sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Feminicídio: morte da mulher por ser mulher

Por Davis Sena FilhoBlog Palavra Livre

Foto: Departamento de Fotografia da Tribuna do Ceará
O empoderamento da mulher, no decorrer do tempo, é visível e retrata a mudança que as sociedades, principalmente as ocidentais, experimentam com a saída da mulher do lar, e, consequentemente, sua inclusão no mercado de trabalho, no empreendedorismo, e, evidentemente, na política.

Contudo, em minha opinião, não são as conquistas econômicas, financeiras e políticas efetivadas pelas mulheres que se tornaram as questões mais sérias de suas realidades, mas, sobretudo, a violência praticada pelos seus companheiros, maridos, namorados, amigos e até mesmo estranhos.

O problema mais grave a ser enfrentado para que a mulher se torne definitivamente autônoma, independente e dona de seu destino é a violência contra ela, uma indignidade perversa, que remonta aos tempos de barbáries das civilizações humanas. Não existem condições de uma sociedade se tornar evoluída se as mulheres, os idosos e as crianças não forem respeitados em seus direitos e dignidades.

E dou exemplo ao que eu falo, com números e realidades. Segundo estudos e pesquisas do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), apesar de a Lei Maria da Penha completar oito anos este ano, 15 mulheres são mortas por dia no Brasil, o que significa que apesar da existência da lei as taxas de mortalidade continuam altas.

O Ipea aponta ainda que em dez anos, entre 2001 e 2011, cerca de 50 mil mulheres foram assassinadas. Em nosso País, o feminicídio vitima, em média, 5.664 mulheres por ano, sendo que 472 são mortas a cada mês e 15,52 são assassinadas, dia após dia. São números de guerra civil, que envergonham a sociedade brasileira e depõem contra as autoridades, bem como contra todo o sistema educacional e familiar.

Afinal de contas, a educação começa em casa, para logo ser também efetivada em escolas, igrejas, associações e instituições públicas e privadas. Considero que as sociedades modernas estão falidas moralmente, educacionalmente, e, fundamentalmente, subjugadas por valores e princípios que, de forma alguma, retratam a existência da humanidade e sua luta para sobreviver neste planeta chamado de Terra.

E por quê? Porque “esquecemos” que as sociedades remotas diversificadas em um conjunto gigantesco de comunidades superaram seus obstáculos por intermédio da solidariedade, do respeito às diferenças de gêneros, quando o homem e a mulher se tratavam de forma igual até o momento em que o poder masculino se armou, pois se tornou belicista e territorialista, e, por sua vez, o dono do território, do terreno, da caça, da terra para o plantio e, principalmente, da casa ou lar, onde mora sua companheira eterna, a mulher, mãe de seus filhos, que também passa a ser tratada como posse de seu poder, como todo o resto.

Todas estas questões apresentadas o são, irremediavelmente, verdadeiras. O autoritarismo e a prepotência são os combustíveis dos valores culturais e civilizatórios que fundamentam o machismo, pois se traduz em preconceito e se transforma em violência física e ideológica, não somente contra a mulher, porque o machista e o sistema que lhe propicia poder se volta também contra os gays, os portadores de deficiências, os pobres, os idosos, as crianças e os grupos étnicos considerados minorias.

O machismo, antes de tudo, é preconceituoso. O preconceito é perigoso, porque ele mata. O preconceito é o rastilho de pólvora que alimenta há milênios o poder patriarcal, que quando se sente ameaçado ou simplesmente desafiado trata logo de queimar a pólvora e explodir em violência, que redunda em sofrimento e prejuízos morais, emocionais, afetivos, financeiros e físicos.

O Brasil se quiser ser desenvolvido e ter uma sociedade igualitária tem de compreender, primeiramente, as razões da violência contra a mulher e tudo o que advém dela, a exemplo da família, do trabalho, da sociedade em geral, pois quando uma mulher é agredida moralmente e fisicamente, ela é transformada em vítima de ameaças, espancamentos e assassinatos.

A verdade é que o homem que incorre nesses graves erros e pecados está a destruir tudo aquilo o que ele é: o fruto da carne da mulher. Não há condições de existir uma sociedade livre e justa se a mulher e as minorias não forem respeitadas em seus direitos de viver em paz, pois, sem paz, não há justiça; e, sem justiça, edifica-se a guerra com todas suas terríveis consequências.  

