terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Direita mostra os dentes e apela nas vozes de JC Aleluia, Mendonça de Barros, Dallagnol e Erick Bretas

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

Ilustração: revista recreio news
O círculo se fechou, a ter como protagonistas integrantes de cada setor que combate o Governo Trabalhista de Dilma Rousseff, “em nome da moralidade, dos bons costumes, do amor à Pátria e do combate à corrupção ou tudo o que está aí”. Ótimo. Muito bom, se não fosse a hipocrisia, a mentira, a dissimulação, a manipulação e a intenção de se efetivar um golpe, não apenas contra o governo popular e democrático da mandatária petista, mas, sobretudo, combater a candidatura de Lula, em 2018, desde agora, ainda no início do Governo Dilma, que a direita quer paralisar, fazer ruir e impedir que a eleita pela maioria do povo brasileiro governe.

Contudo, nada foi mais emblemático do que esta semana que se passou, quando porta-vozes de oposição e inquilinos da Casa Grande, um de cada setor de atividade, aliados, que atacaram duramente o Governo Dilma e o ex-presidente trabalhista, Luiz Inácio Lula da Silva, a ter como propósito colocá-los contra a parede, sem permitir que eles respirem, como se estivessem sitiados, por intermédio de um processo de mentiras e acusações sem provas, portanto, levianas, mas que causam confusão em meio à cidadania e radicaliza os ânimos da classe média udenista e de uma máquina judiciária e do MP que há muito tempo se mostram favoráveis à criminalização do PT, de seus principais líderes dirigentes, porque lutam pelo fim dos programas de inclusão social do Governo, bem como pela derrota de um projeto de País nacionalista, que busca a autossuficiência.

A direita tem como finalidade maior fazer com que uma parte da sociedade brasileira saia às ruas, pressione o Governo petista, a fazer, inclusive, que setores do Judiciário e do Ministério Público se partidarizem, a aproveitar a autonomia de suas ações para se envolver em politicagem, além de darem declarações incabíveis para aqueles que estão na linha de frente do combate à corrupção e tem acesso aos autos dos processos. Os tribunais superiores e o MP Federal se politizaram indevidamente e hoje cometem desatinos e ilegalidades, como os vazamentos de investigações em sigilo de justiça à imprensa de mercado, além de manterem pessoas presas ilegalmente para fins de forçar delações premiadas, sem, no entanto, ninguém fiscalizar tais servidores públicos, que, nitidamente, estão a fazer política, pois tomados por forte preconceito e interesse de classe social, partidário e ideológico, no que diz respeito a combater o campo progressista e desenvolvimentista.

Está a acontecer no Brasil, sem sombra de dúvida, a ideologização de instituições que foram fortalecidas no decorrer do processo democrático e que atualmente se arvoram como um dos Três Poderes, sem ter, todavia, papéis constitucionais que os movam para agir de tal maneira, ou seja, a atropelar o processo jurídico legal e ocupar o lugar de instituições republicanas, a exemplo da CGU, da AGU, da Receita Federal e do Itamaraty, com a cumplicidade da imprensa, que certos promotores, procuradores e juízes morrem de medo ou se aliam ao sistema midiático de negócios privados por vaidade e ignorância, no sentido de não compreender como funciona a imprensa burguesa, que não teve, não tem e nunca terá quaisquer compromissos com os interesses do Brasil e do povo brasileiro.

Agora o contexto político atual ficou completo. A falta de respeito à cidadania do presidente Lula e da presidenta Dilma chegou a um tom difícil de engolir e tolerar. Só que o PT não reage nos fóruns apropriados, como os plenários do Senado e da Câmara, a Secom da Presidência da República e a comunicação social do Partido dos Trabalhadores, que ficam a ver uma direita raivosa a fazer acusações infundadas, a ter como alvo no momento a Petrobras, empresa que a direita brasileira nunca quis que fosse criada, e, fundada por Getúlio Vargas, é até hoje ferrenhamente combatida por partidos conservadores repletos de políticos entreguistas, antinacionalistas, que odeiam o Brasil e preferem que o poderoso País sul-americano fique no papel de uma republiqueta eternamente dependente dos países ricos e subordinada aos seus interesses geopolíticos.

Trata-se da “teoria da dependência”, tão fortemente efetivada pelos governos neoliberais e entreguistas de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes, e hoje não para de falar abobrinhas, bem como fomentar intrigas políticas, além de apostar em impeachment de uma presidente recém-eleita pela maioria dos eleitores brasileiros, de forma legal, constitucional, democrática e republicana. O “líder” de um partido que o escondeu de três eleições presidenciais, como o fizeram José Serra, duas vezes, e Geraldo Alckmin.
    
Agora, parte emblemática e importante da população brasileira, que elegeu Dilma para exercer seu segundo mandato, tem de aturar o ex-deputado José Carlos Aleluia (DEM/BA), candidato derrotado ao Senado, a pedir, de forma altissonante e desmiolada, simplesmente a prisão do ex-presidente Lula. Inacreditável a desfaçatez, a arrogância e a prepotência desse político de direita, acusado de ser um dos anões do orçamento, bem como um dos envolvidos no escândalo das ambulâncias, filhote de Antônio Carlos Magalhães, coronelzinho da Bahia, cujo povo está a rejeitar o DEM, a agremiação herdeira da escravidão e da UDN, além de ser o pior partido do mundo, que está irresponsavelmente, juntamente com o PSDB e os magnatas bilionários de imprensa, a incentivar a queda de Dilma Rousseff do poder, a ter como motes a corrupção e “tudo o que está aí”.

Hipocrisia e cinismo na veia, porque se algum dia gente branca, rica, importante e influente está a ser presa, esta realidade acontece exatamente nos governos petistas. Quanto mais o Governo Trabalhista investiga e prende, mais a direita brasileira, uma das mais perversas, violentas, entreguistas e daninhas do mundo acusa a Presidência da República, o Lula, a Dilma e o PT de cometerem malfeitos, sendo que nunca se prendeu tanto, nunca a PGR, a PF e a Receita empreenderam tantas ações e tiveram tanta liberdade para trabalhar, fato este que, inquestionavelmente, não acontecia no desgoverno privatista, dependente e colonizado de FHC, político também conhecido pela alcunha de o Príncipe da Privataria, aquele que até hoje é acusado de comprar a emenda da reeleição por R$ 200 mil a cabeça, e, por seu turno, depredar o patrimônio público nacional, que o entreguista não construiu, além de ser considerado o maior traidor da Pátria de todos os tempos por grande parte do povo brasileiro.         

Enquanto Aleluia deitava falação, aleivosias e irresponsabilidades, o diretor de Mídias Digitais da Rede Globo, Erick Bretas, anuncia em seu facebook que vai dar uma de coxinha golpista e participar de protesto em favor do impeachment da presidenta trabalhista reeleita. Completamente despolitizado e alienado, mas voltado para agradar seus patrões, os irmãos Marinho, Bretas, indivíduo que não tem nenhuma importância política e que poderia ficar muito bem em seu canto e anonimato, resolve participar de uma marcha golpista. Apesar da sua insignificância político-partidária, o executivo demonstra algo importante, que é a autorização da Globo para ele mostrar sua cara. Afinal, trata-se de um diretor e não apenas de um empregadinho, a significar que os irmãos Marinho estão até o pescoço envolvidos com o desejo de que aconteça um golpe contra uma mandatária legalmente constituída. A Globo e seus coxinhas sempre entenderam muito bem de golpes. Está no sangue, e como escorpiões eles vão continuar a viver.

Entrementes, e no mesmo dia, o economista José Roberto Mendonça de Barros, irmão de Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro privatista das Comunicações de FHC, que caiu por causa do escândalo do Grampo do BNDES, acompanhado do próprio José Roberto (Câmara de Comércio Exterior), André Lara Resende (BNDES) e Ricardo Sérgio (Banco do Brasil), pelo motivo de ter sido vazado conversas entre eles e o presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso, cujo assunto era favorecer o Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, que tinha interesse em receber dinheiro do Banco do Brasil e, consequentemente, entrar forte na disputa do leilão da Telebras, que, fatiada, transformou-se em várias empresas.

A demissão do Governo desses executivos ocorreu porque foram acusados de favorecer Dantas com um aporte financeiro da Previ, o poderoso fundo de pensão do Banco do Brasil. Ricardo Sérgio chegou a dizer ao Mendonção que "Estamos no limite da nossa irresponsabilidade", em alusão à concessão de uma carta de fiança com números altíssimos para um dos consórcios interessados no leilão da Telebras. Além disso, FHC autorizou, de acordo com as gravações da Abin, que seu nome fosse usado para influenciar a cúpula do Banco do Brasil e da PREVI a participar do consórcio com a Brasil Telecom.

