terça-feira, 18 de setembro de 2018

Bolsonaro é golpismo brutal, a falta de pão e paz; a ausência de civilização e inteligência


Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

Imagine se um candidato a presidente nos EUA, que o Bolsonaro tanto admira, fizesse um ato insano, violento e desrespeitoso como este na foto?! Entendeu o que é barbárie, fascismo e selvageria?

Eu poderia relatar os momentos mais escandalosos e violentos do capitão da reserva e deputado federal já veterano Jair Bolsonaro no que diz respeito à sua curta carreira militar, sua conduta de insubordinado, que levou os generais e coronéis da década de 1980 a ficarem revoltados com o ex-oficial de atos e ações radicais, bem como um político de extrema direita.

O extremista e agora privatista ultraneoliberal, Jair Bolsonaro, cujo conselheiro sobre economia é o banqueiro Paulo Guedes, que nunca foi nada no setor público e no mundo acadêmico, jamais teve compromisso com os interesses do Brasil, além de sempre apostar na violência, tanto verbal quanto ideológica, a misturar a este coquetel diabólico e de insanidades e radicalismos, que fogem à razão e à sensatez, a religião.

Bolsonaro é parte do “batalhão” evangélico politicamente ativo, que milita no campo ideológico de direita, sendo que muitos estão a viver ainda no Velho Testamento do “Olho por olho, dente por dente”, que jamais aceitou a democracia plena e a inclusão social das classes pobres, que ascenderam economicamente nos governos petistas, por intermédio do pequeno estado de bem-estar, que efetivou uma rede de proteção social, que está a ser demolida, violentamente, no desgoverno corrupto, ilegítimo e entreguista de *mi-shell temer e seus parceiros golpistas de primeira hora, os tucanos do PSDB.

Por sua vez, grande parte dos eleitores do Bolsonaro é composta por coxinhas de classe média, que sempre consideraram durante anos uma afronta à sua condição de classe os “empregados” da sociedade crescerem financeiramente e ter direitos que até então nunca tiveram acesso, a exemplo das ferramentas que viabilizaram o ensino técnico e o universitário, além de “terem” de ver as consideradas classes baixas ou populares a frequentar lugares considerados territórios dos coxinhas, como shoppings, aeroportos, faculdades, restaurantes, cinemas e até mesmo os shows onde os filhos das “boas” famílias fumam seus baseados e tomam seus porres sem serem incomodados pela polícia e nem vistos pelos seus “empregados” seculares.

Além disso, a criação de inúmeros programas de inclusão social, a explosão do consumo, a criação de estatais, os investimentos pesados em infraestrutura (transposição do Rio São Francisco, rodovias, ferrovias, hidrelétricas, moradias, cisternas, energia elétrica, como o Luz para Todos etc.), o pagamento da dívida externa junto ao FMI, a abertura de créditos à agricultura familiar, aos pequenos e médios agricultores, os créditos consignados aos servidores públicos, os empréstimos a juros mais baixos para as micro e médias empresas fizeram a roda da economia girar e, em 12 anos, os governos democráticos do PT criaram 20 milhões de empregos — um recorde de âmbito mundial, em um mundo, inclusive o desenvolvido, afundado pela neoliberalismo e a corrupção indômita e voraz que os colonialistas neoliberais geraram para ferrar com os países e seus próprios povos.

No Brasil, os neoliberais e ultraneoliberais, capitaneados pelos oligopólios midiáticos, à frente a Rede Globo, e pelos partidos de direita liderados pelo PSDB somente chegaram ao poder mediante a um golpe bananeiro, mas criminoso, a ter como garantidor do incomensurável e desditoso crime os juízes do Supremo Com Tudo (SCT), que estão agora a se calar, pois cúmplices, aos desatinos e às irresponsabilidades de um fascista perigoso que atende pelo nome de Jair Bolsonaro.

O neofascista, que perto do integralista Plínio Salgado é um anão intelectual e político, está agora no hospital onde se recupera de uma facada dada por outro celerado em Juiz de Fora, a apostar em um golpe, que seria o terceiro, pois seu argumento golpista, pernicioso e pleno de malícia e maledicência é que o PT está a armar uma fraude eleitoral, porque a urna eletrônica, a mesma que o Bolsonaro se elegeu “cem” vezes deputado federal, não é confiável.

Por seu turno, o milico insubordinado, que passou quase trinta anos a xingar e a desrespeitar as pessoas na Câmara dos Deputados, que debochou, esculhambou e tratou como se não fossem dignos de respeito seres humanos de uma sociedade multicultural e multirracial, ainda age com outra ignomínia ao afirmar que se o candidato do PT, Fernando Haddad, vencer as eleições ele assinará indulto para o Lula. Pura mentira e má-fé!