Os índices negativos sobre a violência contra a mulher denotam, de acordo com o Ipea e as Secretarias de Segurança, que a Lei Maria da Penha, apesar de ser útil e tipificar o crime contra as mulheres, muitos deles oriundos do machismo, ainda não conseguiu intimidar os homens violentos, porque a vida é dinâmica, instável e a violência de momento, a explosão de fúria, a bebedeira e a sede de sangue e vingança não temem a Lei.

A maioria das mulheres agredidas e mortas é vítima de seus parceiros ou conhecidos. Geralmente esses homens bebem ou se drogam, sentem-se fracassados ou inferiores e são portadores de sentimentos diabólicos, que se transformam em uma mistura que é nitroglicerina pura: autoritarismo e preconceito pelo simples fato de a mulher ser mulher, comportar-se como mulher, vestir-se como mulher, questionar como mulher, desejar como mulher, sonhar e lutar como mulher, brigar como mulher e ter o corpo de mulher, alvo da violência do homem de caráter dominador, pois ciumento, fato este que pode levá-lo a matar, porque considera propriedade aquela que se dispôs a ter uma relação afetiva com ele.

Portanto, o machismo é o senhor do preconceito e a razão da guerra, pois ele é a ideologia que sustenta e legitima o controle social e econômico pelo poder pátrio, que se estende ao Estado, às instituições religiosas e ao seio das famílias. O machismo falseia a realidade, porque desde os primórdios da humanidade, quando o homem deixou ser nômade e optou por ocupar territórios, e, consequentemente, dominar o outro homem, agora visto como adversário ou inimigo de seus interesses, valeu-se das leis de impedimento, da moral religiosa e da coerção e repressão do estado ou de milícias privadas para estruturar a ideologia machista, que propiciou a este homem o domínio e a exploração sobre os outros homens, bem como, evidentemente, sobre a mulher.

Machismo é ideologia. Ponto! Por isso que é tão difícil e complexo combatê-lo. Por seu turno, trata-se de uma ideologia falsa e infame, porque o propósito é legitimar um modelo de organização social superado, que causou conflitos, guerras, violência e a capitulação das famílias. O machismo aposta na individualidade, a ter a “meritocracia” como forma de impedir que todos os entes humanos cresçam e tenham acesso a uma vida de melhor qualidade.

O machista é antidemocrático, injusto, individualista, egoísta e violento. A violência antes de ser praticada é antes pensada. Então o machismo é ideológico, porque tem a finalidade de fazer com que certos grupos sociais exerçam a hegemonia sobre outros, a exemplo das mulheres, dos gays, dos negros, dos índios ou dos idosos. Para existir a ação violenta não é necessário colocá-la sempre em prática. Basta apenas ser omisso ou cúmplice de toda essa draconiana engrenagem.

Um homem pode passar toda sua vida sem bater ou agredir com palavras duras uma mulher, e mesmo assim ser machista, porque seus pensamentos, princípios e valores coadunam com os preceitos do sistema patriarcal. A Lei Maria da Penha, apesar de sua importância, é apenas uma onda dentre às milhares de ondas que se esvaem nas areias. Por isso, a luta contra o machismo tem de ser duramente e sistematicamente combatida, sem trégua e tempo para terminar.

O empoderamento da mulher é uma solução viável para que ela possa ter a liberdade de escolha e ser dona de seu destino. Em pleno século XXI do terceiro milênio as ações de violência contra a mulher têm de ser severamente efetivadas, bem como a conscientização de que a mulher tem de ser um ente independente e dona de sua vontade começa dentro de casa, porque o aprendizado da ideologia do machismo é ensinada primeiramente nos lares.

Necessário se torna também afirmar que existem homens machistas, aos montes. Entretanto, vale salientar que milhares ou milhões de mulheres se comportam em suas vidas como machistas, porque tal ideologia não tem sexo, idade e raça. O lar é o local onde os meninos e as meninas deveriam aprender que o machismo e certas ideologias e conceitos não são os melhores conselheiros para a sociedade ouvir e, por conseguinte, andar por veredas tortuosas, que levam à dor e à desesperança.

