sexta-feira, 13 de junho de 2014

Coxinhas “VIP” insultam Dilma no Itaquerão e imprensa de mercado celebra as ofensas

Por Davis Sena Filho Blog Palavra Livre


De repente, começam os insultos. Ofensas do mais baixo calão a uma presidenta da República eleita pela maioria do povo. Coisa de vilão na acepção da palavra. Os insultos à mandatária do País não apenas ofendem o princípio de autoridade, a instituição presidencial, o estado, o governo e o povo que elegeu nas urnas a presidenta Dilma Rousseff.

Os insultos são, antes de tudo, ignomínia, acinte e infâmia, que visam desconstruir e destruir a imagem de uma política forjada na luta contra a ditadura civil-militar, bem como traduzem a total falta de civilidade de pessoas que não conseguem tolerar o que a elas é antagônico politicamente e ideologicamente. São os coxinhas da classe média tradicional, os riquinhos de "classe", os que se consideram caucasianos, de pele supostamente branca, de origem europeia e que odeiam o Brasil.

São os coxinhas intolerantes, de caráter fascista e que desprezam a miscigenação e a cultura do povo brasileiro, mas que não abrem mão de frequentar, por exemplo, o Itaquerão e assistir ao jogo do Brasil contra a Croácia, a abertura da Copa do Mundo, conquista do Governo do PT, na Era Lula, e transformada, na Era Dilma, em um cavalo de batalha eleitoral pelos magnatas bilionários de imprensa, pelos coxinhas de classe média, que tentaram, em vão, desonrar uma presidenta da República, além de os políticos da oposição de direita.

A oposição retratada no PSDB e seus aliados, que, conforme o candidato conservador, senador Aécio Neves, tentou recorrer ao STF para que os coxinhas, geralmente eleitores dos tucanos, pudessem portar cartazes e faixas com dizeres contra o Governo Trabalhista, e, quiçá, permitir que os mascarados vestidos de luto também pudessem entrar nos estádios para destruir o patrimônio público e jogar pedras, paus e coquetéis molotov na cara da polícia e depois a imprensa burguesa de caráter golpista afirmar em suas manchetes que os “protestos são pacíficos”, contanto que seus empregados jornalistas cubram os eventos a voar em helicópteros para se protegerem de ataques verbais e até mesmo físicos, como ocorreu no decorrer das manifestações de junho de 2013. Afinal, "A verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura".

A imprensa de negócios privados — principalmente a impressa — e completamente alienígena corrobora para a falta de respeito e celebra, de forma torpe e vil, os xingamentos a uma senhora, acompanhada da filha, que foi à abertura dos jogos da Copa do Mundo como cidadã e presidenta legítima do Brasil, que tem o direito de ir a um estádio sem ser vítima de uma tentativa de desconstrução de sua imagem de mulher, mãe, avó e política.

Os bárbaros, os neocons que a xingaram não têm a menor condição de viver em sociedade, pois não aceitam conviver com aqueles que pensam diferente deles, e, por seu turno, cometem todo tipo de desatino, sandices e grosserias, que não condizem com uma gente que, equivocadamente, considera-se civilizada, e, contraditoriamente, admira os países ricos, aqueles de passado colonialista e imperialista, que exterminaram índios e negros, além de explorar os povos "dominados" por intermédio da infâmia em forma de escravidão.

Duvido que esses burguesinhos agressores que, ridiculamente, acham-se "especiais" e "melhores" do que o restante da população considerariam ser justo ver suas mulheres, filhas, mães, avós e amigas a ser insultadas da maneira covarde que o foi a presidenta Dilma Rousseff. E o pior: entre os ofensores da presidenta tinha a presença de mulheres, o que torna o ato bárbaro e inconsequente ainda mais grave.

As vaias e os pesados insultos partiram da área VIP do Itaquerão. Os ingressos de tal setor ocupado por coxinhas reacionários ao desenvolvimento do Brasil e à emancipação do povo brasileiro custaram em média quase R$ 1 mil. E, sendo mais preciso, R$ 990,00. Muitos artistas globais e de outras emissoras, executivos e seus familiares e gente das altas rodas, além dos apaniguados, receberam cortesias para a área VIP, e, quando a presidenta apareceu no telão, começaram a xingá-la com palavrões, realidade esta que eu nunca vi acontecer com presidentes da República, mesmo os que estavam em situação de perigo em relação aos seus adversários políticos. Um despropósito e falta de noção, de senso crítico e de educação de grandeza estratosférica.

