Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
Joaquim Barbosa é um dos juízes do STF. É
verdade. Tal juiz mais do que magistrado é um político. Mas, não é um político
qualquer. Ele é também o presidente do Supremo, e o usa da mesma forma que o
juiz e igualmente político, Gilmar Mendes, que, tal qual a Joaquim Barbosa,
transformou o STF em partido político conservador, de direita, bem como
instrumento contundente da burguesia brasileira contra os interesses da
população brasileira, além de ser um bastião em favor das hostes reacionárias
contra os governantes trabalhistas que ocupam a cadeira da Presidência da
República há 11 anos.
O magistrado Joaquim Barbosa todo mundo sabe
quem é. Ele é aquele juiz presidente do STF que prendeu lideranças petistas sem
culpabilidade comprovada, recusou-se a analisar de forma justa e isenta o caso
da Visanet, além de manter ainda solto o delator do “mensalão” do PT, o
ex-deputado Roberto Jefferson, bem como aparece em fotografias tiradas em
eventos e solenidades do PSDB ao lado do pré-candidato tucano a presidente, o
senador Aécio Neves, e do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia.
Realmente, a maioria dos juízes do STF
envergonha a instituição e, consequentemente, o estado democrático de direito.
E não é que Joaquim Barbosa, um homem de temperamento intempestivo atendeu ao
pleito da poderosa Fiesp, representada pelo candidato do PMDB ao Governo de São
Paulo, o megaempresário Paulo Skaf, atual presidente desta entidade
empresarial, que historicamente defende causas antipopulares e hoje sabota a
desoneração do IPTU aos mais pobres e engessa o projeto do prefeito do PT,
Fernando Haddad, que ficou a ver navios porque o juiz Joaquim Barbosa manteve a
liminar dos ricos e, por conseguinte, a correção do imposto proposta pelo
petista foi derrotada.
São abomináveis as razões pelas quais se
batem gente como Paulo Skaf e Joaquim Barbosa. O empresário multimilionário tem
duas mansões em São Paulo em bairros onde moram os ricos, cujo IPTU,
evidentemente, são muito altos. Por seu turno, o presidente da Fiesp é o
proprietário da Skaf Participações e Administração de Bens Ltda., e da BTS
Empreendimentos Imobiliários Ltda. Trata-se, então, de um embate político de
ordem econômica e de interesse privado, além de propiciar, sem dúvida, a
desestabilização da administração de Fernando Haddad.
O que se percebe é que mais uma vez o
Judiciário deste País demonstra sua vocação conservadora e completamente
divorciada dos interesses da maioria do povo brasileiro. Tal qual à imprensa de
mercado, o Judiciário também é alienígena. É o STF de um mundo paralelo e das
pessoas que têm patrimônio, muito dinheiro e dos indivíduos que podem mais. A
atitude do juiz não surpreende a ninguém, pois sua magistratura é um apanhado
de decisões propositalmente injustas, porque Joaquim Barbosa, antes de qualquer
coisa, é um político, ideologicamente de direita e que atua e age de forma
violenta, a ter como tribuna a presidência do Supremo Tribunal Federal.
Os interesses de Paulo Skaf e dos empresários
que ele representa foram protegidos e, portanto, preservados pelo juiz elitista
do STF. Enquanto isso os mais pobres ficam a dançar conforme a música. É sempre
assim. Afinal, temos uma das “elites” empresariais mais egoístas e gananciosas
do mundo e que, sem sombra de dúvida, são as legítimas herdeiras da escravidão.
Não cedem nada, são vazias de quaisquer sentimentos de solidariedade e não
compreendem, de forma alguma, as questões sociais, a história do Brasil e como
se deu a formação de seu povo.
São “elites” fundamentalmente colonizadas e
por isso não compreendem o Brasil, pois se recusam a pensá-lo para
desenvolvê-lo e torná-lo definitivamente autônomo e independente. Por isso, até
em questões consideradas paroquiais, a exemplo do imposto progressivo se tornam
problemas de âmbito nacional. Esta “elite” corrompida pelo tempo não quer,
neste caso, a justiça tributária ao tempo que implanta um impostômetro na Praça
da Sé, mas jamais colocaria um sonegômetro na mesma praça, para que o povo tenha
conhecimento do montante de dinheiro que os empresários sonegam e enviam para
paraísos fiscais.
A “rebelião” burguesa da Fiesp teve a
aquiescência de juiz que há muito tempo mostra para o que veio, que é favorecer
os ricos e se aliar a partidos de direita como o PSDB e o DEM, que quando
estiveram no poder fracassaram de maneira retumbante, pois quebraram o Brasil
três vezes, porque foram ao FMI três vezes. Joaquim Barbosa comete, a meu ver,
abuso de poder e poderia muito bem ser questionado pelo Senado, instituição que
julga os desmandos de juízes de tribunal superior como o é o STF.
Muitas atitudes de Joaquim Barbosa são
questionáveis, até porque o senhor Skaf tem interesses no mínimo questionáveis
quando se trata de uma pessoa que tem duas mansões, uma no Morumbi e a outra no
Jardim América. São os nossos ricos a instrumentalizar a política a seu favor,
além de dar-lhe uma conotação judiciária. Quem não percebe que muitos dos
juízes do STF permitem que grande parte dos brasileiros desconfie de suas
votações e decisões em relação a assuntos que tratam diretamente do bem-estar
da cidadania?