Porém, se o desse e o Lula aceitasse, Haddad, em nome dos votos que recebeu do povo brasileiro e de acordo com a Constituição nada demais teria cometido, porque a observar a legalidade, além de ser legitimado pela soberania popular. Bolsonaro quer, na verdade, dar o terceiro golpe, agora com o apoio das Forças Armadas, que se meteram numa tremenda fria quando tomaram o poder ilegalmente e, com efeito, saíram do poder desmoralizadas, pois foram 21 anos de ditadura, quando setores militares torturam, mataram e concentraram renda e riqueza, além de censurar a imprensa canalha e corrupta, que também apoiou o golpe de 1964 e o de 2016.

Outro problema é o general da reserva Hamilton Mourão e candidato a vice do ex-capitão, que literalmente falou em golpe de estado, com os militares à frente, como se já não bastasse os juízes, os procuradores e a mídia hegemônica e representante dos bancos que infernizaram o País, a interditar a candidatura Lula, a derrubar do poder a presidente legitimada pelo povo com 54,5 milhões de votos, a judicializar todo e qualquer ato dos governos petistas, inclusive os de rotina, além de criminalizar as principais lideranças do PT, a política como ferramenta de diálogo e de administração, bem como rasgar a Constituição e mandar ao espaço o Estado Democrático de Direito.

A direita e a extrema direita estão desesperadas, porque sabem que podem perder no segundo turno para o PT. Essa gente do establishment quer um regime onde cabe somente os seus e a deixar a maioria da população brasileira excluída, como sempre fizeram, pois têm almas de escravocratas. Está no sangue, no DNA da casa grande e de seus agregados: os coxinhas celerados.

A direita brasileira rejeita ferozmente, além de tudo o que elenquei acima, o estabelecimento de uma política de soberania nacional descolada dos Estados Unidos e o fortalecimento de blocos, a exemplo do Mercosul, do G-20 e do Brics. Os escravocratas tupiniquins querem viver tutelados pelos Estados Unidos eternamente, pois consideram que se for assim — como sempre foi — eles continuarão a se sentir seguros emocionalmente, psicologicamente e economicamente.

Agem como se fossem aqueles filhos que envelhecem nas barras das saias das mães e das calças dos pais. Esse tipo de gente tirana e egoísta é que se poderia chamar de párias-dependentes, ou seja, os eternos colonizados com complexo de vira-lata, que não se indentificam com seu próprio País e culturas, porque irremediavelmente dissociados de sentimentos de soberania, nacionalidade e patriotismo, a não ser para hipocritamente e cinicamente dar golpes, como fizeram a partir de 2013 e em 1964 e 1954. Para eles, basta vestir a camiseta amarela da CBF corrupta e exigir o “padrão” Fifa, que logo pararam de exigir no decorrer de todo desgoverno corrupto, antinacional, antipopular e antipatriótico de *mi-shell temer e bando.

E o que o fascista Jair Bolsonaro tem a ver com tudo o que escrevi neste artigo? O ex-capitão Bolsonaro representa tudo isto. Ele é a razão final do golpe, da manutenção do golpe, da sobrevivência do golpe. A direita está desmoralizada por causa de seus crimes travestidos de legalidades, sendo que muitos são realizados na cara dura, com a aquiescência do Judiciário e de parte da sociedade — a classe média e os ricos.

Bolsonaro sabe disso e por isto aposta no terceiro golpe contra a democracia, a partir da deposição de Dilma, da prisão de Lula e, se colar, o não reconhecimento da vitória de Fernando Haddad. Bolsonaro é mais um golpista de terceiro mundo a infernazar o Brasil e a América Latina. O golpe quer sua terceira passagem. Vamos ver o limite do Supremo Com Tudo (SCT) quanto à sua indulgência perante os golpistas que romperam com o Estado de Direito para terem direito ao Estado, assim como vendê-lo.

A direita é furiosa e sectária, porque seu projeto de País é tratar de seus interesses de grupos e pessoais para se locupletar. A inclusão do povo brasileiro pelos programas do PT fizeram com que as “elites” econômico-financeiras historicamente escravocratas e subalternas e subservientes aos Estados Unidos e aos países grandes da União Europeia reagissem com inconformismo e intolerância, de forma macabra e violenta.

Evitar a vitória de Haddad não significa apenas e simplesmente evitar a ascensão do PT ao poder central. Derrotar o PT e lideranças como Lula, Dilma e José Dirceu significa, sobretudo, não permitir que o Brasil tenha projeto de desenvolvimento, independência e soberania. Efetivar um terceiro golpe é manter o povo no cabresto, com as limitações perversas impostas à CLT, bem como significa a continuidade do desmonte do Estado e dos direitos da população que ainda restam.