Nunca vi um negócio desses, a não ser agora em São Paulo, estado administrado há 20 anos pelos políticos provincianos do PSDB, tradicionalmente conservador e historicamente resistente a mudanças, mesmo se elas o beneficiem. A Folha de S. Paulo, opositora aos trabalhistas desde os tempos de Getúlio Vargas, e o G1, das Organizações(?) Globo, por exemplo, publicaram que as palavras de baixo calão contra a presidenta partiram de setores do estádio ocupados pelos privilegiados da vida.

A maioria dos torcedores que estava presente ao jogo Brasil e Croácia não vaiou e muito menos insultou a mandatária do PT e do Brasil. Quem vaiou e xingou, afirmo novamente, são pessoas que têm dinheiro ou que receberam cortesias para ver o jogo de graça.

Jornalistas da ESPN e, para minha surpresa, do Sportv, que há meses realiza uma campanha contra a Copa, consideraram o episódio "Lamentável, grosseiro, mal-educado, deplorável e deprimente". Como se percebe, até alguns adversários midiáticos, pautados pelos chefes de confiança de seus patrões, não toleraram patifaria ou cafajestada cuja autoria ficou a cargo dos coxinhas que pagaram caro por ingressos ou ganharam entrada gratuita.

Este é o mundo VIP e sectário dos "bem-nascidos". Um mundo de intolerância social, que se edifica por intermédio de preconceitos e intolerâncias seculares daqueles que não tem, indubitavelmente, um pingo de respeito pela sociedade. É nessas horas que podemos perceber com clareza e livre de subterfúgios e manipulações a alma da Casa Grande, acostumada que é a tripudiar contra aqueles que ousam em confrontar, mesmo que moderadamente, o status quo garantido pelo establishment.

A verdade é que os endinheirados não aceitam e por isso reagem com violência contra a redução das desigualdades sociais e regionais que aconteceu no Brasil nos últimos 12 anos. Essa gente é antidemocrática e está acostumada a boicotar e sabotar quaisquer tentativas de amenizar a pobreza no Brasil ou fazer do País um lugar próspero e solidário para todos os brasileiros. E qual é a novidade? Nenhuma. Quem tem um pouco de discernimento e inteligência sabe que os inquilinos da Casa Grande são provincianos e colonizados, além de deslumbrados e fúteis. Ponto!

Todavia, o que chama a atenção é que essa gente que se considera cosmopolita porque vai a Miami e compra bugigangas em seus shoppings, além de visitar o Mickey em Orlando para dar uma de pateta, é portadora de um gigantesco complexo de vira-lata, e, quando na frente de um gringo, comporta-se como um servil, um babaca sem igual e tamanho, pois incomensurável também sua subserviência e subalternidade.

O jornalista Juca Kfouri, que não é PT e vive a criticar o Governo Trabalhista fez duras críticas aos torcedores VIP bocas sujas. Disse que entrevistou, depois do jogo, vários torcedores e funcionários do estádio. Segundo ele, 95% das pessoas com as quais conversou não gostaram da conduta dos coxinhas endinheirados ou aquinhoados com ingressos gratuitos. E quem iria gostar de tanta canalhice e grosseria? Ninguém que seja educado e consciente do que é justo ou injusto, fatores que um coxinha jamais teria condições mentais de discernir, pois freqüentador de um mundo paralelo baseado em preconceitos e leviandades.

Os coxinhas de classe média e os considerados de "elite" e que optaram em lutar por uma sociedade que atenda apenas seus privilégios e benefícios têm geralmente o caráter das pessoas puxa-sacos. Servis com os mais fortes e poderosos, e diabólicos com os "abaixo" de suas condições sociais ou profissionais. São exatamente os cidadãos com esses perfis psicológicos e sociais que insultaram vergonhosamente a presidenta Dilma Rousseff com palavras de baixo calão, inclusive algumas mulheres. É isso aí.

PS: Ah, já ia esquecendo: não vi negros no Itaquerão. Os coxinhas bocas sujas devem ter adorado. E a imprensa burguesa e de negócios privados também.


17 comentários:

Erasmo Spinola disse...

Brilhante artigo. Agora eu sei com mais conhecimento o que eu sabia com menos conhecimento: coxinha no poder eleito por coxinha reacionário como os do Itaquerão fariam as piores coisas contra o povo. Parabéns Davis, sábio articulista.

Ilza Neves (Riode Janeiro) disse...