Depois desses fatos extremamente prejudicais ao País, o economista José Roberto Mendonça de Barros vem a público para dizer que a Petrobras tem de acabar com sua política de conteúdo, ou seja, ele sugere que a Sete Brasil, criada em 2011 para cooperar na exploração da camada do pré-sal, feche suas portas. A resumir, o economista de cabeça neoliberal, privatista, entreguista e colonizada quer, na verdade, que a maior empresa do mundo no mercado de sondas de águas ultraprofundas, além de ser a maior competidora em termos globais no setor, feche suas portas, desempregue os trabalhadores brasileiros aos milhares, que a indústria naval afunde depois de ser recuperada, bem como o Brasil volte a comprar o que já tem em seu solo, ou seja, máquinas, ferramentas e equipamentos de países estrangeiros. 

Para finalizar, José Roberto, muito longe de ser um “jênio” (com J mesmo), é um partidário da teoria da dependência com complexo de vira-lata. E posa de doutor da entregação em fotos suas nas páginas da imprensa alienígena, cujos principais interlocutores e alvos são: os bancos, os rentistas, os especuladores, as petrolíferas estrangeiras e a casa grande herdeira da escravidão deste País, onde vivem um povo nobre e uma “elite” mesquinha, provinciana e ordinária. Sem dúvida, não há nada pior do que a direita brasileira e seus replicadores, a exemplo dos partidos de direita e sua aliada: a imprensa empresarial.

Outrossim, e também no mesmo dia, o coordenador da força-tarefa da Lava a Jato do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, de 34 anos, e que certamente não é um cidadão dos mais experientes da sociedade, resolveu polemizar com a presidenta Dilma Rousseff. A mandatária disse o óbvio, o que todo mundo sabe, menos os cínicos ou ingênuos, os mal-intencionados ou os que estão a fim de fazer política, o que considero ser o caso desse procurador, com “fome” de holofotes e fama.

Como todo mundo está cansado de saber, até os mortos, os saídos do coma profundo, os alienados e os recém-nascidos, delegados da PF, juízes do STF e da Justiça Federal, sem generalizar, partidarizaram-se e resolveram fazer política ao invés de tratarem de suas responsabilidades republicanas, que é o de se aterem às investigações, prisões e observar os autos dos processos, de maneira silenciosa e atenta, o que, sobremaneira, eles não fazem. Dilma Rousseff, a maior autoridade oficial do Brasil e eleita pela maioria dos eleitores, afirmou que a imprensa tem de antes de tudo divulgar a informação ao invés de investigar. 

A presidenta quis dizer que as investigações oficiais são feitas pela PF e não pela imprensa. Não sei se propositalmente Dallagnol fingiu não entender, mas ao replicar o que a mandatária disse, o procurador conseguiu canalizar luzes da ribalta para sua pessoa, que se mostrou narcisista ao afirmar: “Nós estamos em uma guerra contra a impunidade e a corrupção. E a imprensa é uma aliada nessa guerra. Hoje, nós conversamos com aliados. A imprensa nos auxilia não só na investigação dos fatos e levando o conhecimento dos fatos apurados até as pessoas, mas a imprensa também veicula a voz da sociedade, que clama por Saúde, por Educação, e por Saneamento Básico, que são direitos fundamentais violados por cada (...)”.

O discurso (sim, discurso político) do procurador é um atentado à inteligência alheia e uma sequência de tolices e ingenuidades, que me levam a pensar que uma pessoa para assumir um cargo tão importante deveria ter mais idade e vivência. Dallagnol, definitivamente, não conhece a imprensa comercial e privada, controlada por uma oligarquia de histórico golpista, que desde os primórdios de 1930 combate duramente e ferozmente os governantes trabalhistas.

O procurador e coordenador de uma operação tão importante deveria ler a história do Brasil ao invés de ler os editorialistas, colunistas, comentaristas e “especialistas” de prateleiras, que engravidam pelos ouvidos promotores e juízes muito jovens, ricos ou da classe média alta e média tradicional, que nunca passaram trabalho, não enfrentaram intempéries graves para sobreviver e não superaram a pobreza para se chegar em algum lugar, como conquistar um simples emprego.

É lamentável o tom desrespeitoso de pessoas como o procurador Dallagnol, que desconhece o quanto a imprensa de negócios privados luta contra os interesses do Brasil por ignorar a sua história, como se tal sistema midiático alguma vez tratou dos interesses do povo brasileiro, quando a verdade sempre o estigmatizou e rebaixou sua autoestima. Uma imprensa cartelizada, predadora da Pátria e aliada dos interesses estrangeiros. Incrível esse homem ser um procurador. Também considero o político de direita, José Carlos Aleluia, o fim da picada. Não é possível que tal ser abra a boca para “reivindicar”, nada mais e nada menos, a prisão de Lula. Inacreditável sua ousadia e insensatez. De uma crueldade sem limites e sem espaço para qualquer ética política, no que concerne ao seu oponente ser seu adversário, como o é o Lula, o político mais importante do Brasil, o mais conhecido em termos mundiais e o mais premiado e reconhecido no exterior.

Sabe por que o Aleluia tem essa péssima conduta? Respondo: ele é um branco de um Estado, a Bahia, cuja população negra é de 84%. Carlista de carteirinha, o político da casa grande baiana tem uma relação com os que vêm de baixo de superioridade, apesar de sê-la pseuda. Quando vê o presidente Lula, Aleluia enxerga o operário, o subalterno, o sem instrução superior, afinal esse político de direita e do DEM, partido que com a sigla da Arena e do PDS dava sustentação à ditadura civil-militar, sempre se comportou como um feitor dos interesses da burguesia brasileira. Por isso, mesmo sem quaisquer provas contra Lula, esse porta-voz das classes dominantes abre sua boca para conspirar, denegrir, fomentar o golpe e, se possível, inviabilizar o mais rápido possível a candidatura Lula de 2018 a presidente da República.

Quanto ao José Roberto Mendonça de Barros e Erick Bretas, a única coisa que tenho a dizer é a seguinte: Bretas é um coxinha que vai se juntar a um monte de coxinhas, que pensam que dar golpes em presidentes é como beber água, sendo que ter acesso à água em São Paulo dos tucanos está muito difícil. O diretor da Globo deveria, sim, recolher-se à sua insignificância política e à sua alienação como cidadão. Não é séria sua postura, porque ele está a mostrar que, na verdade, quem quer o golpe são as Organizações(?) Globo. Ponto.


Por sua vez, José Roberto apenas reflete o que o economista é, bem como dimensiona pontualmente o que foi o governo do PSDB, do qual ele participou e dele foi demitido, junto com seu irmão, Luiz Carlos. O economista sabe pregar e defender o que ele e seus correligionários fizeram: privatizar, entregar, trair o Brasil, empobrecer o povo, explorar o trabalhador e favorecer os interesses de países como os Estados Unidos e alguns grandes da União Europeia, exemplificados na Inglaterra e França, dentre outros. José Roberto Mendonça de Barros é tucano, age como tucano, pensa como tucano e seu propósito é manter os privilégios das classes dominantes e do establishment mundial. Por isto é que eu não tenho o mínimo respeito pelo status quo. A direita mostra os dentes. É isso aí.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Organizações(?) Globo atiram pedras na Beija-Flor porque odeiam as ditaduras

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

Os filhos do Roberto Marinho são iguais a seu pai: odeiam ditadores e ditaduras.
O título de O Globo relativo à escola de samba Beija-Flor: “A ditadura de Nilópolis”. Isto mesmo. O Globo, como todo o planeta sabe, tem horror a ditaduras. Esta rejeição começou esta semana de fevereiro de 2015, porque nos idos de 1964 até 1985, ou seja, o tempo de 21 anos, as Organizações(?) Globo pertencentes à família Marinho não tinham quaisquer problemas com as ditaduras, principalmente a brasileira, que contou com o apoio incondicional de tais organizações(?).

Talvez o Globo tenha problemas com as ditaduras africanas, que tem a ousadia e o atrevimento de financiar escolas de samba do Rio de Janeiro, as maiores e as mais famosas do Brasil e do mundo, que cooperam para que a Rede Globo dos Marinho abarrotem seus cofres de dinheiro, por intermédio das transmissões exclusivas dos desfiles de escolas de samba do carnaval carioca.