A resumir: Bolsonaro é o desmonte do Brasil, o arremedo de democracia e sua definitiva colonização por parte dos ricos deste País desigual associados aos Estados Unidos. O capitão é o Brasil de joelhos e a derrota do que é civilizado em uma sociedade plural como a brasileira. Bolsonaro é o golpismo brutal, a falta de pão e paz; a ausência de civilização e inteligência.  É isso aí.


sábado, 1 de setembro de 2018

A Justiça dos injustos e o País do descalabro

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre




O Judiciário irresponsável e golpista finaliza o golpe no TSE, aumenta seus próprios salários e escraviza o povo por intermédio da terceirização total do trabalho, a deixar os trabalhadores nas mãos de empresários e governantes predadores e compromissados apenas com o capital e seus dividendos.

Enquanto isso, a Turquia prendeu cerca de três mil juízes e procuradores acusados e denunciados por tentar efetivar um golpe de estado, além de punir inúmeros generais, delegados e empresários, que estão na cadeia.

O Brasil é bárbaro e selvagem, dissociado de qualquer marco civilizatório, porque possui a pior e mais perversa casa grande do mundo ocidental.

Este é o País da ignorância, da miséria e da ultraviolência; da fome, da prostituição e da agiotagem, do tráfico de drogas e de armas, onde quadrilhas explodem bancos e as pessoas são assaltadas nas ruas intermitentemente, em um processo diabólico progressivo, que foi dimensionado exponencialmente pelo golpe dos ricos, dos muito ricos e pelos coxinhas celerados.

E deu no que deu: o Brasil irremediavelmente dividido, violentíssimo, desigual e injusto.

O Judiciário mostrou escancaradamente quem é e para o que sempre veio: garantir a entrega do Brasil às multinacionais, alinhar-se aos EUA e abrir mão de sua soberania, privilegiar os ricos, desmontar o pequeno estado de bem-estar social, derrubar Dilma Rousseff do poder e, fundamentalmente, prender o Lula e impedi-lo de vencer as eleições presidenciais de 2018 ainda no primeiro turno, pois, do contrário, o golpe de direita perderia o sentido.

Trata-se do Judiciário perdulário, elitista, antinacional, antidemocrático e antipopular.

O Brasil mostrou sua cara sem meias imagens e palavras. Os juízes e os procuradores saíram de suas caixas de Pandoras e deram a prova final que são os maiores responsáveis, desde a fundação da República, pelo subdesenvolvimento social e econômico do povo brasileiro, pois os garantidores de privilégios, benefícios e patrimonialismos das castas ricas e poderosas, que fazem do poder o meio para enriquecer, manter o status quo e eternizar a supremacia do establishment perante o povo e os trabalhadores.

O Judiciário brasileiro é a alma e o espírito do golpe do impeachment, que deixou o Brasil desmoralizado e de joelhos perante as Nações e os organismos governamentais e não governamentais.

Juízes e procuradores ricos, completamente alienados das necessidades e realidades do povo brasileiro, cassaram a dignidade humana e os direitos civis e políticos, não somente de Lula, mas de dezenas e dezenas de milhões de brasileiros, que tiveram seus votos cassados a partir da deposição criminosa de Dilma Rousseff e do encarceramento surreal e pleno de injustiça e violência contra o Lula.

Juízes e procuradores desprovidos de votos advindos da soberania do povo governam o País sem serem autorizados pela cidadania e a Constituição. Burocratas e exploradores do Direito violaram as leis, tornaram-se criminosos e transformaram o Brasil, definitivamente, em uma republiqueta pária e de terceiro mundo.

O Brasil sem influência nos fóruns internacionais e indigno para de igual para igual, de forma altiva e soberana, dialogar e quando necessário enfrentar os governantes dos países civilizados e democráticos.

O País de segunda classe, que não é respeitado e ouvido no mundo, porque não respeita as leis e a própria Constituição.

O Brasil dos golpes de estado, cujas "elites" o vendem barato, pois por elas prostituído e desamparado, pois inimigas do próprio povo, ao tempo que subalternas e subservientes aos interesses internacionais e da burguesia nativa.

A casa grande do atraso e do retrocesso, além de colonizada, mas portadora de egoísmos, perversidades, mesquinharias e rancores, que deixariam o anjo caído constrangido em suas vergonhas e violências.

A Justiça no Brasil não existe. Os juízes são, literalmente, o Brasil como ele o é: fadado ao fracasso, à desilusão, à iniquidade e ausente para seus filhos, porque há séculos abandonados.

O Brasil é indisciplinado e, com efeito, ingovernável, porque é na desordem que os abastados das castas privilegiadas mantêm e adquirem suas riquezas para viver em opulências.

O lugar esquecido por Deus, onde vicejam juízes e procuradores, que traem o País e cometem crimes contra a Constituição e o Estado Democrático de Direito.

O TSE consolidou o golpe. O Brasil perante a comunidade internacional é fora da lei, com juízes refratários à legalidade.


A Justiça dos injustos e o País do descalabro.

Pobre do Brasil.