sábado, 25 de janeiro de 2014

SÓLIDO



ESPAÇO BICO DE PENA BLOG PALAVRA LIVRE




Do todo o que eu detesto
É o tudo, o completo…
O abandono do meu tempo.
Inexistência, a ausência de mim.
O barco que não aporta.
A beleza humana de Frankenstein.
O espírito de mulher adormecido.
A carne e a faca que não corta.
Tempo que abre as ruas,
Essência das casas nuas
Edificadas solidamente pelo vintém.
O amém de toda e qualquer formosura.
O por quê, pois eu detesto o todo.
Sou incompleto e por isto sou tudo…
O tempo, razão e pai do abandono,
A ausência: existência sem fim
.

Davis Sena Filho

4 comentários:

  1. Poema belo e profundo. Um grande abraço.
    Suely Rocha

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  2. Tu és um poeta.
    Eu guardo teus "bico de pena".
    Eu gosto.
    Agora, eu não sou poeta.
    Mas o teu poema faz eu ler outros.
    Aí eu lembrei de outro - em um ônibus:

    Redondeto
    Tento escrever um soneto
    que conte o meu pensamento
    Ah, quantos erros cometo
    não sei captar o momento
    Risco, rabisco idéias
    busco expressar a emoção
    Fico perdido nas teias
    das coisas do coração
    Acho palavras sonoras
    não faço um belo poema
    as rimas ficam de fora
    Saio do rumo, do tema
    tudo complica, demora
    Desisto. Vou ao cinema.
    ( Paulo Sergio Goulart)

    Valeu Davis. Bonito poema.

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  3. Valeu, Davis. Curto seus textos e seus poemas. Temos muito em comum. Quem sabe irmãos numa outra dimensão. Abraços!
    www.blogdoprofex.com No face: Blog do profex

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