sexta-feira, 27 de maio de 2016

STF não pode ser temer, nem cunha, nem jucá e muito menos gilmar – Impeachment é golpe!

Por Davis Sena Filho — Palavra Livre


Há cerca de três anos, eu afirmo, categoricamente, por intermédio de artigos em inúmeros sites e blogs, que após a derrota do senador tucano Aécio Neves para Dilma Rousseff, em outubro de 2014, o golpe recrudesceu e chegou à sua segunda etapa, pois a primeira começou a partir das manifestações de junho de 2013, que perduraram com força até fevereiro de 2015, quando tais movimentos, à frente os black blocs, como massa de manobra, e a imprensa corrupta e sonegadora de impostos dos magnatas bilionários começaram a desconstruir o Governo Trabalhista e a mandatária petista, eleita por 54,5 milhões de votos — ressalta-se.

Outrossim, paralelamente a este processo golpista promovido por uma súcia de gângsters, que tomou a Presidência da República de assalto, como fazem os assaltantes de bancos ou a ralé do crime que rouba pedestres, passageiros de ônibus e residências, o consórcio formado pelo Judiciário, Imprensa alienígena, Fiesp e PSDB/DEM se mobilizou com tal força e organização, que o crime de conspiração para depor do poder Dilma Rousseff se concretizou pelas mãos do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, um político envolvido com todo tipo de falcatruas comprovadas documentalmente e por meio de gravações.

O golpe bananeiro de estado -- a cara e a alma da “elite” --, que teve e tem a cumplicidade e o apoio de setores do sistema Judiciário (STF, PGR e PF), que resolveu, indevidamente, fazer política e ocupar a linha de frente no que tange a combater o PT e a presidente eleita legitimamente pelo voto popular, a efetivar uma oposição perniciosa, covarde e ilegítima, porque juízes, promotores e policiais federais se aproveitaram da força da Lei e de seus cargos públicos para escolherem lado partidário, além de tratarem como idiotas milhões de brasileiros que perceberam que o golpe promovido pela casa grande é um processo, indelevelmente, viciado.

A faixa dos coxinhas que protestavam nas ruas de Copacabana dizia, sem o mínimo de consciência política: "Somos todos Cunha"! Nada mais esclarecedor e verdadeiro, além de estarrecedor. O consórcio do golpe simbolizado na pessoa de Cunha, porque tem seu cheiro, alma, índole e caráter. Tal miscelânea se resume em conspiração, na qual a quadrilha que assaltou o Brasil e agora tenta, com toda força e perversidade possíveis, impor e implementar, despoticamente e ilegalmente, um programa neoliberal que foi derrotado pelas urnas em quatro eleições consecutivas.

A escumalha tomou posse do que não é seu constitucionalmente, como faz o indíviduo fora da lei, porque não é de seu direito o poder máximo da República, quando percebemos que homens brancos, politicamente conservadores, muito ricos e títeres da burguesia brasileira subalterna à plutocracia internacional se movimentam contra os interesses do Brasil para não serem presos, realidade esta que reitera que o projeto da escória de políticos de direita é de ordem pessoal, porque tem por finalidade livrá-los da prisão, bem como privilegiar o andar de cima, no que compete à cobrança de impostos, à proteção às grandes fortunas e aos pagamentos de juros à banca internacional e aos rentistas, que vivem da jogatina do dinheiro fácil e improdutivo.

O Golpista Traidor e Amigo da Onça, vulgo michel temer, não passa de um fantoche que trabalha como testa de ferro dos interesses empresariais e financeiros da direita brasileira e estrangeira. Não apenas assevero e apregoo, mas, sobretudo, está referendado a partir do momento que o governo, usurpador e espúrio de temer, efetiva suas ações que são, inquestionavelmente, antipopulares, porque todas elas, sem exceção, até mesmo as que ainda não se concretizaram em um primeiro momento por causa de pressões, porque se trata de um governo espúrio e provisório, retiram benefícios e conquistas do povo brasileiro.

Ações covardes e sectárias que têm por propósito privilegiar os ricos e os muito ricos, como bem define o programa dos golpistas chamado, debochadamente, de “Uma Ponte para o Futuro”, que, na verdade, somente trata dos interesses das classes dominantes em detrimento dos direitos trabalhistas e dos avanços sociais e econômicos conquistados pelo povo brasileiro nos últimos 13 anos.

temer e seus aliados e cúmplices do golpe bananeiro apresentaram o programa econômico mais violento e antissocial dos últimos quarenta anos, porque extremamente conservador e dedicado às questões meramente de mercado, a ter os bancos, a Fiesp, a Firjan e seus congêneres como os beneficiados, pois são esses setores, juntamente com o sistema midiático privado, que financiaram o golpe desditoso e que transformou o Brasil em uma republiqueta diplomaticamente isolada, pois até agora nenhum presidente ou primeiro ministro de países importantes não telefonaram para cumprimentar os sediciosos, os traidores e golpistas, que se comportam como bandidos, a fim de proteção contra a cadeia e privilegiar a quem já é rico e estabelecido.

