terça-feira, 16 de junho de 2015

Aécio desce dos tamancos e abandona seu viés golpista

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

Foto: Adriano Vizoni - Folha Press

Desde outubro de 2014 quando foi anunciada a vitória de Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República, o senador tucano Aécio Neves, do conservador PSDB, deu início a um processo de golpismo institucional, no qual o principal mote era o impeachment de sua adversária eleitoral, que, democraticamente e pela vontade das urnas, foi reeleita presidenta do Brasil pelo povo brasileiro, com 54.501.118 votos.
Com o apoio do partido da imprensa familiar e meramente empresarial, o tucano, que por duas vezes foi governador de Minas Gerais, sofreu outra derrota eleitoral em seu próprio Estado, desta vez seu candidato, o ex-deputado Pimenta da Veiga, perdeu para o petista, Fernando Pimentel, que ora está a fazer um pente fino nas contas do Estado mineiro, depois de quase 20 anos de desgovernos do PSDB, partido que continua ainda a mandar e a desmandar em estados importantes como São Paulo, Paraná e Goiás.

Contudo, e apesar de tudo, Aécio Neves “desistiu” do impeachment, mas durante quase oito meses apostou em golpe, a não reconhecer a vontade das urnas e a demonstrar cólera ou ódio de uma forma que não condiz com as tradições da política mineira, a começar pelo seu avô Tancredo Neves, um político moderado, voltado ao diálogo e que esteve na linha de frente de crises políticas radicais.

Crises violentas, que dividiram o País, a exemplo da posse de João Goulart, em 1961, bem como nos episódios da morte de Getúlio Vargas, em 1954, e do complexo acordo político para que ele vencesse o candidato oficial da ditadura, Paulo Maluf, em um colégio eleitoral que referendou e legitimou a candidatura indireta de Tancredo, já que a vontade popular de aprovar as eleições diretas, em 1984, foi derrotada no Congresso.

Aécio Neves era o secretário particular de seu avô, que faleceu antes de assumir a Presidência, e, ao que parece, não aprendeu nada, pois, radical e imprudente, comportou-se politicamente com irresponsabilidade, a apostar no quanto pior, melhor, bem como passou a vociferar contra Dilma Rousseff de forma desrespeitosa, além de distorcer as realidades econômicas, a começar por fazer críticas ao ajuste econômico, que, se fosse com ele, seria muito mais radical, afinal seu ministro da Fazenda seria o economista e banqueiro, Armínio Fraga, o homem do Banco Central do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I.

Fraga, o homem de confiança do megainvestidor, George Soros, elevou os juros para 45%, a maior taxa selic das últimas décadas, de forma que engessou a economia, além de inviabilizar, de fato, a criação de empregos para o povo brasileiro. Nunca se sofreu tanto. No governo cinzento do Neoliberal I, sujeito a raios e trovoadas, cobras, aranhas e lagartos, nem emprego tinha para o trabalhador. Quem não se lembra da tortura do desemprego são os mais jovens e os coxinhas paneleiros de certas idades, que negam a história e constroem suas “realidades” conforme seus interesses e conveniências.

A resumir: Armínio Fraga é tão somente um agente financeiro da banca internacional. O mundo pode pegar fogo. O Brasil pode falir. O povo pode morrer de fome e não ter emprego. Porém, o único interesse desse senhor, que não tem compromisso algum com o Brasil e levou o Governo FHC a pedir esmolas ao FMI como um subserviente e colonizado maltrapilho, é fazer com que os investidores, ou seja, os agiotas, jogadores do mercado, especuladores e rentistas ganhem a maior renda e lucro possíveis, ao preço, evidentemente, da miséria e da fome do povo brasileiro. Voltemos a Aécio.

O político mineiro e carioca, enfim, “reconhece” que sua estratégia de derrubar uma mandatária legítima seria, e como é, um tiro pela culatra. A verdade é que o impeachment não era apoiado pelos tucanos de São Paulo, adversários poderosos de Aécio, a exemplo do governador Geraldo Alckmin, virtual candidato do PSDB à Presidência da República, e do senador, José Serra, que sempre considerou que a eventualidade de um impedimento de Dilma Rousseff não seria viável.