Por seu turno, no que concerne às ditaduras argentinas, chilenas, paraguaias, peruanas, uruguaias, hondurenhas, panamenhas, colombianas, nicaraguenses e brasileiras, o jornal O Globo não tem nada a comentar ou criticar, quiçá, se for necessário, cantar loas e boas aos ditadores de seu passado, que tanto ajudaram economicamente tais organizações(?) midiáticas, que se transformaram no principal partido de direita do Brasil, ao ponto de tentar influenciar nas eleições presidenciais, bem como fazer oposição feroz e sistemática aos governos trabalhistas de Getúlio Vargas, João Goulart, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, a fomentar, inclusive e inacreditavelmente, o impeachment da presidenta recém-eleita.

E as manchetes contra a Beija-Flor continuaram. “A folia de um ditador no carnaval carioca” e “Com enredo apoiado por governo autoritário da África, Beija-Flor chega ao 13º título”. Agora vamos à pergunta que se recusa a calar: “Não é emocionante o desprezo que o jornal O Globo sente pelas ditaduras infames e violentas?” Eu, por exemplo, estou deveras impressionado, estupefato, para não dizer surpreso. E, se não controlar meu ímpeto e regozijo, vou escrever um texto de admiração pelo O Globo e seus escribas, pois comovido com tal desprezo, nojo e repulsa que sentem os irmãos Marinho pelas ditaduras.

Evidentemente que a ditadura de 35 anos de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo é cruel, abissal e tem de ser combatida pela comunidade internacional, inclusive com a participação efetiva do Brasil. Entretanto, sabemos que a Casa Grande brasileira e seus porta-vozes midiáticos, a exemplo de O Globo, não são sinceros quanto aos seus ódios às ditaduras. A verdade é que esses conglomerados cartelizados de comunicação estão pouco a se importar com o destino da Guiné Equatorial, pequeno país de 700 mil habitantes localizado na África Ocidental.

Ditaduras duríssimas como a da Arábia Saudita, aliada de “carne e unha” dos Estados Unidos, além de outros emirados riquíssimos também nunca foram objetos de críticas de O Globo, empresa que integra as Organizações(?) Globo, que sempre apoiaram as ditaduras sanguinárias sul-americanas, principalmente as do Cone Sul, além de há anos sonegar informações do que está a ser realizado no Brasil em termos de infraestrutura, bem como pratica um jornalismo que dispensa o contraditório, escolhe lado e partido, tem ideologia e se recusa a ouvir aqueles que são considerados pela máquina midiática privada seus inimigos políticos e empresariais.

É emocionante verificar que em tão pouco tempo o jornal O Globo passou a sentir uma verdadeira repugnância ou ojeriza às ditaduras, especificamente no que diz respeito à Guiné Equatorial. Esta, então, O Globo e seus empregados odeiam. Talvez seja por isto que a os membros da Beija-Flor não participam mais de apresentações nos programas de auditório da TV Globo, do Fantástico, dos programas matinais e do Big Brother. Até porque a atual menina dos olhos das Organizações(?) Cara de Pau é a Unidos da Tijuca, que se tornou assídua frequentadora dos programas da Globo quando necessário.

Por causa de seu envolvimento com um ditador africano, a Beija-Flor, que ganhou o título, foi punida pelo O Globo. Por causa disso, não venceu em qualquer quesito, e, consequentemente, quem levou o Estandarte de Ouro global foi a Imperatriz Leopoldinense, que para o jornal dos Marinho e seus jurados é a vencedora do Carnaval do Rio 2015, a despeito da vitória oficial da Beija-Flor.

Contudo, lembro novamente, é que a escola de samba de Nilópolis não venceu em quaisquer quesitos, como ala das baianas, revelação, melhor ala, enredo, ala de passistas, passista feminino, passista masculino, bateria, intérprete, samba-enredo, mestre-sala, porta-bandeira, comissão de frente e melhor escola. Realmente, mais do que um ditadorzinho de um minúsculo país africano, o que chama a atenção é que a Beija-Flor venceu uma disputa duríssima, que é a competição das escolas de samba do Rio, sem, no entanto, de acordo com os jurados dos Marinho, ganhar em qualquer quesito.

Como pode os jurados globais errar tanto? Afinal, parte-se da premissa que eles entendem de desfile de escolas de samba. Vale salientar que são muitos os quesitos e, com efeito, não é possível que a campeã oficial não vença em qualquer um desses critérios. Alguma coisa aconteceu entre a Beija-Flor e as Organizações(?) Globo, e esse processo acontece há algum tempo. Os motivos podem ser variados, mas, certamente e absolutamente, não é por causa do ditador da Guiné Equatorial.   

Todavia, estou realmente impressionado por perceber o quanto este oligopólio de comunicação passou a odiar os ditadores. Talvez eu esteja equivocado, e, por não perceber como os tempos mudaram, deva acreditar que O Globo e seus editorialistas, colunistas e chefes de confiança sinceramente odeiem profundamente os ditadores, ainda mais quando eles são africanos e ousam financiar a escola campeã de 2015.

É isto mesmo. A família Marinho e seus empregados de confiança detestam ditadores, e, só de pensar que um deles está a pisar com seus pés assassinos e imundos o solo brasileiro, nossos compatriotas globais tomam a frente e defendem a nossa vocação democrática, o nosso ardor pelo estado democrático de direito, a nossa paixão pela igualdade de oportunidades e inclusão social, bem como o nosso amor por um País justo, livre e independente, com um povo totalmente emancipado.

Creio que é exatamente que O Globo e as Organizações(?) Globo querem para o Brasil e seu povo. Por isto e por causa disto é que os irmãos Marinho e seus porta-vozes e porta-bandeiras estão tão revoltados com a presença de um ditador africano no sambódromo do Rio de Janeiro. Afinal, caras pálidas, O Globo sente ódio pelas ditaduras e atira pedras na Beija-Flor. Que o diga o Roberto Marinho. É isso aí.


    


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Imprensa familiar se cala e 8,7 mil brasileiros cometem crime de sonegação com a cumplicidade do HSBC

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

CHARGE DE TIAGO R
Sempre considerei ridículo o impostômetro dos coxinhas udenistas e dos comerciantes ricos de São Paulo. A Associação Comercial do Estado Bandeirante é rica, poderosa, conservadora e sempre se preocupou com o que a direita sempre se preocupa: cobrança de impostos e como não pagá-los. Fora este tema, a direita brasileira se preocupa também em como ganhar muito dinheiro com o menor esforço possível, além de pagar mal seus empregados, porque o desejo é que eles sejam mão de obra barata até o fim dos tempos. Amém!

Dito isto, quero afirmar que sou favorável à implantação de um sonegômetro na Praça da Sé, em São Paulo. E por quê? Porque a sonegação no Brasil e no mundo é gigantesca, difícil de ser contabilizada, mas no nosso País, mesmo a ter uma Receita das mais competentes e instrumentalizadas do mundo, o dinheiro sonegado pela burguesia brasileira é muito maior do que os crimes de sonegação praticados por 8.667 brasileiros em contas de apenas um banco na Suíça, o HSBC, instituição financeira que há muitos anos tem má fama, por já ter recebido multas altíssimas em diversos países e ser acusado de lavar dinheiro dos ricos sonegadores e até de traficantes de armas e de drogas.

A verdade é que sonegar é um crime federal, um malfeito grave, porque retira do Estado e da sociedade os recursos necessários para serem investidos em benefícios sociais, de infraestrutura e de combate à miséria, à pobreza, à violência, às doenças, à ignorância e ao desemprego. Por isso que esses brasileiros, que são titulares, inclusive, de contas anônimas, deveriam ser processados e, posteriormente, punidos, com penas duras e multas altas, para que a sonegação deixe de ser uma ação comum àqueles que estão acostumados a um individualismo infame, ao tempo em que vão às ruas, às praças, aos meios de comunicação e aos seus círculos sociais e profissionais protestar contra a “corrupção” e “tudo isto que está aí”, conforme tem acontecido a partir das manifestações de junho de 2013.

A evasão fiscal e a lavagem de dinheiro, praticadas pelos banqueiros do HSBC e seus clientes, denotam que o setor financeiro não tem absolutamente quaisquer compromissos com a legalidade e com a situação de milhões de pessoas pobres que tentam sobreviver e levar a vida com um mínimo de dignidade. Os crimes vazados por jornalistas estrangeiros e pela polícia suíça aconteceram apenas no biênio 2006/2007. São 8.667 correntistas tupiniquins e 6.606 contas bancárias, com valores depositados e sonegados da monta de US$ 7 bilhões, cifrões que se equivalem a R$ 20 bilhões. Muitos desses indivíduos são ricos e super-ricos, bem como estão na lista gente famosa de diferentes setores de atividade humana.

