Por
Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Realmente,
a pequenez intelectual, a mesquinhez no que tange ao mundo dos negócios, o
preconceito anacrônico e o provincianismo atávico da Casa Grande — a direita
brasileira — a transforma em um anão politicamente estratégico e,
consequentemente, em uma manada de caráter colonizado e desprovida de
estratagemas próprios, que fortaleça os interesses do Brasil e efetive, de
forma definitiva, a total emancipação do povo brasileiro, que há séculos luta
para se livrar dos grilhões de quem o oprime e o reprime, que, sem sombra de
dúvida, é a “elite” deste País — a que escravizou seres humanos por quase quatrocentos
anos.
Dito
isto, afirmo ainda que ao ler os jornais e as revistas porta-vozes da Casa
Grande provinciana e perversa, que jamais na história organizou e coordenou o desenvolvimento
do Brasil, porque sempre se recusou a pensá-lo, por motivo de incompetência e
ganância, assombro-me com a tamanha hipocrisia e ausência total de senso
crítico quando, em suas manchetes e capas, ajoelham-se pela milionésima vez às decisões
dos Estados Unidos, pois bajuladores, capachos e xeleléus, porque se alinham
automaticamente, sem vacilar, aos interesses geopolíticos e econômicos do país
yankee, a terra adorada pelos coxinhas de classe média e milionários deste
País, portadores hereditários do inenarrável e indescritível complexo de
vira-latas.
Poder-se-ia
dizer que a “elite” brasileira, além de infame, não tem autonomia, porque não pensa
o mundo que a rodeia e se preocupa apenas com seus negócios e a dar golpes
políticos, quando considera que o mandatário no poder é inimigo de seus
interesses, mesmo a saber que nos governos trabalhistas de Lula e Dilma, os
empresários nunca ganharam tanto dinheiro.
Trata-se do preconceito ideológico e da lavagem cerebral que essa gente capenga intelectualmente transforma em “religião”, porque ainda não saiu da Guerra Fria, além de saudosistas dos idos de 1964, como comprovaram, inquestionavelmente, as passeatas e protestos que vociferam pelo impeachment de Dilma Rousseff, presidenta recém-eleita, bem como grupos direitistas pediram, absurdamente, por uma “intervenção” militar, que na verdade é golpe, e de estado.
Trata-se do preconceito ideológico e da lavagem cerebral que essa gente capenga intelectualmente transforma em “religião”, porque ainda não saiu da Guerra Fria, além de saudosistas dos idos de 1964, como comprovaram, inquestionavelmente, as passeatas e protestos que vociferam pelo impeachment de Dilma Rousseff, presidenta recém-eleita, bem como grupos direitistas pediram, absurdamente, por uma “intervenção” militar, que na verdade é golpe, e de estado.
Não se
deve levar os propósitos da direita a sério, a não ser quando ela, sorrateiramente
ou às claras, tenta desestabilizar o processo democrático e as instituições
republicanas. Dessa forma, o Governo tem de intervir duramente e com o respaldo
da Constituição e dos poderes que guardam a Carta Magna. Do contrário, teremos
mais uma vez uma direita irresponsável no poder, que sempre governou para
poucos, como não deixa dúvidas a nossa história, além de ser,
internacionalmente, lambe-botas dos países de almas imperialistas.
De
repente, não mais do que de repente, os jornais e as revistas da Casa Grande
passam “amar” Cuba. Tudo bem, se não amam o valente e determinado país
caribenho, ao menos tentam ser simpáticos para agradarem, como párias servis,
os seus patrões: os Estados Unidos. Evidentemente, creio eu, que setores da
direita brasileira, os mais fanáticos, os extremados, estão agora a xingar o
presidente estadunidense, Barack Obama.
Acontece
que o grande “irmão” do Norte das Américas, como gosta de dizer a “elite”
colonizada das bandas tupiniquins, sabe que Cuba é estratégica geopoliticamente,
bem como uma referência portuária em termos mundiais, que vai movimentar
gigantescos negócios, e os EUA não querem ficar de fora dessa festa, capitaneada pelo Brasil e países asiáticos, a exemplo de China e Cingapura. A verdade dói,
mas a política externa brasileira dos últimos 12 anos alavancou negócios e rompeu
fronteiras e preconceitos daninhos à inteligência e ao bom senso.
A
criação dos Brics e o fortalecimento da Unasul e do Mercosul, além da existência
do G-20 são os exemplos mais concretos de um novo mundo, que não fica mais à
mercê da “boa vontade” de sistemas econômicos ultrapassados, que apenas visavam
a espoliação e a exploração dos países periféricos, em desenvolvimento e
subdesenvolvidos, de forma que a maioria das nações batiam palmas para meia
dúzia de países desenvolvidos dançar, diverti-se e usufruir das riquezas
daqueles que deviam a bancos de pirataria como o FMI, o BID e o Bird, o Banco
Mundial, que atualmente empresta muito menos dinheiro que o BNDES, principal
propulsor de financiamento para a construção do Porto de Mariel, em Cuba.
Isto mesmo.