Tanto é verdade que o ministro golpista da Fazenda, Henrique Meirelles, está a ocupar o Ministério da Fazenda, quando no Governo Lula ele presidiu o Banco Central, com o objetivo de fazer a interface com os banqueiros, a permitir que o ministro da Fazenda de Lula, o economista Guido Mantega, de perfil estruturalista e desenvolvimentista, pudesse trabalhar com mais tranquilidade e, com efeito, pôr a mão na massa, no que diz respeito a cooperar para que o Brasil efetivasse seus programas de inclusão social e projetos de infraestrutura, com acordos comerciais a exigir conteúdo nacional, juntamente com a proteção do poderoso mercado interno deste País, além de promover a recuperação de setores importantes da economia, a exemplo da indústria naval, da construção de hidrelétricas e a transposição do Rio São Francisco, com atenção especial também para o setor nuclear.   

O motivo principal para a pressa em desmantelar o mais rápido possível a estrutura social e econômica construída pelos governos trabalhistas é porque os políticos que tomaram de assalto o Palácio do Planalto estão envolvidos até a medula com a corrupção, o tráfico de influência e o abuso de poder, no que é relativo à Lava Jato, inclusive o golpista e traidor -- vulgo michel temer. O Amigo da Onça é exatamente aquele que os coxinhas despolitizados e os jornalistas levianos elogiaram porque ele fala o português “muito bem”, enquanto efetiva um programa econômico que fará com que os coxinhas analfabetos políticos, mas de direita chorem lágrimas de sangue. Quem viver verá...

As gravações dos diálogos entre Sérgio Machado, ex-senador e ex-presidente da Transpetro, o senador Romero Jucá, o ex-presidente José Sarney e o presidente da Câmara, Renan Calheiros, todos do PMDB, envolvem, indelevelmente, outros caciques de tal partido, bem como do PSDB, a exemplo de Aécio Neves, do DEM, na pessoa de Pauderney Avelino, do Solidariedade do Paulinho da Força e também do PP. Não há mais como tergiversar sobre as realidades e nem mesmo a imprensa comercial e privada, acostumada a manipular e distorcer as notícias com a finalidade de favorecer seus aliados políticos terá condições de manter a mesma toada, o mesmo ritmo, como se apenas o PT e algumas de suas lideranças estivessem envolvidos com as denúncias, as acusações e as punições provenientes da Lava Jato do juiz de província, Sérgio Moro.

Trata-se de um magistrado que também cometeu crimes e que algum dia terá de responder por eles, de forma que a Justiça brasileira não perca sua credibilidade, coisa que já acontece no que concerne ao pensamento e ao julgamento de grande parte da sociedade deste País em relação às atividades e às ações de juízes, principalmente os dos tribunais superiores, que, evidentemente, envolveram-se partidariamente, interviram nefastamente na política e agem, arbitrariamente e inadvertidamente, como políticos sem mandatos.

Os togados escolheram lado e se alinharam aos interesses da oposição de direita para sacramentar o golpe à revelia da vontade e da soberania das urnas que deram à Dilma Rousseff 54,5 milhões de votos. Os golpistas derrotados eleitoralmente conseguiram chegar ao poder por intermédio de um golpe criminoso e criticado duramente pela sociedade organizada e pela imprensa estrangeira, que, em peso, consideram os políticos que ora estão no poder e a imprensa tupiniquim corruptos e golpistas, que, ressalto mais uma vez, deram um golpe descarado para se livrarem da prisão. O governo michel temer, além de bárbaro é também bastardo. Fato!

Em qualquer país sério, a Corte Suprema invalidaria o impeachment depois de uma gravação escandalosa e esclarecedora como a divulgada pela Folha de S. Paulo nesta semana. O STF, o tribunal mais poderoso do Poder Judiciário isolou a presidente Dilma, recusou-se a ouvi-la, bem como o AGU José Eduardo Cardozo também não conseguiu ser ouvido quando de sua defesa, mesmo a apresentar provas irrefutáveis, muitas delas lidas em público por meio das televisões. Um absurdo lamentável praticado pelos príncipes togados e a usar capas de Batman.

Não se importaram com as provas que motivaram o golpe criminoso, pelo simples fato de que tais juízes do Supremo criminalizaram a política porque envolvidos com a trama política, sendo que partes fundamentais do consórcio golpista, como demonstram, irrefutavelmente, as gravações de Romero Jucá, que, ao contrário do senador cassado, Delcídio Amaral, ainda não foi preso, porque o procurador-geral-contra a República, Rodrigo Não Devo Nada a Ninguém Janot, está, como a Carolina da música, a ver o tempo passar na janela...