Em lista de pessoas que cometeram crimes de sonegação, dentre outras ilegalidades, constam banqueiros, intelectuais, políticos, empresários, esportistas e artistas. Somente não estão presentes os coxinhas udenistas de classe média, porque, como todos sabem, coxinha só serve para disseminar ódios e preconceitos, além de rancores insanos e sem fundamento contra a ascensão social dos pobres e dos que podem menos.

Por sua vez, sabe-se que é público e notório que os coxinhas são os principais consumidores e replicadores da agenda formatada pelos magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas e cartelizadas. Contudo, os coxinhas param por aí, porque seus mundinhos vão ao máximo ao shopping, talvez viagens, pagar a mensalidade do carro, da casa própria, da faculdade e sentar em um restaurante para comer uma pizza ou bifes. Milionários com contas na Suíça, definitivamente, não convidam coxinhas reacionários como eles para frequentar suas casas, festas, clubes e círculos outros.

Entretanto, a questão primordial não é o coxinha udenista de cabeça colonizada, com complexo de vira-lata e que sonha acordado com Miami. Não. De jeito nenhum. A questão que conta é quanto ao assalto aos cofres públicos, efetivado por brasileiros ricos e muito ricos ligados ao high society nacional e internacional. Um empresariado que tem porta-vozes no Congresso e defensores em certos setores do Judiciário e do MP. Sonegadores milionários não agem sozinhos sem ter por trás de si toda uma máquina estatal de caráter patrimonialista e banqueiros (agiotas) dispostos a serem cúmplices e beneficiários de seus crimes de lesa-pátria, que causam graves prejuízos ao Brasil.

São esses motivos elencados pelos quais a maioria dos empresários, os coxinhas udenistas despolitizados e os políticos do campo direitista, além da imprensa de negócios privados, nunca, em hipótese alguma, reclamaram pela implantação de um sonegômetro na Praça da Sé, juntamente com o impostômetro, que há anos está lá, em tal logradouro, a indicar a cobrança de impostos, mas sem relevar a sangria monumental e estratosférica causada pela sonegação criminosa de impostos, para que multimilionários vivam uma vida de nababos, paxás ou coisa surreal do gênero.

A imprensa familiar, a dos magnatas bilionários, calou-se, até porque eles podem encontrar a si mesmos ou os seus aliados políticos e empresariais nas listas de sonegadores de impostos divulgadas por jornalistas estrangeiros. Até porque os jornalistas brasileiros, que trabalham como porta-vozes de seus patrões bilionários, jamais publicarão o nome de milhares de pessoas que fazem oposição ao Governo Trabalhista, sonegam impostos e, evidentemente, são contrários aos programas de inclusão social e ao projeto nacional do PT e de seus aliados, simpatizantes e eleitores.

O sistema midiático privado se cala, mas o que importa não são os valores, os princípios e os interesses desse baronato alienígena e de caráter imperialista. O que está em jogo é a credibilidade da Receita Federal, da Procuradoria Geral da República (PGR) e da Polícia Federal, três órgãos que tem por obrigação investigar e denunciar aquelas pessoas que cometeram tais crimes e, consequentemente, causaram um rombo nos cofres públicos.

Os malfeitos são de autorias de cidadãos ricos e alguns famosos, que tem admiradores e posam de arautos varonis das causas nobres. Ou o Brasil é um lugar que, definitivamente, somente puta, pobre, preto e petista são punidos? Espero que não, pois o Governo do PT, por intermédio da PF subordinada ao Ministério da Justiça, está a colocar ladrões de colarinhos e brancos na cadeia. Fato este que no Governo de FHC — o Neoliberal I — nunca aconteceu. Pelo contrário, o procurador-geral de seu tempo, Geraldo Brindeiro, tinha a alcunha de engavetador-geral, mas o fato é que o verdadeiro engavetador de processos contra o governo tucano era o próprio Fernando Henrique, que o escolheu, ao contrário de Lula e Dilma, que sempre deixaram a categoria de procuradores escolher o procurador-geral. Mais republicano do que isto é impossível.

Enquanto isso, o Governo Dilma precisa fazer, em 2015, um ajuste fiscal de R$ 20 bilhões, o mesmo valor do rombo nos cofres públicos feito pelos sonegadores ricos e muito ricos deste País. No caso do HSBC, o Brasil está entre os quatro países com maior número de sonegadores e de valores ainda não anunciados oficialmente pela Receita Federal. E a imprensa de histórico golpista se cala, como um condenado à beira do pelotão de fuzilamento. É inacreditável no que se tornou a imprensa meramente de mercado que viceja neste País, que lamentavelmente ainda não efetivou o marco regulatório para esse segmento econômico daninho e prejudicial aos interesses do Brasil e do povo brasileiro.

Vamos ver como vai acabar essa história na Receita Federal, na Polícia Federal e no Ministério Público, órgãos do Estado Nacional e não a serviço de interesses privados e inconfessáveis. Por sua vez, a imprensa comercial e privada age sempre como um escorpião. É de sua natureza, e vai guardar a lista de sonegadores de impostos a sete chaves, afinal nunca se sabe como vai ser o próximo dia. Vai preservar seu compadrio, apesar de já saber que o caso lava jato pode desaguar em nomes do escândalo do HSBC e ligados à oposição tucana ou a empresários e celebridades que frequentam o circo social dos bens aquinhoados. A verdade é esta: a imprensa familiar se cala e 8.667 brasileiros cometem crime de sonegação com a cumplicidade do HSBC. Lavagem de dinheiro na veia. Com a palavra, a Receita Federal. É isso aí.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Globo blinda imagem de FHC, o da P-36, e pensa que seu jornalismo tucano é sério

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

PLATAFORMA P-36: ERA ASSIM QUE OS TUCANOS CUIDAVAM DO BRASIL.
Sílvia Faria, diretora da Central Globo de Jornalismo, enviou o seguinte email a todos os chefes de núcleo da emissora:

“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato
Atenção para a orientação
Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.

Este é o jornalismo manipulado quando não mentiroso praticado há muito tempo pelos magnatas bilionários de imprensa e seus empregados, cúmplices de um mesmo propósito, que é o de desgastar a imagem e a moral do Governo Trabalhista de Dilma Rousseff, bem como incluir nesse bojo de conspirações e infâmias o ex-presidente Lula, possível candidato do PT à Presidência da República em 2018.

Todo mundo que tem um pouco de discernimento e noção do que é justo ou injusto, do que é certo ou errado, compreende que os piores e mais fortes inimigos do desenvolvimento do Brasil e da emancipação do povo brasileiro são, sem sombra de dúvidas, os magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas, que atualmente tentam destruir a Petrobras, com o objetivo de privatizá-la e, posteriormente, entregar o pré-sal a empresas estrangeiras, com a mudança do modelo de partilha para o de concessão.

Além disso, querem, inacreditavelmente, manter o financiamento privado para as campanhas eleitorais e, por sua vez, ferir de morte a reforma política, bem como apostam no impeachment, por via jurídica, conforme aconteceu no Paraguai, contra uma presidenta eleita legitimamente, e que chefia um Governo que está a prender ladrões de colarinhos brancos, corruptos e corruptores pela primeira vez neste País.

A verdade é que o impeachment contra a Dilma é uma bazófia ou bravata do PSDB, que está a disputar um virtual terceiro turno das eleições de outubro passado, pois até agora não conseguiu digerir a sua quarta derrota, sendo que muitos de seus membros se mostram revoltados e rancorosos, ao ponto de defender o que não pode ser defendido, porque não se justifica o injustificável, que é a quebra da ordem democrática e da estabilidade institucional.

Entretanto, trata-se de uma direita irresponsável e demagoga, como exemplifica, sobretudo, o e-mail de Sílvia Faria aos editores subordinados, quando exige deles “atenção” para não repercutir na tela da Globo o nome de Fernando Henrique Cardoso — o Príncipe da Privataria —, cujo governo não investigou, não puniu e muito menos prendeu os bandidos de carreira e os empresários e executivos corruptores das construtoras, que assaltaram os cofres da Nação, notadamente os da Petrobras.