Eu como mulher, mãe, avó, cidadã brasileira me senti covardemente ofendida. Nunca ouvi falar de tal conduta em país algum. Mesmo nos Estados Unidos, onde temos 2 grandes partidos - Democratas e Republicanos -, os que não votaram, no presidente que ora governa o país, não o desmerecem, não o desrespeitam, não o ofendem pois, se assim o fizessem, estariam desrespeitando seu próprio povo, seu próprio país. Esses coxinhas têm tanto dinheiro, mas são tão grosseiros. Eu reparei que, dentro das quatro linhas, tinha mais negros do que no resto do estádio. Até aquelas crianças que entram com os jogadores, no jogo do Brasil, somente 1 criança negra teve o "privilégio" de entrar no estádio. No jogo em Salvador, hoje, eu não vi nenhuma criança negra. Gostaria de saber como foi feita a seleção daquelas crianças. Vc poderia me esclarecer? Parabéns pelo texto. Parabéns pela coragem.
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Sergio Caldieri disse...

Coxinhas reacionários tataranetos dos bandeirantes assassinos de índios.

Cunha disse...

1. A origem de tal conduta tem explicação. A república surgiu sem povo, com letrados, alguns empreendedores empresariais e militares descontentes. O povo mesmo, nem sabia do que se passava, pois, era mergulhado no analfabetismo e no dia-a-dia pesado.

2. Os descendentes da então república baseada “naquela democracia” tratam o sistema político como algo hereditário, pertencente somente ao perfil de origem pós-império. Democracia, república, só “de e para gente de berço”.

3. Acham que o “produto democracia” é algo que se apresenta só na delicatesse que eles sempre frequentaram e passaram a se incomodar quando começaram a disponibilizar o “produto” nos supermercados.

4. Como não há argumentos de criticar “democracia do povo, para o povo e pelo povo”,engajam ataques e, quando vêem que o produto teve melhor resposta quando disponibilizado nos supermercados, perdem completamente o controle, querendo até que retirem “o produto democracia” dos supermercados, voltando somente para a delicatesse deles.

5. O que aconteceu em SP foi exatamente isso, começado por gente que pagou caríssimo na área VIP e começou o xingamento, característico de quem perde o controle e não tem mais argumentos para tentar ter razão, só restado baixar o nível ou procurar ajuda externa para voltar ao passado.

Rita Candeu disse...

ótimo texto

e ótimos comentários

um abraço a todos

Davis Sena Filho disse...

Cunha, meu prezado, por onde tu andastes? Um abraço.

Davis disse...

Muito bom comentário.

Anônimo disse...

Se o mundo pensou que somos um povo sem educação por causa das vaias à DILMA, acertou ! Sem educação, sem saúde, sem segurança e, sobretudo, SEM PACIÊNCIA !!!

Cunha disse...

Davis, sem tempo de sentar diante PC. Muito no Twitter, via celular, quando tenho sinal... Meu local de serviço é um verdadeiro "portal estrelar", sinal é coisa de sorte. Seria impossível escrever isso tudo , com o "santo que baixou em mim"... Isso que assistimos é a fratura exposta com hemorragia na elite desesperada, que conta com ajuda de lobbistas, George Soros e mídia abastecida com muita, muita "prome$$a" de favores, uma delas é afastar a possibilidade de termos uma Lei dos Meios com a VITÓRIA de Dilma. Eles não engole democracia, de origem, só a "deles",como se fosse uma portaria de clube, só para os sócios.

Marcelo Migliaccio disse...

Havia mais negros dentro do campo do que na torcida de mauricinhos e patricinhas.

Davis disse...

Com certeza, MM.

Davis disse...

Abraço, Rita.

Marcos Lúcio disse...

Seu post, como sempre, irretocável.Quanto aos xingamentos à presidenta, este tipo de comportamento é tipicamente de transferência. Atribui-se ao outro, no caso à digna presidenta, aspectos típicos do psiquismo (consciente ou inconscientemente) do agressor ou desta gente escrota, incauta e inculta ou despreparada intelectualmente que a xingou, perversa e infantiloidemente. Logicamente eram novos ricos brancos, sem classe, cultura geral e naturalmente bregas , cínicos e/ou hipócritas, neoliberais e com complexo de vira-latas .Estes tipinhos insuportáveis, veneram Miami, e/ou "istêitis"cruzes! e odeiam o Brasil democrático, com mais oportunidade para todos e não só para eles, os riquinhos bossais. Esta gentalha estúpida não tem , racionalmente, a menor condição de fazer crítica pois devemos ser o exemplo do que queremos ver no mundo, no mínimo. O xingamento e agressão verbal, evidentemente, são recursos rasos dos fracos, dos truculentos , dos novos bárbaros, dos imaturos de qualquer idade (criança adora xingar, ainda não tem outro recurso mais inteligente ou adequado) e/ou dos que têm complexo de inferioridade (queriam ser europeus , ainda que a Europa e o Tio Sam estejam em crise ), Freud explica. Dona Dilma deu um show de civilidade e superioridade deixando estes cães sarnentos ladrarem e exporem-se como ridículos, patéticos e patológicos. Com estas baixarias machistas (também por mulheres idem) e vergonhosas, eles, naturalmente, não impedirão, contudo, que passe a caravana da governabilidade dilmista, suponho eu, rumo ao UM, DOIS, TRÊS, DILMA OUTRA VEZ!!!