Quem deu corda para Aécio Neves se enforcar nessa aventura desmedida e imprudente do impeachment foi o ex-presidente FHC, aquele que teve em seu governo acinzentado o Gustavo Franco, o Armínio Fraga e o Pedro Malan como homens de negócios privados para doar à gringada e aos entreguistas predadores brasileiros o patrimônio público, que eles não construíram e jamais teriam competência para construir, pelo simples fato de essa gente apátrida e mentalmente colonizada não pensar o Brasil em hipótese alguma.

Ao dar os trâmites do golpe contra a Dilma por findos, o X da questão para o tucano mineiro é não perder a indicação dentro do PSDB para ser o candidato da legenda na corrida presidencial. Além disso, creio eu, Aécio vai deixar de ser o alter ego jovem de FHC, que o ajudou a colocá-lo em uma furada, inclusive a lembrar o político coxinha e golpista venezuelano, Henrique Capriles, tanto no que diz respeito à aparência pessoal quanto na questão relativa à agressividade, à manipulação dos fatos, das realidades e à ideologia de direita, reacionária e de essência golpista.

A partir de agora, o “reizinho” da burguesia e da pequena burguesia não vai poder mais se comportar como um garoto malcriado e inconformado porque lhe tiraram seu brinquedo — a Presidência da República. E, para isso, vai ter de se comportar, definitivamente, como adulto e não como o intempestivo playboy de Ipanema e Leblon. A paulistada do PSDB não está para brincadeiras, e não vai mais abrir a guarda para que um “estranho” no ninho ocupe seu espaço político.

São Paulo é umbilicalmente ligado à contrarrevolução de 1932, e Minas Gerais, se Aécio Neves não sabe, mas deve saber, aliou-se a Getúlio Vargas — o líder da Revolução de 1930, o único movimento armado que de fato mudou a história do Brasil e as condições de vida do povo brasileiro. Não é à toa que São Paulo é a única capital do Brasil que não tem uma única ruazinha com o nome do maior presidente e estadista que este País já produziu, a acompanhá-lo em grandeza o ex-presidente Lula, atualmente o maior líder trabalhista e de esquerda da América Latina, que poderá, em 2018, ser o candidato do PT ao Palácio do Planalto.

O jogo vai ser duro entre os tucanos e é por isto que a tese do golpismo foi derrotada e a imprensa burguesa já compreendeu e mudou de assunto. Desprovido de uma máquina estatal (perdeu o governo de Minas) e saindo atrás na corrida presidencial em relação a Alckmin, o senador Aécio recorre a frases como o PSDB não pode “saltar etapas”. Ele apostava no impeachment porque perdeu o Governo de Minas, mas agora também notou que sua sobrevivência política, em âmbito nacional, depende, sobretudo, de seu talento para convencer os correligionários que ele é um candidato viável, pois teve 51 milhões de votos.

Por causa desses fatores já citados, Aécio Neves quer adiar o debate sobre sucessão no PSDB. O político das Alterosas está irritado ao tempo que temeroso, pois seu adversário interno, Geraldo Alckmin, além dos apoios dentro do partido, tem a máquina de São Paulo nas mãos, bem como a cumplicidade quase que total da imprensa de negócios privados do Estado bandeirante, que é seu braço político mais forte e agressivo, além de “fazedor” da cabeça de uma grande parcela da classe média de perfil conservador, que está insatisfeita com o PT no poder e principalmente com a ascensão social dos pobres.

Aécio Neves vai ter de se reinventar. Ou voltar o que ele sempre pareceu ser: um político de diálogo e moderado. A verdade é que o mineiro está em uma encruzilhada, pois tem a consciência de que o PSDB paulista antecipou a corrida da sucessão e a imprensa paulista e as Organizações(?) Globo vão fechar com quem historicamente sempre fecharam: com o lacerdismo e a Revolução de 1932. A verdade é dura, mas não tem escapatória: Aécio desce dos tamancos e abandona seu viés golpista. É isso aí, cara pálida.