Hoje essas pessoas estão a responder por seus malfeitos, exatamente nos governos petistas, apesar de a imprensa de caráter golpista inverter os fatos, distorcer as realidades, manipular as notícias e esconder do público os nomes de seus aliados políticos, a exemplo de FHC e de outros protagonistas das privatizações e escândalos da era tucana, que sempre foram convenientemente blindados pelas famílias midiáticas, que desejam, sofregamente, a queda de Dilma Rousseff do poder, assim como a criminalização do PT e a judicialização da política.

Não restam dúvidas que grande parte do povo brasileiro tem consciência de que esta imprensa imperialista que está aí, a abusar de seu poder e a se aproveitar de seus mecanismos de lobotomia, que deixam parte da sociedade cega para as realidades que se apresentam, não é séria e nunca o foi, como comprovam inúmeros episódios de sua história contrários aos interesses do Brasil. O problema é que os setores mais reacionários e direitistas da sociedade brasileira não se importam com a legalidade democrática e, se possível, estão dispostos a rasgar a Constituição.

Eles são radicais, extremados, e não se preocupam, de forma alguma, se partidos como o PSDB, o DEM e o PPS resolveram partir para a ilegalidade constitucional, bem como também não interessa a eles se a imprensa dos magnatas bilionários é mentirosa e manipuladora. O que interessa a essa gente, e somente isto, é a queda de uma presidenta trabalhista, que está a prender criminosos de colarinhos brancos, além de realizar a inclusão social de milhões de brasileiros.

É evidente que um escândalo de bilhões na Petrobras, que está a ser apurado pela Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, e também pela Justiça Federal e Procuradoria Geral da República, dentre outros órgãos e instituições, é um problema grave, complexo e que está a ser, indevidamente e matreiramente, colocado nas costas do PT e do Governo Trabalhista, quando a verdade é que esses fatos ocorrem desde as décadas passadas e que somente agora estão a ser apurados para que haja a punição dos envolvidos e a devolução do dinheiro público roubado.

Afinal, como todo mundo já está cansado de saber, mesmo os recém-nascidos, os saídos de um coma profundo, os extraterrestres, e, inacreditavelmente, até os coxinhas udenistas compreendem, mesmo os mais afoitos e reacionários por princípio, que a bandalheira cometida por servidores de carreira da Petrobras remonta à década de 1990, exatamente o período do auge neoliberal no Brasil e no mundo.

Por seu turno, há de se compreender também que os executivos da petrolífera presos, juntamente com os corruptores das grandes empreiteiras, agiam praticamente livres, porque foi exatamente no governo tucano, privatista e entreguista que foi assinado o Decreto 2.745/98, que trata da prerrogativa de a estatal contratar serviços à margem da Lei de Licitações.

Por sua vez, tal decreto foi editado pelo Governo FHC para atender a abertura do mercado nacional de petróleo e gás às empresas estrangeiras, por intermédio da Lei 9.478/97 — a Lei do Petróleo. A verdade é que o decreto 2.745/98 assinado por FHC — o Neoliberal I — se sobrepôs à lei 8.666/93 — a Lei de Licitações. Outrossim, o processo licitatório passou a ser inexigível, a Petrobras vendeu empresas de seu complexo, além de ser quebrado o monopólio estatal sobre o petróleo, bem como aconteceu a venda de suas ações na Bolsa de Nova Iorque.

Todo esse processo de alienação e entrega do patrimônio público começou a partir do Governo Itamar Franco, em 1992, pois foi quando os tucanos chegaram ao poder e se tornaram hegemônicos na Era Itamar, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no cargo de ministro da Fazenda, sem entender patavinas de economia. Quando o Plano Real foi lançado, FHC não era mais ministro e, mesmo assim, teve a ousadia de assinar a nota do real, sendo que o titular da pasta da Fazenda era Rubens Ricúpero.

De qualquer forma, o verdadeiro responsável pelo Plano Real é o presidente Itamar Franco, que o autorizou sob os ditames constitucionais de sua presidência, de seu governo — inclusive assumindo os riscos políticos, que não eram poucos. O Neoliberal I foi nomeado ministro da Fazenda, porque Itamar, que saiu do poder com altos índices de aprovação popular, sofria oposição da imprensa familiar, principalmente do baronato paulista e das Organizações(?) Globo. Por isso, o político de Minas Gerais necessitava de um nome palatável para a imprensa familiar, bem como para os setores empresarial e financeiro, principalmente os de São Paulo, que historicamente sempre sabotaram governos que não os atendessem em seus interesses.

Por sua vez, os tucanos conseguiram firmar no imaginário popular, com a cooperação sistemática das mídias privadas, que o Plano Real foi obra do PSDB, quando a verdade é que Itamar Franco estabeleceu as condições favoráveis para que o real desse certo, bem como Rubens Ricúpero era o ministro da Fazenda, no lançamento da nova moeda, e não o FHC, que já tinha saído do Governo Itamar, mas, espertamente, assinou as notas do real.

Disse certa vez Itamar Franco sobre Fernando Henrique: “De repente até parece que foi o doutor Cardoso, que nem ministro mais era, porque tinha deixado o cargo em março, e nós lançamos o Plano Real em 1º de julho. Parece até que foi o doutor Cardoso que assinou a medida provisória (do Plano Real)” — afirmou Itamar, em 2000, para logo completar: “Ele entende menos de matemática do que eu; e entende tanto de economia quanto eu. Talvez eu até entenda mais do que ele” — concluiu.

Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda, afirmou: “O FHC foi ministro de Itamar, mas ele saiu antes de o real ter sido lançado e deixou as notas assinadas. Isso tudo é uma sequência de uma fraude” — ressalta o político do Estado do Ceará.

A verdade é que a paternidade do Plano Real é de Itamar Franco, e o ministro da Fazenda que o lançou foi o Rubens Ricúpero e não o FHC. Itamar morreu em 2011, mas sempre que pôde falar e ser ouvido contestou as afirmativas do PSDB e da imprensa de negócios privados de que o Plano Real é de autoria dos tucanos. Acontece que não é. Ponto.

O ex-presidente e político histórico morreu, magoado com relação a essa questão e jamais perdoou as bravatas, as fanfarronices, os engodos e as mentiras do PSDB, à frente o Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, que depois venceu duas eleições presidenciais, a ter como mote publicitário o Plano Real. Exatamente o FHC, aquele que entregou o País, traiu o Brasil e mesmo assim foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes.

Agora Fernando Henrique Cardoso aposta no impeachment presidencial, e o derrotado Aécio Neves, juntamente com Cássio Cunha Lima, Agripino Maia, Rodrigo Maia, Álvaro Dias, Carlos Sampaio e Ronaldo Caiado, dentre outros políticos de direita, repercute no Congresso o desejo de se efetivar um golpe, que os tucanos e a imprensa empresarial cinicamente o chamam de “jurídico”, contra uma presidenta constituída, eleita legalmente e a respeitar o jogo democrático e os ditames do Estado Democrático de Direito.

A verdade é que a direita brasileira quer criminalizar as contas de campanha do PT, abrir o pré-sal para as petroleiras estrangeiras, barrar a reforma política, que dispõe sobre o fim do financiamento privado às campanhas, bem como atribuir às prisões de executivos da Petrobras e das construtoras, como se fossem corrupção do Governo Trabalhista, que na verdade é o maior responsável pelas investigações, denúncias e prisões de ladrões de colarinhos brancos, dos corruptos e dos corruptores, que pela primeira vez no País estão a ser presos e punidos, e no Governo do PT. Este é o fato.
  
Todavia, FHC — o Neoliberal I —, ainda como senador, já tinha anunciado suas intenções privatistas antes de disputar o pleito eleitoral para presidente da República, em 1994. Em um discurso liberal, o príncipe da imprensa corporativa alardeou, de forma arrogante e divorciada da história, o fim da Era Getúlio Vargas. Seu pronunciamento soou como se fosse uma senha para o que depois viria acontecer com o Brasil e seu rico e diversificado patrimônio público.

Um patrimônio construído através do trabalho de gerações de brasileiros, que se dedicaram com conhecimento, trabalho árduo e competência para criar estatais dos portes de Rede Ferroviária, Telebras, Embratel, Vale do Rio Doce, Petrobras e portos, além de empresas ligadas à petroquímica, fertilizantes, saneamento, gás, seguros, bancos, siderúrgicas e mineração, dentre outros segmentos empresariais da poderosa economia brasileira.

Somente para constar, de 1992, ainda no Governo Itamar, até 2000, o ex-presidente Fernando Henrique, e seus chicagos boys, venderam 125 empresas estatais e mesmo assim não amortizaram as dívidas públicas, além de jogarem o Brasil nas garras do FMI. Chamar de incompetentes e entreguistas os governos tucanos é pouco.