O feminicídio é uma das maiores mazelas da humanidade. No Brasil, tal processo draconiano causa profundas dores às famílias e indescritíveis prejuízos morais e financeiros à sociedade. A Lei Maria da Penha é um importante instrumento de proteção à mulher vítima de violência, mas não basta. Discernimento e conscientização sobre o papel da mulher são fatores que deveriam começar a serem discutidos nas famílias.

Afinal, a família é o Estado e o conjunto da sociedade em forma de célula. O machismo é uma doença social, que descambou para uma violência em forma de epidemia, cujo nome é feminicídio. É isso aí.

Taxas de feminicídios por 100 mil mulheres

Brasil e Unidades da Federação Brasileira — 2009-2011

Mortes por Estado

As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte apresentaram as taxas de feminicídios mais elevadas, respectivamente, 6,90, 6,86 e 6,42 óbitos por 100 mil mulheres. Os Estados com as maiores taxas foram: Espírito Santo (11,24), Bahia (9,08), Alagoas (8,84), Roraima (8,51) e Pernambuco (7,81). Por sua vez, taxas mais baixas foram observadas nos Estados do Piauí (2,71), Santa Catarina (3,28) e São Paulo (3,74).

Idade e raça

Segundo o estudo, mulheres jovens foram as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos. No Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres negras (61%), que foram as principais vítimas em todas as regiões, exceto na região da Sul. Merece destaque a elevada proporção de óbitos de mulheres negras nas regiões Nordeste (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%).


Fontes: Ipea/Diset

13 comentários:

Jorge Marcelo disse...

Acho que hackearam o blog do Davis mesmo. Pela primeira vez eu li um artigo aqui onde não há aquele blablablá chato de atacar a imprensa e dizer que quem não vota no PT é de direita.

Amanda Platt disse...

Jorginho Marcelo, o Davis escreve sobre inúmeros assuntos, inclusive nos textos em que ele bate em tucanos e na imprensa corrupta. É que você não interpreta texto e muito menos tem conhecimento e informação pra fazer argumentos. Sabe o que é: você não passa de um fanfarrão . Você é quem o lê, e não o contrário. Quero agradecer ao Davis por ter escrito um texto desta grandeza. Um grande abraço e que Deus sempre te guarde.

Anônimo disse...

É nada, ele emprestou a pena para os lúcidos Lúcios na defesa subliminar de Graça Foster, Dilma, mas o lúcido Lúcio não teve honradez de enfrentar o assunto. E Lula, que ontem falou mais que o homem da cobra, e não teve um repercute aqui.
E a meta fiscal, que foi pras cucuias? Sei não, lixo mesmo é onde foi parar nosso, seu, meu dinheiro dos esquemas na Petrobras.
Hackers americanos monitoram. Principalmente a ações lá impetradas contra, em resumo, o governo que nos governa há década.
babalu

Anônimo disse...

Quantas mulheres: Graça Foster, Dilma, Katia Abreu, Rainha- que acampa segunda feira na Esplanada, a moça da Petrobras que foi enviada pra Singapura e lá denunciou desvio de grana em venda de combustível, e a babalu aqui, que como bem dizem, entra com o cu. Só que muitos entram, ou todos entram, com impostos pagos para bandalheira.
babalu

Marcos Lúcio disse...

Se você está, subliminarmente-porém debalde-, tentando insinuar que possui honradez babaluana (?!) certamente não conhece o real significado deste verbete no dicionário. Se você é honrado (rsrs), é mais digno ser um perfeito idiota.Ser honrado como você seria, no mínimo, um castigo , um estorvo, uma condenação..

Marcos Lúcio disse...

Perfeito e/ou brilhante, como sempre.Tanto que os invejosos e/ou falsos que tentam estupidamente desmerecê-lo, são os primeiros e mais leais e contumazes leitores.Sem comentários.Até os péssimos... inconscientemente reconhecem e o prestigiam (ainda que por vias indiretas, Freud explica) .