O BNDES, do nosso Brasil, além de financiar mais do que o Bird, é o maior
responsável pela modernização do Porto de Mariel, com um aporte financeiro de US$
682 milhões. Tal porto, tão criticado pela tosca direita brasileira, inclusive
na campanha presidencial do tucano derrotado, senador Aécio Neves, com o apoio,
evidentemente, da imprensa de negócios privados deste Pais, que, ao invés de
falar um monte de bobagens e mentiras, deveria se preocupar em se desestatizar,
porque 70% do dinheiro que entra nessas empresas privadas e desregulamentadas
são provenientes do poder público, ou seja, dos governos Federal, estaduais e
municipais. A resumir: a imprensa corporativa e familiar é privatista, mas seu
dinheiro é público.
Só não
dou gargalhadas da burrice ideológica e conservadora dessa gente porque tais grupos
políticos e empresariais são entreguistas, perigosos, prejudicam o Brasil e seu
povo com suas mentiras, distorções e manipulações quando se trata de disseminar
a notícia. Então para mim são criminosos, porque quem mente para o público
deveria no mínimo levar um monte de processos nas costas, bem como terem tais
processos julgados pelo Judiciário de forma célere, coisa que muitos juízes,
acumpliciados com essa imprensa alienígena e de mercado, recusam-se a fazer.
Contudo,
a política externa dos mandatários trabalhistas do PT é vitoriosa, como
comprova, indubitavelmente, a reforma da infraestrutura logística do Porto de
Mariel. Um verdadeiro golaço! Queiram ou não queiram os lorpas e pascácios, bem
como os que juraram fidelidade à burrice eterna. O montante investido no porto
é de US$ 1 bilhão. Cuba se responsabiliza com US$ 318 milhões. Em
contrapartida, o Brasil garantiu que os cubanos invistam US$ 802 milhões com a
compra de bens e serviços, o que significa a garantia de 150 mil empregos no
Brasil, além de beneficiar diretamente 400 empresas brasileiras. E por quê?
Porque rezam os contratos que as necessidades materiais e logísticas do porto
cubano sejam fabricadas pela Indústria brasileira. Ponto!
Mesmo
assim, e a mentir, a direita brasileira, por intermédio do PSDB, DEM e imprensa
familiar, à frente seus áulicos da desventura e desesperança travestidos de
jornalistas passaram a falar mal do Porta de Mariel recorrentemente, com
inspiração na Guerra Fria. Seria cômico se não fosse trágico e ridículo.
Simplesmente começaram a mentir e levaram suas sandices e idiotices para o
horário eleitoral, até que, como uma bomba no meio de suas burrices e noção
qualquer de estratégias geopolíticas e econômicas, o presidente Barack Obama
resolve reatar os laços comerciais e, obviamente, políticos com Cuba.
E lá
vai, mais uma vez, a imprensa meramente comercial e devoradora de dinheiro
público editar um jornalismo rastaquera e mequetrefe, que representa muito bem
a sua “cara e caráter”. Bajulador da gringada poderosa, tal sistema midiático,
que ainda não foi regulado e por isso mente e distorce os fatos e as realidades
sem ser punido, arvora-se agora de grande arauto da objetividade e pragmatismo
político e econômico, quando, na verdade, sempre foi cúmplice e algoz do
bloqueio comercial a Cuba, um dos maiores crimes contra a humanidade e que ora,
ao que parece, está a ser desconstruído.
Hipócrita,
no mínimo, a imprensa burguesa de verve e alma criminosa o é. A política de
relações externas do Itamaraty nos últimos 12 anos é democrática,
desenvolvimentista e tem por finalidade a integração entre os países, de
maneira que as trocas comerciais e de serviços beneficiem os povos e sirvam de
mola propulsora de seus desenvolvimentos, fatores esses que nunca interessaram
aos inquilinos da Casa Grande e de sua imprensa venal e apátrida.
O
Brasil é, sim, o principal protagonista da integração da América Latina e das
conversações diplomáticas Sul-Sul em termos hemisféricos, além de abrir novas
fronteiras no Oriente Médio, no Leste Europeu e, sobretudo, na Eurásia, quando
se trata de Índia, China e a Rússia. Afinal, estão aí os Brics, sendo que o “S”,
em Inglês, representa a África do Sul. A política externa brasileira é um
sucesso, e luta por um “capitalismo social”, digamos menos selvagem, mais
brando e que propicie não apenas lucros aos inquilinos da Casa Grande em âmbito
mundial, mas, sobretudo, permita o acesso das camadas pobres, as chamadas de
populares, ao consumo, aos serviços públicos de boa qualidade, à moradia e ao
saneamento básico.
A
verdade é que os governos trabalhistas do PT querem um País de classe média, e
a direita, indisfarçadamente, não quer e nunca quis. Esta é a questão primordial
e de fundo político. E por quê? Porque não se resolve nada, de forma
democrática e conciliada, fora do círculo da política. A ausência dela
significa guerra ou ditadura. Barack Obama percebeu que o Brasil tomou a frente
da política externa na América Latina e outras terras deste mundo. Os Estados
Unidos sabem disso e querem participar. O Brasil é vanguarda e protagonista. A
Casa Grande, seus partidos e a imprensa de direita são o retrocesso e o atraso. Afinal,
eles são escravocratas. Cuba é a hora e a vez do Brasil. É isso aí.
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