A verdade é que o Fernando Henrique, o PSDB e os seus aliados traíram o Brasil e o povo brasileiro, e hoje ainda tem o desplante e a desfaçatez de falar em moralidade, como se fossem os arautos em defesa do Brasil, quando se sabe que esses grupos econômicos e políticos são porta-vozes dos interesses da plutocracia, controladora do establishment em termos mundiais.

Porém, e para o bem do Brasil, FHC é um péssimo vidente e um “historiador” sofrível. A Era Vargas não foi “sepultada”, como o tucano equivocadamente anunciou nos idos dos anos 1990, o que seria um sonho dos neoliberais, dos direitistas e dos empresários que apostam em um capitalismo selvagem e de exploração e pirataria. Com a ascensão do PT ao poder, o trabalhismo foi retomado, pois destituído do poder em 1964, com a queda de Jango.

O Brasil voltou a crescer economicamente, milhões de cidadãos brasileiros foram inseridos no mercado de trabalho e no sistema educacional e a democracia brasileira se consolidou, apesar do golpismo barato e irresponsável de certos setores da sociedade inconformados com os avanços sociais, a garantia dos direitos trabalhistas e a recusa de os governos de Lula e de Dilma não se alinharem automaticamente aos interesses dos Estados Unidos e da União Europeia, bem como não serem pautados pelas mídias dos magnatas bilionários.

Não vai haver golpes de estado, militar ou jurídico. Seria uma aventura muito perigosa, ainda mais quando se trata do PT, um partido que continua socialmente orgânico e que está no poder. Seria muita imprudência da direita brasileira, que — é verdade — sempre foi irresponsável, porque só se preocupa com seus negócios e lucros, com seu mundinho redoma de cristal e provinciano feito para poucos se darem bem, usufruir das riquezas do País e manter seus privilégios e benefícios para o todo e sempre, como se fosse seu destino de opulência, perversidade e leviandade determinado por Deus. A Globo blinda a imagem de FHC, o da P-36, e pensa que seu jornalismo tucano é sério. Durma-se com um barulho desses. É isso aí.
    


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O quê o PGR Janot foi fazer nos EUA? Conspirar? A Globo agradece

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

SERÁ QUE O JANOT NÃO SABE QUE GLOBO SEMPRE QUIS ENTREGAR A PETROBRAS?
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, viajou para os Estados Unidos, a acompanhá-lo outros procuradores. Esta notícia foi veiculada pelos meios de comunicação privados, mas não se tornou manchetes, e até mesmo chego a afirmar que passou até mesmo despercebida pela maioria dos sites e blogs, inclusive os progressistas.

Contudo, as perguntas que evidenciam o título deste artigo ainda não foram respondidas pelo procurador-geral e nem pela assessoria de comunicação da PGR, até porque a verdade é que Janot não tem nada para fazer nos Estados Unidos, a não ser acusar o estado brasileiro e, consequentemente, aliar-se, de forma surreal, ao estado norte-americano no caso da Petrobras.

Então, vamos raciocinar: procuradores ou promotores são responsáveis pela defesa da ordem jurídica. Eles acusam e denunciam à sociedade quaisquer indivíduos que, porventura, cometam malfeitos. Já o advogado-geral da União exerce o papel de defensor de todos os poderes da União, além de dar assessoramento jurídico ao Poder Executivo Federal, bem como representa o Brasil perante a justiça de outros países. 

Por sua vez, os corregedores investigam, orientam e fiscalizam a conduta e as atividades dos membros de uma instituição. Todas essas definições, a grosso modo, estão a ser citadas, o que é o suficiente para se ter uma razoável ideia do papel de cada membro dessas três instituições.

Entretanto, o que chama a atenção é a viagem do procurador-geral, Rodrigo Janot, aos Estados Unidos por conta da operação Lava Jato, empreendida pela Polícia Federal. Vamos ver se eu entendi. Uma autoridade brasileira e sua equipe vão aos EUA, subsidiadas pelo dinheiro público, cooperar e, quiçá, aliar-se a um estado estrangeiro, beligerante, responsável por inúmeras guerras por causa do controle do petróleo em âmbito planetário, e que ora é alvo de três processos no país yankee, a apontar: A- ações coletivas de acionistas minoritários; B- Comissão de Valores Mobiliários; e C- ação criminal no Departamento de Estado.

Isto mesmo. Por causa da Lava Jato, o Departamento de Estado da potência nuclear estrangeira, invasora armada e contumaz de países e nações por causa da luta pelo controle de energias, notadamente o petróleo, está a processar a Petrobras, portanto, o Estado brasileiro, alvo de espionagem desse mesmo Departamento de Estado, conforme explicitou, sem deixar dúvidas, Edward Snowden, ex-funcionário da CIA, que repercutiu pelo mundo as ações políticas, econômicas e armadas dos Estados Unidos, inclusive uma delas é sobre a espionagem contra a Petrobras, ainda mais depois das descobertas dos poços do pré-sal.

Os Estados Unidos e suas empresas cometem crimes mil, e também são investigados em vários países. Todavia, a questão que importa não é esta. O que está a se discutir é a conduta constitucional e regimental dos procuradores do Paraná e de Brasília, a liderá-los o procurador-geral, Rodrigo Janot. O que está a acontecer? Quais são os propósitos desses servidores públicos graduados, influentes, poderosos e muito bem pagos pelo povo brasileiro? Quais são suas reais intenções?

Porque no Brasil muitos deles agem politicamente, de forma indevida, inclusive a intervirem no processo político brasileiro, a cooperarem com o campo conservador do espectro político e ideológico. Isto é fato nítido e visível. As procuradorias, o STF e setores da Polícia Federal se tornaram trincheiras do conservadorismo, escolheram lado e agem de acordo com os interesses de seus aliados, que já foram derrotados em quatro eleições presidenciais.

Então vamos lá. Para início de conversa, a Procuradoria-Geral da República não é um dos três poderes constituídos, e muito menos defende o estado brasileiro. Quem o defende é a Advocacia Geral da União (AGU). Ponto. E tem mais: reza a Constituição, em seu artigo 84, que somente o Poder Executivo, dentre os poderes, tem autoridade para representar oficialmente a República Federativa do Brasil no exterior. Portanto, quem deveria estar nos Estados Unidos para defender o estado brasileiro do estado estadunidense é a AGU, bem como o Itamaraty por intermédio da Embaixada do Brasil em Washington.

A pergunta teimosa e que insiste em não se calar é a seguinte: o que esses procuradores estão a fazer nos EUA, a não ser, por força de suas funções públicas, denunciar ou acusar o estado brasileiro como aliados do estado norte-americano? Um país que tem enormes e inconfessáveis interesses no campo das energias, especialmente no que diz respeito ao petróleo da Petrobras e ao pré-sal, sendo que a estatal brasileira é de incomensurável importância estratégica e de conhecimento científico para o desenvolvimento do povo do poderoso país sul-americano.

Seria cômico, ridículo se não fosse trágico e perigoso os atos e ações desses procuradores. Cadê o advogado-geral da União, que defende os interesses do Estado brasileiro? E o Itamaraty, a Presidência da República e o Congresso não vão interpelar as ações de uma PGR que se arvorou a ser independente ao ponto de ir ao exterior para fazer não sei o quê, com propósitos que saem de suas alçadas e papéis constitucionais.

A PGR não tem autonomia para falar pelo Brasil no exterior. Se o fizer, incorre em crime constitucional. Quem o representa é o Poder Executivo, por intermédio de suas instituições, como a AGU e o Itamaraty. A PGR não é um estado e muito menos é independente do Brasil. E os procuradores não são defensores e por isso jamais deveriam querer fazer o papel de advogados da União. Viramos uma República de procuradores e juízes, que querem intervir na política e governar no lugar dos eleitos? É o fim da picada.

Janot e seus parceiros vão dar assessoria nos EUA para acusarem a Petrobras, ou seja, o Estado brasileiro? Para fazer essa patuscada bem característica de nossas “elites” ele ainda vai ser pago pelo dinheiro do contribuinte? É isso? Nunca vi um estado ajudar o outro para atacar e acusar a si mesmo. Procuradores acusam. Então o que o Janot foi fazer lá? Constitucionalmente ele não é o advogado-geral da União.  