De forma igual procede também o juiz de primeira instância, Sérgio Moro, do PSDB do Paraná. O magistrado e seus pupilos do MPF, a exemplo de Carlos Fernando e Deltan Dallagnol, não “conseguem” prender os demotucanos corruptos. E por quê? Porque, como o herói Sérgio Moro da Globo que “Faz Diferença” afirma: “Não vem ao caso”. Para ele, um dos precursores da Justiça seletiva, só vem ao caso quando está envolvido algum político do Partido dos Trabalhadores e de preferência o Lula.

O político trabalhista e liderança popular de grandeza internacional poderá ser candidato a presidente em 2018, sendo que por ser um dos favoritos está a sofrer, juntamente com sua família, amigos e assessores próximos a mais cruel e infame perseguição midiática, política e judicial dos últimos 50 anos. Inacreditavelmente, o Brasil é vítima de mais um golpe bananeiro, mas violento, a ter o sistema Judiciário como um de seus principais alicerces. Surreal! A que ponto chega uma Corte burguesa cujos inquilinos se comportam como príncipes de punhos rendados completamente dissociados das duras realidades do povo brasileiro.

O STF está a matar de vergonha a sociedade brasileira. Importa-se apenas, a excetuar-se a política, com aumento salarial da monta de quase 80%, como fez o presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, em plena deposição de Dilma Rousseff, que jamais foi considerada por esses caras, que se vestem de preto e têm acesso à toda ordem de poder, inclusive o de segurar processos que deveriam ser julgados, principalmente os que tratam dos crimes dos tucanos, dos democratas e de seus parceiros de sedição contra uma mandatária que não cometeu crime de responsabilidade. Esta verdade tem de sempre ser dita, repetitivamente e incansavelmente. E por quê? Porque é golpe de estado! É crime! Ponto.

Os partidos golpistas e a imprensa de negócios privados, à frente a Globo, assim como o STF, a Vara do Moro, a PGR e os procuradores obsessivos pelo Lula (os do Paraná, de São Paulo e do DF) sabem e compreendem muito bem que os partidos golpistas e de direita que tomaram de assalto o poder central para que seus membros não sejam presos deram um golpe para barrar a Operação Lava Jato, blindar a impunidade e manter sob controle as instituições.

Além disso, tentam envolver Dilma Rousseff em assuntos referentes à arrecadação ilegal de dinheiro para financiar campanhas. Absurdo e desfaçatez. Vale tudo, porque quem acusa não participou diretamente da campanha eleitoral da mandatária e muito menos teve acesso à administração dos recursos. É a tal da delação “premiada”, que para ser conseguida é necessário antes prender o investigado e acusado, que, a não aguentar tanta pressão, entrega até a mãe e os filhos para sair da cadeia.

É o que acontece, dentre muitos presos pela Lava Jato, na pessoa do ex-deputado e ex-presidente do PP, Pedro Corrêa, um criminoso confesso e que reconheceu ser um corrupto desde a década de 1970. Chegou-se ao ponto de o Corrêa elaborar um diálogo fictício, vazado certamente pela Vara do Moro, por procuradores ou por policiais da PF e publicado pela Veja, parceira dileta de ilegalidades, a Última Flor do Fáscio e praticante de um jornalismo gangsteriano, que vem a ser o verdadeiro, o autêntico e o genuíno jornalismo de esgoto. Neste diálogo criminosamente remontado pela "memória de elefante" de Pedro Corrêa, pois supostamente acontecido há doze anos, Lula é acusado de ser o maior responsável pela corrupção da Petrobras. Vejam só. Esses caras investigam Lula há quase três anos, ininterruptamente, mas até hoje não acharam nada que desabonasse sua honra, moral e cidadania. 

Sem provas, sem gravações, sem documentos e sem quaisquer comprovações de reuniões organizadas por Lula para arrecadar dinheiro para eleições, a Vara do Moro, de um juiz que cometeu inúmeros crimes, inclusive o de grampear mictórios de presos, bem como a presidente da República e repercutir as conversas dela com o Lula para o público, a causar comoção histérica aos coxinhas neofascistas e apopléticos, que tentaram invadir a garagem do Palácio do Planalto, faz com que tais investigações e os diálogos de Lula publicados na Veja e no Jornal Nacional não sejam sérios, porque totalmente descabidos e à margem da Lei. É inacreditável e inaceitável que servidores do sistema judiciário cometam toda sorte de crimes, sendo que eles são os responsáveis por defender a sociedade e garantir a observância das leis. 