20 comentários:

Jorge Marcelo disse...

Davis, acho que os seus oito leitores te abandonaram. Ninguém mais lê as suas sandices...ahahahahah

Marcelo Migliaccio disse...

Aécio, o Caprilles brasileiro.

Horácio Peralta disse...

Davis, meu caro, lutador incansável, que belo texto, duro mas verdadeiro. Aécio perdeu espaço e agora só resta a esse trouxa coxinha é ser barrado na Venezuela. Ele é o Capriles cheirador brasileiro. Um grande abraço.

Bento Lisboa disse...

O vagabundo do Jorge Marcelo deu com as fuças aqui. Pensei que esse crápula tivesse morrido. De qualquer forma quero dizer que o Aecio Neves não se reafirmará como líder da oposição, pois será abatido até chegar perto das eleições pelos próprios tucanos. Até lá ele ficará na posição de palhaço, acobertado pelas mídias, como agora nas notícias mentirosas do Globo, que disse que o cheirado de pó foi barrado na Venezuela. Tudo mentira. O que se esperar da criminosa família Marinho. Como disse o leitor Marcelo Migliaccio e o Jornalista Davis Sena, o Aecio é o Caprinos brasileiro.

Bento Lisboa disse...

Corrigindo: Capriles brasileiro. KKK, pode ser também caprinos.

Angélica Nunes disse...

Aécin das fazendas e das noitadas verá o que é ter inimigos e dentro do PSDB, o partido mais cafajeste e entreguista da história do Brasil. Parabéns ao articulista por mais um texto irretocável.

Anônimo disse...

Credo! O idiota, ou problemático e maior fã absoluto, este J.Marcelo (ódio e amor se irmanam na fogueira das paixões) voltou.Ninguém merece.Mas entendo sua paixão pelo Davis...não há quem possa fazer um raio X da politicalha tupiniquim melhor do que o brilhante jornalista.Dos oito leitores, você é o número um, evidentemente.Quem desdenha sempre quer comprar.

Jorge Marcelo disse...

Só eu mesmo pra movimentar esse fórum com meia dúzia de bobalhões alienados pelo PT. O mais legal é que os caras passam o recibo direitinho quando eu posto algo. Como são otários! kkkkkkkk

Henrique R disse...

O governador/SP/mentiroso/alckmin, vendeu 2/3 das empresas estatais do estado e mesmo assim a dívida consolidada cresceu ao longo de seu mandato.
O absurdo: geraldo, o mentiroso, ainda mente ao dizer que houve saneamento das finanças e se auto-intitula um “grande gerente”.

Acorda Sampa - quando vai terminar esta lavagem cerebral!?

Henrique R disse...

O Sr Enganador da Atômica Bolinha de Papel/PSDB/SP, quando deputado, votou contra garantias de estabilidade no emprego; contra a implantação de Comissão de Fábrica; contra o direito de greve; contra o abono de férias de 1/3 do salário.

Acorda Sampa - quando vai terminar esta lavagem cerebral!?

Henrique R disse...

Um exemplo do viés golpista:

Em 1986, o Sr Enganador da Atômica Bolinha de Papel, foi eleito deputado constituinte, e teve um dos piores desempenhos, como se pode conferir abaixo:
a) votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;
c) votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;
d) votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;
e) negou seu voto pelo direito de greve;
f) negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;
g) negou seu voto pelo aviso pró prévio proporcional;
h) negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;
i) negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;
j) negou seu voto pela garantia do salário mínimo real;
(Fonte: DIAP — “Quem foi quem na Constituinte” pág. 621.)

Henrique R disse...