Mais uma vez fica comprovado que a PGR, o MP, o STF e os tribunais superiores, bem como as polícias, especialmente a Polícia Federal, que tem em seus quadros delegados “aecistas” no Paraná, conforme dizeres em seus facebooks no período das eleições, estão do lado do establishment e ainda são trincheiras para defender os interesses da burguesia, que são no Brasil defendidos e representados pelas Organizações(?) Globo, principal porta-voz no Brasil e na América Latina do establishment internacional controlado pelos EUA e poucos países da União Europeia, Japão e alguns satélites desenvolvidos do capitalismo, como o Canadá e a Austrália.

A frente oposicionista contra o PT e o Governo Trabalhista é muito forte, porque tem poder político e econômico, bem como aliados poderosos da casa grande brasileira no exterior. Os magnatas bilionários da família Marinho, por exemplo, em seus editoriais altissonantes, já defendem abertamente a mudança do modelo de exploração do pré-sal, cujos recursos vão ser destinados à educação e à saúde por força de lei.

A família mais rica do Brasil e uma das mais ricas do mundo, apesar de sua pregação moralista udenista, ou seja, falsa, vive a apontar o dedo para a cara das pessoas, a chamar-lhes, muitas vezes sem provas, de corruptas ou forjar ilações subliminares que levam, por exemplo, um coxinha de classe média a fazer juízo de valor, e, por conseguinte, condenar em pensamento o alvo de acusações ainda não comprovadas.

É assim que funciona a máquina jornalística de moer reputações. Agora tal família magnata e bilionária se diz a favor do financiamento privado de campanha, quando ela sabe, indelevelmente, que tal financiamento é o maior e talvez o único responsável pela corrupção entre políticos, executivos de estatais e empresários. Não se faz política sem dinheiro, e os partidos precisam de dinheiro para efetivar suas ações e eleger seus candidatos, bem como manter a administração de suas agremiações.

Então como explicar que os Marinho e seus sabujos que vivem a mostrar os dentes para defender os interesses de seus patrões são favoráveis que o pré-sal, da Petrobras, abandone o modelo de partilha e passe para o de concessão. Interesses que, evidentemente, vão beneficiar as petroleiras estrangeiras, além de também desejarem que as construtoras internacionais tomem conta do mercado interno brasileiro, como se as empresas brasileiras, que adquiriram vasto conhecimento científico e de engenharia fossem corruptas e não os homens e as mulheres, que, porventura, estavam à frente de suas diretorias e administrações.

A Petrobras e as construtoras têm de ser resguardadas e protegidas, porque são importantes para o desenvolvimento da Nação e também para a segurança nacional. Há muito interesse em jogo, e quem trabalha e defende os interesses alienígenas e de estrangeiros são as famílias midiáticas de negócios privados e seus empregados a soldos. Essa gente defende, sobretudo, os interesses do capital financeiro.

Rodrigo Janot está a fazer um papelão, pois sua ação é inconstitucional. Independente do que vai ocorrer no futuro por causa da crise da Petrobras, um homem de estado, chefe da PGR, não pode trocar os pés pelas mãos, a fim de holofotes e fotografias nos jornais e revistas.


Ego inflado não cabe em seu cargo e função. Homem de estado é servidor público, e não astro do cinema, da televisão ou dos esportes. O quê o PGR Rodrigo Janot foi fazer nos EUA? Conspirar? A Globo agradece. Menos Janot. A Advocacia Geral da União existe. O Itamaraty também. É isso aí.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Cunha, Moro, Gilmar, FHC e Globo querem a queda de Dilma, o fim do PT e jamais preservar a Petrobras

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre

CHARGE DE BESSINHA

O Partido dos Trabalhadores (PT) está na situação de um boxeador, que, em certo momento, desloca-se estrategicamente para o córner do ringue à espera do soar do gongo, porque sua intenção é tentar respirar e se defender dos socos de seu adversário, que está prestes a conquistar a vitória, se possível por intermédio de um nocaute contundente — inapelável.

Contudo, o partido que venceu as eleições presidenciais de 2014 é exatamente o PT, que deveria colocar as cartas na mesa, mas desaprendeu a revidar os “socos” ou a se defender, de maneira clara, objetiva e sistemática, porque, mesmo vitorioso nas urnas, perdeu a presidência da Câmara e vai ter de enfrentar mais uma CPI da Petrobras, organizada pela oposição conservadora, capitaneada pelo PSDB e seus aliados, a exemplo do DEM, PPS e parcela dissidente do PMDB, que tem em suas fileiras políticos de almas tucanas e que detestam ver os trabalhistas no poder.

É inacreditável e até mesmo surreal o governo popular de Dilma Rousseff não conseguir se mobilizar de modo que seus interesses políticos e partidários sejam resguardados, principalmente na Câmara dos Deputados, a ter como finalidade a aprovação de projetos e de programas que interessam à Presidência da República e a seus ministérios, que são responsáveis por milhares de obras e projetos de interesses nacionais, que contrariam o sistema de capitais controlado pelo mercado financeiro internacional.

As questões sobre as realidades que ora se apresentam podem se resumir nesta longa pergunta: “Será que o PT e o Governo Trabalhista desaprenderam a fazer política, e por isto se encolheram perante as adversidades, os ataques de uma oposição feroz, bem como dobrou os joelhos ao ponto de não conseguir se comunicar com o povo brasileiro, além de permitir, equivocadamente, que a imprensa corporativa fale sozinha”?

Eis as questões que o PT não consegue resolver por estar paralisado, como se estivesse em um estado letárgico e, com efeito, esvair-se em timidez e pusilanimidade. É um absurdo, quase um deboche, verificar que a direita deste País, uma das mais perversas, violentas e entreguistas do mundo, criar uma nova CPI da Petrobras, que tem, sem sombra de dúvida, como alvo a presidenta Dilma Rousseff e até mesmo o presidente Lula, porque os reacionários só de pensar na volta do líder petista ao poder sentem calafrios ao tempo que febres terçãs, pois sabem muito bem que o Lula é um líder de massas, além de ser o político brasileiro mais conhecido internacionalmente.

O líder que tem força política e popular para dar continuidade aos projetos do Governo Dilma, e, obviamente, manter a política fiscal, cambial e o projeto nacionalista de independência e emancipação implementadas no País desde sua posse como presidente, em 2003. Essas realidades realmente incomodam o establishment, principalmente o brasileiro, que é subordinado aos interesses internacionais, pois deles dependem seus imensos lucros provenientes de negócios que prejudicam o Brasil, ou simplesmente “adquiridos” por intermédio do rentismo ou da jogatina de capital especulativo, que não tem pátria e se movimenta pelas bolsas de valores, pelo sistema financeiro oficial, bem como por meio dos paraísos fiscais, que lavam também dinheiro sujo proveniente da corrupção, da prostituição, do tráfico de armas e de drogas.

A resumir: os banqueiros são os maiores criminosos do mundo, e seu círculo é composto pelos grandes conglomerados privados de comunicação, fabricantes de armas, grandes traficantes de drogas, petroleiras exploradoras de riqueza alheia, negociantes de ouro e pedras preciosas, além dos grandes latifundiários do mercado imobiliário urbano e rural. Não foi à toa que o sistema imobiliário, juntamente com o bancário, quebrou, em 2008, grande parte dos países europeus, bem como prejudicou fortemente a economia estadunidense, que, apesar de ter melhorado, ainda luta para resgatar sua pujança.
   
Enfim, é com esse tipo de gente que governos populares tem de lidar. Contudo, esses fatores somados permitem que o ex-presidente trabalhista tenha enormes chances de vencer o pleito eleitoral de 2018, a despeito dos escândalos, politicamente manipulados ou não pelas mídias de negócios privados e seletivamente preparados, tais quais a pratos feitos, pelos políticos de oposição e por setores do Judiciário e do Ministério Público, que, apesar da consolidação do regime democrático, ainda representam as classes dominantes, que historicamente se contrapõem aos interesses nacionais.

Considero um acinte à história do Brasil e uma falta de respeito à inteligência da sociedade brasileira, políticos, jornalistas e empresários, que sempre combateram as empresas estatais, notadamente a Petrobras por causa de seu valor econômico e cívico, além de suas estratégias de independência nacional, arvorarem-se agora como os arautos da dignidade, da moral e dos bons costumes, como se tivessem dispostos a proteger a Petrobras.