A verdade é que o STF é hoje a instituição republicana que está realmente no olho do furacão. Sua credibilidade é pequena, pois causa desconfiança àqueles que têm um mínimo de discernimento e ponderação sobre o que acontece no Brasil, transformado mais uma vez em República das Bananas pela vontade despótica da casa grande, composta por castas endinheiradas, racistas, colonizadas e sectárias, que sempre foram provincianas, atrasadas e que apostam, através dos séculos, no retrocesso, a fim de se dar bem para ganhar muito dinheiro, manter os pobres submissos e a um salário de fome e, por seu turno, viver como verdadeiros paxás e nababos adoradores dos "deuses" privilégio e luxo.

O Supremo Tribunal Federal e seus juízes estão no golpe, são parte intrínseca dele, como demonstram as gravações e muito mais do que os grampos suas ações no decorrer do processo draconiano, que não deixam dúvidas sobre a participação de grande parte dos magistrados na deposição ilegal e ilegítima de Dilma Rousseff. Além de propositalmente omissos e negligentes, os juízes se mostraram seletivos e bancaram as ações arbitrárias e algumas ilegais de procuradores e do juiz Moro, o que “Faz Diferença” para os golpistas históricos envolvidos no golpe até as raízes dos cabelos, a exemplo dos irmãos Marinho. O STF já deveria há muito tempo anular o desditoso, o violento e injusto golpe. Credibilidade não se compra em supermercado. É isso aí.  


2 comentários:

Adriana Meirelles disse...

Artigo brilhante. Um texto para todo mundo refletir e ser lido em salas de aula e nas residências. Este golpe ainda será derrotado. Um grande abraço, grande cronista de política.

Marcos Lúcio disse...

Absolutamente verdadeiro , irretocável e oportuno texto deste brilhante cronista político. Para corroborá-lo, compartilho as palavras do Leonardo Boff:

(...) "Instaurada uma crise político-econômica sob o governo Dilma, crise cujos contornos são globais, a classe do privilégio aproveitou a oportunidade para agravar a situação e, pela porta dos fundos chegar ao Planalto. Criou-se uma articulação nada nova, já ensaiada contra Vargas, Jango e Juscelino Kubitschek assentada sobre o tema moralista do combate à corrupção, salvar a democracia (a deles que é de poucos). Para isso era necessário suscitar a tropa de choque que são os partidos da macroeconomia capitalista (PSDB,PMDB e outros),apoiados pela imprensa empresarial que foi o braço estendido das forças mais conservadores e reacionárias de nossa história com jornalistas que se prestam à distorção, à difamação e diretamente à difusão de mentiras.

A narrativa é antiga, pois sataniza o Estado como o antro da corrupção e magnifica o mercado como o lugar das virtudes econômicas e da inteireza dos negócios. Nada mais falso. Nos Estados, mesmo dos países centrais, vigora corrupção. Mas onde ela é mais selvagem é no mercado, pois sua lógica não se rege pela cooperação mas pela competição, onde praticamente vale tudo, um procurando engolir o outro. Há milionárias sonegações de impostos e grandes empresários escondem seus ganhos absurdos em contas no exterior, em paraísos ficais como se tem denunciado recentemente pela Zelotes, Lava-Jato e Panamá-papers. Portanto, é pura falsidade atribuir as boas obras ao mercado e as más ao Estado. Mas essa narrativa, martelada continuamente pela mídia empresarial,conquistou a classe média. Diz Jessé Souza com acerto que “em literalmente todos os casos a classe média conservadora foi usada como massa de manobra para derrubar os governos de Vargas, Jango e agora Lula-Dilma e conferir o “apoio popular” e a consequente legitimidade para esses golpes sempre no interesse de meia dúzia de poderosos”(A tolice de inteligência brasileira,2015,p. 207).

Na base está uma mesquinha visão mercantilista da sociedade, sem qualquer interesse pela cultura e que exclui e humilha os mais pobres, roubando-lhes o tempo de vida nos transportes sem qualidade, nos baixos salários e na negação de qualquer perspectiva de melhora já que são destituídos de capital social (educação, tradição familiar etc). Para garantir sucesso nessa empreitada perversa se criou uma articulação que envolve grandes bancos, a FIESP, a MP, a PF e setores do judiciário. No lugar das baionetas funcionam agora os juízes justiceiros que não relutam em passar por cima dos direitos humanos e da presunção de inocência dos acusados com prisões preventivas e pressão psicológica para a delação premiada com conteúdos sigilosos divulgados pela imprensa.

O atual processo de impeachment à presidenta Dilma se inscreve dentro desta quadro golpista pois se trata de tirá-la do poder não por via eleitoral mas pela exacerbação de práticas administrativas consideradas crime de responsabilidade. Por eventuais erros (concedido mas não aceito) se pune com o supremo castigo uma pessoa honesta contra a qual não se reconhece nenhum crime. A injustiça é o que mais fere a dignidade de uma pessoa. Dilma não merece essa dor, pior do que aquela sofrida nas mãos dos torturadores".