Basta-nos rememorarmos as decisões absurdas
de juízes do STF no que diz respeito a casos como os de Salvatore Cacciola,
Roger Abdelmassih, Regivaldo Pereira Galvão (Taradão), mandante do assassinato
da missionária Dorothy Stang, Luiz Estevão, Daniel Dantas, Antério Mânica,
poderoso agricultor acusado da chacina de Unaí (MG) quando quatro fiscais do
Ministério do Trabalho foram assassinados, bem como os mensalões do DEM e do
PSDB, que nunca foram julgados, além de, recentemente, os escândalos Alstom e
Siemens, que abalaram as estruturas dos tucanos considerados “bons mocinhos”,
conforme apregoado pela imprensa de mercado.
Dois escândalos bilionários cujos principais
acusados são tucanos de alta patente e com a intenção de mudarem o jogo querem
fazer crer que as acusações de corrupção contra eles são, na verdade, coisas do
PT e do Governo trabalhista, que os acusam e elaboram dossiês, quando a
realidade é que os tucanos de São Paulo estão comprometidos com a Alstom e a Siemens
até a medula há 20 anos, além de muitos outros casos que realmente deixaram os
cidadãos brasileiros e paulistas com os cabelos em pé e os queixos caídos.
Paulo Skaf pediu e foi atendido pelo juiz
Joaquim Barbosa. No ano que vem têm eleições e a direita não vai permitir que o
PT e seus candidatos anunciem a queda do valor do IPTU, que propiciaria mais
justiça social, porque sobraria mais dinheiro para que, por meio do imposto
progressivo, a prefeitura paulistana pudesse melhorar os bairros pobres e da periferia
por intermédio da urbanização e de serviços públicos de boa qualidade.
Certamente, e qualquer coxinha sabe disso,
que as condições de vida das pessoas iriam melhorar, os índices de
criminalidade decresceriam e a autoestima das pessoas fariam com que a capital
bandeirante ficasse mais civilizada, porque São Paulo é um cidade violenta,
desigual e por isto injusta. Contudo, o establishment ainda manda, governa e
atende, sem pestanejar ou vacilar, a Casa Grande, que ainda controla setores da
vida pública como o Judiciário e o Ministério Público Federal. Joaquim Barbosa
mais uma vez mostrou para o que veio, porque a Fiesp existe desde os tempos de
Pedro Álvares Cabral. É isso aí.
11 comentários:
Joaquim Barbosa é um dos juízes mais éticos e sérios que já passaram pelo Supremo, enquanto o Davis Sena Filho é um dos jornalista mais antiéticos e fanfarrões que já passaram pela imprensa brasileira
Corrigindo: jornalistas
Jorge Marcelo é um filho da puta. Só isso.
Novamente o STF se dobra a pressão dos mais ricos, para que os mais pobres paguem a conta. Uma vergonha esta decisão do STF. IPTU progressivo, ou seja, terrenos e prédios que valem mais, pagam mais, já existe na grande maioria das capitais e em boa parte das cidades brasileiras. Mas em São Paulo, terra da elite mais exploradora e porca, não pode. JB esta aliado a elite retrógrada nacional, que quer mesmo é lamber as botas do tio Sam e continuar a explorar o povo brasileiro.
Enquanto o grande jornalista e humanista Davis Sena Filho tira as dúvidas e mostra com coragem que as nossas elites fazem para se darem bem sempre, tem gente como esse estúpido, beócio e cretino como esse Jorge Marcelo, que só fala merda e ainda tem a cretinice de ofender o jornalista, que é tão democrático que publica as asneiras desse reacionário babaca, que fala com uma autoridade que não tem, além de ser totalmente impertinente e metido a saber mais que o Davis Sena que o coxinha do Jorge Marcelo lê todo o dia. Francamente, se eu fosse o Davis Sena Filho não publicaria as ofensas desse trouxa e mal educado.
Seu comentário - pelos seus próprios argumentos sobre educação - também deveria não ser publicado.
Pode falar bem do Davis, dizer que ele é o Mestre dos Mares, mas destratar toscamente também ofende quem passa por aqui.
Carlos Roberto, ser peão de obra é digno. Ser peão de obra e mexer com mulher na rua, cuspir e arrotar à mesa, ser deselegante e puxa saco, é horrível igual.
Anônimo
A verdade é que o que está acontecendo é que tem algumas pessoas em vez de debater os temas publicados pelo Davis Sena Filho, simplesmente não argumentam e nem contra-argumentam, pois preferem xingar aquele que pensa diferente. Quanto ao artigo, o achei excelente e já o repercutir pelas redes sociais. O Davis não merecia isso.
Esse sujeito não é digno do cargo de guardião da
Constituição.
Oi Davis. Como digo sempre vê tinha que existir. Desejo-lhe FELIZ NATAL JUNTO A SUA FAMÍLIA
Jorge Marcelo ama (no sentido de admirar intelectualmente)o Davis, afinal, "o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões". Ou seja, possui, ainda que patologicamente, uma admiração profunda - o lado luz- pelo nobre jornalista(não sem razão, porém inconsciente), porém transparece somente seu lado sombra que é agressivo e digno de pena.
Esse "barbozinha" é um perigo!!!
Marcos Lúcio
Postar um comentário