Essas pessoas são tão verdadeiras e sinceras tais quais aos mentirosos. Exemplifico um caso emblemático, mas falso, no que tange ao episódio do “varão de Plutarco”, Demóstenes Torres, admirado pela imprensa familiar e pelos coxinhas, o senador cassado e associado ao bicheiro Carlinhos Cachoeira. É dessa forma que se apresenta a moral udenista, que na verdade escamoteia e manipula seus verdadeiros interesses, como no caso da Petrobras, e, enquanto não conseguem concretizar seus objetivos inconfessáveis, dissimulam ao máximo para terem apoio de parte da população, geralmente de perfil conservador, reacionário e rancoroso, que é encontrada no seio da classe média de caráter lacerdista e moralista até a página três.

O show do circo midiático está nas ruas, e delegados “aecistas”, promotores e juízes que atuam politicamente e no “limite de suas responsabilidades”, tais quais a um dos vendilhões da era FHC, aproveitam-se de suas condições de protagonistas do caso Petrobras e selecionam fatos e acontecimentos pertencentes a um contexto maior para manter o fogo da fogueira acesa retratado nos meios de comunicação privados.

Os governos republicanos de Lula e de Dilma Rousseff são exatamente os que determinaram e efetivaram as investigações, buscas e apreensões para que a Polícia Federal combatesse, de fato, a corrupção na máquina governamental e na iniciativa privada. A mesma PF de delegados “aecistas” titulares de delegacias importantes no Paraná, e que alimenta, sistematicamente, as mídias privadas e oposicionistas com notícias vazadas de processos que estão em segredo de justiça.

A mesma PF da Operação Lava Jato, de delegados ligados ao juiz Sérgio Moro, que determinou que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, fosse conduzido coercitivamente para depor, sendo que o petista já tinha realizado um depoimento na extinta CPI da Petrobras, comissão que foi esvaziada e abandonada matreiramente pelos tucanos antes das eleições de 2014, porque eles perceberam que naquele momento não haveria o que fazer contra o Governo Trabalhista, por falta de provas, como acontece agora, quando, de forma irresponsável, humilham Vaccari Neto sem comprovar nada e se baseiam em acusações infundadas para criminalizar o PT e o Governo Trabalhista, como já o fizera o servidor da Petrobras, Pedro Barusco, ladrão confesso, que acusa, mas não apresenta provas, já que o presidente do PT, Rui Falcão, além de processar o criminoso milionário de colarinho branco, afirmou, categoricamente, que todas as contas de campanha eleitoral do PT estão em dia e apresentadas à Justiça Eleitoral. Vaccari Neto também fez as mesmas assertivas do presidente do partido.

E é dessa forma que a banda toca no Judiciário, na Polícia Federal e no Ministério Público. A PF subsidia com informações o Ministério Público cujos promotores envolvidos no caso Petrobras se incumbem, despidos de quaisquer constrangimentos, de retroalimentar a mesma imprensa corporativa, que, por sua vez, pauta as lideranças do PSDB (o partido entreguista e traidor da Pátria), do DEM (o pior partido nanico escravocrata do mundo) e do PPS (a degeneração do socialismo) no Congresso Nacional.

As notícias são praticamente as mesmas e replicadas de forma exaustiva, como as águas reaproveitadas dos chafarizes. Trata-se do modus operandi de uma imprensa empresarial, que faz política, a liderar os partidos conservadores, sem medir consequências, porque não é regulada e sabe muito bem que pode repercutir o que quiser e ficar tudo como dantes no quartel de Abrantes.

É de se considerar absurdamente incrível que os governos que mais investigaram, prenderam e combateram a corrupção são taxados pela oposição de direita e por sua mídia hegemônica de corruptos, quando a verdade, e a história vai comprovar esta realidade, quem sempre foi leniente, cúmplice e se favoreceu com a compra de mandato presidencial e vendeu o País a estrangeiros, além de se recusar a investigar e punir a corrupção foram as autoridades dos governos tucanos. Afinal, não é à toa que o procurador-geral da República de FHC, Geraldo Brindeiro, era chamado de engavetador-geral.

Outra fator que chama a atenção é que o juiz do Supremo, Gilmar Mendes, segura há mais de dez meses o projeto de reforma política, que teve seu processo de votação interrompido, porque o condestável juiz pediu vistas do processo. Tempo suficiente para que o presidente eleito da Câmara, Eduardo Cunha, reapresente projeto de reforma política que favorece os partidos conservadores, que não conseguem vencer as eleições presidenciais há 12 anos.

Eles querem o voto distrital, o financiamento privado de campanhas eleitorais e agora são contrários à reeleição. Porém, malandramente foram favoráveis à reeleição de FHC, que, inclusive, foi acusado de comprar os votos de centenas de parlamentares para aprovarem a emenda da reeleição. Inacreditável, mas é isto mesmo. Gilmar Mendes, derrotado por seus pares, “segura” o processo de votação da reforma política no STF, enquanto seu aliado, o atual presidente da Câmara, a despeito de estar careca de saber que o financiamento privado é o maior responsável por todo tipo de corrupção e crimes, ainda tem o desplante, a insensatez e o autoritarismo de contrariar a sociedade brasileira.

O Brasil deseja a reforma política por meio de um plebiscito e não diretamente votada por um Congresso conservador, que está a se preparar para usar a CPI da Petrobras para iniciar um processo de cassação do mandato da presidenta constitucional Dilma Rousseff. Os atos e ações de Gilmar e Cunha tem de ser urgentemente denunciados à Nação. Golpe, não! A verdade é que os golpistas têm de ser punidos e destituídos de seus maus afazeres. Toda vigilância é pouca.

Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Renato Duque e Pedro Barusco estão a roubar a empresa mais brasileira e emblemática das empresas há décadas. A maioria é ré e confessou seus crimes, segundo a polícia e o MP, que vazam notícias, muitas delas de conotações políticas e pinçadas de um contexto maior, nitidamente com o propósito de causar dúvidas e confusões à população, no mínimo.

Todos os executivos da Petrobras envolvidos no escândalo de propinas são servidores de carreira, aprovados em concurso nos idos das décadas de 1970 e 1980, sendo que a maioria declarou que começou a roubar na década de 1990, exatamente a década governada pelos neoliberais do PSDB e aliados, liderados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Sobre essa importante questão a imprensa de negócios privados faz vista grossa e ouvidos moucos. A verdade é que os tucanos não investigaram e não puniram e hoje se aproveitam da promessa de Dilma Rousseff de que “não vai ficar pedra sobre pedra”.

Então é assim: a polícia comandada pelo Governo Trabalhista prende os corruptos e a imprensa dos magnatas bilionários, a oposição de direita e os setores conservadores do STF e do MP chamam o Governo de corrupto e, consequentemente, acenam com um impeachment contra a presidenta eleita Dilma Rousseff, além de evidentemente terem ainda na alça de mira o presidente Lula, possível candidato às eleições presidenciais de 2018.

A criminalização do PT, do Governo Trabalhista e a judicialização da política é a tônica praticada por instituições republicanas ainda controladas pelos filhos da burguesia, a exemplo do STF, do MP, de setores importantes da máquina do Congresso, a despeito de o PT estar há 12 anos no poder e ter vencido as eleições de 2014.

Então tá. Pedro Barusco e o doleiro Alberto Youssef, este conhecidíssimo repassador de “bola” às campanhas de todos os partidos, inclusive do PSDB, afirmam o que querem e não apresentam quaisquer provas, mas cientes de que suas assertivas dúbias e questionáveis vão, indubitavelmente, favorecer a criação de um carnaval por parte da imprensa operadora de uma verdadeira lobotomia em certos segmentos da sociedade de caráter udenista.

Lula e Dilma têm razão quando apontam para as ruas e os movimentos sociais, além das bases do PT, para enfrentar certa máquina do estado, aliada às mídias privadas e partidos direitistas, que não querem políticos trabalhistas no poder e muito menos desejam a emancipação do povo e a independência do Brasil.

E é exatamente essas estratégias que eu defendo desde sempre. Por seu turno, considero essencial que o Governo Trabalhista dê uma guinada à esquerda, porque a direita não quer dialogar e muito menos negociar pontos de caráter governamental e parlamentar para que o Brasil avance em direção ao seu desenvolvimento.

A verdade é que a direita quer engessar, paralisar o Governo, de forma que ele não consiga administrar as demandas do País e, por sua vez, chegue enfraquecido para a disputa das eleições de 2018. A casa grande aposta no impeachment, e o Governo tem de apostar nas ruas junto ao povo. A Petrobras é a força motriz do crescimento do Brasil como Nação. Cunha, Moro, Gilmar, FHC e Globo querem a queda de Dilma, o fim do PT e jamais preservar a Petrobras. Golpe, não! É isso aí.