O senador que dirige bêbado:

aécio neves por Jujca Kfouri - O PSDB GANHA DA IMPRENSA O BENEFÍCIO DA IMPUNIDADE

"Na minha opinião, o fato de Aécio Neves usar cocaína (já vi documentários que comprovam, mas deixo o benefício da dúvida ao candidato a candidato) deveria, sim, ser noticiado.
Não pela fofoca, pelo jornalismo-celebridade.
Mas porque esse é um ponto importante que determina uma postura como cidadão.
Uma postura frente ao mundo, que influencia diretamente na postura que ele vai adotar como governante.
Fora que é uma atitude ilegal.
O fato é que a imprensa se cala diante de um crime – que, enquanto ainda é crime, não pode ser cometido por um candidato a presidente.
Resta o questionamento: se fosse um candidato do PSOL, por exemplo, qual seria o tratamento?
Se fosse Carlos Minc, o excêntrico ministro do Meio Ambiente? Certamente seriam taxados e condenados.
O PSDB ganha da imprensa o benefício da impunidade.
O mesmo que elegeu Collor e ferrou com o país."

???

Henrique R disse...

O viés golpista do senador que dirige bebado:

A Vale brigou na justiça, em 2011, para não pagar R$ 4 bilhões de royalties sobre mineração.
Grande parte justamente ao estado de Minas.
Qualquer Senador mineiro tem o dever de defender seu estado e seu povo, e não agir como lobista da empresa, tomando as dores de seus acionistas privados.

Para tucanos e lacaios, isto não é golpe!

Henrique R disse...

O golpismo e banditismo do PSDB

Do Deputado Jorge Pozzobom – PSDB-RS:

“Me processa. Eu entro no Poder judiciário e por não ser petista não corro o risco de ser preso”.

Repetindo: “Eu entro no Poder judiciário e por não ser petista não corro o risco de ser preso”.

Davis Sena Filho disse...

Parabéns, prezado Henrique. É uma honra ler seus comentários.

Anônimo disse...

Mas você ainda é o idiota ou otário -mor.

Marcos Lúcio disse...

Seu recado está bem dadíssimo, como sempre.Irretocável. Todo o cuidado como o Aecin, é pouco.Oportunismo é com ele mesmo e mudar de tática idem.

Henrique R disse...

É isto aí Marcos, e já tem políticos do proprio Partido Sabotador Desmanchista Brasileiro/PSDB que está abandonando o barco da oposição depois de 20 anos, por causa destes oportunismos,...

É o caso da Senadora Lúcia Vânia (GO) que confirmou no plenário, nesta quarta-feira (17) sua desfiliação do PSDB, partido ao qual estava filiada há 20 anos.

Disse ela: “Saio em busca de um novo espaço que me traga motivação, uma nova compreensão deste momento ímpar que vivenciamos no país. Não acredito em uma oposição movida a ódio”.

Fonte: Congresso em foco.

Henrique R disse...

A farta biografia do senador que dirige bebado

- construiu um aeroporto de R$ 14 milhões no terreno do tio-avô,
- já foi questionado na Justiça sobre o paradeiro de mais de R$ 4 bilhões que deveriam ter sido injetados na saúde de Minas Gerais.
- o caso Copasa contra o ex-governador foi engavetado, por manobras jurídicas – ele maquiou a aplicação de 3,3 bi em saúde quando era gov/MG
- e as citações do aécio na Lava Jato? Youssef citou ele como beneficiário de propina paga com recursos de Furnas – o juiz(?) janot diz que isto não sustenta um inquérito – Seria mais fácil o janot dizer que o PSDB tem o benefício da impunidade!
- tá nas mãos do juiz(?) janot o caso de lavagem de dinheiro, procuradores do Rio de Janeiro chegaram a uma holding(Liechtenstein- um principado ao lado da Suíça) que estava em nome da mãe, irmã, ex-mulher e filha do tucano. Esse inquérito está parado desde 2010.

É por isto que o Beira-Mar quer se filiar ao PSDB - daí nunca será julgado e preso!

Anônimo disse...

Infelizmente, está desse jeito!!!! Parece trama de novela. Até quando?