Como sinto asco por esta figura hitlerista repugnante, para não baixar o nível rsrs, farei meu o diagnóstico brilhante, a seguir, do CONRADO HÜBNER MENDES
PROFESSOR DE DIREITO
CONSTITUCIONAL DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO DOUTOR EM
DIREITO PELA UNIVERSIDADE DE EDIMBURGO (ESCÓCIA) E DOUTOR EM CIÊNCIA POLÍTICA PELA USP


O Brasil tem assistido a surtos agudos de primitivismo político(...) que não aceita, por princípio, a política democrática e as regras do jogo constitucional. Um dos exemplos deste surto (e são muitos, infelizmente),o Bolsonaro, esforça-se em corroê-las o tanto quanto pode. Não está disposto a discutir ideias e propostas à luz de fatos e evidências, mas a desqualificar sumariamente a integridade do seu adversário (e, assim, escapar do ônus de discutir propostas e fatos). Cheio de convicções, é surdo a outros pontos de vista e alérgico ao debate. Não argumenta, agride. Dúvidas seriam sinais de fraqueza, e o primitivo quer ser tudo menos um fraco. Suas incertezas ficam enrustidas no fundo da alma.

O que "pensa" o deputado sobre tantos temas, principalmente os mais "polêmicos" é caso que beira a patologia. Ele sabe para quem está falando e por qual breviário deve rezar para se eleger. Suas frases de efeito imoral são combustível para toda sorte de recalque homofóbico, sexista, racista, elitista, policialesco, enfim, para todo o arsenal de recursos opressores estocados na cultura brasileira. A filosofia da discriminação dá voto. Invocada com raiva e fé, ainda elege e reelege.

O parlamentar do PP é a expressão mais caricata, se não repugnante, do primitivismo. Fosse apenas um lembrete pedagógico de um país que um dia existiu, ou representasse só um reduto de filhos bastardos da ditadura, não causaria maior dor de cabeça. Mas quando notamos que ele é somente a versão mais antipática de um Brasil que ainda nos espreita da esquina, ou de uma mentalidade que continua a se manifestar nos jornais, na família e no trabalho, é sinal de que o confronto não pode ser evitado. Há muito em risco para se ficar em silêncio.

Incomodam ao bolsonarismo os padrões de decência política, os direitos fundamentais e os compromissos de mudança social pactuados pela Constituição de 1988. Esse pacto constitucional, entretanto, é um ponto de partida inegociável e não está aberto a reconsideração. Se pensa que nem todos merecem direitos, não entendeu bem o que são direitos. Fala em direitos, mas pensa em privilégios. Se quer ser um servo da maioria, não aprendeu bem o que é democracia, mas definiu perfeitamente a tirania.

Que o seu repertório de ideias fixas constitui uma brutalidade moral e uma aberração jurídica, isso não é mais novidade. Antes disso, porém, trata-se de um monumento de desonestidade intelectual. Ignora (ou incentiva?) , p.ex., as abundantes provas sobre a vergonhosa motivação homofóbica de centenas de crimes de ódio anualmente praticados por todo Brasil.Um dos desafios para a sobrevivência da democracia é alijar as ideias distorcidas, preconceituosas e perigosas que atacam a sua própria condição de existência.

Anônimo disse...

Cassação para o defensor da tortura e do estupro

Até quando o parlamento brasileiro vai se deixar cobrir de vergonha com a presença entre seus quadros de um notório defensor da tortura e, agora, do estupro? Se a Câmara dos Deputados tolerar o ataque infame ("Só não te estupro porque não vale a pena") do deputado Jair Bolsonaro contra a deputada Maria do Rosário, ex-ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, estará sendo conivente com um criminoso confesso. Outra pergunta : quantos vezes mais o deputado quebrará impunemente o decoro parlamentar ? O regimento da Câmara, que estabelece regras de convivência entre os deputados, vem sendo violado seguidamente por Bolsonaro. Ou a Casa, finalmente, reage ou se deixará avacalhar por um fascista que despreza a convivência democrática.

Sua bandeira, ao se eleger pela primeira vez, era a luta por melhores salários para a corporação e pela modernização dos equipamentos das forças armadas.

Pouco tempo depois, já no exercício do mandato de deputado, Bolsonaro já dava mostras de que a defesa dos interesses de sua corporação estava longe de ser a prioridade de sua atuação. Nos debates das comissões e do plenário ficara claro que ali estava um parlamentar que se servira do regime democrático para atacá-lo. Saudoso dos tempos da ditadura, passou a defender as violações dos direitos humanos e os bárbaros crimes cometidos pelos militares, bem como os facínoras que sequestraram, torturaram e assassinaram os opositores do regime. Transformou-se, inclusive, sem o menor constrangimento, em defensor da tortura, crime de lesa-humanidade, conforme todas as convenções e tratados internacionais.

Ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, pretensamente indignado com o congelamento dos salários dos militares, subiu à tribuna para dizer que o maior erro do regime militar foi não ter matado FHC. Beneficiado pela permissividade covarde dos seus pares, que não sabem distinguir a necessária imunidade do parlamentar, no que tange a opinião e votos , de ataques rasteiros ao sistema democrático e a apologia de crimes previstos no Código Penal, nada lhe aconteceu.

De lá para cá, Bolsonaro, além de ter faltado com o respeito e agredido verbalmente seus colegas incontáveis vezes, pôs decidida e radicalmente seu mandato a serviço das causas mais obscurantistas. Dentro e fora do parlamento, ele dissemina todo tipo de preconceito e ódio contra homossexuais, negros, mulheres, indígenas, quilombolas, sem-terra, sem-teto e lutadores sociais e pelos direitos humanos. Mal educado e com insanável déficit de civilidade, o deputado é incapaz de participar de qualquer debate na Câmara sem apelar para a grosseria e a agressão verbal.

O fato de Bolsonaro, um deputado que costumava se eleger meio que na "conta do chá", ter obtido mais de 500 mil votos na última eleição só revela um fenômeno estarrecedor : parte nada desprezível do eleitorado fluminense comunga com as ideias abjetas do deputado, com seus valores e postura diante da vida. Ao pregar diuturnamente contra a política e os políticos, criminalizando a pobreza e os movimentos sociais, além de menosprezar a luta pela afirmação dos direitos humanos, a mídia brasileira contribui para uma espécie de adoecimento cívico da sociedade. E é nesse terreno fértil que vicejam fenômenos como Bolsonaro.

Às organizações voltadas para a promoção e defesa dos direitos humanos, às entidades feministas e da sociedade civil, faço um alerta : se o caso da gravíssima ofensa de Bolsonaro à deputada Maria do Rosário ficar restrito à Câmara dos Deputados, mais uma vez, ele não será punido, embora alguns deputados e partidos de esquerda tenham reagido e estejam cobrando sua cassação. O problema é que a maioria conservadora da Casa certamente vai lhe salvar a pele. Depende, portanto, dos movimentos, das ruas e das redes sociais, a cassação de um mandato que afronta o código penal e as leis do país.

Anônimo disse...

Lúcido Lucio, lendo de trás para a frente\:
Condenação, estorvo, castigo, subliminarmente.
Voc\ê é o José Dirceu!!!!!
rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
babalu

Marcos Lúcio disse...

Menos mal...beeem pior seria ser comparado ao desonrado babalu.

Anônimo disse...

kkkkk nesta o tal babalu tirou o maior sarro e o outro ainda prefere o ex presidiário kkkkkk

Anônimo disse...

Lúcido Lucio você me desapontou.
Beeem é simplesmente ridículo.
babalu

Marcos Lúcio disse...

Infelizmente há coisas beeeeeeeeeeeeeeeeem mais ridículas e, parece, disto você entende beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem, né?

Marcos Lúcio disse...

A dignidade de Graça Foster e a reação do mercado
Jornal do Brasil 17/12/2014


A presidente da Petrobras, Graça Foster, talvez uma das mais dignas e honestas mulheres em cargos de importância no serviço público, deve ter certeza que não há no Brasil qualquer pessoa que suspeite dela, quer por razões de dissidia, omissão ou negligência.

A presidente deve saber que o mercado financeiro não aceita suspeitas, uma vez que a Petrobras é cotada nas bolsas mundiais. Mesmo quando essa suspeita claramente é feita por raiva, sentimentos ideológicos, divergências políticas, e nunca pela incerteza ou dúvida sobre o envolvimento dela. Este certamente não é o caso. Mas o mercado não aceita suspeitas, quaisquer que sejam os motivos.

E o simples anúncio de ter colocado o cargo à disposição da presidenta Dilma Rousseff fez com que o mercado bursátil reagisse, e as ações da Petrobras subiram quase 4%.

O patriotismo de Graça Foster e a certeza da capacidade de gestão na condução do país por parte da presidente Dilma Rousseff só preocupam os especuladores, não os brasileiros que acreditam na lisura e nos propósitos dessas duas mulheres.