento da crise política,
que poderá levar o povo brasileiro a uma inexorável violência, cujo
"aperitivo" se traduz nas agressões à Caravana de
Lula.
Quem
é o ministro golpista e sem vergonha que disse ao Noblat, o "amigo"
de mi-shell temer, que poderá não haver eleições? Ele, o sem vergonha, está a
dizer que o calendário eleitoral pela primeira vez após a promulgação da
Constituição, em 1988, será irremediavelmente suspenso? Mas, pergunto: quem
suspenderá definitivamente o processo democrático e eleitoral no Brasil
e impor, literalmente, uma ditadura aberta, assumida e despida de filigranas,
dissimulações, manipulações e mentiras? Tipo assim: "É ditadura mesmo e
dane-se todo mundo!" Ponto.
O
povo brasileiro e inúmeros setores importantes da vida brasileira, e isto é
real, estão a perceber que o Brasil somente retomará a normalidade democrática,
institucional e constitucional com eleições livres, abertas e diretas. Não tem
jeito. Apenas um mandatário legítimo e sufragado pelas urnas soberanas poderá
restabelecer a lei e a ordem constitucionais e, com efeito, ordenar e
hierarquizar novamente as instituições republicanas, sendo que muitas delas se
insurgiram contra o Estado Democrático de Direito e, com efeito, violaram a
Constituição.
O
Congresso, o Judiciário, o MPF, a PF e setores das polícias estaduais, além de
governadores, apoiaram o golpe de estado contra uma mandatária legítima e
constitucional. Uma aventura inconsequente, que colocou as instituições tão
caras ao País e à cidadania nas páginas mais sombrias da história do Brasil,
pois servidores públicos resolveram tomar posições, escolher lado, pois
partidarizaram-se e, ideologicamente, transformaram, vergonhosamente, as
instituições e corporações em partidos políticos. Em um país civilizado e
realmente democrático, tais servidores seriam processados e severamente
afastados ou demitidos para o bem do serviço público.
A
participação de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições para presidente não é
meramente hoje no País apenas uma questão eleitoral e partidária. Trata-se da
retomada do Brasil em direção à civilização, em busca de seu marco
civilizatório, que se edifica com o respeito às leis e ao contrato político e
social entre as forças políticas e econômicas antagônicas.
A
resumir: um acordo entre as diferentes classes sociais, de forma que o Brasil
retome seu desenvolvimento econômico e efetive, definitivamente, mecanismos
para que nunca mais um bando sacripantas covardes e ladrões tomem o poder de
assalto e desmonte, não somente a economia e o Estado nacional, mas, sobretudo,
a autoestima e o sonho de melhorar de vida de toda a Nação. Lula Livre! É isso
aí.
Um comentário:
Exatamente assim está a situação, lamentavelmente, na politicalha tupiniquim ...e chega do cinismo criminoso ou do "mimimi" rs de direitopatas golpistas. O picolé de suxu, Geraldo Alckimin, afirmar, patética e sadicamente ou irresponsavelmente, que o petê "colhe o que plantou"... só engana midiotizados paneleiros ou manifestoches porque o ódio foi e é semeado pelo psdbosta e pela rede globosta de telê, se formos lúcidos e justos.
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