Marcos Lúcio disse...

Cometi uma (ou seriam muitas?!) evidente desatenção: o correto seria comportamento típico de projeção.Desculpe.

Unknown disse...

Parabéns pela coragem, talento e lucidez de sempre. Aproveito o espaço, para dentro deste assunto, dar um recado par uns coxinhas que vivem enchendo meu saco.
SEMPRE FUI E SEREI DE ESQUERDA.
NO MOMENTO, SOU DILMA, MAS ME DOU A LIBERDADE DE MUDAR AMANHÃ SE EU ACHAR QUE DEVO.
Sempre votei na esquerda, VOTEI NO PT, NO LULA TODAS AS VEZES.
AMEI O GOVERNO LULA E AMO MAIS AINDA O GOVERNO DILMA. E, para mim,
a prova de que EU ESTOU CERTO COM MINHAS CONVICÇÕES POLÍTICAS é que todas
as pessoas do poder, da mídia que desprezo e sempre desprezei,
SÃO CONTRA o governo PT.
Parto do princípio de que POLÍTICA NÃO É FUTEBOL ONDE POBRES E RICOS TORCEM PARA O MESMO TIME.
Para mim, POLÍTICA É LUTA DE CLASSES SIM. CONTINUA SENDO. Respeito todas as opiniões contrárias assim como EXIJO que as minhas sejam respeitadas. Não imponho nada nem busco seguidores. Só falo quando me perguntam. Gosto de me posicionar com firmeza para evitar maiores problemas. SOU DE ESQUERDA, ACREDITO NA EDUCAÇÃO, TENHO PAVOR DE FUNK E DE MÚSICA BREGA.E digo mais. NÃO TENHO NADA CONTRA OS FUNKEIROS E MESMO SE PUDESSE NÃO ACABARIA COM O FUNK. Só me dou o direito de gostar ou não gostar do que eu bem entender e me expressar à vontade. COMO TODO MUNDO, TENHO O DIREITO DE LIVRE EXPRESSÃO GARANTIDO PELA CONSTITUIÇÃO.
SOU ELITISTA E QUERO QUE TODOS POSSAM SER ELITIZADOS SE QUISEREM. NÃO SUPORTO A POBREZA E POR ISSO
LUTO PARA QUE SE ACABE COM ELA. QUERO LUXO PARA TODOS. DEUS ME LIVRE E GUARDE DA BAIXARIA QUE PREDOMINA NO PAÍS HÁ 500 ANOS. Sonho em ser professor para dar a minha
contribuição NA EDUCAÇÃO DO PAÍS. O TEMPO TODO ESTOU SEMPRE PROCURARNDO SEDUZIR PARA O CONHECIMENTO.
É CLARO QUE ISTO É UMA GENERALIZAÇÃO, mas lamentavelmente é real: O BRASIL É UM PAÍS DE TRUCULÊNCIAS, CONSERVADORISMO, RACISMO, PRECONCEITO DE TODAS AS ESPÉCIES E MUITO, MUITO CINISMO. E ENQUANTO O BRASILEIRO NÃO TIVER A CORAGEM DE SE OLHAR NO ESPELHO COMO ELE VERDADEIRAMENTE É, NÃO HÁ A MENOR POSSIBILIDADE DE MUDANÇA. Enquanto ele continuar fingindo para si e para todos que é um povo alegre, simpático, gentil, educado e cordial VAI CONTINUAR MANDANDO A REPRESENTANTE MÁXIMA DA NAÇÃO "IR TOMAR NO CU" NUM EVENTO ASSISTIDO POR MAIS DE 3 BILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO TODO.
Theo Lima
Licenciado em História e terminando o bacharelado.

Davis Sena Filho disse...

Parabéns, Theo. Abraço.

Ruda disse...


ruda@inet.com.br
14 de jun (Há 10 dias)

para mim
peço seu apoio numa campanha aberta contra o voto em Aécio. Ele se revelou, nos últimos dias, um perigo para a democracia e o respeito às mulheres. Apoiou abertamente os xingamentos à Dilma e promoveu a invasão da casa de uma jornalista carioca. É evidentemente misógino. Que as pessoas votem em quem desejar. Mas que digam não ao Aécio.